1. INTRODUÇÃO

Estamos vivendo uma era tecnológica digital, o que tem proporcionado mudanças na maneira de nos comunicar, de realizar compras, de estudar e de nos entreter e interagir com as pessoas ao nosso redor. No âmbito educacional, as TD (Tecnologias Digitais) têm tomado grandes proporções. Conforme Moran (2013), elas podem auxiliar o ambiente escolar no processo de ensino-aprendizagem de maneira significativa.

Com as tecnologias atuais, a escola pode transformar-se em um conjunto de espaços ricos de aprendizagens significativas presenciais e digitais, que motivem os alunos a aprender ativamente, a pesquisar o tempo todo, a serem proativos, a tomarem iniciativas e interagir (MORAN, 2013, p. 31).

Foi refletindo sobre essa realidade, no âmbito educacional contemporâneo, que nos parece importante abordar a relação das TD na educação, desde a mais tenra idade, pois nesses 10 (dez) anos de magistério, observamos cada vez mais o interesse delas em manusear smartphones, jogos eletrônicos, tablets, entre outros equipamentos.

A Secretaria Municipal de Educação de Manaus (SEMED), a qual atente da Educação Infantil ao Ensino Fundamental, vem investindo, cada vez mais nos últimos anos, em formações contínuas para professores que envolvem a educação tecnológica e a inserção de aplicativos e softwares nas escolas e CMEIs.

Entretanto, ainda é notório a dificuldade de professores em desenvolver esses recursos isso pode ocorrer pelo simples fato de o avanço dessas tecnologias ocorrer em uma velocidade tão rápida que as escolas e professores não conseguem acompanhar a disponibilidade deles (BITTENCOURT; ALBINO, 2017).

Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é necessário:

[...] compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo na vida pessoal e coletiva (BRASIL, 2018, p. 09).

Na Educação Infantil, mediante os seis direitos de aprendizagens estabelecidos pela BNCC, destaca-se o explorar, que visa à ampliação do conhecimento em vários saberes sobre a cultura em suas diversas modalidades: a artes, a escrita, a ciência e a tecnologia (BRASIL, 2018).

Sendo assim, a BNCC aborda que a Educação infantil precisa promover experiências nas quais as crianças possam fazer observações, investigar, levantar hipóteses para, assim, buscarem respostas às suas curiosidades e indagações, o que nos impulsionou a refletir sobre as possíveis articulações de atividades com TD, destacando nesta pesquisa as mesas educacionais Mundo das Descobertas, ao desenvolvimento das ciências na educação das crianças.

A escolha das mesas educacionais Mundo da Descoberta se deu por fazer parte de um projeto da SEMED aos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs). O destaque aos conhecimentos das ciências foi uma decisão, mediante a escolha das crianças pelo jogo “No tempo dos dinossauros”.

Dessa maneira, a exposição geral do trabalho ocorreu incialmente por uma vasta discussão teórica sobre a temática Tecnologias Digitais (TD) na educação infantil. A divisão perpassou por uma reflexão frente aos estudos da TD na educação; posteriormente houve uma ampliação para a discussão dessas tecnologias na educação infantil, os seus planos e bases de ensino governamentais, finalizando na compreensão da ciência e tecnologias digitais na educação infantil.

Assim sendo, após as reflexões teóricas a investigação relatou a metodologia e os campos de discussões que as intervenções didáticas desenvolvidas na EI proporcionaram para a pesquisa.

2. AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO

A TD pode ser atrelado às práticas pedagógicas, auxiliando no processo de ensino-aprendizado. Mais que lazer, pode romper com a didática tradicional e possibilitar o aluno a construir sentido aos seus conhecimentos, a partir do uso de várias linguagens, como por exemplo, a linguagem digital, a linguagem oral, e a linguagem escrita (PRENSKY, 2006). Dessa forma:

[...] as linguagens tecnológicas e digitais precisam trazer um benefício educacional e social para a ampliação e aquisição de saberes, no sentido de gerar relações aprendentes e despertar as potencialidades nas diferenças e para além das relações de consumo e produção que acompanha as inovações tecnológicas (PUGENS; HABOWSKI; CONTE, 2018, p.1-2).

