O afeto e o pensamento no cinema: o realismo reflexivo em Caché, de Michael Haneke

Autores

  • Marilia Xavier de Lima mariliaxlima@gmail.com
    Universidade Federal de Juiz de Fora
  • Nilson Assunção Alvarenga nilsonaa@terra.com.br

Palavras-chave:

Cinema, afeto, pensamento.

Resumo

Propomos aqui um estudo sobre a experiência espectatorial envolvida no realismo cinematográfico contemporâneo através da análise fílmica de Caché, de Michael Haneke. Pretendemos compreender um tipo específico de realismo, que chamamos de reflexivo. Veremos que o espectador sempre retorna na imagem para repensar elementos do filme, isso por causa da experiência afetiva envolvida no processo perceptivo. Nesse caminho, buscando uma articulação entre a noção de afeto e pensamento na espectatorialidade do filme, tal maneira de entender o realismo será analisada a partir da noção de imagem-tempo do filósofo Gilles Deleuze em seus estudos sobre cinema


 

Biografia do Autor

Marilia Xavier de Lima, Universidade Federal de Juiz de Fora

É mestre em Comunicação pela UFJF. Graduada em Comunicação pela mesma instituição. Atualmente é professora substituta no Instutito de Artes e Design da UFJF, no departamento de cinema. Dirigiu o curta Minas Hotel, 2015 e co-dirigiu o curta Quase que só há estrelas, 2012. Foi curadora da Mostra François Ozon (2016, Caixa Belas Artes de São Paulo).

Nilson Assunção Alvarenga

É Doutor em Filosofia pela Puc Rio, professor adjunto na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Referências

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Publicado

2017-07-12

Como Citar

XAVIER DE LIMA, M.; ASSUNÇÃO ALVARENGA, N. O afeto e o pensamento no cinema: o realismo reflexivo em Caché, de Michael Haneke. Polifonia, [S. l.], v. 23, n. 34, p. 197–216, 2017. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/4038. Acesso em: 26 abr. 2024.