O Currículo em Movimento: Interculturalidade e Práticas Corporais na Educação Física Escolar

Abstract

Este artigo busca discutir a perspectiva de um currículo intercultural em diálogo com as práticas corporais no campo da EFE, visando contribuir para uma educação democrática, inclusiva e com bases em valores humanos. O objetivo fora analisar criticamente as contribuições da literatura sobre a Educação intercultural e práticas corporais na EFE, visando identificar os principais desafios e limitações para a inclusão das diversidades e valorização das culturas por vezes silenciadas. A metodologia adotada, pautou-se em uma revisão bibliográfica abrangente, realizada por meio da leitura, análise e interpretação crítica de livros, teses, dissertações e artigos científicos publicados em periódicos especializados. Como técnica de pesquisa, adotou-se o método bibliográfico e abordagem qualitativa. Os resultados indicaram que na dimensão curricular e epistemológica a EFE ainda há uma forte influência de modelos educacionais conservadores e excludentes. Na dimensão formativa e institucional, há lacunas tanto na formação inicial quanto na formação continuada, dificultando a compreensão e as formas de abordar as culturas silenciadas. Já na dimensão estrutural e política, as condições precárias das escolas, falta de materiais e equipamentos, carga horária insuficiente, grande número de alunos por turma e a sobrecarga de trabalho, limitam a implementação de experiências plurais. Concluiu-se, que a interculturalidade crítica e não eurocêntrica, que problematize as desigualdades históricas e valoriza saberes tradicionais invisibilizados — abre caminho para práticas corporais mais humanas, inclusivas e dialógicas. A perspectiva intercultural não se limita a incluir diferentes práticas corporais, mas busca problematizar as desigualdades históricas e valorizar os saberes tradicionais que foram marginalizados e/ou silenciados.