Predição das variáveis do comportamento do fogo em Cerrado sensu stricto no sul do Tocantins

Authors

  • Jader Nunes Cachoeira jadernunes@uft.edu.br
    Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil. http://orcid.org/0000-0001-9150-5431
  • Allan Deyvid Pereira da Silva allantecnologoagroindustrial@hotmail.com
    Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná. http://orcid.org/0000-0003-4424-0463
  • Manoel Ribeiro Souza Júnior manoeljr87@hotmail.com
    Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo, UFT, Gurupi, TO, Brasil.
  • Antonio Carlos Batista batistaufpr@gmail.com
    Laboratório de Incêndios Florestais Departamento de Ciências Florestais - Universidade Federal do Paraná http://orcid.org/0000-0001-5929-3838
  • Marcos Vinicius Giongo Alves giongo@uft.edu.br
    Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo, UFT, Gurupi, TO, Brasil http://orcid.org/0000-0003-1613-6167
  • Eduardo Ganassoli Neto eduardo.florestal@uft.edu.br
    Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal, UFPR, Curitiba, PR, Brasil.
  • Daneila Biondi Batista danielabiondibatista@gmail.com
    Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Florestais. http://orcid.org/0000-0003-0532-7363

DOI:

10.34062/afs.v7i2.6854

Keywords:

Queima controlada, Modelagem, Material combustível

Abstract

O uso de modelos matemáticos para prever o comportamento do fogo e a carga de material combustível constitui importante ferramenta no manejo dos incêndios. O objetivo deste trabalho foi estimar a carga de material combustível e os parâmetros do comportamento do fogo mediante equações matemáticas, em área submetida a queimas controladas. As queimas controladas ocorreram em duas parcelas de 10 x 140 m cada. Para a caracterização do material combustível realizou-se amostragem destrutiva em 14 pontos por parcela de 1 m2, classificado em vivo e morto por classe diamétrica. Durante as queimas controladas foram obtidas as variáveis do comportamento do fogo e as condições meteorológicas foram monitoradas. As equações matemáticas foram obtidas por meio de regressão linear múltipla utilizando-se o procedimento stepwise. A espessura média da manta orgânica foi significativa para estimar a carga de material combustível morto por área, sendo que o R²aj foi superior a 0,5 e o maior Syx% de 17,75%. Os valores obtidos na amostragem permitiram o desenvolvimento de uma equação válida para estimar a altura das chamas apenas na área II. As equações para estimar a propagação do fogo nas áreas I, II e as duas conjuntamente obtiveram R²aj de 0,54, 0,66 e 0,72, respectivamente, e o Syx% de 18,07, 15,30 e 20,62%. As variáveis do comportamento do fogo obtiveram maiores influências da umidade relativa do ar e da temperatura , o que viabilizou o desenvolvimento de equações matemáticas para estimativas do comportamento do fogo.

Author Biographies

Jader Nunes Cachoeira, Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil.

Mestre em Ciências Florestais e Ambientais pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Doutorando na linha de pesquisa Conservação da Natureza na UFPR.

Allan Deyvid Pereira da Silva, Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná.

Possui graduação em Tecnologia Agroindustrial pela Universidade do Estado do Pará (2012) e Geografia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (2012). Tem experiência na área de processos agroindustriais. Possui pós-graduação lato senso em Controle de Qualidade de Alimentos. Possui mestrado acadêmico em Ciências Florestais e Ambientais pela Universidade Federal do Tocantins. Tem experiência na área de uso do fogo pelos povos indígenas do Tocantins. Cursando doutorado em Engenharia Florestal (linha de pesquisa: Conservação da Natureza), pela Universidade Federal do Paraná.

Manoel Ribeiro Souza Júnior, Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo, UFT, Gurupi, TO, Brasil.

Bacharel em Engenharia Florestal formado pela Universidade Federal do Tocantins. Trabalhou com levantamento da entomofauna em cultivo de melancia no município de Gurupi-TO, no levantamento de plantas daninhas no cultivo de pinhão manso em Gurupi-TO, na avaliação da flutuação populacional de ácaros pragas e ácaros predadores na cultura do pinhão manso no Estado do Tocantins, também com analise de solos na determinação do carbono orgânico em hortaliças cultivadas com adubação orgânica.Colaborou para o grupo de pesquisa do programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais, trabalhando com a identificação e delimitação de cicatrizes de queimadas no Estado do Tocantins por imagens de satélites, utilizando Sistemas de Informações Geográficas (SIGs).

