Estrutura, distribuição espacial e dinâmica florestal de duas espécies nativas após extração manejada de madeira na Flona do Tapajós

Authors

  • Misael Freitas dos Santos freitasmta@gmail.com
    Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO
  • Daniele Lima Costa danielelimadacosta@gmail.com
    Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO
  • Lia Oliveira Melo lcolivei@gmail.com
    Universidade Federal do Oeste do Pará
  • João Ricardo Vasconcellos Gama jrvgama@gmail.com
    Universidade Federal do Oeste do Pará

DOI:

10.34062/afs.v5i2.5921

Keywords:

Amazônia, Crescimento, Mortalidade, Parcelas permanentes, Unidade de Conservação.

Abstract

O objetivo deste trabalho foi analisar a estrutura, a distribuição espacial e a dinâmica florestal de Rinorea guianensis Abul. e Eschweilera blanchetiana (Berg) Miers após a extração madeireira em uma unidade de Manejo Florestal de 1.600ha, na FLONA Tapajós, Belterra-Pará. Os dados foram obtidos em oito Parcelas Permanentes com dimensões de 50 m x 50 m, instaladas de maneira aleatória na área manejada. As medições ocorreram em duas ocasiões: antes da exploração (2016) e um ano após a exploração (2017). Foram inventariadas todas as árvores com DAP ≥ 10. A densidade observada para Rinorea guianensis foi de 22,5 e 22 árv.ha-1, antes e após a extração, respectivamente. A dominância foi de 0,76 m².ha-1 nas duas observações. Eschweilera blanchetiana apresentou densidade de 48 árv.ha-1 e dominância de 2,12 m².ha-1 antes da extração, e 44,5 árv.ha-1 e 2,08 m².ha-1 após esta intervenção. As atividades de manejo reduziram o número de árvores das duas espécies, principalmente nas primeiras classes de diâmetro, afetando a estrutura diamétrica. Ambas as espécies apresentaram distribuição com tendência ao agrupamento. Rinorea guianensis apresentou incrementos de 0,37 cm/ano, 0,022 m²/ha/ano e 0,15 m³/ha/ano em diâmetro, área basal e volume, respectivamente. Eschweilera blanchetiana cresceu 0,66 cm/ano, 0,887 m²/ha/ano e 1,01 m³/ha/ano, respectivamente para as mesmas variáveis. A mortalidade registrada para Rinorea guianensis foi 4,4% e os ingressos foram de 2,2%. Para Eschweilera blanchetiana a mortalidade foi de 7,3%, não havendo ingressos. As espécies apresentaram elevadas taxas de crescimento e mortalidade superior aos ingressos, devido ao efeito das atividades de manejo.

Author Biographies

Misael Freitas dos Santos, Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO

Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais

Daniele Lima Costa, Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO

Mestrado - Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais

Lia Oliveira Melo, Universidade Federal do Oeste do Pará

Instituto de Biodiversidade e Florestas

João Ricardo Vasconcellos Gama, Universidade Federal do Oeste do Pará

Instituto de Biodiversidade e Florestas

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Published

2018-07-17