A golpes de martelo: a poesia como imagem dialética

Autores

Palavras-chave:

imagem dialética, aura, poesia

Resumo

Nosso objetivo nesse artigo é estabelecer uma relação entre a imagem e a palavra poética a partir do conceito de imagem dialética, definido por pelo filósofo alemão Walter Benjamim (1892-1940) e redimensionado pelo francês Didi-Huberman (1953). Na obra de ambos, a imagem é vista não como “ilustração” ou “figura”, mas como “clarão”, em que o passado e o presente (o instante e a memória) se cruzam e deixam entrever o futuro. O conceito articula imagem e memória, resgatando, assim, o lugar do sujeito na percepção da imagem: ao lançar o olhar sobre a imagem somos, ao mesmo tempo, olhados por ela. Esse revide do olhar liga a imagem dialética a outro importante conceito benjaminiano, o de aura. A partir da leitura de Benjamim da poesia de Baudelaire, discutimos a dimensão aurática da poesia moderna e a pertinência de sua leitura como imagem dialética.

Biografia do Autor

Idmar Boaventura Moreira, Universidade do Estado da Bahia - UNEB

Professor de Literatura Brasileira da Universidade do Estado da Bahia - UNEB. Ênfasenas seguintes linhas de pesquisa: poesia brasileira moderna e contemporânea; literatura baiana; literatura e história.

Referências

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Publicado

2018-12-27

Como Citar

MOREIRA, I. B. A golpes de martelo: a poesia como imagem dialética. Polifonia, [S. l.], v. 25, n. 40.2, p. 270–281, 2018. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/6411. Acesso em: 19 abr. 2024.

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