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DA SALA DE AULA PARA O INSTAGRAM: OS STUDYGRAMMERS E O ENSINO-APRENDIZAGEM EM CIÊNCIAS E BIOLOGIA
José Maria Martins Costa; Yuri Cavaleiro Macêdo Coelho; Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida
José Maria Martins Costa; Yuri Cavaleiro Macêdo Coelho; Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida
DA SALA DE AULA PARA O INSTAGRAM: OS STUDYGRAMMERS E O ENSINO-APRENDIZAGEM EM CIÊNCIAS E BIOLOGIA
FROM THE CLASSROOM TO INSTAGRAM: STUDYGRAMMERS AND TEACHING AND LEARNING IN SCIENCES AND BIOLOGY
DEL AULA A INSTAGRAM: STUDYGRAMMERS Y ENSEÑANZA Y APRENDIZAJE EN CIENCIAS Y BIOLOGÍA
REAMEC – Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, vol. 10, núm. 2, e22038, 2022
Universidade Federal de Mato Grosso
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Resumo: Na pós-modernidade, informações e conhecimentos são produzidos e divulgados por meio das tecnologias, especialmente pela internet e mídias digitais. Alunos e professores têm em suas mãos recursos que permitem acesso aberto ao saber, o que inspira mudanças e constantes invenções no campo da educação. Nas redes sociais da Internet, perfis estão sendo criados para explicitar materiais e/ou rotinas de estudo, com intuito de compartilhar vivências, inspirar outras pessoas, bem como divulgar e discutir temáticas relevantes, sendo conhecidos como Studygrams. Nesse sentido, objetivou-se, com a realização deste estudo, identificar tendências e contribuições dos Studygrams para o ensino-aprendizagem de Ciências e Biologia, na visão de um painel de Studygrammers que produzem e publicam conteúdos relacionados às Ciências Biológicas no Brasil. O trabalho foi desenvolvido a partir de uma abordagem qualitativa, com elementos de pesquisa netnográfica, como a observação participante e o trabalho de campo online. Os resultados evidenciaram que os Studygrams têm potencial para explorar e desenvolver competências e habilidades, tanto naqueles que postam, quanto nos que acessam os conteúdos. Entende-se que esta nova prática de ensinar e aprender em espaços informais tem despertado atitudes de empreendedorismo, autonomia, organização, interação e criatividade, que permitem a fixação dos conteúdos, a interdisciplinaridade, a contextualização e a formação para a cidadania.

Palavras-chave: Ensino de Ciências,Redes Sociais,Studygrams,Educação Online,Internet.

Abstract: In post-modernity, information and knowledge are produced and disseminated through technologies, especially the internet and digital media. Students and teachers have in their hands resources that allow open access to knowledge, which inspires changes and constant inventions in the field of education. In the Internet social networks, profiles are being created to explain materials and/or study routines, in order to share experiences, inspire others and disseminate and discuss relevant topics, known as Studygams. In this sense, the objective of this study was to identify trends and contributions of Studygrams to the teaching and learning of Science and Biology, in the view of a panel of Studygrammers who produce and publish content related to Biological Sciences in Brazil. The work was developed from a qualitative approach, with elements of netnographic research such as participant observation and online fieldwork. The results showed that Studygrams have the potential to explore and develop skills and abilities in both those who post and those who access the content. It is understood that this new practice of teaching and learning in informal spaces has aroused attitudes of entrepreneurship, autonomy, organization, interaction and creativity, which allow the fixation of contents, interdisciplinarity, contextualization and training for citizenship.

Keywords: Science Teaching, Social networks, Studygrams, Online Education, Internet.

Resumen: En la posmodernidad, la información y el conocimiento se producen y difunden a través de las tecnologías, especialmente internet y los medios digitales. Estudiantes y docentes tienen en sus manos recursos que permiten el acceso abierto al conocimiento, lo que inspira cambios e invenciones constantes en el campo de la educación. En las redes sociales de Internet se están creando perfiles para explicar materiales y/o rutinas de estudio, con el fin de compartir experiencias, inspirar a otros y difundir y discutir temas relevantes, conocidos como Studygams. En ese sentido, el objetivo de este estudio fue identificar tendencias y contribuciones de los Studygrams para la enseñanza y el aprendizaje de las Ciencias y la Biología, en la visión de un panel de Studygrammers que producen y publican contenidos relacionados con las Ciencias Biológicas en Brasil. El trabajo se desarrolló desde un enfoque cualitativo, con elementos de investigación netnográfica como la observación participante y el trabajo de campo en línea. Los resultados mostraron que los Studygrams tienen el potencial para explorar y desarrollar habilidades y destrezas tanto en quienes publican como en quienes acceden al contenido. Se entiende que esta nueva práctica de enseñar y aprender en espacios informales ha despertado actitudes de emprendimiento, autonomía, organización, interacción y creatividad, que permiten la fijación de contenidos, la interdisciplinariedad, la contextualización y la formación ciudadana.

Palabras clave: Enseñanza de las Ciencias, Redes sociales, Studygrams, Educación en línea, Internet.

