FRIZON, J. R.; GRAZIOLI, F. T. Mediação de leitura: possibilidades e experiências. Revista Diálogos (RevDia), “Edição comemorativa pelo Qualis B2”, v. 6, n. 2, mai.-ago., 2018.

MEDIAÇÃO DE LEITURA

Possibilidades e experiências

Reading mediation: possibilities and experiences

Josué Rdorigues Frizon 1 (PPGL/UFRGS)

Fabiano Tadeu Grazioli 2 (PPGL/UPF)


RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo tecer algumas considerações acerca da importância da mediação de leitura na formação de novos leitores, sobretudo leitores literários. Para isso, inicialmente trata-se a respeito do incentivo ao comportamento leitor por parte da família, das instituições escolares e dos professores mediadores. Na sequência, é dada ênfase às possibilidades de se realizar trabalhos significativos de mediação em diferentes espaços de construção do conhecimento. E, por último são apresentados relatos pessoais de experiências de trabalhos realizados com vistas a formar novos leitores, através de atividades como contação de histórias, trabalho com poesia, malas de leitura, diários de leitura, também performances e pequenos espetáculos teatrais, através do método criativo. Servem como base teórica de textos de Michèle Petit (2009), Regina Zilberman e Tania M. K. Rösing (2009), Renata Junqueira de Souza e Cyntia G.G. Simões Girotto (2017), Fabiano dos Santos, José Castilho Marques Neto e Tania M. K. Rösing (2009), Ezequiel Theodoro da Silva (2009), Rildo Cosson e Graça Paulino (2009), Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar (1993), Jonathan Bergmann e Aaron Sams (2016).

PALAVRAS-CHAVE: Leitor; Professor; Mediação

ABSTRACT: The present article goal's to establish some considerations about the importance of the reading mediation on the formation of new literary readers. Firstly, we treat about the incentivation provided by the family, institutions, teachers and mediators. Then, we give emphasis to the possibilities of performing a significative work of mediation in different places. At least,we present some personal reports about performed works in order to formulate new readers by storytelling, poetry, reading diaries and theatrical work, using a creative method. Our teoric basis is founded on the texts of Michèle Petit (2009), Regina Zilbermann and Tania M. K. Rösing (2009), Renata Junqueira de Souza and Cyntia G.G. Simões Girotto (2017),Fabiano dos Santos, José Castilho Marques Neto and Tania M.K. Rösing (2009), Ezequiel Theodoro da Silva (2009), Rildo Cosson e Graça Paulino (2009), Maria da Glória Bordini and Vera Teixeira de Aguiar (1993), Jonathan Bergmann and Aaron Sams (2016).

KEY WORDS: Reader; Teacher, Mediation

1. INTRODUÇÃO

As memórias que um leitor tem em relação aos seus primeiros contatos com as narrativas, orais ou escritas, muitas vezes se tornam marcantes em sua trajetória. A mãe que entoava canções ou lia, ainda quando a criança estava em seu ventre ou já no colo. A avó que contava histórias ao pé da cama. A professora que criou o cantinho de leitura. O pai e a mãe, ou outro familiar qualquer, que presenteou com um primeiro livro.

Há também o professor contador de histórias. O mediador de leitura. A bibliotecária que dispunha as obras da melhor forma possível, instigando os alunos a abrirem aqueles exemplares. O amigo que falou sobre determinado personagem e o enredo de uma narrativa, instigando para o ato de ler. A pessoa que fez com que, de algum modo, o livro chegasse as mãos de um futuro leitor.

É fato que são muitas as vivências que podem e certamente contribuíram, ou contribuem, para a formação de grandes leitores. Seja qual for o meio pelo qual passaram a ver o mundo sob o ângulo das letras, todos se unem ao redor de um universo de muitas possibilidades, criado através de um acervo de leituras realizadas. E não é só isso! Muitos têm a percepção de que a leitura transforma vidas e realidades, gera caminhos e possibilita sonhar com um mundo melhor. A literatura se constitui cada vez mais numa esperança e ferramenta de transformação da nossa sociedade.

Sendo assim, esse trabalho apresenta algumas considerações sobre a importância de formar novos leitores. Se acreditamos que é essa uma luz para os tempos sombrios que estamos vivenciando, mesmo que muito já se tenha escrito e lido a respeito, pensamos ser oportuno trazer tais considerações, relembrar caminhos, rever o pensamento de alguns teóricos, enfatizar a necessidade, mais uma vez, da mediação de leitura em sala de aula e em outros ambientes.

