MITOS, IMAGENS E SÍMBOLOS EM QUEM MUITO OLHA A LUA FICA LOUCO, DE ACLYSE DE MATTOS
Resumo
Neste estudo investigamos, pelo método da mitocrítica de Gilbert Durand, a presença de mitos latentes em poemas do livro Quem muito olha a lua fica louco, do mato-grossense Aclyse de Mattos. Ao identificarmos as imagens do céu, da lua, das águas e da pesca como obsedantes ou repetitivas na construção da obra, tentamos descobrir que mitos embasam essas construções, que relações são estabelecidas com o gesto de olhar do eu lírico dos poemas e como esse olhar é dirigido ao feminino e ao masculino, uma vez que as imagens constelam em torno desses dois princípios. Sob a ótica da antropologia do imaginário, o olhar é descrito predominantemente como gesto diurno, que necessita de matérias luminosas, alinhavado com o princípio masculino. Na obra de Aclyse, entretanto, descobrimos, do título ao final do livro, que há um movimento, na percepção do eu lírico, em direção a uma visão contra ideológica e sensível sobre o feminino e sobre o gesto de olhar.
PALAVRAS-CHAVE: mitocrítica, Aclyse de Mattos, poesia, feminino e masculino.