PLANTAS MEDICINAIS NAS TERRAS ALTAS E BAIXAS DO MATO GROSSO: O PROCESSO DE OCUPAÇÃO SUL-AMERICANA
Resumo
O conhecimento popular, especialmente os povos tradicionais sobre o uso de espécies vegetais é de grande importância para as pesquisas que vem crescendo ao longo dos tempos. Visando a difusão e aprofundamento do conhecimento, a conservação das espécies e a segurança no uso de espécies de plantas, este trabalho tem por objetivo descrever a relação entre os aspectos etnobotânicos, sociais e culturais inerentes às culturas tradicionais mato-grossenses. Elaborar o registro das plantas medicinais usadas descrevendo os dados botânicos e etnobotânicos das comunidades estudadas. Registrar a origem dos conhecimentos sobre o uso e conservação das plantas medicinais locais e descrever os diferentes usos medicinais das plantas, enquanto recurso vegetal para atender as necessidades básicas de saúde pelas populações locais. Os levantamentos de dados etnobotânicos foram realizados nos municípios mato-grossenses nas comunidades:1) Distrito de Bauxi (Alto Paraguai),2) Comunidade Carne Seca (Cáceres, Pantanal) e 3) Passagem da Conceição. A metodologia teve como base análises qualitativas e quantitativas. No qualitativo, foram utilizadas as informações botânicas e etnobotânicas, obtidas através das entrevistas dos tipos semiestruturada e aberta, observação direta, turnê-guiada, anotações de campo, registro de imagens, organizadas em uma planilha de dados. No quantitativo, foi analisado o número de citações das espécies. Posteriormente, constatou-se através da coleta de dados dos informantes, a citação de 233 espécies vegetais distribuídas em 48 famílias botânicas. As espécies foram distribuídas em etnocategoria de uso medicinal (69%), alimentar (24%) entre outros usos. As famílias com maior representação foram: Fabaceae (11%), Lamiaceae (10%), Asteraceae (7%) e Myrtaceae (5%), sendo 46% exóticas e 54%nativas, nas unidades de paisagem: quintais, roças e matas.