Carátula del artículo

EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS

DA SALA DE AULA PARA O INSTAGRAM: OS STUDYGRAMMERS E O ENSINO-APRENDIZAGEM EM CIÊNCIAS E BIOLOGIA

FROM THE CLASSROOM TO INSTAGRAM: STUDYGRAMMERS AND TEACHING AND LEARNING IN SCIENCES AND BIOLOGY

DEL AULA A INSTAGRAM: STUDYGRAMMERS Y ENSEÑANZA Y APRENDIZAJE EN CIENCIAS Y BIOLOGÍA

José Maria Martins Costa*
Universidade Federal do Pará, Brasil
Yuri Cavaleiro Macêdo Coelho**
Universidade Federal do Pará, Brasil
Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida***
Universidade Federal do Pará, Brasil
REAMEC – Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática
Universidade Federal de Mato Grosso, Brasil
ISSN-e: 2318-6674
Periodicidade: Frecuencia continua
vol. 10, núm. 2, e22038, 2022

Recepção: 26 Janeiro 2022

Aprovação: 15 Maio 2022

Publicado: 24 Julho 2022


1. INTRODUÇÃO

O século XXI vem sendo marcado pelo uso acentuado das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação – TDIC, ferramentas que proporcionam um novo modo de se comunicar, interagir, ter acesso a informações e construir conhecimentos. Como consequência da intensificação do uso dessas tecnologias pelos indivíduos emergiu a cibercultura, que, segundo Lévy (1999, p. 17), configura-se como um “[...] conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço”.

O avanço tecnológico e a cibercultura forjam novos espaçostempos ubíquos e multirreferenciais (SANTAELLA, 2013), que possibilitam a (re)produção de informações e conhecimentos, comunicação entre pessoas geograficamente distantes e processos de ensino-aprendizagem inovadores. Para Lucena, Oliveira e Santos Júnior (2017) e Rojo (2012), nesses outros espaçostempos predominam linguagens audiovisuais e imagéticas que são atrativas aos alunos por serem contemporâneas e fazerem parte da sua geração, devido à construção e ao compartilhamento de saberes ocorrerem de forma horizontalizada, sem a hierarquia do falar/ditar do professor em sala de aula.

Em contrapartida, Lucena (2016) coloca que, para trabalhar com culturas e tecnologias digitais na educação básica e superior, não basta se apropriar de um recurso para transmitir conteúdos enfadonhos. Para a autora, é preciso pensar nesse novo sujeito, praticante cultural, que pensa, produz saberes e compartilha opiniões, conteúdos e informações nas redes.

As transformações socioculturais advindas das (r)evoluções científicas e tecnológicas apontam formas mais lúdicas, criativas e prazerosas para interagir com os conhecimentos, que ultrapassam a perspectiva da sala de aula convencional. Nesse cenário, as perspectivas de ensinar e aprender Ciências também se ampliam e permitem que alunos e professores diversifiquem as formas de apropriação do conhecimento, o que tende a tornar o processo menos monótono e abstrato, com mais leitura e produção de conteúdo articulado ao trabalho coletivo e colaborativo.

Dentre as diversas possibilidades de uso das TDIC no contexto educacional, a construção de perfis de estudo em redes sociais da Internet é uma tendência crescente nos últimos tempos. No Instagram, rede social da Internet com mais de 1 bilhão de usuários mensais[1], perfis dessa natureza são conhecidos como Studygrams.Os Studygrams se configuram, atualmente, como o mais novo espaço de livre expressão, tanto para jovens da educação básica e acadêmicos, quanto para profissionais dedicados à educação científica e popularização da Ciência, desenvolvendo sua criticidade e criatividade, além de possibilitar a prática do multiletramento. Não é raro encontrar alunos e professores que atuam como Studygrammers – como são conhecidos os gerenciadores de Studygrams – em todas as áreas do conhecimento.

Esses perfis são utilizados para compartilhar, em linhas gerais, rotinas de estudo, conteúdos de aprendizagem e novidades científicas por meio de flashcards, mapas mentais, fichas-resumo, vídeos, memes, dentre outras abordagens. Libertos do engessamento curricular das instituições educacionais, os usuários elaboram publicações e realizam eventos (como lives, videoconferências ao vivo) sobre temáticas diversas, com linguagem clara, objetiva e bem-humorada, propiciando uma interatividade, em que todos são atores e autores do processo comunicativo; salientando-se também a qualidade estética.

Percebe-se, dessa forma, que processos de ensino-aprendizagem informais estão tomando conta das trajetórias educacionais em Ciências, sobretudo entre o público jovem, com potencial para aumentar o rendimento escolar e financeiro, assim como a produtividade daqueles que acessam e gerenciam o perfil, com o intuito de esclarecer informações científicas, estimular a pesquisa e a escrita, auxiliar no processo de estudo, entre outras funcionalidades.

Ainda nessa perspectiva, Lucena e Oliveira (2014) ressaltam que para pensar, conceber esta escola que hoje é permeada pelas tecnologias e por jovens, que fora da escola vivenciam outras formas de produzir e consumir conteúdos, é necessário desenvolvermos pesquisas e práticas educativas que possibilitem a compreensão da sociedade contemporânea, dos sujeitos que nela atuam e dos espaços híbridos de educação.

Frente a esses pressupostos, objetivou-se, com a realização deste estudo, identificar tendências e contribuições dos Studygrams para o ensino-aprendizagem de Ciências e Biologia, na visão de um painel de Studygrammers que produzem e publicam conteúdos relacionados às Ciências Biológicas no Brasil.