A escrita que apresentamos nas páginas a seguir segue por trilhas já muito vistas, pensadas e discutidas. Mas que são aqui trilhadas pelas palavras de dois professores que tem experiências para registrar e compartilhar. Assim, trazendo como perspectiva uma visão de mediadores de leitura. Tais experiências não se constituem como receitas ou como planos a serem seguidos. No entanto, se caracterizam como vivências em que se acredita ter contribuído para a formação de alunos que leem.

Inicialmente, apresentamos a contribuição que as instituições escolares, familiares e sociais podem dar no sentido de aproximar crianças e jovens do mundo das palavras e de seus significados, propiciando criarem um comportamento leitor. Quando pelo menos um desses espaços realiza um trabalho significativo de mediação, a formação tende a ocorrer. Para a continuidade do texto, procuramos refletir sobre as possibilidades de trabalho, livros e acervos. Por fim, trazemos algumas experiências que viemos realizando nos últimos anos com atividades de leitura em sala de aula.

Para as reflexões sobre as quais nos referimos no parágrafo anterior, teremos como base textos de teóricos como Regina Zilberman (2009) Tania Rösing (2009) Ezequiel Theodoro da Silva (2009) Michèle Petit (2009), Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira de Aguiar (1993) Rildo Cosson e Graça Paulino (2009), Jonathan Bergmann e Aaron Sams (2016) e Renata Junqueira de Souza e Tchiago Inague Rodrigues (2017).

A formação de leitores é vista aqui como uma possibilidade simples, mas que não se constitui como simples tarefa. É necessário para isso empenho por parte de todos os envolvidos no processo educacional, sobretudo por aqueles que acreditam no poder da palavra como forma de mudar o mundo. Nesse sentido, é necessário abraçar a causa, buscar alternativas, cativar e, antes de mais nada, acreditar no trabalho que todos podemos e nos propomos a realizar.

2. PRIMEIROS PASSOS PARA A FORMAÇÃO DE UM LEITOR

Embora essa ainda não seja uma prática comum em muitas famílias, professores, teóricos, escritores, educadores, mediadores de leitura, gestores e inúmeros outros profissionais ligados à área da educação, sabem da importância que se tem em tornar acessível às crianças o contato com as palavras, o livro, as histórias, a cultura e suas inúmeras manifestações. Quanto mais cedo a palavra narrada for apresentada às pessoas, muito maior será a tendência de que estas se tornem futuros leitores.

Nesse sentido, as histórias contadas, os versos, as canções, podem e devem fazer parte do universo infantil desde o seu início. Atentamos às palavras de Tânia Rösing, no artigo intitulado Do currículo por disciplina à era da educação-cultura-tecnologia sintonizadas: processo de formação de mediadores de leitura, o qual faz parte da obra Mediadores de Leitura, organizada pela criadora das Jornadas Literárias de Passo Fundo3 , em conjunto com Fabiano dos Santos e José Castilho Marques Neto:

Desde a vida intrauterina, as mães precisam relacionar-se com seus bebês também através da palavra enunciada pela voz da mãe ao manifestar seu afeto, ao entoar canções, ao recitar poemas, ao contar pequenas narrativas, ao enunciar parlendas, trava-línguas. Essas atividades com a palavra continuam com o recém-nascido, desencadeando, desse modo, um processo de ampliação do imaginário no encontro entre mãe e filho. As palavras que passam a ser pronunciadas pelo bebê, pela criança nos anos iniciais, vêm do repertório usado pela mãe na comunicação que faz com seu filho. Nessa perspectiva, devem ser assumidos cuidados para fazer ecoar nos ouvidos dos pequenos palavras significativas. Essa preocupação estende-se aos avós, cuidadores, profissionais das creches e escolas em contato direto com as crianças.

É necessária, nas palavras de Tania Rösing, a percepção por parte da família e de todos que cercam uma criança desde o seu nascimento, de que quanto maior o contato com a palavra e seus encantamentos, melhor será. Também, enfatiza-se que esse trabalho, iniciado no seio familiar, deve ter continuidade nos ambientes da escola. Mais do que isso, sabemos que as instituições escolares devem ter como uma das principais metas a formação de leitores. Afinal é através da alfabetização e, como consequência desta, do letramento, que as competências e habilidades por parte dos alunos vão sendo adquiridas. Quando, então, é dado esse prosseguimento, a formação dos jovens leitores em formação se torna muito mais ampla.

