ANÁLISE DO PADRÃO DE DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS FOCOS DE CALOR UTILIZANDO A FUNÇÃO K DE RIPLEY NO PARQUE NACIONAL DE CHAPADA DOS GUIMARÃES – MT
Resumo
Os incêndios florestais, podem causar prejuízos diretos e indiretos consideráveis. Atualmente, a análise dos padrões de distribuição espacial é amplamente utilizada como uma importante ferramenta no estudo dos recursos ambientais. O objetivo do presente trabalho é avaliar o padrão espacial dos focos de calor durante 20 anos nos meses mais críticos e entender como os fatores relacionados ao perigo de incêndios podem estar ligados à espacialidade. A hipótese é que exista algum padrão de distribuição espacial dos focos de calor no Parque nacional de Chapada dos Guimarães – PNCG. A área de estudo foi o PNCG. Os focos de calor foram obtidos do site do INPE considerando 5 km de área de influência entre os anos 2000 e 2019. A estatística usada foi a função K de Ripley que é uma análise de segunda ordem reduzida. Foram encontrados 5658 focos de calor para o período estudado. Os focos de calor tiveram padrões agregados até a distância “s” aproximada de 3000 metros e, a partir desse ponto a hipótese nula foi aceita para Completa Aleatoriedade Espacial - CAE. Ambientes heterogêneos tendem a apresentar níveis mais elevados de agregação que podem estar ligados a disponibilidade de recursos, principalmente nutrientes e água no solo. A umidade presente no material combustível tem um impacto significativo na sua inflamabilidade e é um reflexo das condições climáticas e meteorológicas locais. O padrão agregado foi observado por outros autores em árvores com diâmetro menores. A influência da umidade nos materiais combustíveis é mais perceptível em combustíveis perigosos de pequenas dimensões. O fato de as árvores heterogêneas estarem ligadas ao padrão agregado inicial dos focos de calor sugere que há uma relação entre as características da vegetação e a ocorrência de incêndios florestais. A espessura do material combustível é um fator importante na propagação do fogo, e entender como o padrão espacial e as características da vegetação afetam a ocorrência dos incêndios florestais no parque pode ser útil para o manejo e conservação da área. Entender os padrões espaciais dos incêndios florestais é fundamental para a prevenção e controle dos incêndios florestais no PNCG.