2. PERCURSO METODOLÓGICO

Esta é uma pesquisa qualitativa (BOGDAN; BIKLEN, 1994) de abordagem netnográfica (KOZINETS, 2014), pautada na observação participante e trabalho de campo online. Os procedimentos adotados incluíram: planejamento da pesquisa, entrada na comunidade virtual, coleta de dados, interpretação e adesão a padrões éticos (KOZINETS, 2014).

Realizou-se uma imersão na rede social Instagram visando buscar Studygrams populares e que explorassem predominantemente em suas publicações, dentre outros conteúdos, temáticas relacionadas às Ciências. Perfis populares ou com alto engajamento geralmente são aqueles que possuem conteúdo relevante, com informação atualizada e estética atrativa, os quais alcançam alto número de pessoas, seguidores ou não. Sete Studygrams foram selecionados para serem monitorados durante um mês, pois satisfizeram esses critérios. Ademais, os gerenciadores desses perfis – os Studygrammers – também aceitaram por meio de TCLE, ser objeto de atenção e análise desta investigação científica.

A partir disso, iniciou-se a observação participante, procedimento que sustenta a compreensão de qualquer fenômeno virtual que se deseja investigar (CORRÊA; ROZADOS, 2017). As dinâmicas dos perfis foram analisadas de perto, sobretudo aspectos sobre os conteúdos postados e eventos realizados, como frequência, temática, interação com os seguidores, entre outros. Para auxiliar no monitoramento, as notificações de publicação foram ativadas para que nenhuma ação fosse esquecida. Os pesquisadores-observadores também interagiram com o público que acompanha os perfis (seguidores ou não) e com seus gerenciadores. O registro das informações ocorreu através de anotações em diário hipertextual de campo, elaborado no App EverNote, onde descrições sobre as observações, links, capturas de tela de conversas informais e das postagens dos Studygrams foram inventariadas diariamente, no momento que aconteciam.

O contato dos pesquisadores-observadores com os perfis e seus administradores, embora virtual, ficou tão próximo, que estes foram convidados por um dos Studygrammers a acompanhar as dinâmicas de um grupo no aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp®, em que todos os participantes eram gerenciadores de Studygrams. Dessa forma, a imersão nesse universo foi ampliada, observando também a rotina desses criadores de conteúdo de estudo e seus processos de criação, de inspiração, de interação entre eles, de articulação de parcerias e outros.

Por fim, realizou-se entrevistas semiestruturadas com os gerenciadores dos perfis monitorados, através de videoconferências gravadas, que foram posteriormente transcritas. Por uma questão de incompatibilidade de agenda, para três dos sete Studygrammers enviamos o roteiro de entrevista no formato de formulário virtual a ser respondido por escrito.

As fotos, vídeos, capturas de tela, links, transcrições das videoconferências e as anotações de diário hipertextual de campo foram analisadas utilizando a técnica da Análise Textual Discursiva – ATD (MORAES; GALIAZZI, 2011). Moraes e Galiazzi (2011) argumentam que a ATD corresponde a uma metodologia de análise de dados e informações de natureza qualitativa com a finalidade de produzir novas compreensões sobre os fenômenos e discursos.

A ATD é constituída num ciclo de análise de três elementos, sendo eles: unitarização, categorização e produção de metatextos. Para o processo de unitarização, considerou-se a importância de envolvimento e impregnação aprofundados com os materiais analisados, seguidos de um processo de desconstrução, no sentido de possibilitar a emergência de novas compreensões em relação aos fenômenos investigados. Na segunda etapa, as unidades anteriormente construídas foram discutidas e agrupadas em categorias construídas de modo emergente e intuitivo, a partir do corpus analisado.

Nesse sentido, para Moraes e Galiazzi (2011), as categorias constituem as descrições e interpretações que orientam a organização e a expressão das (novas) compreensões apresentadas no metatexto, as quais são tratadas na seção a seguir. Para os precursores dessa metodologia de análise, a etapa da produção de metatextos representa um esforço de explicitar os entendimentos que se apresentam como produto da nova combinação dos elementos construídos ao longo dos passos anteriores.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. Os Studygrams de Ciências

Sete Studygrams que, dentre outros assuntos, disseminam conteúdos de Ciências e Biologia na rede social Instagram foram monitorados durante um mês. Todos estavam ativos na época, isto é, realizavam postagens constantemente. A frequência de atualização dos perfis ficou em média de cinco postagens por semana na TimeLine (Quadro 1). Todos os perfis publicavam novos Stories diariamente.

Quadro 1
Caracterização dos Studygrams monitorados.

os autores.

O número de seguidores variou muito entre os perfis, sendo o perfil @5 com maior número e o perfil @2 com menor, 223 mil e 1.026 respectivamente (Quadro 1). Vários fatores podem influenciar a expressividade desses números: a regularidade e os assuntos das postagens; a forma como os conteúdos são abordados (meme, vídeo, carrossel de imagens); a realização de postagens patrocinadas; a articulação de parcerias com outros Studygrams e/ou empresas; a organização e a estética, entre outros.

