Um equívoco da/pela história
o trabalho da memória discursiva em uma paráfrase visual do uniforme de prisioneiros dos campos de concentração
DOI:
https://doi.org/10.59917/15aq7521
Palavras-chave:
análise de discurso, paráfrase visual, holocaustoResumo
Neste artigo, pautados na Análise de Discurso materialista de vertente pecheuxtiana, tomamos como objeto de estudos um conjunto listrado posto à venda no comércio varejista brasileiro em 2023. A escolha por esse material de análise se deu após uma incômoda associação, nas redes sociais, da referida peça de roupa aos uniformes dos prisioneiros dos campos de concentração. Diante disso, objetivamos compreender como o conjunto listrado produziu sentidos de modo a possibilitar tal referência. Para empreender esse gesto analítico, mobilizamos o dispositivo teórico desenvolvido por Pêcheux e, mais especificamente, os conceitos de formações discursivas, esquecimento, memória discursiva, paráfrase e polissemia. Como resultado, destacamos que o conjunto listrado pode ser considerado, discursivamente, uma paráfrase visual dos uniformes dos campos nazistas, colocando em funcionamento, em meio ao trabalho do equívoco, uma tensão entre um processo de (re)conhecimento e (des)conhecimento do Holocausto (e portanto da História) e do próprio consumidor.
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