Evolução temporal do desmatamento na Bacia Do Rio Xingu entre 2008 a 2020
DOI:
10.34062/afs.v11i1.15658Resumo
As atividades antrópicas, como o desmatamento, alteram os padrões de cobertura do solo em bacias hidrográficas, afetando a segurança alimentar e sanitária da população. Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi elaborar uma análise quantitativa da evolução temporal do desmatamento na Bacia do Rio Xingu, entre os anos de 2008 e 2020. Para isso, a metodologia foi disposta nas seguintes etapas: i) elaboração do banco de dados (limites da Bacia do Rio Xingu, áreas desmatadas e uso e cobertura da terra); ii) pré-processamento dos dados; iii) análise da evolução temporal do desmatamento; e iv) análise quantitativa da alteração da cobertura do solo nas áreas desmatadas. Os resultados evidenciaram que o desmatamento não apresentou um comportamento padronizado, em função da grande proporção de áreas desmatadas em 2008 e da redução abrupta em 2012. Os desmatamentos de 2012, 2016 e 2020 resultaram em conversão de floresta nativa em pastagem maior do que a regeneração dessas áreas. Assim, conclui-se que 2008 foi o ano com maior taxa de desmatamento, em função da alta no preço da soja e que 2012 foi o ano com menores índices em razão das políticas ambientais aplicadas, evidenciando a relação entre as políticas ambientais e a sazonalidade dos preços das commodities com as taxas de desmatamento. Concluiu-se, que o principal destino das áreas desmatadas tem sido a pastagem para a pecuária e que uma solução viável para identificar e punir os infratores, bem como apoiar os pequenos produtores e recuperar áreas pelos desmatamentos é a regularização fundiária.