Notou-se que os perfis são gerenciados tanto de forma individual quanto coletiva, e em sua maioria por mulheres (90%). Acredita-se que as características desse tipo de perfil são associadas a “coisas de menina”, como as letras, os desenhos bem elaborados, o colorido, entre outras características. Semechechem e Jung (2013) reforçam que o evento de letramento se constituiu essencialmente como um contexto contingente de ações de prestação de contas relacionadas ao gênero social. O bom traçado da escrita se tornou um padrão relacionado ao gênero feminino, o que associa o letramento a uma identidade de gênero. Nesse sentido, é necessário que esses estereótipos sejam desconstruídos. O espaço escolar, ao estimular o senso crítico dos estudantes e inclusão de todos em atividades que os permitam vivenciar o universo dos Studygrammers, tem potencial de não tornar a geração Polegarzinha[2] subserviente a esses discursos hegemônicos.

O número de comentários e curtidas funcionam como uma indicação adicional de alcance e engajamento de cada publicação em si. Identificou-se que as postagens que mais recebem comentários são aquelas em que o Studygrammer: compartilha rotinas de estudo ou vivências escolares; solicita a resolução de questões; busca interagir através de legendas que perguntam algo ou provocam discussões; responde os comentários. Postagens com muitas curtidas seguem quase a mesma linha das que apresentam mais comentários, porém, geralmente, aquelas que trazem o lettering, curiosidades e/ou novidades científicas se destacam. Sobre isso, Recuero (2009) destaca que as redes emergentes são construídas e reconstruídas através das trocas sociais que dependem do tempo disponível para a interação entre os atores sociais nos dispositivos, bem como de seu comprometimento e investimento em criar e manter um perfil.

No comprimento das postagens, houve consideráveis diferenças estilísticas. Apenas três perfis (@1, @2 e @5) publicaram principalmente publicações extensas (muitas imagens em uma única postagem, vídeos longos e/ou texto grandes). Enquanto para os outros perfis (@3, @4, @6 e @7), as publicações foram categorizadas como curtas (imagem única, Reels[3]e/ou legenda pequenas), pode-se observar no Quadro 1 que estes são os que mais possuem seguidores. Isso demonstra que esses perfis por serem gerenciados por jovens e terem jovens como público-alvo estão atentos a linguagem mais simples e objetiva requerida por eles, na atualidade. Conforme Lucena (2016), esta outra forma de se expressar, de comunicar e de produzir que mistura e remixa diferentes linguagens é a maneira utilizada pela atual geração de pessoas nascidas na era das tecnologias digitais.

Em sintonia com tal perspectiva, Recuero (2009) ressalta que esses elementos fazem com que os indivíduos se reúnam cada vez mais nesses espaços para também construir conversações coletivas, em rede, onde as "falas" são recuperadas a qualquer momento e espalham ideias. Surgem, assim, conversações em rede e práticas coletivas, acessíveis a diferentes grupos interconectados dentro de uma mesma rede, cuja infraestrutura está proporcionada pelos sites de rede social.

O processo de construção e organização das postagens, bem como a definição das temáticas e abordagens estão muito relacionados ao público-alvo e/ou objetivo do Studygram.

A administradora do Studygram @1 impulsiona as pessoas no processo de aprendizagem através da sua própria rotina de estudos. Suas postagens são baseadas em pesquisas e/ou resumos feitos na faculdade ou sobre temáticas sugeridas pelos seguidores. Dessa forma, ensina o que aprende e aprende o que ensina. Na era das tecnologias da inteligência, conforme termo defendido por Piérre Levy[4], lida-se cada vez mais com processos de ensino-aprendizagem desenvolvidos pela mão da pessoa comum.

Organização, conteúdos objetivos e linguagem clara são características notáveis do perfil @2, criado por graduandos de um curso de Ciências Biológicas para valorizar a ciência, divulgar os conhecimentos científicos e ajudar outras pessoas nos estudos, principalmente estudantes em fase preparatória para o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e demais vestibulares. Procuram resumir conteúdos em tópicos mais importantes e cobrados nos vestibulares, trabalhando com diferentes tipos de postagem que exploram os assuntos da Biologia, do nível complexo ao básico. Também buscam ser visualmente atrativos, utilizando elementos que convidam o público a interagir e divulgar a página. Continuamente trazem diferentes formas de instigar cada vez mais a interação e de se aproximar dos seguidores, seja através das legendas ou perguntas de múltipla escolha nos Stories, quando elaboram questões e comentam as alternativas, ou também quando respondem às perguntas que as pessoas fazem. Contudo, exercem seu trabalho com entusiasmo tanto pela afinidade com a Biologia como por evidenciar assuntos tão necessários à vida.

O perfil @3 é de uma graduanda em Ciências Biológicas e duas vestibulandas, que compartilham dicas e materiais de estudos, rotina e organização. O perfil aborda os mais diversos assuntos relacionados à Biologia, como: fisiologia humana, ecologia, evolução e muitos outros. As gerenciadoras dialogam diariamente com o público através dos Stories, o que intensifica a interação e agrega sugestões, dúvidas, críticas e elogios. O perfil tem parcerias com patrocinadores, os quais são empresas de produtos de papelaria, lojas de presentes personalizados, empresa de marketing e instituição de cursos, além de possuir uma marca própria de materiais de estudo.

Gerenciado por uma vestibulanda, o perfil @4 trata de diversos assuntos relacionados ao âmbito escolar, com foco nas Ciências e História. Tem a finalidade de aumentar o rendimento nos estudos da Studygrammer, bem como ajudar outros estudantes na preparação para o vestibular. Suas postagens compreendem resumos, lettering[5], métodos de estudo e dicas, algumas também incluem sua rotina pessoal com alta preocupação estética.

