BARRAGENS DE MARIANA E BRUMADINHO E PREÇO DA AÇÃO DA VALE: UM ESTUDO DE EVENTO
DOI:
10.30781/repad.v7i1.14785Palavras-chave:
Barragens de Mariana e Brumadinho, Desastre socioeconômico e ambiental, Retornos da ação da mineradora, Estudo de eventoResumo
A Samarco subsidiária da Vale S.A. e de uma mineradora australiana mantinha em Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, barragens de rejeitos de mineração. O objetivo da barragem é impedir que os resíduos tóxicos não cheguem aos rios e córregos da região. A barragem de Mariana se rompeu em 5 de novembro de 2015 e a de Brumadinho em 25 de janeiro de 2019. Vidas se perderam, rios e córregos foram contaminados e lamas tóxicas se alastraram por quilômetros de terras. O Brasil assistiu a dois acidentes com barragens de rejeitos de mineração jamais vistos. Os rompimentos das barragens afetaram o preço das ações da Vale? Por meio da abordagem financeira conhecida por estudo de evento concluiu-se que o rompimento da barragem de Fundão, de Mariana, provocou uma queda acumulada pós-evento estatisticamente significante no preço da ação da mineradora. Já a ruptura da barragem do Córrego do Feijão, de Brumadinho, afetou o preço da ação da Vale somente no dia do acidente, sem repercussões no resto do pós-evento. Presume-se que os investidores da Vale rapidamente precificaram os danos causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho no valor da sua ação.
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