ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE MATO GROSSO
Palavras-chave:
Núcleo de Execuções Penais, Apenados, Familiares, Tripé Acadêmico.Resumo
Este artigo resulta de pesquisa realizada no Núcleo de Execu-ções Penais (NEP) da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso, no
ano de 2015, e visa a contribuir com algumas reflexões sobre a realidade
vivida pelos familiares de pessoas apenadas e a elas dar visibilidade. A
pesquisa teve por objetivo investigar a percepção do familiar sobre a
pena imposta àquele que cometeu o delito e o modo como o encarceramento de um parente repercute em sua vida. Foram feitas entrevistas
semi-estruturadas com 47 familiares. A coleta e análise de dados possui
delineamento qualitativo de caráter exploratório-descritivo. Os resultados foram pensados, principalmente, a partir da psicanálise. Por meio da
pesquisa, foi possível perceber as alterações que o encarceramento de
um membro da família traz na vida dos familiares. A pesquisa fez parte
do projeto de extensão universitária do curso de Psicologia da Universidade Federal de Mato Grosso, câmpus de Cuiabá, e permitiu a experimentação do tripé acadêmico: ensino, pesquisa e extensão. Ao cumprir
com aquilo que a extensão prevê, ou seja, articular universidade e sociedade, cada um de nós foi convocado a questionar o campo no qual
estamos inseridos e assim, um dos principais ensinamentos/aprendizados decorrente desse trabalho foi sobre os profssionais que podemos – e
queremos – ser.
Referências
ALMEIDA, Marília Marra. O torto e o direito: desafos do trabalho interdisciplinar na defensoria pública. Revista da Defensoria Pública, 5(1), p.
-79, 2012. Disponível em: <https://www.defensoria.sp.def.br/dpesp/repositorio/20/6artigo.revista2012.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2017.
BLUM, Vera Lúcia et al. O Método Malacarne de Abstração Primária (MMAP) como alternativa para o trabalho de transcrição de entrevistas.
In: V Semana de Psicologia, Cuiabá: Departamento de Psicologia da UFMT, 2016.
BUORO, Andréa Bueno. A cabeça fraca: familiares de presos frente aos dilemas da percepção dos direitos humanos. Revista USP, v. 37, p. 70-81,
Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/27035/28809>. Acesso em: 11 mar. 2017.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo, SP: Atlas, 2008.
______. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo, SP: Atlas, 2009.
GONZAGA, Vanessa Portes Galvão. A sombra do encarceramento: o entorno das prisões. Tese de Doutorado – Instituto de História, Universidade
Federal de Uberlândia, Uberlândia, MG, 2013.
GUIMARÃES, Cristian Fabiano. et al. Homens apenados e mulheres presas: estudo sobre mulheres de presos. Psicol. Soc., Porto Alegre, v. 18, n.
, p. 48-54, Dez. 2006. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-71822006000300007&lng=en&nrm=iso>.
Acesso em: 11 mar. 2017.Corixo - Revista de Extensão Universitária 7
POUPART, Jean et al. A pesquisa qualitativa: Enfoques epistemológicos e metodológicos. Tradução de A. C. Nasser. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012.
RIBEIRO, Elisa Antônia. A perspectiva da entrevista na investigação qualitativa. Evidência, Araxá, v. 4, n. 4, p. 129-148, 2008. Disponível em
<http://www.uniaraxa.edu.br/ ojs/index.php/evidencia/article/view/328/310>. Acesso em: 11 mar. 2017.
SCHMIDT, Myres Gabardo. Familiares de presos: Relação entre o sistema penitenciário e a expectativa da família quanto à recuperação do apenado. In: Revista da escola do Serviço Penitenciário. Ano II, nº. 08, 1984.
TURATO, Egberto Ribeiro. Tratado da Metodologia Clínico-qualitativa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
WOLFF, Maria Palma. Antologia de vidas e histórias na prisão: Emêrgencia e Injunção de Controle Social. Rio de Janeiro, RJ: Lúmen Júris, 2005.