Análise do cronotopo bakhtiniano na obra A Invenção do Morel, de Bioy Casares
Palavras-chave:
A Invenção de Morel, cronotopo, modernidadeResumo
No presente artigo analisamos a obra A invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares, pela perspectiva do conceito de cronotopo, desenvolvido por Bakhtin, sobre a relação espaço/tempo na literatura. O objetivo é responder como o cronotopo é apresentado na obra de Casares, através das escolhas e percursos trilhados pelo personagem Fugitivo. Elegemos, para nossa análise, as tipologias do “cronotopo de encontro” e do “cronotopo de metamorfose”, categorias explicitadas nos estudos backhtinianos. Percebemos, ao final, que o cronotopo se realiza no texto por uma supressão do tempo/espaço, ou seja, os personagens escolhem viver sob uma eterna repetição do tempo, sem poder modificar, ou mesmo acompanhar as mudanças à sua volta. Entendemos ser possível identificar que o Fugitivo expressa o homem moderno em sua face mais frágil e contraditória, com medo do progresso do mundo e das mudanças que não pode controlar. Entrega-se, por fim, a uma engenhosidade que o faça abdicar do seu protagonismo, como sujeito de sua própria História, deslocando-se para fora do espaço/tempo real.
Referências
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