De acordo com Prensky (2001), a linguagem digital é uma forma de comunicação própria e eficiente para os chamados “nativos digitais”, ou seja, os indivíduos que já estão nascendo nesse contexto. Estes utilizam as mais diversas tecnologias disponíveis e já estão acostumados a obter informações de forma mais rápida, recorrendo primeiramente à consulta em mídias digitais, ao invés das mídias impressas.

A tecnologia segundo Moran (2005, p. 40):

[...] possui múltiplos significados que variam conforme o contexto, podendo ser vista como: artefato, cultura, atividade com determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus respectivos processos.

Para Kenski (1998, 2012), os professores precisam acompanhar as mudanças tecnológicas que influenciam diretamente no âmbito escolar, pois na nossa sociedade contemporânea é possível visualizar cada vez mais crianças com iphones, notebooks, vídeo games e uma diversidade de tecnologias.

Segundo Almeida (1996, p. 162), “o ensino através do uso de computadores pode se realizar sobre diferentes abordagens que se situam e oscilam entre dois grandes polos”, que podemos observar no Quadro 1.

Quadro 1
Polos sobre o ensino através do uso de computadores segundo (ALMEIDA, 1996, p.162)

Fonte: Brito (2019)

POLOS SOBRE O ENSINO ATRAVÉS DO USO DE COMPUTADORES SEGUNDO ALMEIDA (1996)
Polo 1	Polo 2
Num dos polos, tem-se o controle do ensino pelo computador, o qual é previamente programado através de um software, denominado instrução auxiliada por computador, que transmite informações ao aluno ou verifica o volume de conhecimento adquiridos sobre determinado assunto. O professor torna-se um mero espectador do processo de exploração do software pelo aluno.	No outro polo, o controle do processo é do aluno que utiliza determinado software para ensinar o computador a resolver um problema ou executar uma sequência de ações [...] para produzir certos resultados ou efeitos [...]. Aqui a abordagem é a resolução de problemas e a construção de conhecimentos [...]. O professor tem um importante papel como agente promotor do processo de aprendizagem do aluno, que constrói o conhecimento num ambiente que o desafia e o motiva na exploração, a reflexão, a depuração de ideias e a descoberta de novos conceitos.

Desafiar os discentes a conhecer, a investigar, são questões que o professor precisa despertar no aluno, tornando o processo de ensino favorável, pois são visíveis nas escolas as inserções tecnológicas através dos: datas shows, lousas digitais, notebooks, tablets, DVDs e outros. Não têm como fechar os olhos para a nova era digital.

Para que isso ocorra, deve haver uma formação (inicial e contínua) que integre as tecnologias digitais na formação por excelência de cada estudante do século XXI, tornando-o mesmo capaz de compreender e acompanhar as transformações tecnológicas, conseguindo então haver uma mudança de perspectiva cultural, econômica e social (DANTAS et al., 2020).

3. TECNOLOGIA DIGITAL E EDUCAÇÃO INFANTIL

O momento em que estamos vivendo é considerado uma era digital. As crianças nascem cercadas das mais diversas tecnologias digitais, exploram desde muito cedo os smartphones, entre outros equipamentos eletrônicos.

Sendo assim, Bittencourt e Albino (2017) revelam que as TD vem cada vez mais abrangendo os campos educacionais, disponibilizando materiais, cursos de formações contínuas online, instrumentos/equipamentos para auxiliar no processo de ensino-aprendizagem formal e não formal.

Segundo Masetto, (2010, p. 154):

As novas tecnologias cooperam para o desenvolvimento da educação em sua forma presencial, uma vez que podemos usá-las para dinamizar as aulas em cursos presenciais, tornando-as mais vivas, interessantes, participativas e mais vinculadas à nova realidade de estudo, pesquisa e contato com os conhecimentos produzidos.

Segundo Flor (2015), não podemos subestimar a capacidade da criança na Educação Infantil (EI). As Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil (DCNEI) destacam que o professor deste segmento precisa oportunizar experiências e brincadeiras, “possibilitando tanto a convivência entre adultos e crianças, possibilitando a ampliação de saberes e conhecimentos de diferentes naturezas” (BRASIL, 2010, p. 17). De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) os Direitos de Aprendizagem e Desenvolvimento na Educação Infantil são classificados em seis, conforme a Figura 01:

Figura 1
Direitos de aprendizagem desenvolvimento na Educação Infantil
Fonte: Elaboração dos Autores (2019)

No direito de aprendizagem “Explorar” (Figura 1), a criança tem o direito de explorar com movimentos, gestos, sons, texturas, cores, palavras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia (BRASIL, 2018).