Mesmo que a família e todos que fazem parte do universo familiar da criança cumpram o seu papel e propiciem o acesso aos livros, outro agente, de suma importância nesse processo de formação, é o professor. E é por meio dele que muitos meninos e meninas terão acesso a um livro pela primeira vez. Sua prática pedagógica propicia, e isso pode acontecer de forma especial, a transformação da vida de seus alunos. No entanto, não é possível contribuir para formar novos leitores se não se é formado. Antes de mais nada, há que ser um professor leitor. Nesse sentido, Ezequiel Theodoro da Silva, em O professor Leitor (SILVA. 2009, p. 28), texto pertencente a coletânea Mediadores de Leitura, enfatiza,

O professor lê e faz ler os seus alunos. O professor lê e provê conteúdos. O professor lê e prevê caminhos. O professor lê e se vê melhor nas suas caminhadas. O professor lê e se reconstrói nas experiências. O professor lê e se vitaliza incessantemente.

Podemos exemplificar as palavras citadas acima com o enredo de duas obras de literatura infanto-juvenil e infantil, onde personagens professoras, leitoras e apaixonadas pelo poder da palavra, transformam a vida de todos que as rodeiam através dos livros. No primeiro caso temos Dona Sofia, uma professora aposentada, personagem que faz parte da obra A caligrafia de Dona Sofia 4, do escritor e ilustrador André Neves. Com ilustrações e com uma seleção de poemas que saltam aos olhos e aos sentidos, o texto apresenta a velhinha que mora em uma pequena cidade, no alto de uma colina, habitando uma casa sozinha, mas cheia de poesia e histórias. O seu gosto pelos poemas faz com que realize um processo de mediação de leitura através de cartas, com poemas e flores, enviadas de forma anônima a todos os seus vizinhos. É através do ato de tal professora que os habitantes passam a gostar cada vez mais dos versos e da leitura. Observa-se o fragmento a seguir (NEVES, 2007, p. 10):

Sua casa era diferente de todas as outras. Tinha paredes decoradas de cima a baixo com... poesias. Dona Sofia, com sua linda caligrafia, escrevia poesias por todos os cantos da casa. Havia versos na sala, no quarto, na cozinha, no banheiro e em todos os lugares onde pudesse deixar um pedacinho de emoção.

É por meio de seu amor pelos versos, pelas flores, pois além disso cultiva um jardim, que Dona Sofia resolve espalhar seu amor pela leitura e assim proporcionar mais alegria para a região onde mora. Uma atitude simples, mas cheia de atos singelos, que faz com que aquele pequeno universo e região vá se transformando aos poucos. Então, fica para as outras personagens evidente a importância daquela senhora e dos livros que tem em casa, das leituras que decide compartilhar.

Já o segundo exemplo vem através da obra As Marias, autoria da carioca Anna Claudia Ramos. Num texto cheio de encantamentos, a escritora apresenta a história de duas meninas que tem em comum o nome e suas vidas transformadas pelas ações de duas professoras mediadoras de leitura, (RAMOS, 2008, p. 4).

Era uma vez uma menina que não gostava de estudar. Ela vivia reclamando que estudar era muito chato e não entendia por quê tinha de ir para a escola todos os dias. Era uma vez uma menina que queria estudar. Só que ela não tinha escola. Não tinha nada. Nem luz elétrica, nem água encanada. Só lonjura e silêncio. A menina que não gostava de estudar nem sonhava que poderia existir nesse mundo uma criança que queria estudar e não tinha como. A menina que queria estudar sonhava que um dia não precisaria acordar cedo para trabalhar, e sim para estudar. As duas meninas se chamavam Maria. E mesmo morando tão longe uma da outra, mesmo sem se conhecerem, tinham algo em comum. É que um dia, chegou ao povoado de Maria (vinda não se sabe de onde) uma professora com duas malas. Numa mala trazia roupas. Na outra, livros... tudo mudou na vida das Marias.

O texto acima, que pode servir de referência não somente para crianças, como também para todos os educadores, possibilita uma série de reflexões. Entre elas está o fato de quão importante pode se tornar a mediação de leitura na vida de um aluno. Do quanto a escola, através dos seus professores e de todos os demais membros, pode ser um lugar de grande significado para crianças e jovens. Mais do que isso, de que atitudes simples por parte de agentes de leitura podem colaborar para a tão buscada formação de novos leitores. As professoras personagens tinham como principal ferramenta de trabalho suas malas cheias de livros e a vontade de transformar vidas. Por meio das ações das duas, uma das meninas, que até então não tinha tido a oportunidade de estudar, realizou seu sonho. E a outra, que não gostava de ir à escola, passou a ver o ambiente com certo brilho nos olhos, com mais alegria e entusiasmo.

