TEORIA MONETÁRIA MODERNA: CRÍTICAS E PERSPECTIVAS PARA O SEU FUTURO
DOI:
10.19093/res9816Resumo
A Teoria Monetária Moderna (TMM) é um conjunto de ideias que parece ter muito apoio ou, pelo menos, é capaz de gerar bastante debate, a julgar pela sua presença na internet. A TMM é um desdobramento do pós-keynesianismo. As políticas que derivam de suas principais teses sugerem que um Estado sábio e benevolente pode "imprimir" dinheiro, dentro de certos limites, para alcançar o pleno emprego e moderar a inflação. Os seus defensores apoiam o financiamento governamental "funcional" e defendem à tese de que o Estado é o Empregador em Última Instância (EUI). Isto posto, o presente artigo pretende fazer uma investigação crítica sobre os fundamentos teóricos e metodológicos a respeito desta “nova teoria monetária” e apresentar possíveis contribuições para solucionar seus principais problemas. O estudo indica que a metodologia da MMT tendo uma abordagem quantitativa muito limitada e não padronizada invalida as suas teses e prejudica a análise de suas propostas de forma disciplinada. O que prejudica qualquer discussão aprofundada na literatura e a sua inclusão no campo da ciência econômica de fronteira.
Referências
AHMED, S.; ZLATE, A. Capital flows to emerging market economies: A brave new world?
Journal of International Money and Finance, v. 48, p. 221-248, nov. 2014.
ALESINA, A.; PEROTTI, R. (1997). “Fiscal adjustments in OECD countries: composition and macroeconomic effects”. IMF Staff Papers, v. 44, n. 2, p. 210-248, jun. 1997.
BARRO, R.J.; GORDON, D.B. Rules, discretion, and reputation in a model of monetary policy. In: PERSSON, T.; TABELLINI, G. (Orgs.). Monetary and fiscal policy, Volume 1: credibility. Massachusetts: MIT Press, 1994.
BERTOLA, G.; DRAZEN, A. Trigger points and budget cuts: explaining the effects of fiscal austerity”. American Economic Review, v. 83, p. 11-26, mar. 1993.
BREEDON, F.; CHADHA, J. S.; WATERS, A. The financial market impact of UK quantitative easing. Oxford Review of Economic Policy, v. 28, n .4, p. 702–728, 2012.
CAGAN, P. The Monetary Dynamics of Hiperinflation. In: M. Friedman (org.). Studies in the Quantity Theory of Money. Chicago: The University of Chicago Press, 1956, p. 25-117.
CURDIA, V.; WOODFORD, M. Conventional and unconventional monetary policy. Federal Reserve Bank of St. Louis Review, p. 229-264, May 2010.
DAVIDSON, P. Money and The Real World. London: Macmillan, 1978.
DEQUECH, David. Is Money a Convention and/or a Creature of the State? The convention of acceptability, the state, contracts, and taxes. Journal of Post Keynesian Economics, v. 36, n. 2, p. 251-274, 2013.
EVANS, P. Do Budget Deficits Rise Nominal Interest Rates? Evidence from Six Industrial Countries. Journal of Monetary Economics, v. 20, p. 281-300, set. 1987.
FAWLEY, B. W.; NEELY, C. J. Four stories of quantitative easing. Federal Reserve Bank of St. Louis Review, v. 95, n. 1, p. 51-88, 2013.
FORSTATER, M.; MOSLER, W. The Natural Rate of Interest Is Zero. Journal of Economic Issues, v. 39, n. 2, 2005.
KNAPP, G. F. The State Theory of Money. London: MacMillan, 1924.
KRUGMAN, P. What’s Wrong With Functional Finance? (Wonkish). The New York Times, Nova York, 12 fev. 2019. Disponível: https://www.nytimes.com/2019/02/12/opinion/whats-wrong-with-functional-finance-wonkish.html. Acesso: 24 jan. 2020.
LARA RESENDE, A. André Lara Resende escreve sobre a crise da macroeconomia. Valor Econômico, 08 mar. 2019. Disponível: https://valor.globo.com/eu-e/coluna/andre-lara-resende-escreve-sobre-a-crise-da-macroeconomia.ghtml. Acesso: 12 jan. 2020.
LERNER, A. P. Functional finance and the federal debt. Social Research, v. 10, n. 1, 1943.
LUCAS, R. Expectations and the neutrality of money. Journal of economic theory v. 4, n. 2, p. 103-124, 1972.
LUCAS, R. Some International Evidence on Output-Inflation Tradeoffs. The American Economic Review, v. 63, n. 3, p. 326-334, 1973.
LUCAS, R. Understanding business cycles. Carnegie-Rochester Conference Series on Public Policy, v. 5, p. 7-29, 1977.
MISHKIN, F.S. Monetary Policy Strategy: Lessons from the Crisis. NBER Working Paper n. 16755, 2011.
PALLEY, T. What’s wrong with Modern Money Theory (MMT): a critical primer. FMM Working Paper, n. 44, p. 1-36, mar. 2019.
PLOSSER, C. Further Evidence on the Relation between Fiscal Police and the Term Strutucture. Journal of Monetary Economics, v. 20, p. 343-67, set. 1987.
SUTHERLAND, A. Fiscal crises and aggregate demand: can high public debt reverse the effects of fiscal policy?. Journal of Public Economics, v. 65, n. 2, ago. 1997.
TAYLOR, J. Remarks at a Panel on the Monetary Policy. In: Implications of the Global Crisis. International Journal of Central Banking Conference Hosted by the Bank of Japan, set. 2010.
VIEIRA FILHO, L. A. M. Financiamento do setor público e “crise fiscal” na recessão de 2015 e 2016: uma abordagem neocartalista. X Encontro Internacional da Associação Keynesiana, Brasília, 2017.
WRAY, L. R. Understanding Modern Money. Cheltenham: Edward Elgar, 1998.
WRAY, L. R. Trabalho e Moeda Hoje. Rio de Janeiro: Editora UFRJ / Contraponto Editora, 2003.
WRAY, L. R. Modern Money Theory: A Primer on Macroeconomics for Sovereign Monetary Systems. New York: Palgrave, 2012.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.