Trabalhar em busca do desenvolvimento integral da criança utilizando as TD na educação é cumprir com o que a BNCC estabelece, visando à ampliação de seus conhecimentos e o seu desenvolvimento nas mais diversas modalidades. Parte do trabalho do educador da EI é refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar e monitorar o conjunto de práticas e interações, garantido a pluralidade de situações que promovam o desenvolvimento pleno das crianças (BRASIL, 2018).

O professor necessita atrelar as TD em suas práticas pedagógicas, mediando o processo de ensino-aprendizagem para que as crianças possam explorar e garantir experiências que “promovam o conhecimento de si e do mundo [...] incentive a curiosidade e possibilitem a utilização de gravadores, projetores, computadores, máquinas fotográficas, e outros recursos tecnológicos” (BRASIL, 2010. p. 25-27).

4. CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS DIGITAIS NA EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com as DCNEI os eixos norteadores do trabalho docente e pedagógico na Educação Infantil são as interações e as brincadeiras (BRASI, 2010). Nessa perspectiva, o Currículo da Educação Infantil deve “[...] promover experiências e vivências em torno do conhecimento produzido pela humanidade, visando oportunizar o desenvolvimento das capacidades humanas, como a memória, a percepção, [...] as diferentes linguagens” (MANAUS, 2016, p. 49).

O professor precisa estar se inteirando do que mais tem se destacado nas mídias tecnológicas e desenvolver juntamente com os alunos projetos que desenvolvam o cognitivo da criança, abordando essas diferentes linguagens, tanto a tecnológica digital, quanto a científica – muitas vezes deixada em último plano.

Os docentes sofrem então com a introdução de tecnologias digitais na escola, já que os mesmos não possuem formação voltada para acultura tecnológica, dificultando a sua relação com essas perspectivas de ensino. Essa fragmentação existente na formação acaba atingindo diretamente o estudante envolvido por falta de didáticas e técnicas que se interrelacionam com a sua realidade (DANTAS et al., 2020).

Para Carvalho e Gil-Pérez (2006), as ciências em escolas de EI estão sendo “deixadas de lado”, trabalhada de forma isolada ou até mesmo incompleta, não atingindo os conhecimentos, experiências e vivências necessárias das crianças.

Por tal motivo, este trabalho aborda a TD – destacando as Mesas educacionais Mundo das Descobertas – e de práticas pedagógicas envolvendo vivências e brincadeiras sobre curiosidades científicas – com o tema no Tempo dos dinossauros (Paleontologia) – que as crianças demonstram interesse.

O universo científico – as ciências estão intrinsecamente relacionadas ao universo lúdico, sendo ambientes de possibilidades, investigação, autoria, autonomia, construção de conhecimento e subjetividade. Por isso, Klisys (2010) salienta que é cada vez mais urgente que a escola de Educação Infantil possibilite vivências, experiências e brincadeiras que não separem o raciocínio da imaginação.

Defender o estudo de Ciências para a Educação Infantil é algo encampado por vários autores nacionais e internacionais. Estes profissionais, na maioria das vezes oriundos dessa área, afirmam que o ensino de Ciências para crianças pequenas em seus diferentes níveis nada mais seria que a exploração do mundo real. Ao conhecer, cada vez mais, o mundo em que está inserida, a criança não só compreende melhor, mas ganha ao desenvolver habilidades de raciocínio (ARCE, 2011, p. 61).

Para Oliveira (2012), o mais importante que a criança necessita aprender na Educação Infantil, no que diz respeito ao campo das explorações do mundo natural e social, é o gosto por aprender, a curiosidade própria do espírito investigador, sempre em busca do conhecimento, e o respeito às diferentes opiniões, sobretudo aos mais diversos assuntos.

5. METODOLOGIA

O presente estudo abordou temáticas sobre práticas pedagógicas com tecnologias digitais envolvendo vivências/experiências e brincadeiras sobre curiosidades científicas de Paleontologia na EI – oportunizando as crianças explorarem curiosidades sobre como os Dinossauros viviam, alimentavam-se, nasciam, suas principais características (tamanho, classificação, cores, texturas).

Realizamos uma investigação de abordagem qualitativa^[1], através de uma intervenção pedagógica organizada mediante a uma sequência didática (Quadro 02) que, segundo Zabala (1998), é um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais (ZABALA,1998, p. 18).

