Infecções de felídeos não-domésticos com vírus de carnívoros domésticos são relatadas em todo o mundo. O Morbillivirus canino (CDV) pode determinar diversas alterações clínicas e patológicas em cães domésticos e animais silvestres. Os felídeos selvagens são susceptíveis ao CDV e quando infectados podem desenvolver sinais clínicos neurológicos, respiratórios e gastrointestinais. A pressão da agricultura, indústria e urbanização fragmentou o habitat das onças pardas (Puma concolor) no Brasil tornando-a uma espécie ameaçada de extinção. Mesmo em ambientes adequados, estes felinos enfrentam uma variedade de ameaças, como a caça furtiva da própria espécie e de suas presas. Declínios nas populações de felinos selvagens causadas por doenças infecciosas foram relatados e as taxas de morbidade e mortalidade do CDV verificadas nos felídeos podem ser diversas. Baseando-se na ausência de dados sobre a ocorrência desta virose em onças pardas em Mato Grosso, este trabalho relata infecção natural pelo CDV em duas onças pardas no munícipio de Cuiabá diagnosticado por meio de RT-PCR e microscopia eletrônica. Os animais foram internados e apresentaram sinais clínicos de broncopneumonia aspirativa, que após tratamento estabelecido apresentaram melhora e cura clínica.
Biografia do Autor
Janine Cruvinel de Lima
Setor de Moléstias Infecciosas do Hospital Veterinário, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil Janine_Cruvinel@hotmail.com
Thais Oliveira Morgado
Setor de Clínica Médica de Animais Silvestres, UFMT, Cuiabá-MT, Brasil
Karen Ramos Ribeiro
Setor de Clínica Médica de Animais Silvestres, UFMT, Cuiabá-MT, Brasil
Carolina Fontana
Setor de Clínica Médica de Animais Silvestres, UFMT, Cuiabá-MT, Brasil
Stéfhano Cândido
Laboratório de Biologia Molecular, do Hospital Veterinário, Faculdade de Medicina Veterinária, UFMT, Cuiabá-MT, Brasil
Valeria Dutra
Laboratório de Biologia Molecular, do Hospital Veterinário, Faculdade de Medicina Veterinária, UFMT, Cuiabá-MT, Brasil
Luciano Nakazato
Laboratório de Biologia Molecular, do Hospital Veterinário, Faculdade de Medicina Veterinária, UFMT, Cuiabá-MT, Brasil
Márcia Catroxo
Laboratório de Microscopia Eletrônica, Instituto Biológico, São Paulo-SP, Brasil. catroxo@biologico.sp.gov.br
Daniel Moura de Aguiar
Laboratório de Virologia e Rickettsioses do Hospital Veterinário, Faculdade de Medicina Veterinária, UFMT, Cuiabá-MT, Brasil danmoura@ufmt.br
Jaqueline Camargo Borges
Laboratório de Patologia Clínica Veterinária, do Hospital Veterinário da UFMT, Cuiabá-MT, Brasil jaquelineborges13@hotmail.com