associada, por meio de uma formação discursiva religiosa, àquele que levou a
“paz, alívio, esperança as pessoas e Morreu Pobre!!!”.
Essas designações, por seu turno, põem em circulação esses sentidos,
inclusive ativam aqueles que foram materializados em uma repostagem da
sucursal brasileira da revista norte-americana Forbes, quando listou os cinco
líderes evangélicos com os maiores patrimônios, em janeiro de 2013, dentre ele,
Valdemiro. Observe-se, assim, que o meme está ligado a uma enunciação, a um
contexto social, a esse fato motivador tratado no artigo da revista. Esse
enunciador, ao dizer que Chico Xavier não cobrou, ou melhor, “NUNCA COBROU
1 centavo” denuncia a performance social de exploração do apóstolo aos fiéis,
busca deslegitimá-lo de sua função social.
Sendo assim, as nominalizações empreendidas nessa tonalidade
discursiva atribuem valores a esses sujeitos, de modo que, também, por meio
dessa referência financeira, os adjetivos se invertem de posição, há um
deslocamento. Passam, a partir de um exercício de aversão, a assumir novas
posições no enunciado. Dessa forma, a escolha estilística, por meio das palavras
“monstro, bruxo, demônio, mentiroso, aberração, estelionatário, ladrão” para se
referir ao espírita, contraria duplamente, logo em seguida, tais nomeações: 1-
quando diz que Chico Xavier levou a “paz, alívio, esperança às pessoas e Morreu
Pobre!!!”; quando afirma que 2- Valdemiro gastou os milhões de seus fieis. Por
sua ordem, são contraditórias às nominalizações feitas ao apóstolo “santo,
apostolo, enviado de Deus, Mão de Deus na terra, Verdade em Pessoa”, uma vez
que ele é caracterizado, por ordem de inversão/comparação ao espírita brasileiro,
como um explorador da fé das pessoas, com capacidade de enganar os fieis e de
extorquir quantias exorbitantes deles. As nominalizações só são possíveis de
aparecer, pois elas estão em diálogo com com outros discursos, retoma, inclusive,
a voz de denúncia da Forbes.
É interessante, nesse sentido, ponderar que esses enunciados são
proferidos sob a condição da verdade, os quais, ditos de modo frequente, tendem
a tornar-se, quase sempre, verdade inquestionável e absoluta. Essas
nominalizações feitas naturalizam as consagrações destinadas aos sujeitos
envolvidos, sem qualquer exceção ou modalização. Nessa arena de tensões, bem