O perfil @5 é administrado por um professor de Biologia. Caracterizado por ser um perfil motivacional, objetivo e bem-humorado, em suas publicações retrata assuntos da Biologia de maneira descontraída associados a referências do cotidiano, o que torna o aprendizado interessante e compreensivo. Assim, contribui para o desenvolvimento do conhecimento científico, essencial para que as pessoas conheçam os principais conceitos de conteúdos relacionados à Biologia. Dispõe diariamente de quiz, enquetes e Reels nos Stories para interagir com os seguidores e, consequentemente, fortalecer a relação com eles. O Studygramer possui também um canal no YouTube, onde o público do Instagram pode acessar os assuntos por meio de vídeo aulas, de forma mais aprofundada e contextualizada. D’Ávila, Santos e Macedo (2020) compartilham a visão de que, no atual contexto cibercultural, o professor precisa assumir uma atitude inovadora tanto na maneira de aprender, enquanto usuário de TDIC, quanto na forma de mediar suas práticas.

Com fotos bem elaboradas para retratar assuntos da vida escolar, as publicações do perfil @6 apresentam múltiplos conteúdos para atender um público que, assim como a gerenciadora, busca a aprovação no vestibular. Encontra-se diversas chamadas para interação à medida em que a Studygrammer responde aos questionamentos de seguidores, solicita a resolução de questões de vestibulares e compartilha experiências com diferentes técnicas de estudo.

Estruturado por duas estudantes de Medicina, o perfil @7 tem forte potencial empreendedor, dada a quantidade de parcerias e de produtos que a marca própria do perfil possui, como: resumos, pappers, cronogramas de estudo, entre outros. Divulgam resumos de disciplinas como anatomia, imunologia, patologia e afins para ajudar estudantes. As estudantes também compartilham situações da vida acadêmica de maneira divertida, por meio de vídeos. São atenciosas, principalmente com àqueles que pretendem cursar medicina, dando informações e tirando dúvidas sobre o curso.

Muitas estratégias e abordagens utilizadas nas publicações fazem com que cada vez mais pessoas se envolvam com esses perfis, pois gera identificação. Partindo do pressuposto que vivemos em uma sociedade em que as pessoas estão constantemente conectadas em busca de informação, logo, quando essas informações estão à disposição de maneira prática e fácil na internet, isso se torna um instrumento de satisfação para seus usuários.

No Studygram, são utilizados diversos mecanismos nas postagens, visando à transmissão de conteúdos e disseminação de conhecimento, com isso, é comum a utilização de visual atrativo, criatividade, humor, inovações para alcançar pessoas que ainda não fazem parte deste espaço e consolidar aqueles que já fazem. Dessa forma, gera-se no público uma identificação pela possibilidade de obtenção de materiais de estudo de maneira simplificada, conexão com outros usuários, troca de experiências, reuniões em grupos, criando vínculos e envolvimento nesse espaço com potencial no processo significativo para um aprendizado abrangente e construtivo.

Na Figura 1[6], a seguir, ilustra-se os tipos de postagem, estratégias de interação e organização dos perfis, bem como formas de explorar e abordar os conteúdos.


Figura 1
Dinâmicas e características de Studygrams. (a) organização da TimeLine; (b) Reels com linguagem audiovisual e informações rápidas; (c) memes sobre temáticas de biológicas; (d) interações em postagens entre gerenciadores e público; (e) compartilhamento de vivências e curiosidades; e (f) testes rápidos nos Stories.
https://www.instagram.com/ (Reprodução Adaptada)

3.2 Engajamento coletivo: o grupo de Studygrammers no WhatsApp

O grupo no aplicativo WhatsApp® contava com 95 integrantes, todos Studygrammers que tratavam em seus perfis dos mais diversos tipos de conteúdos de diferentes áreas (Figura 2). Ao entrar no grupo, os pesquisadores-observadores se apresentaram e falaram dos objetivos deste estudo.


Figura 2
Capturas de tela de conversas no grupo de WhatsApp de Studygrammers.
Reprodução adaptada do aplicativo WhatsApp para Android.

No início do acompanhamento da dinâmica do grupo, a primeira impressão que se evidenciou foi a união entre os membros e disposição que possuem para auxiliar seus pares, seja quanto a postagens ou dúvidas em relação a assuntos diversos, de organização de rotina de estudos (Figura 2.a.b), como marketing digital de conteúdo. Sobre isso, Goulart (2014) discute que as mídias sociais possibilitam uma integração muito intensa entre as pessoas que fomentam e demandam mais serviços, negócios, informações e conhecimentos, o que sustenta mecanismos de colaboração essenciais com o adensamento das relações. As pessoas que fazem parte dessas comunidades virtuais, segundo Novaes (2010, p. 24):

[…] analisam as conversas, selecionam por grau de relevância, respondem a todas e se aprofundam nas mais significantes, para que possam constituir um relacionamento de respeito e compromisso, com trocas, elogios e, num momento exclusivo e surpreendente, reconhecer a legião de fiéis admiradores e atrair potenciais consumidores.

A troca de experiências e cooperativismo entre os integrantes foi algo que se destacou. O grupo se constitui como um espaço para que os Studygrammers busquem maneiras de reinventar seus perfis, trazer algo novo, conteúdos e ideias que as pessoas precisam conhecer e aprender. Isso faz com que pensamentos, valores, dúvidas e necessidades sejam partilhados, permitindo colaboração mútua e busca pelo alcance de objetivos comuns (GOULART, 2014).

