Página | 48
clareza no conteúdo informacional, e os docentes, provavelmente, depreendem essa clareza e sinalizam pontos
positivos nessa escala.
O texto, antes de qualquer problema formal e estrutural, transmite uma mensagem e, por essa razão, os
professores, em especial na fase de escolarização que os alunos se encontram, devem incentivar a produção
textual, valorizando o conteúdo que o texto fornece ao leitor para então adentrar ao espaço estrutural e reforçar
a importância de se aprender ortografia. Essa avaliação favorável à “clareza” textual pode ser reforçada quando
observamos o gráfico com a distribuição das respostas na escala de “expressividade”. Com a média de 2.48 e
mediana 3, as reações subjetivas acabam concentradas no polo positivo (1, 2 e 3) da escala. Esse é outro aspecto
favorável observado nas respostas, dado que os desvios ortográficos colocados na dimensão avaliativa não foram
suficientes para que os docentes avaliassem o trecho como inexpressivo, já que o domínio de expressividade ou
não de um conteúdo é bem maior e mais complexo.
No que tange à escala de “importância”, constatamos, a partir das informações de média (2.68) e mediana
(3), que as escalas mais avaliadas pelos professores estão entre 1 e 3, o que aponta para uma reação positiva. As
escalas de “errado/certo” e de “formalidade”, diferentemente, mostram avaliações negativas por parte dos
respondentes. Sobre o “quão certo ou errado”, observamos que a escala 1 representa MUITO errado, enquanto
a 6 MUITO certo. A média 3.92 e a mediana 4 sinalizam para uma concentração à esquerda dos dados, o que
implica em reações negativas por parte dos professores que participaram da pesquisa.
A respeito da escala de “formalidade”, tal como a anterior, as reações foram muito negativas, dada a
média de 5.48. Enquanto o polo negativo da escala anterior estava entre 1 e 3, este gráfico, conforme indicado
na legenda, está entre 3 e 6. Diferentemente das escalas de “expressividade” e “importância”, os desvios
ortográficos colocados como foco de análise são fortemente avaliados nas escalas de “certo/errado” e
“formalidade”, não por sua natureza em específico, visto que a escala não avaliava isso, mas pelo que o desvio
ortográfico representa, uma transgressão ao código devidamente convencionado. Ao oposto do que se pode
constatar na escala de “certo/errado”, na de “formalidade” não há marcação em escalas que sejam positivas ou
relativamente positivas. O gráfico mostra a unanimidade das reações dos professores. Mesmo com o N baixo,
podemos verificar que a formalidade é uma escala que sofre forte avaliação.
Na última escala, a de “organização”, os respondentes variam muito nas reações, o que pode indicar que
os desvios são responsáveis por essa variação, já que apenas um trecho foi apresentado aos professores. Em
caso de uma redação completa, aspectos, tais como paragrafação e organização de ideias, poderiam ser variáveis
mais produtivas, o que poderia suscitar a hipótese de que essa mesma escala, no contexto aqui apontado,
concentraria as reações nos polos negativos. Aqui, por outro lado, a escala mais penalizada, como indica a média
(3.28), é a 3, em que a maioria dos professores considerou o texto como MAIS ou MENOS organizado, e a
concentração das respostas acaba ficando no polo positivo do texto.
O desvio-padrão de todos os gráficos expõe em quais escalas há maior desacordo entre as respostas. Em
outras palavras, quanto mais distribuídas estão as reações dos professores, maior é o desvio-padrão, visto que
não houve uma uniformidade para a avaliação dessa escala, e quanto menor for o desvio-padrão, mais os
professores concentram as reações no mesmo ponto. A partir disso, verifica-se que os desvios-padrão estão