A VIDA POR UM FIO: NARRATIVAS E SIGNIFICAÇÕES DE CRIANÇAS EM TRATAMENTO ONCOLÓGICO
Palabras clave:
Narrativas Infantis, Desenvolvimento Infantil, Vida e Morte.Resumen
O presente artigo apresenta resultados das intervenções do subprojeto “A vida por um fio”, desenvolvido no interior do Estágio Básico I: Contextos socioeducativos. O mesmo está vinculado ao projeto de extensão “Rede de Apoio à Infância: Interface com a Psicologia e a Pedagogia”. Tal projeto busca privilegiar a ludicidade e a narrativa enquanto ferramentas psicológicas que podem auxiliar os processos de desenvolvimento e aprendizagem infantil. O objetivo do subprojeto foi o de investigar o sentido da vida e da morte para crianças em tratamento oncológico, levando em consideração a dificuldade dos pais e funcionários de abordar a morte no diálogo com as crianças. O referencial teórico adotado foi a Teoria Histórico Cultural (VIGOTSKI, 2010) em diálogo com a Sociologia da Infância (SARMENTO, 2007; SAYÃO, 2002; CORSARO,2005). Metodologicamente, o estágio foi dividido em dois momentos: observação participante e intervenção. A intervenção privilegiou a narrativa, sendo esta, um dos mecanismos que auxilia o indivíduo no processo de significação da realidade, por meio da qual é possível interpretar a dinâmica social e subjetiva. As narrativas foram produzidas por meio da fala e do ato, do movimento, do desenhar com o fio, utilizando como base uma folha de papel cartão cortada em formato retangular, e um fio de barbante. A abordagem com cada criança ocorreu de forma individual, as entrevistas realizadas foram gravadas e transcritas. As narrativas evidenciaram a posição ativa da criança nas atribuições de sentidos e significados às experiências vivenciadas, a partir de suas crenças religiosas. Todas as narrativas foram consideradas na elaboração de uma narrativa coletiva intitulada: A vida por um fio. Destaca-se os impactos positivos do subprojeto na formação dos acadêmicos de Psicologia.
Citas
ANDRADE, D.B.S.F. Rede de apoio à Educação Infantil: interfaces com a Psicologia e Pedagogia. Projeto de extensão, 2016.
AQUINO, A. M. D.; De CONTI, L.; & PEDROSA, A. Construções de signifcados acerca do adoecimento e morte nas narrativas de crianças com câncer. Psicologia: reflexão e crítica. Porto Alegre, 2014.
CORSARO, W. A. Entrada no campo, aceitação e natureza da participação nos estudos etnográfcos com crianças pequenas. Educação e sociedade, 2005.
De ARAÚJO, P. V. R.; & VIEIRA, M. J. A questão da morte e do morrer. Revista Brasileira de Enfermagem, 2004.
FREIRE, D. B. S. A.; NIENOW, N. S. Ser visível: sobre o estatuto social das crianças nos contextos de ensino e de pesquisa, 2015.
PINTO, M. A infância como construção social. As crianças: contextos e identidades, 1997.
SARMENTO, M. J. Visibilidade social e estudo da infância. Infância, 2007.
SAYÃO, D. T. Crianças: substantivo plural. Zero-a-Seis, 2002.
VIGOTSKI, L. S. (2010). Quarta aula: a questão do meio na pedologia. Psicologia USP, 2010.