Dessa forma, a busca por seguidores não é uma prioridade do grupo, mas, sim, compartilhar vivências pessoais e sobre a dinâmica de seus Studygrams; trocar sugestões para postagens; estabelecer parcerias e boas relações, dentre outras possibilidades. Muitos Studygrammers antecipam o conteúdo de suas postagens no grupo para que os demais possam tecer críticas e apontar possíveis melhorias (Figura 2.c). Dessa forma, considera-se que os Studygrammers utilizam a interface do WhatsApp® como espaçostempo multirreferencial que possibilita múltiplas oportunidades de os sujeitos interagentes serem a(u)tores, produtores de saberes, culturas e conhecimentos (LUCENA; OLIVEIRA; SANTOS JÚNIOR, 2017).

Ademais, verificou-se que muitos integrantes do grupo comungam do discurso de que após criação de seus Studygrams tiveram melhora considerável em seus rendimentos nos estudos, pois conseguiram organizar o tempo e os materiais utilizados com mais qualidade. Alegam também satisfação pessoal em ter a oportunidade de contribuir para o processo de aprendizagem de outras pessoas por meio de seus perfis.

3.3 Os Studygrammers: a pessoa por trás do perfil

Para entender a discussão em pauta é necessário levar em consideração experiências sólidas e relatos de quem participa ativamente das dinâmicas desse novo espaçotempo de disseminação de informações e ensino-aprendizagem. À vista disso, cinco dos sete Studygrammers monitorados foram entrevistados por videoconferência ou responderam de forma escrita ao roteiro de uma entrevista.

Sobre as motivações que levaram essas pessoas a criarem um Studygram, tem-se, primordialmente, organizar e/ou melhorar seus estudos; ajudar outras pessoas; e popularizar novidades e avanços científicos:

“[...] já acompanhava outros Studygrams e aprendia muita coisa com eles, achava bem interessante a proposta de ajudar outras pessoas nos estudos através de postagens em uma rede social, então me encorajei e resolvi criar meu próprio perfil.” (ANA[7], Perfil @1).

“Com a pandemia e o ensino remoto, tive que organizar melhor minha rotina e meus estudos. Criar o Studygram foi a forma que eu arrumei pra isso” (CAROL, Perfil @6).

“Observava que meus alunos, em sala de aula, tinham muita dificuldade com alguns assuntos. Criei o perfil pra vê se tornava a Biologia mais palatável e compressível por todos.” (JOÃO, Perfil @5)

A relevância do assunto se mostra na atitude dos entrevistados em assumir o papel de protagonista em um método de aprendizagem e ensino não tradicional que ganha força com os avanços tecnológicos. Silva e Serafim (2016) salientam que é importante fazer uso do potencial educativo das tecnologias da informação e comunicação, pois sem o suporte tecnológico, ficam comprometidas as chances de aumentar a variedade e a diversidade necessárias à sala de aula contemporânea, pois o valor da tecnologia não está nela em si mesmo, mas depende do uso que dela fazemos.

Quando indagados sobre o impacto dos Studygrams na educação, os entrevistados repercutiram que as mídias sociais nunca estiveram tanto em evidência como na atualidade e, com isso, têm capacidade para contribuir significativamente para aproximar as instituições de ensino e as informações científicas à realidade do aluno. Como muitos jovens têm acesso à internet e são usuários das mídias sociais, iniciativas como os Studygrams aumentam as possibilidades de “tropeçar” em informações tecnocientíficas e/ou dicas de estudo, ao invés de buscá-las ativamente, tal como pontua o relatório do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT, 2021).

Os Studygrammers entrevistados acreditam que a linguagem simples e bem-humorada, a objetividade com que as informações são explicitadas, a praticidade e a interatividade são as principais virtudes desses perfis.

“A linguagem é mais acessível, é o jovem falando a mesma língua do jovem. São métodos objetivos que fazem com que as pessoas entendam assuntos que parecem altamente complexos.” (ERICK, Perfil @2).

“Havia muita coisa que eu não tinha aprendido na escola. Quando comecei no Studygram percebi que as pessoas tinham as mesmas dificuldades que eu em determinados assuntos. E ali poderiam comentar, falar, sem medo ou constrangimentos, o que gera um feedback legal na minha relação com eles.” (CAROL, Perfil @6).

Algumas dificuldades de atuar nesse cenário também foram pontuadas, tais como: conciliar as demais obrigações com as atividades do perfil; manter a regularidade das postagens; o algoritmo do Instagram que não mostra as publicações realizadas a todos os seguidores, o que pode levar ao baixo retorno do público; sintetizar assuntos ou pesquisas extensas; adaptar a linguagem técnica, entre outras.

