Dualidade e sinestesia como resistência ao poder oficial: uma leitura da canção Trem das Cores
Palavras-chave:
Discurso contra-hegemônico, cronotopo, ditadura militar.Resumo
Neste trabalho, buscamos compreender os sentidos construídos na canção Trem das cores que integra o álbum de Caetano Veloso lançado em 1982. Para tanto, realizamos a leitura a partir do cotejamento entre textos desenvolvido a partir do paradigma indiciário de leitura. Tomamos o conceito de cronotopo formulado pelo Círculo de Bakhtin como uma valiosa categoria de estudo para conhecer como os acontecimentos são experimentados, como as relações sociais são vividas e como a relação com o mundo é estabelecida. A partir disso, observamos que o texto analisado mostra-se como um discurso contra-hegemônico que, produzido na esfera artística, contesta o poder oficial com suas formas repressivas de governar o Brasil durante a ditadura militar. Os principais recursos expressivos presentes na canção para realizar esse embate ideológico foram a dualidade e a sinestesia, os quais estão entrelaçados na estruturação de cronotopos referentes à constituição da trajetória de um sujeito consciente das lutas políticas de seu país, de sua posição social que nutre uma esperança na democracia como um novo modo de relações sociais e na sua capacidade de desfrutar de vivências cotidianas enquanto a vida vai transcorrendo.Downloads
Publicado
2020-04-02
Como Citar
DIAS, A. B. F.; PAZ, D. A. Dualidade e sinestesia como resistência ao poder oficial: uma leitura da canção Trem das Cores. Polifonia, [S. l.], v. 27, n. 45, p. 132–156, 2020. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/9320. Acesso em: 14 jan. 2025.
Edição
Seção
Dossiê