A polissemia do conceito de “paz” na comunidade escolar: um estudo prévio para a implementação da lei 13.663/18 no âmbito escolar

Autores

Palavras-chave:

Polissemia da paz, Projeto de Lei 13.663/18, Educação para a paz.

Resumo

A Lei 13.663, de 14 de maio de 2018, que altera o art. 12 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDB), para incluir a promoção de medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência e a promoção da cultura de paz entre as incumbências dos estabelecimentos de ensino, é de suma importância para a construção coletiva de uma sociedade mais justa e menos violenta. Mas, afinal, o que é paz? Levando em consideração a polissemia do termo, o objetivo do estudo foi identificar, sob a ótica dos estudos discursivos, o entendimento de paz de uma comunidade escolar em uma escola do Rio Grande do Norte. O aporte teórico para esta investigação parte dos estudos de paz presentes em diversos autores que abordam o tema. Como procedimento metodológico, foi realizada uma pesquisa de campo de cunho qualitativo, utilizando o método hermenêutico em Paul Ricoeur, juntamente com a aplicação de um formulário. Após análise dos dados, foi possível organizar as respostas em duas categorias, a primeira é a de paz vinculada ao viés religioso/espiritual e, a segunda, de paz vinculada a ausência de conflitos. Sabendo que a Lei já está em vigor, esses resultados mostram a necessidade de uma discussão ampla, séria e urgente sobre a temática no ambiente escolar, para que crenças e ideologias pessoais não sejam tomadas como consenso coletivo.

Biografia do Autor

Rafael Trentin Scremin, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN

Mestre em Educação (Núcleo de Filosofia da Educação) pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) ; Especialista em Educação Física Escolar pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR); Especialista em Educação Especial e Inclusiva pela Faculdade Educacional da Lapa (FAEL); Graduado em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). É pesquisador no Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física Escolar e Formação de Professores - GEPEFE (UEPG/CNPq); Núcleo de Estudos e Formação de Professores em Educação para a Paz e Convivências - NEP/UEPG; Grupo de Estudos Walter Benjamin e Herbert Marcuse na Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP e do Grupo de Pesquisa Linguística Aplicada: Linguagem como Prática Social (IFRN). Atualmente é professor de Educação Física do Instituto Federal de Tecnologia e Ciência do Rio Grande do Norte (IFRN).

Luzia Batista de Oliveira Silva, Universidade São Francisco

Bacharelado em Filosofia pela PUC/SP (1994); Mestrado em Filosofia pela PUC/SP (CNPq - 1997); Doutorado em Educação pela FE/USP (2004); Pós-doutorado em Antropologia pela Faculdade de Ciência Sociais da PUC/SP (2011 - 2013) com estágio Pós-doutoral em Filosofia pela Faculdade de Filosofia da Université de Bourgogne ? UNB/Dijon-FR (2011-2012). É membro da AIGB ? L?Association Internationale Gaston Bachelard ? Dijon-FR; membro do SETC ? Sociedad de Estudios de Teoría Crítica (UIB/Palma de Maiorca ? ES); membro e parecerista da ANPED ? Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação, região sudeste, GT 17 - Filosofia da Educação. Docente na Universidade São Francisco ? USF na Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação e nos cursos de Graduação. Possui larga experiência na área de educação, com ênfase em Filosofia e Filosofia da educação, atuando principalmente nos seguintes temas: filosofia, filosofia da educação; teoria crítica e educação; filosofia contemporânea; poéticas da infância e educação; narração, educação e formação superior; imaginário e violência escolar. É líder dos grupos de pesquisa: Estética, Formação Superior e Infância (CNPq/USF) e TCTCLAE ? Teoria Crítica e Teorias Críticas Latino-Americanas e Educação (CNPq/USF); membro pesquisador do Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação (CNPq/USF/UFSCAR/UNIMEP).

Referências

ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2012

BRASIL. Lei nº 13.663, de 14 de maio de 2018. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, n. 8, p. 1, 11 mai. 2018.

