É O ARBORETO DO JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO HOTSPOT URBANO PARA OS POLINIZADORES?

Autores

  • Alexandra Aparecida Gobatto agobatto@jbrj.gov.br
  • Lucas Soares Chagas lucasassembleia.presb@gmail.com
  • Raphael de Souza Pereira raphael_souza@live.com

Resumo

Estudos mostram que polinizadores que vivem nas florestas vizinhas usam os espaços verdes das cidades como locais de abrigo e / ou forrageamento, transformando os centros urbanos em importantes corredores ecológicos. O arboreto do Jardim Botânico do Rio de Janeiro é rico em espécies de plantas cultivadas em canteiros e estufas e se localiza próximo à Floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo. O objetivo do estudo foi realizar uma avaliação preliminar no sentido de apurar se o arboreto do JBRJ tem o potencial de atuar como refúgio para os polinizadores urbanos. Dessa forma, entre agosto de 2015 e agosto de 2016, selecionamos no banco de dados oficial do JBRJ (JABOT) representantes de 157 espécies vegetais distribuídas em 51 famílias. Por meio de caminhadas realizadas semanalmente registramos a fenologia de floração desses indivíduos, anotamos os principais recursos florais oferecidos e os atrativos. Através de buscas na literatura científica elencamos os principais polinizadores desses táxons. Os dados climatológicos foram obtidos no INMET. Os resultados mostraram que outubro foi o mês de percentual mais alto de espécies floridas, seguido dos meses de agosto e dezembro. 79,6% das espécies ofertaram pólen + néctar aos visitantes; 17,8% das espécies ofertaram exclusivamente pólen, 1,3% ofertaram pólen + óleo; 0,6% pólen + resina e 0,6% ofertaram néctar. A maioria das flores apresentou odor. As cores mais comuns registradas foram o amarelo, branco, rosa e o vermelho. O grupo de polinizadores predominante revelado nas buscas bibliográficas foi o das abelhas. À luz desses resultados assumimos que as espécies apresentaram recursos essenciais para atrair e atender diferentes grupos funcionais de polinizadores e, desta forma, qualificar o arboreto como refúgio urbano desses agentes.

Biografia do Autor

Alexandra Aparecida Gobatto

Pós-Doutora em Ecologia Aplicada a Educação; Doutora em Biologia Vegetal/Ecologia da Polinização. Centro de Responsabilidade Socioambiental do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). Cargo: Tecnologista Sênior. Email agobatto@jbrj.gov.br. Endereço: Rua Pacheco Leão, 915, Jardim Botânico. CEP 22.460-030, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Lucas Soares Chagas

Biólogo. Bolsista do programa Super Estágios no JBRJ. Email lucasassembleia.presb@gmail.com

Raphael de Souza Pereira

Biólogo. Bolsista no Herbário da Universidade Estadual Fluminense (UENF)

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Publicado

2021-06-11