A religiosidade e a tríplice maternidade na narrativa fílmica Capitães da Areia (2011)

Autores

  • Clara Sampaio Fernandes clara.sam.fer@gmail.com
    Universidade do Estado do Rio de Janeiro
  • Maria Cristina Cardoso Ribas marycrisribas@gmail.com
    Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ FAPERJ

Palavras-chave:

Capitães da areia, intermidialidade, religiosidade.

Resumo

Neste estudo será feita a análise de dois momentos significativos do filme Capitães da Areia (2011), de Cecília Amado, verificando também o livro homônimo de Jorge Amado. Por tratarem-se de duas obras de arte, fílmica e literária, a teoria aqui disposta tem fundamento na área da Intermidialidade.

Ambas as cenas e sequências escolhidas, que abrem e fecham a película, se dão no mar, durante uma festa de Iemanjá, orixá feminino do candomblé, culto de matriz africana. Por tal fato, objetiva-se demonstrar a forte presença da religiosidade e de uma tríplice maternidade existente na obra fílmica em si e que envolvem seu processo de produção. Para tal, apresentar-se-ão recortes do filme e da obra, não apenas para demonstrar similitudes e diferenças, mas buscando investigar o processo de adaptação realizado e o que frutificara dele. Ao longo do trabalho, notar-se-á que a religião é algo que energiza, conduz e impulsiona a diretora e os Capitães da areia - através da figura de Iemanjá – além de alinhavar uma mesma figura materna: Iemanjá, Dora e Cecília.

Biografia do Autor

Clara Sampaio Fernandes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestranda em Estudos Literários, na área de Literatura Brasileira, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Pesquisadora das áreas de Literatura Brasileira, Intermidialidade e Cinema. Pós -Graduada em Figurino e Carnaval pela Universidade Veiga de Almeida (2012). Pós -Graduada em Arte e Cultura pela Universidade Candido Mendes (2011). Graduada em LETRAS - PORTUGUÊS / LITERATURA pelo Centro Universitário Augusto Motta (2008). Professora de Língua Portuguesa na Prefeitura do Rio de Janeiro desde 2012. Professora de Produção textual para concursos públicos em RP Aprova desde 2015.

Maria Cristina Cardoso Ribas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ FAPERJ

Possui graduação em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1982), mestrado em Literatura Brasileira pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1987) e doutorado em Letras (Ciência da Literatura/ Teoria Literária), pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997). Desde 2003 é professor adjunto do Departamento de Letras da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - FFP/UERJ -, em São Gonçalo, Instituição em que exerceu a função de chefe do departamento de Letras até abril de 2012; atuou como coordenadora da Pós lato sensu em Estudos Literários, de 2007 a 2010. Foi professora da PUC-Rio na área de Letras e, posteriormente, no Departamento de Comunicação Social, até junho 2011. A partir desta data, é procientista da UERJ/Faperj. Em março de 2012 assumiu a Coordenação da Extensão na Faculdade de Formação de Professores da UERJ. A partir de 2013, é professor associado da UERJ e integra o corpo docente da Pós Graduação stricto sensu do Instituto de Letras da UERJ, como docente do programa do Mestrado.Tem experiência nas áreas de Letras e Educação, com ênfase em Teoria da Literatura, Literatura Comparada, Literatura Brasileira, Língua Portuguesa e Ensino de Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: Teoria Literária, Machado de Assis, Leitura, Ensino, Intermidialidades e Interartes, Formação de Professores e Diversidades Culturais.

Referências

Bibliografia

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Filmografia

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CAPITÃES da areia. Direção: Cecília Amado. Produção: Bernardo Stroppiana e Cecília Amado. Bahia, 2011. 132min. Son, Color.

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Publicado

2018-12-27

Como Citar

FERNANDES, C. S.; CARDOSO RIBAS, M. C. A religiosidade e a tríplice maternidade na narrativa fílmica Capitães da Areia (2011). Polifonia, [S. l.], v. 25, n. 40.1, p. 143–159, 2018. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/6456. Acesso em: 3 dez. 2024.