(Re)criando mundos: imagem técnica e realidade em Matrix e Time Out of Joint
Palavras-chave:
imagem técnica, cinema, literaturaResumo
Neste artigo, será feita uma investigação sobre as maneiras pelas quais questões sobre imagem técnica são tematizadas em diferentes produções artísticas, usando como corpus de análise o filme Matrix, de Lana e Lilly Wachowski, e o romance Time Out of Joint de Philip K. Dick. A partir da análise das duas obras, pretendemos discutir o crescente papel das imagens técnicas (aquelas produzidas por meio de processos químicos, elétricos e/ou eletrônicos) na configuração de noções de realidade, fazendo com que aspectos do simulacro e do hiper-real se infiltrem na percepção intersubjetiva que o indivíduo tem do mundo. Considerando a fortuna crítica sobre o assunto e do estudo do filme e do romance supracitados, indicaremos como a profusão de imagens técnicas, em especial na contemporaneidade, inaugura uma tensão entre o próprio conceito de representação e o real, problematizando questões de referência e cópia. Além disso, por meio da análise de Matrix e Time Out of Joint, veremos como obras de diferentes meios (nesse caso, o cinematográfico e o literário) tematizam esses discursos, abrindo perspectivas de entendimento para o papel e a influência da imagem técnica no terreno das artes e da cultura de massa.
Referências
BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e Simulação. Lisboa: Antropos, 1991.
___________________. Tela total: mito-ironias da era do virtual e da imagem. Porto Alegre: Sulina, 2005.
___________________. The perfect crime. London: Verso, 2008.
DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.
DICK, Philip K. Time Out of Joint. New York: Vintage, 2002.
ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1979.
_____________. Viagem na Irrealidade Cotidiana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
FLUSSER, Vilém. O mundo codificado: por uma filosofia do design e da comunicação. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
_______________. O universo das imagens técnicas: elogio da superficialidade. São Paulo: Annablume, 2008.
_______________. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Annablume, 2011.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
JAMESON, Fredric. Pós-Modernismo: A Lógica Cultural do Capitalismo Tardio. São Paulo: Ática, 2002.
JOLY, Martine. Introdução à análise da imagem. Campinas: Papirus, 1996.
LIPOVETSKY, Gilles & SERROY, Jean. A tela global: mídias culturais e cinema na era hipermoderna. Porto Alegre: Sulina, 2009.
PLAZA, J. As imagens de terceira geração, tecno-poéticas. In: PARENTE, André (org.). Imagem Máquina. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
PLATÃO. A República. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
PROBST, Christopher. "Welcome to the Machine", American Cinematographer (Abril de 1999), pp.32-36.
ROBERTS, Adam. Science Fiction. New York: Routledge, 2000.
SHAKESPEARE, William. Hamlet. London: Penguin Books, 1994.