Regeneração natural de espécies madeireiras na floresta secundária da Mata Atlântica
DOI:
10.34062/afs.v4i2.4034Keywords:
Floresta Atlântica, Sucessão secundária, Sub-bosque, Madeira nativaAbstract
As florestas secundárias da Mata Atlântica são ecossistemas de alta produtividade compostos por espécies que produzem boas madeiras. Seu aproveitamento econômico poderia gerar renda para agricultores, revertendo a tendência de desmatamentos na região. Mas são escassas as pesquisas que têm um olhar sobre o seu potencial para produção sustentável de madeiras nesses ecossistemas. Neste estudo, objetivou-se determinar a composição das espécies regenerantes e sua relação com a estrutura florestal, e descrever o seu potencial para recompor o estoque de espécies madeiráveis em caso de colheita de árvores maduras. Em uma floresta em estágio avançado de sucessão, foram inventariadas 272 unidades amostrais de 4 m2, distribuídas em 17 parcelas permanentes de 40 m x 40 m, onde foram medidos todos os regenerantes (DAP < 5 cm e altura total ≥ 1,30 m). Os resultados obtidos revelaram que há representativo número de regenerantes de espécies com potencial madeireiro, e que apresentam uma distribuição espacial predominantemente aleatória. Não foi observada relação entre a densidade de regenerantes com indivíduos arbóreos e área basal da floresta.
References
Ackerly DD, Bazzaz FA (1995) Seedling crown orientation and interception of diffuse radiation in tropical forest gaps. Ecology, 76:1134-1146.
Acosta VH, Araujo PA, Iturre MC (2006) Caracteres estructurales de las masas. Série Didáctica No 22. Santiago del Estero: Universidad Nacional de Santiago del Estero. 35p.
Akindele SO, Onyekwelu JC (2011) Silviculture in secondary forests. In: Günter S, Weber M, Stimm B, Mosandl R (ed). Silviculture in the Tropics. Berlin: Springer-Verlag. p.351-367.
Alvarez CA, Stape JL, Sentelhas PC, Gonçalves JLM, Sparovek G (2013) Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, 22(6):711–728.
APG IV (2016). An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG IV. Botanical Journal of the Linnean Society, 181: 1-20.
Barbosa JM, Eisenlohr PV, Rodrigues MA, Barbosa KC (2012) Ecologia da dispersão de sementes em florestas tropicais. In: Martins SV (ed) Ecologia de florestas tropicais do Brasil. Viçosa: Editora UFV. p.52-73.
Barrance A, Schreckenberg K, Gordon J (2009) Conservation through use: lessons from the Mesoamerican dry forest. London: ODI. 124p.
Barros PLC, Machado SA (1984) Aplicação de índices de dispersão em espécies de florestas tropicais da Amazônia Brasileira. (Série Científica, n.1). Curitiba: FUPEF-UFPR. 42p.
Carvalho PER (2008) Espécies arbóreas brasileiras. Vol.3. Colombo: Embrapa Florestas. 593p.
Carvalho PER (2006) Espécies Arbóreas Brasileiras. Vol.2. Colombo: Embrapa Florestas. 627p.
Carvalho PER (2003) Espécies arbóreas brasileiras. V.1. Colombo: Embrapa Florestas, 1039p.
Chazdon RL (2012) Regeneração de florestas tropicais. Boletim do Museu Emílio Goeldi. Ciências Naturais, 7(3):195-218.
Chazdon RL (2014) Second growth: the promise of tropical forest regeneration in an age of deforestation. Chicago: Chicago Press. 449p.
Crk T, Uriarte M, Corsi F, Flynn D (2009) Forest recovery in a tropical landscape: what is the relative importance of biophysical, socioeconomic, and landscape variables? Landscape Ecology, 24(5): 629-642.
Duz SR, Siminski A, Santos M, Paulilo MT (2004) Crescimento inicial de três espécies arbóreas da Floresta Atlântica em resposta à variação na quantidade de luz. Revista Brasileira de Botânica, 27(3): 587-596.
Embrapa (2004) Solos do Estado de Santa Catarina. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 46. Embrapa: Rio de Janeiro. 745 p.
Fantini AC, Siminski A, Gaio MF (2016) Madeira de Florestas Secundárias em SC: nova fonte de renda para os agricultores. Revista Agropecuária Catarinense, 29(2):14-16.
Fantini AC, Siminski A (2011) Espécies madeireiras nativas da Região Sul do Brasil. In: Coradin L, Siminski A, Reis A (ed) Espécies nativas da flora brasileira de valor econômico atual ou potencial: plantas para o futuro – Região Sul. Brasília: MMA. p. 403-413.
Fermino Jr PCP, Paulilo MTS, Reis A, Santos M (2004) Espécies pioneiras e climácicas da floresta ombrófila densa: anatomia foliar comparada. Insula, 33:21-37.
Fredericksen TS, Mostacedo B (2000) Regeneration of timber species following selection logging in a Bolivian tropical dry forest. Forest Ecology and Management, 131:47-55.
Fundação SOS Mata Atlântica (2016) Relatório Anual 2015. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica. 86p.
Gebrehiwot M (2003) Assessment of natural regeneration diversity and distribution of forest tree species. Dissertação, International Institute for Geo-Information Science and Earth Observation. 102 p.
Gómez JWL (2011) Regeneración natural de nueve especies maderables en un bosque intervenido de la Amazonia Boliviana. Acta Amazonica, 41:135-142.
Guariguata MR (1999) Early response of selected tree species to liberation thinning in a young secondary forest in Northeastern Costa Rica. Forest Ecology and Management, 124:255-261.
