Narrativas errantes do exílio feminino

Autores

  • Viviane Ramos de Freitas viviane.defreitas@ufrb.edu.br
    Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Palavras-chave:

Literatura moderna, Exílio feminino, Identidade

Resumo

A literatura moderna é em grande parte obra de exilados. Entretanto, a literatura do exílio dessa tradição modernista é essencialmente masculina, e inclui a ambição cultural de poetas modernistas canônicos que contribuíram para alimentar a ideia da grande narrativa da nação. A literatura do exílio de Jean Rhys, escritora dominicana, contemporânea dos principais ícones do modernismo inglês, passa ao largo da ambição cultural de modernistas canônicos. Neste artigo, situaremos o modernismo da escritora e abordaremos suas narrativas ficcionais como narrativas errantes, histórias marginais da experiência vivida de mulheres estrangeiras, de origem colonial, que vivem nas margens das cidades modernas. Teremos como objeto principal de estudo o romance Bom dia, Meia-noite, com o intuito de examinar a relação entre exílio, errância, identidade e pertencimento nos romances do período entreguerras. Nesses textos, as questões em torno da constituição de identidades por raça, gênero, classe e nação assumem formas urgentes e contestatórias, enquanto a errância das personagens assume a forma de uma busca, em vão, por um lugar de pertencimento nas metrópoles européias. Concluímos que o espaço de significação suplementar aberto por essas narrativas ficcionais revelam a produtividade do caráter multifacetado e complexo do exílio feminino, capaz de trazer o foco para outras dimensões políticas, éticas, morais, que são em muitos aspectos distintas daquelas exploradas pela perspectiva do migrante masculino da tradição modernista.

Biografia do Autor

Viviane Ramos de Freitas, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Professora adjunta de Língua Inglesa e Literatura do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Doutora em Literatura e Cultura (UFBA) e Mestre em Cultura e Literatura Modernas (UCL- Inglaterra).

Publicado

2020-10-05

Como Citar

DE FREITAS, V. R. Narrativas errantes do exílio feminino. Polifonia, [S. l.], v. 27, n. 47, 2020. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/10742. Acesso em: 26 abr. 2024.