Regina Zilberman, em seu artigo A escola e a leitura da Literatura, (ZILBERMAN, 2009, p.30), o qual faz parte da obra Escola e leitura: velha crise, novas alternativas, organizado por ela em conjunto com Tania M. K. Rösing, menciona o papel da escola, no contexto na formação de leitores.

Assim, a escola pode ou não ficar no meio do caminho: se cumprir sua tarefa de modo integral, transforma o indivíduo habilitado à leitura em um leitor; se não o fizer, arrisca-se a alcançar o efeito inverso, levando o aluno a afastar-se de qualquer leitura. Para evitar esse resultado, cabe entender o significado da leitura como procedimento de apropriação da realidade, bem como o sentido do objeto por meio do qual ela se concretiza: a obra literária.

A apropriação da realidade, de que discorre Regina Zilberman na citação anterior, é dada às crianças e jovens quando se tem, antes de tudo, uma apropriação por parte do professor a respeito das possiblidades que traz nas mãos de fazer um trabalho significativo na vida de seus alunos e marcá-los positivamente.

3. POSSIBILIDADES DE MEDIAÇÃO

De acordo com o apresentado na seção anterior, a escola é um dos principais locais destinados à formação de novos leitores. Mas não somente. Há uma gama enorme de espaços e possibilidades para se realizar significativas mediações de leitura. Assim, bibliotecas, parques, praças, mercados, hospitais e tantos outros lugares podem se tornar propícios ao exercício de mediação. Mais importante do que isso é o trabalho, a voz, o empenho, o conhecimento, a percepção do mediador e bagagem de leituras que traz consigo.

De nada adiantam espaços bem construídos, modernos, com aparatos tecnológicos, se os principais agentes de leitura não forem preparados. E a preparação não começa de outra forma a não ser por um comportamento leitor. É necessário destacar que não são somente professores que podem e devem realizar o trabalho de mediação. Pessoas ligadas à cultura em muitas de suas manifestações, desde que tenham um comportamento leitor instituído, podem e fazem trabalhos de excelência. Quando se juntam espaços, trabalhos e textos significativos, os futuros novos leitores podem ser conquistados e uma intervenção positiva de fato ocorre. Ainda, sobre os agentes de leitura mencionados acima, atenta-se ao que diz Fabiano dos Santos em seu texto Agentes de Leitura: inclusão social e cidadania cultural, (SANTOS, 2009, p. 40), o qual faz parte também da obra Mediadores de Leitura, mencionada em páginas anteriores.

Para ser um agente de leitura a pessoa tem primeiro que gostar de ler, ter vontade e compromisso social de compartilhar esse gosto e sua experiência de leitura com um outro tanto de gente, formando leitores em ambientes diversos como bibliotecas públicas municipais, escolas, fábricas, empresas, associações, comunidades e dentro das casas, no seio de famílias que abrem suas portas para que os livros e a leitura possam entrar em suas vidas.

Quando se fala em literatura para crianças e jovens o que fica claro, numa olhada rápida para os acervos de livrarias e bibliotecas, é que os títulos se multiplicam cada vez mais, assim como o colorido das obras. Há alguns anos, embora com textos fantásticos, os livros deixavam a desejar no que diz respeito às ilustrações. Hoje, ao nos depararmos com criações como as de Elma, de André Neves, de Celso Sisto e de tantos outros ilustradores brasileiros, por exemplo, nos damos por conta de que a interação texto-imagem é muito mais significativa e atraente aos olhos dos pequenos leitores. Além do que, pensar numa escrita para crianças e jovens, ao contrário do passado, cresceu de forma significativa.

É necessário mais uma vez voltar um pouco essa discussão para a importância de, com essa enorme gama de textos e obras disponíveis para os novos leitores, se pensar na formação de leitores literários. Atenta-se ao que diz Renata Junqueira de Souza e Tchiago Inague Rodrigues, em seu artigo Estratégias de leitura na obra infanto-juvenil O menino e o Tuim, o qual faz parte da obra Práticas Pedagógicas com textos literários: estratégias de leitura na infância, organizada pela autora em conjunto com Cyntia G. G. Simões Girotto, Editora Gráfica Copiart, São Paulo, 2017, p. 121:

O processo de tornar o indivíduo um leitor ativo, perspicaz, começa desde a sua tenra idade, geralmente inicia-se no contexto escolar durante os primeiros anos da Educação Básica. A função do professor em “moldar”, conduzir, estimular o aluno neste momento a ler, é fundamental

Uma das possibilidades de ensinar a ler em âmbito escolar é a partir de obras literárias. Os livros de ficção, do hiper-real ao fantástico, fazem com que o aluno consiga estabelecer a conexão do universo ficcional com o mundo real e a partir disso interpretar de modo cada vez mais crítico o tempo em que se vive.

