FAMINTAS DE MANHÃ: ATIVAÇÃO DAS ARMADILHAS DE FORMIGA-LEÃO (NEUROPTERA: MYRMELEONTIDAE) É MAIOR DE MANHÃ DO QUE À TARDE
Resumo
Os animais são selecionados para tomar decisões que maximizem sua aptidão, como o ganho de energia líquida. Esse princípio é descrito pela teoria do forrageamento ótimo, que teve suas primeiras aplicações no estudo das interações predador-presa. As decisões do predador na escolha de presas dependem dos custos e ganhos de energia relacionados às características das presas. Para entender quais fatores estão relacionados com a escolha de presas pelo predador, usamos como modelo as larvas de formiga-leão. Durante sua fase larval, a formiga-leão constrói armadilhas de queda cônicas no substrato, que são ativadas pela aproximação das presas. Nossos objetivos foram avaliar se a ativação das armadilhas varia no decorrer do dia, se o tamanho da presa influencia a ativação das armadilhas, e se o tamanho da presa influencia o sucesso de predação. Amostramos 38 armadilhas durante a manhã e à tarde, e utilizamos presas pequenas e grandes para avaliar a taxa de ativação da armadilha e a predação. De manhã, a frequência de ativação das armadilhas foi maior, o que pode ser explicado pelo aumento da saciedade ao longo do dia. O tamanho da presa não influenciou a ativação das armadilhas e não influenciou o sucesso de predação, como havíamos predito. Apesar da detecção da diminuição da ativação das armadilhas no decorrer do dia, outros fatores podem estar afetando a ativação das armadilhas e o sucesso de predação das larvas de formiga-leão.