Invisibilidades: mulheres negras, tradução e tradutores

Autores

Palavras-chave:

Gênero. Mulheres negras. Tradutora. Tradução.

Resumo

Neste artigo, objetivamos demonstrar a afinidade existente entre mulheres negras, tradução e tradutores, partindo da hipótese de que estes sujeitos e a tradução convivem com enfrentamentos da condição de inferioridade e depreciação no âmbito social e literário. A reflexão a que nos propomos não perde de vista o fato de que a relação entre gênero e tradução está intrinsecamente ligada ao sujeito da linguagem, e que a linguagem assume significativa responsabilidade quando se trata de promoção da visibilidade tanto de mulheres negras quanto de tradutores. Por isto, discorremos também sobre a produção escrita de mulheres negras no Brasil e sobre o espaço ocupado por essas mulheres na área da tradução. Deste modo, pretendemos, ainda, contribuir para a visibilidade desses autores sociais e da própria tradução, enquanto uma atividade de recriação. Alicerçamos nossas discussões, principalmente, em pressupostos dos Estudos da Tradução, assim como dos Estudos Feministas da Tradução. Além disto, contamos com estatísticas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a fim de dar solidez aos nossos argumentos. Ao final consolidamos a discussão proposta ratificando nossa hipótese inicial por meio de dados e fatos apresentados ao longo deste texto.

Biografia do Autor

Andréa Moraes Costa, Universidade Federal de Rondônia

Possui graduação em Letras Português/Inglês pela Faculdade Franciscana/RS (1996), Mestrado em Linguística pela Universidade Federal de Rondônia/UNIR (2006) e Doutorado em Letras - Teoria da Literatura -, pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/UNESP (2016). É docente da Universidade Federal de Rondônia/UNIR, atuando no Departamento de Línguas Estrangeiras. Tem experiência na área de Língua Inglesa, Estudos da Tradução, Linguística Aplicada, Formação de Professores, Estágio Supervisionado e Pesquisa em Educação. Orientadora Projeto de Pesquisa no Programa Institucional de Iniciação Científica - PIBIC. Coordena o Programa de Extensão Livros que me Encantam na UNIR. É coordenadora do Projeto de Extensão Interfaces Literárias.Líder do Grupo de Estudos da Tradução da Amazônia - GETRA, credenciado pelo CNPq. É Docente do Programa de Mestrado Acadêmico em Letras, na Área de Estudos Literários (PPGMEL) da UNIR.

Gracielle Marques, Universidade Federal de Rondônia

Graduada em Letras - Habilitação Língua Portuguesa, Língua Espanhola e Respectivas Literaturas - pela Universidade Estadual Paulista FCL/Assis (2006). Mestre em Letras Literatura e Vida Social (2009) e Doutora em Letras Literatura e Vida Social (2016) ambas pela Universidade Estadual Paulista FCL/Assis. Atualmente é Professora Adjunta na Universidade Federal de Rondônia e ministra aulas de língua e literatura no curso de Letras Espanhol. É docente do Programa de Mestrado Acadêmico em Estudos Literários (PPGMEL) da UNIR.Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literatura Comparada (Brasileira e Hispânicas), atuando principalmente nos seguintes temas: literatura espanhola, literatura hispano-americana, romance histórico latino-americano contemporâneo. É membro do Grupo de Pesquisa Literatura Cultura: caminhos da alteridade (UNIR)

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Publicado

2020-09-22

Como Citar

COSTA, A. M.; MARQUES, G. Invisibilidades: mulheres negras, tradução e tradutores. Polifonia, [S. l.], v. 27, n. 46, 2020. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/9562. Acesso em: 22 jul. 2024.