Nesse mesmo sentido, Graça Paulino e Rildo Cosson5, no texto Letramento Literário: para viver a literatura dentro e fora da escola , (2009, p. 69), enfatizam o seguinte:

Na verdade, todos nós construímos e reconstruímos nossa identidade enquanto somos atravessados pelos textos. O que cada um é, o que quer ser e o que foi dependem tanto de experiências efetivas, aquelas vividas, como da leitura que faz das próprias possibilidades de ser e das experiências alheias a que tenha acesso por meio de textos. Em outras palavras, somos construídos tanto pelos muitos textos que atravessam culturalmente nossos corpos, quanto pelo que vivemos.

Percebe-se através das citações acima a necessidade de se trabalhar com o texto literário em sala de aula. Mais do que isso, sabe-se da eficiência do trabalho com o texto na sua íntegra. O desenvolvimento de competências leitoras pode ocorrer por meio de mediações de leitura significativas na leitura de contos, romances, coletâneas de poemas e outros. Quando se trata de crianças e jovens, sabemos que esse não é um exercício fácil. São necessárias estratégias para, como dito no início desse texto, cativar o leitor para a leitura e o desenvolvimento de um comportamento leitor.

Se somos também construídos pelos textos que lemos e pelas experiências das quais fazemos parte, então nossa prática enquanto professores de línguas e literaturas carrega consigo muito do que vivenciamos. Foi determinada professora que marcou suas crianças com seu modo de trabalhar o texto literário, uma mediação significativa de leitura que ocorreu debaixo de uma árvore, em que todos os alunos, como de costume, rodeavam o professor à espera de mais uma história, um espetáculo teatral que encantou e motivou a procurar certa obra literária na biblioteca. Portanto, certamente são muitas as memórias de um professor leitor, de um professor mediador de leitura. Assim, propiciar caminhos para transmitir aos seus alunos o seu amor pela leitura é gerar possibilidades e descobertas. Nesse sentido, Michèle Petit, em sua obra A arte de ler ou como resistir à adversidade, (PETIT, 2010, p.292) menciona que “a literatura não é uma experiência separada da vida; a literatura, a poesia e a arte estão também na vida; é preciso prestar atenção.”

Nesse universo de possibilidades de mediações de leitura, nem sempre se requer grandes estratégias para a realização das atividades. É preciso, muito além disso, transmitir o amor pelos livros e possibilitar o encontro entre eles e futuros novos leitores, ou leitores em formação. Desse modo, indicar obras, narrar histórias, apresentar poemas, possibilitar discussões, instigar o educando, oferecer livros e possibilidades, são tarefas necessárias àqueles que desejam se empenhar na formação literária de seus alunos.

4. ALGUMAS EXPERIÊNCIAS DE MEDIAÇÃO: RELATOS DOS AUTORES

Nesta seção apresentamos individualmente experiências como mediadores de leitura, tendo em vista nossas trajetórias e motivações frente aos desafios que sugiram em nossas caminhadas profissionais. O primeiro autor do artigo relata experiências que vão desde o contato das crianças menores até os adolescentes do final do Ensino Fundamental e apresenta diversas metodologias utilizadas ao longo de sua vida profissional. O segundo autor do artigo optou por registrar uma experiência situada no ano passado, junto às turmas de Ensino Médio de uma escola particular. Vamos aos relatos!

4.1 Relato de experiências do autor principal do artigo, tendo em vista a formação de leitores assinalada nas partes anteriores da escrita:

Em minha trajetória enquanto professor mediador de leitura, carrego lembranças de atividades organizadas por alguns dos meus ex-professores. Acredito que com muitos educadores não seja diferente. Guardamos aquelas experiências que nos aproximaram das obras literárias e que têm um significado especial em nossa caminhada. Uma professora que me instigou a ler poemas já no 1º ano do Ensino Fundamental. Uma outra que nos contava histórias na praça da cidadezinha onde estudava. E uma terceira que a cada início de aula lia para a turma um capítulo de O Pequeno Príncipe, de Antonie de Saint-Exupéry, e depois, mais tarde, de uma adaptação de Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes.

Havia ainda aquela que organizava rodas de discussões, de obras literárias lidas previamente, e que organiza grupos de teatro amador. As contribuições são muitas e inesquecíveis. Não tem como esquecer do primeiro livro lido, das histórias que nos eram contadas e do modo singular como era feito isso. Não deu outra! Me tornei um leitor e, em consequência disso, escolhi ser professor.