Quadro 02
Sequência Didática

Fonte: Brito (2019)

SEQUÊNCIA DIDÁTICA DA PESQUISA
MOMENTOS	DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
Apresentação das Mesas Educacionais para as crianças e escolha do jogo, mediante a uma votação.	As crianças já conheciam as Mesas, porém houve a necessidade de apresentar as funções, os jogos e os acessórios que a compõem. Foi feita uma votação com as crianças sobre qual o jogo que elas tinham mais interesse.
Conversa sobre os Dinossauros;	Roda de conversa sobre os dinossauros, abordando suas espécies, em que lugar viviam, como eles nasciam, do que se alimentavam e porque sumiram.
Algumas curiosidades sobre os Dinossauros;	A pesquisadora propôs que as crianças assistissem um desenho animado “Em busca do Vale Encantado”[2] onde se passavam as aventuras de cinco dinossauros que buscavam encontrar um Vale Perdido.
Desenho e pintura sobre os dinossauros.	A pesquisadora relembrou a letra do alfabeto D através de atividade impressa e propôs desenhos e pinturas onde as crianças puderam expressar sua arte (Figura 02 e 03).
Jogo No tempo dos Dinossauros das Mesas Educacionais Mundo das Descobertas;	As crianças retornaram as Mesas Educacionais e participaram do jogo onde elas correlacionavam os dinossauros as experiências anteriores.

Figura 2
Criança pintando a letra D
Fonte: Brito (2019)

Figura 3
Atividade na sala de referência
Fonte: Brito (2019)

As mesas educacionais Mundo das Descobertas são compostas por um computador completo, sendo que está possui uma estrutura diferenciada voltada para as crianças e seu mouse é adaptado, além de vir com jogos em cartas, ursos e tapete para jogar dados (Figura 04).

Figura 4
Mesas Educacionais
Fonte: Site SEMED (2013)^[3]

6. ANÁLISE E RESULTADOS

Na primeira atividade realizada (conforme o Quadro 02), as crianças decidiram, por meio de uma votação, o jogo “No tempo dos dinossauros”. Esta temática nos remete ao que dizem Mello; Mello e Torello (2005, p. 406):

[...] de fato, as crianças na faixa dos quatro aos seis anos podem trabalhar bem com as informações paleontológicas, desde que introduzidas de maneira adequada ao desenvolvimento intelectual de cada faixa etária. A convivência das crianças com a Paleontologia, no cotidiano do colégio, quer seja por atividades ou pelo contato com os materiais introduzidos.

Ao decorrer do processo, foi possível observar a ansiedade das crianças para saber o que aconteceria no próximo encontro, sempre muito dispostos, eles chegavam na sala de referência e se direcionavam ao painel em que estavam expostos na parede os nomes dos dinossauros que estavam ali relatando a identificação, como eles eram grandes, suas características e alimentação.

Através das observações e dos áudios transcritos no caderno de campo, observamos que as crianças conseguiram dialogar e compreender algumas características dos dinossauros, trabalhadas na sequência didática desta pesquisa, conforme podemos observar no Quadro 03.

Quadro 2
Algumas falas das crianças durante a intervenções pedagógicas

Fonte: Brito (2019)

ALGUMAS FALAS DAS CRIANÇAS DURANTE A INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS
CRIANÇAS	FALA	ANÁLISE
A	Professora amanhã a senhora vai fazer a atividade dos dinossauros de novo?	Satisfação e interesse dos alunos em participar das aulas.
B	Professora a mamãe comprou um livro cheio de dinossauros para mim e eu vou mostrar para os meus amigos.	Busca pelo conhecimento dos dinossauros no ambiente fora de sala de aula.
C	Professora eu já sei o nome dos dinossauros que a senhora ensinou e o que eles comem.	Conhecimento sobre os dinossauros, características e alimentação.

Ao trabalharmos a Paleontologia atrelada às TD, percebemos em algumas falas das crianças: satisfação, exploração do software, interesse para explorar mais os assuntos e a construção de conhecimentos sobre as temáticas. Sendo assim, corroboramos com Ferreira (2004) quando aborda que o computador pode auxiliar no processo de ensino aprendizagem, proporcionando mudanças qualitativas na educação, desde que os educadores compreendam, vivenciem, aceitem, flexibilizem as suas inúmeras possibilidades, adequando assim as suas práticas e planejamentos.