ABRAMS, I. (Org). Heróis da paz: o que ganhadores do Prêmio Nobel da Paz têm a nos dizer. Trechos selecionados e editados por Irwin Abrams; prefácio Jimmy Carter. Belo Horizonte: Gutenberg, 2001.

CALLADO, C. V. Educação para a Paz: Promovendo valores humanos na escola através da Educação Física e dos Jogos Cooperativos. Santos-SP: Projeto Cooperação, 2004.

CASTILLO, M. A paz: razões de Estado e sabedoria das nações. Trad. Maria Tereza Pontes. Rio de Janeiro: DIFEL, 2001.

ECO, U. Definições a propósito da paz e da guerra. In: AHLMARK, P. et al. Imaginar a Paz. Brasília: UNESCO, Paulus Editora, 2006.

FERREIRA, K. P. M; FIGUEIREDO, J. B. A. Educação ambiental dialógica: em busca de uma cultura de paz com a natureza. In: JUNIOR, R. N; MATOS. K. S. A. L; NASCIMENTO, V. S (Orgs.). Cultura de Paz do Conhecimento à Sabedoria. Fortaleza: Edições UFC, 2008.

GIROUX, H. A. Os professores como intelectuais. Porto Alegra: Artes Médicas, 1998.

GUIMARÃES, M. R. Educação para a paz sentidos e dilemas. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2005.

GUIMARÃES, M. R. Em torno do conceito da paz. In: BALESTRERI, R. B (Org.). Na inquietude da paz. Passo Fundo, RS: Edições CAPEC, 2003, p. 33-59.

GUIMARÃES, I. R. Educação para a Paz e novas tecnologias. In: CESCON, E; NODARI, E. C. Imaginar a Paz. Filosofia, ética e educação. São Paulo: Paulinas, 2001.

KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. Trad. Artur Morão. Portugal: Edições 70, 2008.

KRISTEVA. J. Será possível instaurar a paz?. In: AHLMARK, P. et al. Imaginar a Paz. Brasília: UNESCO/Paulus, 2006.

MACÊDO, R. M. A. A Paz: reflexões em torno de um conceito. In: MATOS. K. S. A. L. (Org.) Cultura de Paz, Ética e Espiritualidade II. Fortaleza: Edições UFC, 2011.

MARCHETTO, L. A. M. Educação para a Paz. São Paulo: Paulinas, 2009.

MENDEL, C. R. M. A. Projeto político – pedagógico: construção e implementação na escola. Campinas, SP: Autores Associados, 2008.

POL DROIT. R. De onde vem à paz? In: AHLMARK, P. et al. Imaginar a Paz. Brasília: UNESCO, Paulus Editora, 2006.

REDIN, E; STRECK. D. R; ZITKOSKI, J. J (Orgs). Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

ROMILY, J. A paz na antiguidade. In: AHLMARK, P. et al. Imaginar a Paz. Brasília: UNESCO/Paulus, 2006.

SERRANO, G. P. Educação em Valores: Como educar para a Democracia. Porto Alegre, RS: Artmed, 1997.

SILVA, L. B. O. A Interpretação Hermenêutica em Paul Ricoeur: Uma Possível Contribuição para a Educação. Revista Comunicações, Piracicaba, nº 2, 2011.

UNESCO. Recommandation sur l’éducation pour la compréhension, la coopération et la paix internationales et l’éducation relative aux droits de l’homme et aux libertes fondamentales. In: Actes de la Conférence générale, Dix – Huitiéme session Paris, 17 oct. – 23 nov. 1974.

WIESEL. E. Introdução. In: AHLMARK, P. et al. Imaginar a Paz. Brasília: UNESCO, Paulus Editora, 2006.

WISMANN. H. O caminho da paz segundo Kant. In: AHLMARK, P. et al. Imaginar a Paz. Brasília: UNESCO, Paulus Editora, 2006.

Publicado

2020-10-05

Como Citar

SCREMIN, R. T.; SILVA, L. B. de O. A polissemia do conceito de “paz” na comunidade escolar: um estudo prévio para a implementação da lei 13.663/18 no âmbito escolar. Polifonia, [S. l.], v. 27, n. 47, 2020. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/10096. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Outros lugares