Os contatos com a poesia, com as narrativas orais, com as obras literárias, propiciaram a busca pela criação de pequenos projetos que acredito terem dado certo. Assim, meu primeiro trabalho foi como contador de histórias. É verdade, eu estava louco por iniciar. Tinha acabado de me formar e queria trabalhar. No primeiro contato, com uma escola pública, a coordenadora pedagógica me questionou: “Você dá conta de uma turma de cinquenta alunos e conta histórias por dois períodos? ”

A pergunta caiu como uma chuva, mas não hesitei, eu precisava daquele emprego. “Claro que sim! ”. A partir disso passei a criar estratégias. A escolha de uma obra cativante, a metodologia de trabalho a ser utilizada, o espaço e os recursos. Mais do que isso, minha preparação não poderia deixar a desejar. A caligrafia de Dona Sofia, de André Neves, foi a primeira narrativa que apresentei. E foi através dessa história que me tornei, por dois anos, o professor contador de histórias daquela escola. Ainda hoje encontro meus ex-alunos na rua e eles me reconhecem desse modo. É necessário dizer que quando se faz aquilo que de que se gosta acredito que a gente possa deixar marcas positivas. Eu sei que, muitas das histórias que apresentava àquelas crianças eram depois procuradas na biblioteca da instituição. Algumas obras tinham sempre fila de espera. Dessas experiências fui aprendendo o quão importante é a escolha de boas outras, o conhecimento prévio por parte do contador de histórias, bem como uma exploração significativa de elementos essenciais como as ilustrações.

Depois, outras oportunidades vieram. Em 2011 fui contratado por uma escola privada para trabalhar poesia da Educação infantil ao 5º ano do Ensino Fundamental. Essa foi uma das experiências mais significas de minha caminhada até então. Ensinar versos, brincar com as palavras, trabalhar os sentidos e significados para crianças a partir dos dois anos e meio de idade se tornou emocionante para mim. Lembro que, logo no início conheci uma aluna de uma turma do jardim que me chamou muito a atenção. Ela tinha uma facilidade enorme de apreender as quadrinhas que eu ensinava à turma. Lembro que o relato de sua mãe me emocionou: a menina chegou em casa e quis ensinar para os pais o poema de Sérgio Capparelli, que havia lhe ensinado e que transcrevo a seguir:

A lua aluada6

Estuda tabuada

A lua luneta

Estuda opereta

[...]


As proporções, que aquele projeto de levar poesia às crianças tomou, já tinham fugido do meu controle e percepção. Em poucos meses, meus alunos estavam sabendo mais de duas dezenas de poemas. Mais do que isso, aprendiam palavras novas, brincavam com os sons e ritmos. Ensinam os outros professores, pais, avós e amigos. Ao final, aguardavam ansiosos quando, duas vezes ao ano, de surpresa, invadíamos as salas de aula declamando poemas. (Essa era uma prática comum, realizada pelo Bando de Letras da Universidade de Passo Fundo, grupo do qual fiz parte e local onde realizei minha graduação e cursei o mestrado.)

Há ainda, sobre esse projeto, um momento que desejo registrar. A escola realizava em certa oportunidade a Feira do Livro com autor presente. Estava lá Caio Riter, escritor gaúcho, conversando com nossos alunos, quando um menino chegou no meu ouvido e questionou: “professor, por que a gente não declama um poema pra ele? ” Fui para a frente, pedi o microfone ao escritor e disse unicamente aos meus alunos, “Pessoal, vocês não acham que o Caio é bendito? ”. Em uma única voz, com o mesmo ritmo (aí me dei conta de que ensinava a todas as turmas de modo semelhante), as crianças declamaram o poema de Castro Alves:

Oh, bendito o que semeia7

Livros... livros à mão cheia...

E faz o povo pensar!

O livro caindo n`alma

É germe que faz a palma

É chuva que faz o mar.

Um outro projeto que desenvolvi e sobre o qual gostaria de compartilhar foi denominado “Diário de leitura”. Essa é uma prática comum e um tanto quanto antiga. Mas, para o momento e público com o qual trabalhei há bem pouco tempo, pensei ser uma estratégia importante para fomentar a formação de leitores literários na escola e fora dela.