Guariguata MR, Ostertag R (2001) Neotropical secondary forest succession: changes in structural and functional characteristics. Forest Ecology and Management, 148:185-206.
Guariguata MR, Pinard MA (1998) Ecological knowledge of regeneration from seed in Neotropical forest trees: implications for natural forest management. Forest Ecology and Management 112:87-99.
IBGE (2012) Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 271p.
ITTO (2002) ITTO guidelines for the restoration, management and rehabilitation of degraded and secondary tropical forests. Yokohama: International Tropical Timber Organization. Policy Development Series, n.13. 31p.
Klein RM (1978) Ecologia da Flora e Vegetação do Vale do Itajaí. Sellowia, 32:164-369.
Lamprecht HL (1989) Silviculture in the tropics: tropical forest ecosystems and their species; possibilities and methods for their long-term utilization. Eschborn: Deutsche Gesellschaft fur Technische Zusammenarbeit. 296p.
Lugo AE (2009) The emerging era of tropical forests. Biotropica, 41:589-591.
Meyer L, Gasper AL, Sevegnani L, Shorn LA, Vibrans AC, Lingner DV, Verdi M, Santos AS, Dreveck S, Korte A (2013) Regeneração natural da Floresta Ombrófila Densa em Santa Catarina. In: Vibrans AC, Sevegnani L, Gasper AL, Lingner DV (ed) Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina-Vol.4. Blumenau: Edifurb. p.203-247.
Moser VG, Finegan B, Bendana ZSR, Detlefsen G, Molina A (2015) Potencial de manejo de bosques restaurados por sucesión natural secundaria en Guanacaste, Costa Rica: composición, diversidad y especies maderables. Turrialba: Catie. 56p.
Mukul SA, Herbohn J (2016) The impacts of shifting cultivation on secondary forests dynamics in tropics: a synthesis of the key findings and spatio temporal distribution of research. Environmental Science & Policy, 55:167-177.
Oliver CD (1981) Forest development in North America following major disturbances. Forest Ecology and Management, 3:153-168.
Pariona W, Fredericksen TS, Licona JC (2003) Natural regeneration and liberation of timber species in logging gaps in two Bolivian tropical forests. Forest Ecology and Management, 181:313–322.
Peña-Claros M, Peters EM, Justiniano MJ, Bongers F, Blate GM, Fredericksen TS, Putz FE (2008) Regeneration of commercial tree species following silvicultural treatments in a moist tropical forest. Forest Ecology and Management, 255:1283–1293.
Piotto D (2007) Growth of native tree species planted in open pasture, young secondary forest and mature forest in humid tropical Costa Rica. Journal of Tropical Forest Science, 19(2): 92-102.
R Core Team (2016) R: A language and environment for statistical computing. Vienna: R Foundation for Statistical Computing. https://www.R-project.org/.
Reitz R, Klein RM, Reis A (1978) Projeto madeira de Santa Catarina. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues. 320p.
Schmitz HM (2013) Produção de madeira em florestas secundárias de Santa Catarina: ecologicamente viável e socialmente desejável. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. 102p.
Schorn LA, Galvão F (2006) Dinâmica da regeneração natural em três estágios sucessionais de uma floresta ombrófila densa em Blumenau, SC. Floresta, 36(1):59-74 .
Schuch C (2010) Potencialidades da produção de madeira serrada a partir de três espécies da floresta secundária litorânea catarinense em condições de plantio e em área de floresta regenerada naturalmente. Dissertação, Universidade Federal de Santa Catarina. 60p.
Sevegnani L, Uhlmann A, Gasper AL, Vibrans AC, Santos AS, Verdi M, Dreveck S, Korte A, Meyer L (2013) Estádios sucessionais na Floresta Ombrófila Densa em Santa Catarina. In: Vibrans AC, Sevegnani L, Gasper AL, Lingner DV (ed) Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina-Vol.4. Blumenau: Edifurb. p.311-322.
Siminski A, Fantini AC (2010) A Mata Atlântica cede lugar a outros usos da terra em Santa Catarina, Brasil. Biotemas, 23(2):51-59.
Siminski A, Fantini AC, Guries RP, Ruschel AR, Reis MS (2011a) Secondary forest succession in the Mata Atlântica, Brazil: floristic and phytosociological trends. ISRN Ecology, 2011. doi:10.5402/2011/759893.
Siminski A, Santos KL, Fantini AC, Reis MS (2011b) Recursos florestais nativos e a agricultura familiar em Santa Catarina - Brasil. Bonplandia, 20(2): 371-389.
Smith J, Sabogal C, De Jong W, Kaimowitz D (1997) Bosques secundarios como recurso para el desarrollo rural y la conservación ambiental en los trópicos de América Latina. Jacarta: Cifor. 31p.
Souza DG, Santos BA, Wirth RR, Leal IR, Tabarelli M (2013) Community-level patterns of insect herbivory in a fragmented Atlantic Forest landscape. Environmental Entomology, 42(3):430-437.
Souza AL, Soares CPB (2013) Florestas nativas: estrutura, dinâmica e manejo. Viçosa: Editora da UFV. 322p.
Terán JR, Maranón CM (2001) Regeneración de especies maderables en el bosque tucumano-boliviano. In: Mostacedo BETS, Frederichsen TS (ed) Regeneración y Silvicultura de Bosques Tropicales en Bolivia. Santa Cruz: El País. 221p.
Vibrans AC, Sevegnani L, Gasper AL, Lingner DV (ed) (2013) Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina-Vol.4. Blumenau: Edifurb. 576p.
Downloads
Published
Issue
Section
License
All copyright must be assigned to the Federal University of Mato Grosso.