As vivências fizeram com que fosse reafirmado o que é propõe Barbosa e Shitsuka (2020, p. 7) “a cultura digital possibilitou não apenas a aplicação do currículo, mas também a percepção e o senso de acolhimento, empatia, solidariedade e coletividade, diante de um cenário catastrófico”.

Dessa maneira, a prática pedagógica com as mesas educacionais Mundo das Descobertas deve ser considerada como uma maneira a ser inserida no processo de ensino-aprendizado, com várias metodologias nas quais o professor necessita estar aberto e flexível para essas novas adaptações visando contribuir no processo de organizar a atividade envolvendo as interações e as brincadeiras – Eixos norteadores do trabalho docente e pedagógico na EI (BRASIL, 2010).

Figura 7
Aplicação dos Jogos nas Mesas Educacionais
Fonte: Guedes (2019)

Moran (2013) diz que os jogos digitais estarão cada vez mais presentes nessa geração, como atividades essenciais de aprendizagem. Esse fato é notório na realidade em que estamos vivendo, pois cada dia mais as crianças estão inteiradas com as tecnologias digitais.

Esse contexto então torna necessário a realização de perspectivas mais amplas quanto a formação docente. Bem como é exposto por Dantas et al. (2020, p.9) a:

[...] necessidade de atualização da prática docente em sala de aula, se tornou evidente com a massificação do uso das TDICs pelas crianças e adolescentes, que estão munidos de equipamentos tecnológicos digitais, trazendo jogos e amplo acesso às redes sociais, tais como Instagram, Facebook e WhatsApp para sala de aula.

Sendo assim, as práticas pedagógicas com a presença de TD torna-se uma necessidade, para integração da criança com a realidade em que ela está inserida. Os conhecimentos sobre tecnologia digitais são desenvolvidos desde cedo pelos pequenos, possibilitando uma facilidade na aprendizagem deles.

A Ciência na Educação Infantil, para Craidy e Kaercher (2001), deve propiciar a interação com diferentes materiais, observações e registro de muitos fenômenos, além de explicações que auxiliem os “pequenos” a tecerem seus conhecimentos e valores.

Além disso, segundo Pugens, Habowski e Conte (2018, p. 2):

[...] por meio das tecnologias se desenvolve também a capacidade de reconhecimento, de usar a imaginação para projetar extensões do corpo, para capacitar diferentes formas de aprender e de ensinar numa pluralidade de modelos e de conhecimentos, simulações de personagens, como elementos constituintes de novas visões de mundo.

Não se trata, portanto, de transmitir à criança pequena os produtos da ciência (BIZZO, 2009), mas de criar situações nas quais elas sejam envolvidas em processos de investigação que possibilitem a ampliação de seus conhecimentos prévios.

7. CONSIDERAÇÕES

Após essa intervenção pedagógica, parece-nos importante salientar que as mesas educacionais Mundo das Descobertas não podem ser vistas apenas como um brinquedo pedagógico para as crianças “passarem o seu tempo”, servindo apenas de entretenimento, todavia, podem auxiliar na promoção de experiências e vivências em torno de conhecimentos produzidos pela humanidade e descobertas cientificas – como é o caso do jogo “No tempo dos dinossauros”, que pode ser desenvolvida uma temática sobre paleontologia.

Entendemos, assim, que a mesa educacional Mundo das Descobertas possui um potencial educativo, desde que trabalhada de maneira planejada, aliada às práticas pedagógicas dos professores regentes, auxiliando para complementar os assuntos que estão sendo abordados nas salas de referências.

Trabalhar em busca do desenvolvimento integral da criança com as tecnologias digitais nas práticas pedagógicas da EI é cumprir com o que a BNCC estabelece, visando à ampliação do conhecimento das crianças e o seu desenvolvimento nas mais diversas modalidades.

Desta maneira, concluímos essa discussão na expectativa de realizarmos outros estudos que venham a somar a tanto outros, uma vez que reconhecemos a necessidade de promover reflexões sobre a temática TD na Educação Infantil e assuntos de Ciências com/por e para as crianças, que despertem nelas suas curiosidades, respeitando-as como ser histórico, social e de direito.

Agradecimentos

Não se aplica.

REFERÊNCIAS

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Notas

Autor notes

Ligação alternative

https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/reamec/article/view/11116 (pdf)