O trabalho foi desenvolvido com alunos de 8º e 9º ano de Ensino Fundamental. Ao mesmo tempo em que trabalhava mediação de leitura na biblioteca escolar, com realização de leituras na íntegra de textos como os do escritor Ilan Breman8, ou de Josué Guimarães9, passei a levar uma mala com algumas das minhas obras preferidas. Em poucos dias, tinha livros sendo emprestados não só para os meus alunos, como também para colegas professores e funcionários. Eu procurava conhecer um pouco mais a respeito dos alunos, de suas preferências como leitores e, a partir disso, levava também algo que pensava lhes chamar atenção para a leitura. E dava certo! Clarice Lispector, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Josué Guimarães e tantos outros nomes da literatura passaram a circular pelas mãos dos jovens leitores.

No entanto, eu queria desenvolver com os estudantes um habito de registro de tudo aquilo que vinha sendo lido por eles. Então criei o “Diário de Leitura”. Ao passo que registravam as leituras que realizavam, ocupam aquele material também para ilustrar, para transcrever suas canções preferidas, versos, poemas, escrever sobre suas vidas, fazer anotações de cunho pessoal, registrar filmes assistidos, jogos, partituras musicais.... Nesse sentido, consegui não só ter uma percepção maior a respeito de seus gostos, como também de suas escritas. Recolhia os cadernos a cada final de mês, lia, fazia considerações e deixava escrito em um cartão, no meio dos registros de cada aluno, observações a respeito de sua escrita e leitura, bem como sugeria a leitura de outras obras literárias.

Eu penso que há muitos modos de contribuir para que tenhamos cada vez mais novos leitores. Sei da importância de uma formação com vistas a leitura de obras literárias. Acredito que a escola, enquanto instituição, pode fazer bem mais. Costumo refletir sobre minhas práticas em sala de aula, na biblioteca ou em outros locais e percebo o quanto podemos dinamizar os trabalhos. Também sei que a literatura é uma das grandes saídas para melhorar o nível de aprendizagem de nossos alunos, e consequentemente formar um pensamento mais crítico perante a sociedade da qual todos fizemos parte. Mais do que isso, atualmente em muitos momentos está nos faltando sensibilidade para perceber o mundo. E isso a literatura nos dá. Nos possibilita caminhar e se colocar no lugar do outro. De acordo com Ezequiel Theodoro da Silva (SILVA, 2009, p. 27), “Sair do “eu” para formar um “nós” não é uma tarefa das mais fáceis, considerando a tradição individualista que rege a docência no Brasil”. No entanto, há que se vencer todos os obstáculos e, mesmo em meio a todas as dificuldades nos colocarmos a frente destes, de modo a tornar nossa prática mais eficiente, dinâmica, marcante, ou quem sabe inesquecível. Oxalá, no futuro, tenha alunos que resolvam ser professor por conta do meu exemplo e, assim como eu desejem contribuir para a construção de um mais digno e humano por meio da leitura. Das minhas vivências até aqui, restam muitas certezas, ou uma. Para exemplificar e finalizar meu relato, cito mais uma vez as palavras de Regina Zilberman (ZILBERMAN e RÖSING, 2009, p. 34):

Modelo de desvelamento de mundo, a leitura encontra na literatura eventualmente seu recipiente imprescindível. Preservar essas relações é dar sentido a elas. E, se a escola não pode absorvê-las por inteiro, igualmente não pode ser o lugar onde estas se rompem em definitivo, sob pena de arriscar sua missão e prejudicar irremediavelmente o ser humano a quem diz servir.

Assim, penso que a formação de leitores deve ser uma tarefa de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. Afinal de contas, formar leitores não é somente tarefa do professor de língua e literatura. É também daqueles que lutam por uma educação de melhor qualidade para todos.

4.2 Relato de experiência do segundo autor do artigo, tendo em vista a formação de leitores assinalada nas partes anteriores da escrita:

Desde que assumi aulas de literatura no Ensino Médio (2001) e na Graduação em Pedagogia (2007) e Letras (2013), procuro fazer dos encontros com alunos momentos de verdadeira fruição estética, tendo em vista as diversas metodologias que podemos lançar mão junto aos estudantes nos dias de hoje. Para esta escrita, trago uma experiência levada à cabo no segundo semestre do ano passado, no Colégio Franciscano São José (Erechim/RS), no qual sou professor de literatura nas seis turmas do Ensino Médio. Os primeiros anos foram convidados a criar uma “performance” (e então foi oferecida uma explicação oral do que seria no contexto das artes cênicas uma manifestação artística com tal denominação) sobre o Barroco ou Arcadismo, envolvendo diversas manifestações artísticas (teatro – especialmente –, música, dança, pintura, escultura, vídeo, etc.), que comtemplasse os seguintes conteúdos do período literário que coubesse ao grupo em que o estudante estiver incluído: a) Contexto histórico; b) Características literárias; e c) Principais autores e suas principais obras. Com supervisão do professor, os alunos deveriam criar o roteiro em determinada data, produzir e ensaiar nos dias combinados e, no final do mês de outubro, apresentar no salão de atos da escola.

