Narrativas errantes do exílio feminino
Palavras-chave:
Literatura moderna, Exílio feminino, IdentidadeResumo
A literatura moderna é em grande parte obra de exilados. Entretanto, a literatura do exílio dessa tradição modernista é essencialmente masculina, e inclui a ambição cultural de poetas modernistas canônicos que contribuíram para alimentar a ideia da grande narrativa da nação. A literatura do exílio de Jean Rhys, escritora dominicana, contemporânea dos principais ícones do modernismo inglês, passa ao largo da ambição cultural de modernistas canônicos. Neste artigo, situaremos o modernismo da escritora e abordaremos suas narrativas ficcionais como narrativas errantes, histórias marginais da experiência vivida de mulheres estrangeiras, de origem colonial, que vivem nas margens das cidades modernas. Teremos como objeto principal de estudo o romance Bom dia, Meia-noite, com o intuito de examinar a relação entre exílio, errância, identidade e pertencimento nos romances do período entreguerras. Nesses textos, as questões em torno da constituição de identidades por raça, gênero, classe e nação assumem formas urgentes e contestatórias, enquanto a errância das personagens assume a forma de uma busca, em vão, por um lugar de pertencimento nas metrópoles européias. Concluímos que o espaço de significação suplementar aberto por essas narrativas ficcionais revelam a produtividade do caráter multifacetado e complexo do exílio feminino, capaz de trazer o foco para outras dimensões políticas, éticas, morais, que são em muitos aspectos distintas daquelas exploradas pela perspectiva do migrante masculino da tradição modernista.Publicado
2020-10-05
Como Citar
DE FREITAS, V. R. Narrativas errantes do exílio feminino. Polifonia, [S. l.], v. 27, n. 47, 2020. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/10742. Acesso em: 21 nov. 2024.
Edição
Seção
Dossiê