CARACTERIZAÇÃO DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS PERTENCENTES À FAMÍLIA LAMIACEAE BASEADA EM DADOS BIBLIOGRÁFICOS
Resumo
Plantas alimentícias não convencionais (PANC) são todas as plantas que possuem uma ou mais partes comestíveis, mas que não estão incluídas habitualmente na dieta humana. Delimitam-se aqui as plantas nativas ou exóticas, silvestres ou cultivadas, que frequentemente têm seu potencial alimentício desconhecido, subutilizado ou explorado em áreas isoladas, como nas comunidades tradicionais. A família Lamiaceae é composta por cerca de 7200 espécies e 240 gêneros e é conhecida pela longa história de uso em especiarias culinárias e na medicina popular. No entanto algumas espécies de Lamiaceae não têm o seu potencial alimentício devidamente explorado. Afirmações científica que revelem as propriedades funcionais e o perfil nutricional de plantas alimentícias não convencionais despendem demasiada importância no estabelecimento e na difusão de novos gêneros alimentícios e na conservação ambiental e cultural de diversos povos. Assim, esse trabalho objetivou realizar um levantamento bibliográfico acerca de espécies da família Lamiaceae que possuem potencial na alimentação humana, no intuito de caracteriza-las química e biologicamente, destacando os seus potenciais nutritivos e terapêuticos. Foram levantados 193 manuscritos científicos dos quais foram selecionados 55, sendo 42 artigos científicos, 7 artigos de revisão, 2 dissertações de mestrado, 2 teses de doutorado e 2 trabalhos de conclusão de curso. Salvia hispanica foi a espécie mais citada quanto ao uso alimentício, seguida de Ocimum gratissimum, Perilla frutescens e Stachys byzantina. Em contraste, Tectona grandis apresentou apenas duas citações. Com relação às suas indicações alimentícias, as PANC estudadas destacaram-se como complemento alimentar, ou seja, como fontes de fibras, mineral e macromoléculas, e como alimento funcional. As espécies também se mostraram promissoras na indústria nutracêutica/alimentícia e na conservação de alimentos. Tais características confirmam o uso tradicional dessas espécies e ascendem a possibilidade de desenvolvimento de novos fitomedicamentos e suplementos alimentares, ao mesmo tempo que encorajam a inclusão dessas PANC na agricultura familiar e, consequentemente, na dieta da população.