SERAPILHEIRA NO PARÁ: MÉTODOS DE COLETA, VALORES DE REFERÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA NOS ÚLTIMOS 40 ANOS (1980-2019)
Resumo
A serapilheira desempenha funções imprescindíveis para a manutenção dos ecossistemas, por isso, seu estudo é indispensável. Entretanto, os trabalhos publicados têm apresentado variações consideráveis quanto à periodicidade de amostragem e métodos de coleta. Assim, objetivou-se quali-quantificar a produção científica e as instituições de origem das publicações sobre serapilheira no Pará nos últimos 40 anos (1980-2019). Constatou-se 34 artigos científicos, destes a maioria (38%) foi publicado no período de 2015-2019. Em 21,28% dos trabalhos houve parcerias com pesquisadores internacionais e 8,51%, interestaduais. 91,43% das publicações científicas foram oriundas de instituições públicas, com destaque para Universidade Federal Rural da Amazônia (27,66%). Na autoria, predominaram profissionais concomitantemente com estudantes de pós-graduação. Encontrou-se trabalhos em apenas 16 municípios, com destaque para Paragominas, Castanhal e Belém. A avaliação da deposição ocorreu em 82,35% dos estudos, o estoque foi representado por 17,65%. A deposição de serapilheira nos ecossistemas variou de 4,56 ± 1,71 Mg ha-1 ano-1 a 8,51 ± 1,76 Mg ha-1 ano-1 para ecossistemas de pastagem e de floresta aluvial. No estoque, devido à insuficiência de trabalhos, só foi possível definir o padrão para floresta secundária, com média de 6,33 ± 2,79 Mg ha-1. A concentração de nutrientes da deposição de serapilheira nos ecossistemas deteve a seguinte ordem de magnitude: N>Ca>K>Mg>P. Nesse contexto, observou-se a necessidade da intensificação de pesquisas sobre serapilheira em diferentes ecossistemas no estado do Pará, sobretudo nos 128 municípios com ausência de publicações.