O ENTRE DAS IMAGENS E A GAGUEIRA NA LINGUAGEM DOS ENSAIOS FÍLMICOS DE GODARD
Palavras-chave:
Estética, Filme-ensaio, Jean-Luc Godard.Resumo
Ao relacionarmos as áreas do cinema, da literatura e da filosofia buscamos analisar as relações de proximidade entre os gêneros do ensaio literário e do filme-ensaio na cinevideografia de Jean-Luc Godard. Justificamos a importância deste trabalho por nele tratarmos de um gênero recente nas discussões sobre a arte cinematográfica. No decorrer da pesquisa, identificamos que uma filosofia filmada está ligada à ideia de conceitos-imagem; que a literatura e a filosofia estão ligadas entre si pela busca da expressão da ausência do real; e que o cinema e a literatura se bifurcam nas relações entre o verbal e o visual através do legado literário do ensaio na forma cinevideográfica do filme-ensaio, um tipo de gênero aberto, híbrido e indefinível, cuja relevância filosófico-política reside na possibilidade de abarcar o novo. Nesse enxame de relações, ao tentar devolver às imagens sua forma plena de apresentação, Godard caminha no sentido de promover o estatuto da imagem fílmica enquanto uma forma própria de pensamento, apresentando uma escrita com imagens livres, múltiplas, fragmentárias, esboçadas em seu método de gaguejar na linguagem feito um estrangeiro em sua própria língua. Assim como o escritor ensaísta opera com recortes múltiplos da realidade, Godard opera com fragmentos de materiais diversos, como trechos de outros filmes, imagens eletrônicas, de arquivo de vídeo, de áudio, colagens de frases, fotografias, pinturas, e tudo isso visto num emaranhado de imagens e sons dentro de breves minutos diante da tela.
Referências
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