Na visão dos Studygrammers, as postagens com mais alcance são aquelas que: apresentam informações resumidas sobre determinado conteúdo, geralmente em forma de mapas mentais feitos a mão; relacionam fenômenos e conceitos a fatos do cotidiano ou curiosos; abordam/discutem temáticas atuais, como a pandemia de Covid-19 (Doença do Coronavírus) e a vacinação; ou combatem fake News com informações científicas com credibilidade. Conforme Silva e Serafim (2016), as tecnologias de informação e/ou comunicação possibilitam ao indivíduo ter acesso a uma ampla gama de informações e complexidades de um contexto (próximo ou distante) que, num processo educativo, pode servir como elemento de aprendizagem, como espaço de socialização, gerando saberes e conhecimentos científicos. Os relatos a seguir ilustram esse cenário:

“já ajudei muitos seguidores a mandarem bem em provas com os mapas mentais que faço. Eles gostam bastante, principalmente quando faço com lettering.” (CAROL, Perfil @6);

“é só eu falar de algum estudo que saiu sobre Covid que a publicação bomba. Quando é alguma novidade que saiu naquele dia e que pouca gente tá falando sobre, dá mais retorno ainda” (ERICK, Perfil @2).

Cabe destacar que, ao gerenciar Studygrams, os Studygrammers mantêm uma interação intensa com o conteúdo, pois o processo de elaboração das postagens exige pesquisa, estudo, síntese, reflexão e organização. Ademais, quando o público tem acesso às postagens (seguidores ou não do perfil), é possível participar de discussões, tirar dúvidas, dar/receber dicas leituras e estudo, entre outras possibilidades. Esse conjunto de ações fomentam seus percursos individuais de aprendizagem, mas também acabam desencadeando processos de ensino que podem estimular, em si e naqueles que os acompanham, o desenvolvimento de habilidades e competências, o senso crítico, a autonomia, a criatividade e a tomada de decisões.

Sobre planos futuros e perspectivas para a página, muitos alegaram a intenção de expandir as ações do Studygram para outras mídias sociais e plataformas audiovisuais, por meio da gravação de podcasts para postar no Spotify e vídeos para o YouTube, bem como a criação de comunidades ou grupos de discussão no Facebook: “Futuramente eu desejo expandir o Studygram para outras plataformas para que mais pessoas sejam alcançadas” (ANA, Perfil @1). A falta de recursos financeiros e de pessoas e/ou conhecimentos próprios para realizar edição e roteirização são os principais entraves.

Com base no exposto, verificamos que surgimento dessas contas indica uma necessidade da população jovem e de profissionais de criar táticas próprias de aprender e ensinar; e vivenciar formas independentes do currículo escolar de produzir, consumir e gerenciar conteúdo. Além disso, tais iniciativas são capazes de auxiliar no desenvolvimento de habilidades e competências úteis do ponto de vista da escola (PEREIRA; FILOL; MOURA, 2019) e também das demandas do mundo do trabalho contemporâneo.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As TDIC têm revolucionado além de outras esferas da sociedade, a área da educação. Na década de 2010-2020, a maneira de se relacionar, aprender e ensinar se reconfigura, sobressaltando o papel dos influenciadores de aprendizagem por meio de perfis em redes sociais, como os Studygrams.

Alunos e professores passaram a experimentar uma nova perspectiva para o ensino-aprendizagem que se inter-relaciona com sua prática social na lida com TDIC, bem como na construção da cibercultura e da cultura da mobilidade. Nesse novo cenário, selecionam, organizam, (re)produzem e trocam saberes, ideias e conhecimento em rede. São propiciados também momentos de interação com outras pessoas, em que é possível levantar e discutir hipóteses; argumentar e lidar com contra-argumentos; tomar decisões; refletir sobre conceitos e fenômenos; ser conduzido desenvolver raciocínios complexos em meio a complexidade, na qual o todo se encontra nas partes e as partes (virtualmente) no todo (MORIN, 2013); dentre tantas outras possibilidades.

Ao analisar os perfis investigados, identificamos que cada gerenciador tem sua especificidade na maneira de construir e compartilhar conhecimento, que, quando atrelados a dinâmicas criativas e estratégicas oportunizadas pelas tecnologias e as redes, potencializa o desenvolvimento do ensino-aprendizagem, resultando em relatos positivos de produtividade tanto dos gerenciadores dos perfis como do público que os segue.

Observamos que os sujeitos por trás dos perfis, em sua maioria, são do sexo feminino, indicando que questões de gênero podem estar influenciando as dinâmicas de ensino-aprendizagem em Ciências e Biologia na cibercultura, sobretudo entre jovens e adolescentes. Tal problemática merece ser foco de atenção e discussão aprofundada em pesquisas futuras.

O processo de criação de conteúdos de estudo em mídias sociais vai muito além de postagens bem elaboradas. Consiste em uma abordagem que explora e desenvolve competências e habilidades, tanto naquele que posta, quanto no público. Para mais, é uma prática que tem despertado nas pessoas atitudes de empreendedorismo, autonomia, organização, interação e criatividade, que permitem (1) a fixação dos conteúdos; (2) o reforço pela busca em articulação de diferentes disciplinas e/ou de aspectos do cotidiano ao se abordar uma temática; (3) a formação para cidadania.

Nesse viés, é indispensável que as práticas pedagógicas no Ensino de Ciências e Biologia se alinhem aos avanços tecnológicos, ao desenvolvimento da cibercultura e a cultura da mobilidade, considerando a invasão das mídias sociais no cotidiano de alunos e professores. É necessário transformar as iniciativas para que o ensino-aprendizagem em Ciências e Biologia sejam mais estimulantes, atrativos e inovadores, como também se contextualizem com as dinâmicas que os usuários do ciberespaço constroem, usufruem e modulam de acordo com suas necessidades.

