Paisagem como retrato do desenvolvimento social, econômico e ambiental de uma sociedade: o caso de Ouro Preto, MG

Authors

DOI:

10.34062/afs.v4i4.5026

Keywords:

Gestão Ambiental, Políticas Públicas, Serviços Ecossistêmicos, Pagamento por Serviços Ambientais, Sensoriamento Remoto, Atlas de Paisagem

Abstract

A paisagem é dinâmica, possuindo natureza complexa, com dimensões tangíveis e intangíveis, apresentando um processo evolutivo contínuo. Nesta pesquisa, quando da necessidade de exemplos utilizou-se o caso notório do município de Ouro Preto. Inicialmente foi realizada uma pesquisa sobre as origens da palavra paisagem e como o seu uso é compreendido, após esta reflexão as paisagens são divididas em subunidades e são relacionados os fatores que influenciam as transformações ao longo do tempo, sua evolução propriamente dita. Foram relacionados os problemas e necessidades para a gestão das paisagens, dentre estruturas organizacionais e de profissionais capacitados, assim como abordou-se os serviços ecossistêmicos prestados e a necessidade de sua conservação. Por fim, foram mostrados detalhes de caracterização e identificação de paisagens, do uso do sensoriamento remoto para o levantamento de dados e da necessidade de agregação de informações complementares, além das dificuldades de se integrar os grupos envolvidos na gestão para que seja possível executar uma gestão interdisciplinar que atenda as demandas da complexidade das paisagens. A degradação dos recursos naturais é um problema recorrente em todo o mundo, desta forma a utilização destes recursos necessita de regulamentação, para que seja aplicável, o que, por sua vez, depende da vontade ou do interesse da população e dos gestores. Neste sentido o presente trabalho é uma compilação de informações para auxiliar na compreensão dos vários fatores que influenciam as paisagens.

Author Biographies

Rossi Allan Silva, Colaborador no DCF/UFLA

Atuando com assessoria, consultoria e pesquisa (freelancer). Tendo foco em licenciamentos ambientais, cursos de capacitação, laudos, perícias, levantamentos técnicos, intermediação com órgãos ambientais, planejamento e gestão de recursos naturais. Empregando conhecimentos de geoprocessamento para realização de atividades como: Plano de Utilização Pretendida (PUP), Projeto Técnico de Reconstituição da Flora (PTRF), averbação de Reserva Legal (RL), recuperação de Área de Preservação Permanente (APP), elaboração de Laudos Técnicos necessários para regularização ambiental e mapeamentos do uso do solo, dentre outros

José Aldo Alves Pereira, Professor Associado da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa (1977), mestrado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras (1996) e doutorado em Ecologia (Conservação e Manejo da Vida Silvestre) pela Universidade Federal de Minas Gerais (2002). Pós-Doutorado em Biologia Vegetal (PPGBV/Universidade Federal de Minas Gerais - 2011/2012). Atualmente é Professor Associado II da Universidade Federal de Lavras. Tem experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, atuando nos seguintes temas: unidade de conservação, conservação da natureza, fitossociologia, incêndios florestais, recuperação de áreas degradadas e avaliação de impactos ambientais.

Luís Antônio Coimbra Borges, Professor Adjunto da Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Lavras (2003) mestrado (2005) e doutorado (2008) em Engenharia Florestal também pela UFLA. Foi analista ambiental do SFB/MMA (2009) e atualmente é professor adjunto IV da UFLA, lotado no Departamento de Ciências Florestais. É coordenador do curso de graduação em Engenharia Florestal desde 2012 e coordenador do curso de capacitação nacional para o Cadastro Ambiental Rural (CapCAR) - projeto UFLA/SFB/MMA. Atua nas áreas de Política e Legislação Florestal, Planejamento e Gestão de Recursos Naturais.

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Published

2018-01-15