Antonio Carlos Batista, Laboratório de Incêndios Florestais Departamento de Ciências Florestais - Universidade Federal do Paraná

Possui graduação (1979), mestrado (1984) e doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (1995). Atualmente é professor titular da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Proteção Florestal e Meteorologia e Climatologia florestal, atuando principalmente nos seguintes temas: prevenção e combate a incêndios florestais, comportamento do fogo, efeitos do fogo, queimas controladas, microclima, clima urbano e interface urbano-rural (WUI). É professor orientador do programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais e Ambientais da Universidade Federal de Tocantins. É um dos líderes do grupo de Pesquisa Ecologia, Controle e uso do fogo do CNPq. Foi consultor internacional da FAO e da agência GIZ para projetos sobre Controle de Incêndios Florestais em Cuba (FAO, 2000) Guatemala (FAO, 2004), e Moçambique (GIZ, 2006). Publicou mais de 100 artigos científicos em periódicos nacionais e internacionais, 200 trabalhos em congressos nacionais e internacionais. É co-autor de 8 livros e 12 capítulos de livros. Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná no período de julho de 2011 a junho 2015. Desde abril de 2016 é editor chefe da Revista Floresta.

Marcos Vinicius Giongo Alves, Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo, UFT, Gurupi, TO, Brasil

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (2002) e mestrado em Engenharia Florestal (Manejo Florestal) pela Universidade Federal do Paraná (2006), doutorado em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Paraná (2010), doutorado em Ambiente e Território pela Università degli Studi del Molise (UNIMOL) - Itália. Atualmente é professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Coordenador do Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo (CeMAF). Tem experiência em projetos de pesquisas nacionais e internacionais nas áreas de inventário florestal, incêndios florestais, manejo florestal e sensoriamento remoto aplicada aos recursos naturais.

Eduardo Ganassoli Neto, Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal, UFPR, Curitiba, PR, Brasil.

Engenheiro Florestal pela Universidade Federal do Tocantins, atualmente mestrando em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná- UFPR. Presidente do Centro Acadêmico do curso de Engenharia Florestal - UFT nos períodos 2012-2013 e 2013-2014. Membro da Comissão Própria de Avaliação/CPA da Universidade Federal do Tocantins no período 2012-2014. Bolsista como estagiário não obrigatório do curso de Química modalidade EaD da UFT. Iniciação Cientifica na Universidade Federal do Tocantins na área de Propriedades Físicas do Solo. Experiencia e participação em projetos de Plano Operativo de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais no Estado do Tocantins. Estágio obrigatório na empresa PALMASOLA S/A MADEIRAS E AGRICULTURA. Atualmente integra Centro de Monitoramento Ambiental e Manejo do Fogo - CeMAF.

Daneila Biondi Batista, Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Ciências Florestais.

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal Rural de Pernambuco, mestrado e doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente é professora Titular da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência em ensino (graduação e pós-graduação), pesquisa e extensão na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase em Conservação da Natureza, atuando principalmente nos seguintes temas: Arborização Urbana / Floresta Urbana (Avaliação de Benefícios - microclima urbano e conforto térmico, manutenção, monitoramento e inventário florestal urbano), Paisagismo, Ecologia da Paisagem (Urbana e Rural), Planejamento e Avaliação da Paisagem para Atividades Turísticas e Conservação da Fauna e Flora, Cultivo e Manejo de Plantas Ornamentais e Educação Ambiental. É autora de 7 livros e 15 capítulos na área de atuação. É líder do grupo de pesquisa Ciências da Paisagem. Publicou mais de 180 artigos científicos em revistas especializadas e mais de 250 trabalhos em eventos nacionais e internacionais. Desde agosto de 2014 é editora chefe da Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e editora adjunta da Revista Floresta desde julho de 2016. Foi bolsista de Produtividade em Pesquisa 1B do CNPq no período de 2007 a 2017 e atualmente é bolsista de Produtividade em Pesquisa 1C do CNPq . Em 2017 recebeu o selo de excelência do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) apresentado no âmbito da Chamada INCT (MCTI/CNPq/CAPES/FAPs nº 16/2014), referente ao projeto Rede de Excelência em Florestas Urbanas - URBANFLOR. ORCID: http://orcid.org/0000-0003-0532-7363 ResearcherID: B-8446-201

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Published

2020-06-28