Acreditamos que ferramentas como os Studygrams e suas múltiplas utilidades podem contribuir para as iniciativas de educação online de Biologia a medida em que estimulam a experimentação, a reflexão, a geração de conhecimentos individuais e coletivos, a criação de ambientes de aprendizagem colaborativa construídos coletivamente e a intercriatividade.

Material suplementar
Apêndices
APÊNDICE 1

FINANCIAMENTO

O presente trabalho foi realizado com apoio Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico por meio do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC/UFPA.


CONTRIBUIÇÕES DE AUTORIA

Resumo/Abstract/Resumen: Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho

Introdução: José Maria Martins Costa; Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho; Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida

Análise de dados: José Maria Martins Costa; Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho; Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida

Discussão dos resultados: José Maria Martins Costa; Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho; Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida

Conclusão e considerações finais: José Maria Martins Costa; Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho; Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida

Referências: José Maria Martins Costa; Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho; Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida

Revisão do manuscrito: Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida

Aprovação da versão final publicada: José Maria Martins Costa; Yuri Cavaleiro de Macêdo Coelho; Ana Cristina Pimentel Carneiro de Almeida


CONFLITOS DE INTERESSE

Os autores declararam não haver nenhum conflito de interesse de ordem pessoal, comercial, acadêmico, político e financeiro referente a este manuscrito.


DISPONIBILIDADE DE DADOS DE PESQUISA

O conjunto de dados que dá suporte aos resultados da pesquisa foi publicado no próprio artigo.


CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM

Não se aplica.


APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA

Não se aplica


COMO CITAR - ABNT

COSTA, José Maria Martins; COELHO, Yuri Cavaleiro de Macêdo; ALMEIDA, Ana Cristina Pimentel Carneiro de. Da sala de aula para o instagram: os studygrammers e o ensino-aprendizagem. REAMEC – Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática. Cuiabá, v. 10, n., 2, e22038, mai./ago., 2022. http://dx.doi.org/10.26571/reamec.v10i2.13357.


COMO CITAR - APA

Costa, J. M. M; Coelho, Y. C. De M.,; Almeida, A. C. P. C. de. (2022). Da sala de aula para o instagram: os studygrammers e o ensino-aprendizagem. REAMEC - Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, 10 (2), e22038. http://dx.doi.org/10.26571/reamec.v10i2.13357.


LICENÇA DE USO

Licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0). Esta licença permite compartilhar, copiar, redistribuir o manuscrito em qualquer meio ou formato. Além disso, permite adaptar, remixar, transformar e construir sobre o material, desde que seja atribuído o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico.


DIREITOS AUTORAIS

Os direitos autorais são mantidos pelos autores, os quais concedem à Revista REAMEC – Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática - os direitos exclusivos de primeira publicação. Os autores não serão remunerados pela publicação de trabalhos neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico. Os editores da Revista têm o direito de proceder a ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.


PUBLISHER

Universidade Federal de Mato Grosso. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática (PPGECEM) da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC). Publicação no Portal de Periódicos UFMT. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da referida universidade.

Agradecimentos

Aos Studygrammers que se dispuseram a cooperar de forma voluntária com esta pesquisa.

REFERÊNCIAS
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Notas
Notas
[1] Dados divulgados em junho de 2018. Disponível em: Acesso em 12 jan. 2022.
[2] Analogia realizada por Michel Serres com o jovem que usa seus polegares com alta habilidade e destreza para manipular as mídias digitais.
[3] Vídeos curtos com no máximo 30 segundos.
[4] LÉVY, P. As Tecnologias da Inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. São Paulo: Editora 34, 1993.
[5] Prática de desenhar letras livremente, unindo trabalhos de design, ilustração e escrita.
[6] Elementos que pudessem identificar Studygrammers e/ou pessoas que acompanham o perfil foram suprimidos a fim de não os identificar.
[7] Os nomes são fictícios para salvaguardar o anonimato garantido ao interlocutor.
Autor notes
* Graduando em Licenciatura Integrada em Educação em Ciências, Matemática e Linguagens (IEMCI/UFPA), Belém, Pará, Brasil. Endereço para correspondência: R. Augusto Corrêa, 01, Guamá, Belém, Pará, Brasil, CEP: 66075-110.
** Doutorando em Educação em Ciências e Matemáticas (PPGECM/IEMCI/UFPA). Professor Adjunto da Faculdade Estácio de Belém, Belém, Pará, Brasil. Endereço para correspondência: R. Augusto Corrêa, 01, Guamá, Belém, Pará, Brasil, CEP: 66075-110.
*** Doutora em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido. Professor Efetivo da Universidade Federal do Pará (IEMCI/UFPA). Endereço para correspondência: R. Augusto Corrêa, 01, Guamá, Belém, Pará, Brasil, CEP: 66075-110.
Quadro 1
Caracterização dos Studygrams monitorados.

os autores.

Figura 1
Dinâmicas e características de Studygrams. (a) organização da TimeLine; (b) Reels com linguagem audiovisual e informações rápidas; (c) memes sobre temáticas de biológicas; (d) interações em postagens entre gerenciadores e público; (e) compartilhamento de vivências e curiosidades; e (f) testes rápidos nos Stories.
https://www.instagram.com/ (Reprodução Adaptada)

Figura 2
Capturas de tela de conversas no grupo de WhatsApp de Studygrammers.
Reprodução adaptada do aplicativo WhatsApp para Android.
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