Emprego de maravalhas de Eucalyptus na produção de painéis: uma alternativa para aproveitamento dos resíduos oriundos da usinagem da madeira

Authors

  • Douglas Lamounier Faria douglas.lamounier@yahoo.com
    Universidade Federal de Lavras / Doutorando em Engenharia de Biomateriais https://orcid.org/0000-0002-5405-8430
  • Thamirys Andrade Lopes thamiryscpo@hotmail.com
    Universidade Federal de Viçosa (UFV) - Doutoranda em Ciências Florestais
  • Daiane Erika Lopes daianelopes899@gmail.com
    Universidade Federal de Lavras / Graduanda em Ciências Biológicas (Licenciatura)
  • Bruno Cassiano Lemos Araújo thaynara1996@hotmail.com
    Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras
  • Gustavo Mesquita de Castro gustavocastroufla@gmail.com
    Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras
  • Lourival Marin Mendes lourivall@ufla.br
    Universidade Federal de Lavras / Departamento de Ciências Florestais
  • José Benedito Guimarães Junior jose.guimaraes@ufla.br
    Universidade Federal de Lavras / Departamento de Engenharia

DOI:

10.34062/afs.v7i3.9895

Keywords:

Resistência mecânica, Estabilidade dimensional, Painéis de madeira reconstituída.

Abstract

O objetivo deste trabalho foi avaliar as propriedades físicas e mecânicas de chapas de madeira aglomerada utilizando partículas oriundas de maravalhas a três teores de adesivo fenol-formaldeído, 6, 9 e 12% (base massa seca). Os painéis foram produzidos com densidade nominal de 0,70 g.cm-3, ciclo de prensagem com temperatura de 160 °C, pressão de 3,92 MPa e tempo de 8 minutos. Foram avaliadas as propriedades de absorção de água (AA), inchamento em espessura (IE), ambas após 2 e 24 horas, densidade aparente, razão de compactação, tração perpendicular, módulo de elasticidade (MOE) e módulo de ruptura (MOR) na flexão estática e resistência ao arranchamento de parafuso. Os resultados dos testes indicaram que com o aumento do teor de adesivo de 6 para 12%, não houve diferença estatística significativa para os valores médios de densidade aparente e razão de compactação, sendo eles 0,624 g.cm-3 e 1,234, respectivamente, e diminui-se a AA e o IE após 2 e 24 horas. Houve um ganho de 49% para MOR e 40% para MOE. Para tração perpendicular, os maiores valores médios foram referentes ao painel com 12% de adesivo. Já para arrancamento de parafuso, os painéis não atenderam às normas vigentes.

Author Biographies

Douglas Lamounier Faria, Universidade Federal de Lavras / Doutorando em Engenharia de Biomateriais

Engenheiro Civil, Mestre em Engenharia de Biomateriais, atualmente Doutorando em Engenharia de Biomateriais - linha Compósitos e Nanocompósitos lignocelulósicos, Departamento de Ciências Florestais - Universidade Federal de Lavras.

Thamirys Andrade Lopes, Universidade Federal de Viçosa (UFV) - Doutoranda em Ciências Florestais

Universidade Federal de Viçosa (UFV) - Doutoranda em Ciências Florestais

Daiane Erika Lopes, Universidade Federal de Lavras / Graduanda em Ciências Biológicas (Licenciatura)

Universidade Federal de Lavras / Graduanda em Ciências Biológicas (Licenciatura)

Bruno Cassiano Lemos Araújo, Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras

Gustavo Mesquita de Castro, Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras

Graduando em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras

Lourival Marin Mendes, Universidade Federal de Lavras / Departamento de Ciências Florestais

Universidade Federal de Lavras / Departamento de Ciências Florestais

José Benedito Guimarães Junior, Universidade Federal de Lavras / Departamento de Engenharia

Universidade Federal de Lavras / Departamento de Engenharia

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Published

2020-11-03