Estudos etnobotânicos do estado de Goiás

Autores

DOI:

https://doi.org/10.59621/flovet.2025.v3.n14.e2025013


Palavras-chave:

Comunidades tradicionais, Conhecimento Popular, Fabaceae, Plantas medicinais, Cerrado

Resumo

O Cerrado tem elevado potencial etnobotânico. Os trabalhos de revisão bibliográfica sobre plantas medicinais são importantes para apresentar o atual conhecimento desse tema, uma vez que os estudos publicados sobre o bioma ainda são escassos. O objetivo dessa revisão bibliográfica foi analisar algumas publicações sobre o uso de plantas medicinais nativas do bioma Cerrado. Foi realizada uma pesquisa de literatura ordenada baseada em artigos científicos sobre etnobotânica no domínio do Cerrado disponíveis no Google Acadêmico, Web of Science e PubMed, publicados entre 2014 e 2024. Foram compilados 19 artigos. Foram catalogadas 180 taxa nativos do Cerrado distribuídos em 140 gêneros e 67 famílias, dos quais três são samambaias, com destaque para Fabaceae, Asteraceae, Bignoniaceae, Euphorbiaceae, Malvaceae, Rubiaceae, Malpighiaceae, Anacardiaceae, Apocynaceae e Myrtaceae, famílias de maior riqueza em espécies. Esse estudo assinala o grande potencial medicinal, ademais a necessidade de mais pesquisas etnobotânicas para o Cerrado do estado de Goiás.

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Biografia do Autor

  • José Ferreira LOPES NETO, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Sudoeste, Sede Quirinópolis

    Mestrando em Ambiente e Sociedade pela UEG Campus Sudoeste, possui graduação em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás (2006), graduação em Pedagogia pela Faculdade Albert Einstein (2016) e graduação em Letras pela Universidade Estadual de Goiás (2011). Atualmente é professor da Escola Municipal Adélia do Nascimento Januário, professor da Escola Municipal Agmar Fernandes Balieiro e docente no curso de Pedagogia na FATEC /IETEC- Centro Tecnológico de Cursos de Goiás. Atua principalmente nos seguintes temas: vidas secas. Graciliano Ramos, homem-sociedade., educação. alfabetização. letramento. ambiente sociedade, plantas medicinais e tradições e sociolinguistica.

  • Yasmin Tavares Hirdes, Araticum – articulação pela restauração do Cerrado

    Atuo em temáticas relacionadas ao acesso ao patrimônio genético e conhecimento tradicional associado, repartição de benefícios e bioeconomia. Busco contribuir profissionalmente com o incentivo à conservação da diversidade biológica brasileira e a promoção da sociobiodiversidade. Cientista ambiental pela Universidade Federal de Goiás e mestre em Recursos Naturais do Cerrado.

  • Carlos do Melo e Silva Neto, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Sul, Sede Morrinhos

    Atuo em botânica, floresta, vegetação e agroecossistemas. Atualmente procuro responder questões relacionadas ao Cerrado, em especial, que contribuam com sua conservação e produção sustentável. Sou biólogo, mestre em biodiversidade vegetal, doutorado e pós-doutorado em agronomia.

  • GUSTAVO DA SILVA Soares, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Sudoeste, Sede Quirinópolis

    Possui graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura) e Pós-graduação (Lato Sensu) em Cultura, Diversidade e Meio Ambiente pela Universidade Estadual de Goiás.

  • André Luiz Caes, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Sul, Sede Morrinhos

    Possui doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2002). Atualmente é professor da Universidade Estadual de Goiás, trabalhando na Graduação em História no Câmpus Morrinhos, e também nos Programas de Mestrado em História e em Ambiente e Sociedade (Interdisciplinar - Ciências Ambientais) do mesmo Câmpus. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Antiga e Medieval, História do Brasil, História das Religiões, sobre a relação entre as tradições culturais do Oriente e do Ocidente e sobre os processos de interação entre a cultura e as questões ambientais. Atua principalmente nos seguintes temas: igreja católica, identidade religiosa, doutrina, relações entre religião e sociedade, relações entre as religiosidades ocidental e oriental, relação entre as tradições culturais/religiosas com os movimentos de preservação do ambiente natural.

  • Isa Lucia de Morais, Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Sudoeste, Sede Quirinópolis

    Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia (2000), mestrado em Ecologia e Conservação de Recursos Naturais pela Universidade Federal de Uberlândia - UFU - (2003), doutorado em Ciências Ambientais pela Universidade Federal de Goiás e pós-doutorado pela UFU. Docente do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Sudoeste, Sede Quirinópolis, do Mestrado em Ambiente e Sociedade, Câmpus Sudoeste, Sede Quirinópolis. Tem experiência em pesquisas sobre a diversidade vegetal do Cerrado, etnobotânica e Educação Ambiental. É membro da Sociedade Brasileira de Botânica. É fundadora e curadora do Herbário José Ângelo Rizzo da UEG, Câmpus Sudoeste, Sede Quirinópolis. Foi vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ambiente e Sociedade (PPGAS), Câmpus Sudoeste, Sede Quirinópolis de 2022 a 2023. Atualmente é coordenadora do PPGAS-UEG, iniciando em 2024. É Editora de Assuntos da Nordic Journal of Botany. Membro do Conselho Universitário da UEG desde 2023. Membro titular do Comitê Executivo de Defesa Sanitária Vegetal do Estado de Goiás CEDSVGO; do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Quirinópolis desde 2023. É mãe da Alana e da Athena.

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Publicado

2025-06-08

Edição

Seção

Artigos - Etnobotânica

Como Citar

Estudos etnobotânicos do estado de Goiás. FLOVET - Boletim do Grupo de Pesquisa da Flora, Vegetação e Etnobotânica, [S. l.], v. 3, n. 14, p. e2025013, 2025. DOI: 10.59621/flovet.2025.v3.n14.e2025013. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/flovet/article/view/19755. Acesso em: 16 jul. 2025.