FLUTUAÇÃO POPULACIONAL DE CASOS DE LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA ASSOCIADA AO RITMO DE CRESCIMENTO URBANO DO MUNICÍPIO DE MARILIA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Resumo
O acelerado processo de industrialização e urbanização das cidades brasileiras mostra-se em sua maioria desregulado e sem um mínimo de planejamento principalmente em grandes centros. Esta intensificação da urbanização, principalmente nas últimas décadas, aliada a alta densidade das populações, propicia o aumento dos riscos ambientais que potencializam a propagação de doenças infecciosas como a de casos da leishmaniose visceral humana. Assim, este estudo teve como objetivo analisar retrospectivamente a dinâmica populacional dos casos de leishmaniose visceral em humanos notificados no perímetro urbano do município de Marilia, SP, entre os anos de 2014 a 2022 para o contexto da produção de conhecimentos do papel da legislação urbanística e da saúde pública. Trata-se de um estudo qualiquantitativo, tipo observacional descritivo, transversal retrospectivo, utilizando dados populacionais da leishmaniose ocorridos no período entre os anos de 2014 e 2016, disponibilizadas no site do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) e da Secretaria Municipal de Saúde de Marilia – SP. Considerando que a média populacional do município foi estimada em 237.029,55 habitantes, os casos notificados corresponderam à uma frequência média de 6 casos/ano, variando de 2 a 16 casos por ano. Concluiu-se que, no período referente a 2014 – 2022, no perímetro urbano do município de Marilia, os registros de ocorrências de casos da leishmaniose visceral humana estavam concentrados em dois bairros em 2014, porem em 2022, foram observadas ocorrências em 20 bairros. Esses bairros possuem vulnerabilidade ambiental e a população ali residente pode estar exposta a riscos em decorrência da proximidade com áreas silvestres.
