IMIGRAÇÃO, TRABALHO E LUTA NA AMAZÔNIA
Palavras-chave:
IMIGRAÇÃO, TRABALHO E AMAZÔNIAResumo
O momento atual é crucial para aprofundarmos o conhecimento sobre a Amazônia e refletirmos sobre o seu processo histórico através das muitas concepções teóricas à nossa disposição. Como pensá-la de outro modo em história? Fazendo isso, nós fazemos história. Entre outras questões, dos estudos culturais é possível dar o enfoque aos inúmeros povos, etnias e as identidades ali engendradas. É preciso também mencionar os estudos sociais e econômicos que abarcam a expansão das frentes pioneiras, os processos migratórios, as formas de exploração sob a égide e inserção do capitalismo predatório e rudimentar... O presente e o futuro requerem para a Amazônia estudos históricos do tempo presente, da história do clima, da história ambiental.Ai! Eis aqui o que foi escrito e proposto no dossiê: Povos e Cultura na região Amazônica, estabelecido, por nós, editoras de Outras Fronteiras, que emergiu com o objetivo primordial de reunir discussões sobre as populações amazônicas, centralizando-as nos debates e lançando-os – os inúmeros e diversificados povos nativos, escravizados e quilombolas – aos lugares de protagonismo. Assim, vemos e somos levados à face sombria dos processos de colonização e a trajetória de caboclos, posseiros e os diversos tipos de trabalhadores que se entranharam floresta a dentro e constituíram formas de vida próprias ligadas às condições locais, do mais remoto passado até os dias atuais. Repudiamos os mais variados tipos de dispositivos políticos e sociais, míticos e imaginários, tratamos aqui de discussões sobre os processos envolvendo suas vivências, culturas e crenças, transmigrações e movimentações, formas de colonização, avanços das frentes de expansão, resistências e lutas na longa duração da temporalidade histórica. No entanto, foi a Floresta que se mostrou central na maior parte dos artigos submetidos e analisados para a composição deste dossiê. A Floresta atingida pelas transformações socioeconômicas operadas pelas ações humanas e os sujeitos que, junto com ela, sofreram e sofrem processos de violência, de exploração, de esgotamento, de transmutações, de contínuos trânsitos e migrações, de lutas pela sobrevivência, lutas de resistência e re-existência.Referências
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