Na data combinada para a elaboração do roteiro, cada grupo deveria trazer para a escola notebook, bem como material para pesquisa sobre o período literário que coube aquele grupo (apostila da Rede Pitágoras, livros didáticos de literatura, livros literários dos autores do período em questão, material selecionado e recolhido da Internet, entre outros).

As apresentações foram muito interessantes e cumpriram plenamente os objetivos traçados pelo professor. Os jovens envolveram as diferentes linguagens artísticas, encabeçadas pelo teatro, em apresentações que davam uma ideia muito apropriada do período literário que coube a cada grupo, propondo, durante aproximadamente cinquenta minutos, um mergulho naquele mundo definido por um tempo histórico específico, características literárias próprias e produção literária singular.

É importante salientar que a atividade proposta serviu como uma introdução ao estudo de tais períodos literários, que depois foram retomados pelo professor em sala de aula, com material didático previamente preparado. A importância de tal atividade está na apropriação de conceitos e noções relacionadas ao Barroco e ao Arcadismo por parte dos alunos de modo lúdico e artístico, facilitando assim a assimilação do conteúdo ministrado posteriormente de modo mais “tradicional” pelo professor. Tamanha foi a felicidade dos alunos ao perceberem que os aspectos do conteúdo, abordados pelo professor, já haviam sido pesquisados, estudados e transformados em performance artística por eles. Deste modo, se percebiam parte do processo de mediação de leitura e demonstravam, a cada aula posterior às atividades propostas, que o jovem, a literatura e os recursos extratextuais, quando postos em contato, resultam em atividades significativas e colocam o aluno no centro do processo de formação de leitores. Bem como expressamos, por meio das seções anteriores deste trabalho, ser isso o fundamental.

Tendo em vista a metodologia do ensino da literatura, além dos pressupostos já apresentados nas seções anteriores, a prática leitora relatada encontra correspondência no método criativo, um dos métodos que Maria da Glória Bordini e Vera Teixeira Aguiar (1993) propõe na obra Literatura: a formação do leitor – alternativas metodológicas, para o ensino de literatura na escola. O método criativo tem por objetivos: a) Estabelecer relações significativas entre componentes do eu e do mundo, em especial da cultura literária; b) Perceber potencialidades expressivas na literatura e dos outros sistemas artísticos em relação ao eu e ao mundo; c) Organizar as relações estabelecidas, valendo-se dos códigos culturais, entre eles do literário e seus derivados - teatro, música, dança, pintura, entre outros; d) Materializar tais relações em linguagens diversas (adaptados da obra citada). Como se pode perceber, objetivos que vão ao encontro do trabalho proposto junto aos alunos na atividade relatada.

O método criativo para o ensino da literatura tem muitos aspectos que encontram correspondência na metodologia da “sala de aula invertida”, proposta de Jonathan Bergmann e Aaron Sams (2016), como o deslocamento do lugar do professor, do centro da aula para o um lugar menos central e menos autoritário, e o protagonismo do aluno no desenvolvimento das atividades. Não é fácil abandonar esse lugar central que ocupamos por tanto tempo de maneira soberana na sala de aula, principalmente para professores com perfil mais controlador, como eu. Trabalhando com o método criativo tive que me policiar para conseguir deixar os alunos caminharem sozinhos, construírem seus roteiros e ensaiarem suas performances de modo que o conhecimento fosse buscado e transformado em expressão artística com pouca interferência de minha parte. Mas não posso negar que fico preocupado e ansioso no início das atividades, pensando que eu poderia estar ministrando a minha aula com livro/apostila, fotocópias, resenhas de livros e obras literárias, quadro, canetões e slides. Mas quando vejo que o método em questão corresponde justamente à criatividade e à energia dos nossos alunos, fico tranquilo. A criatividade, neste tipo de atividade, ultrapassa o puro lazer e pode converter-se em aquisição de conhecimento quando se processa planejadamente.

REFERÊNCIAS

AGUIAR, V. T. de; BORDINI, M. da G. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.

ALVES, C. Murmúrios da tarde. In. __. Espumas flutuantes. São Paulo, Martin Claret, 2005.

BERGMANN, J.; SAMS, A. Sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2016.

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NEVES, A. A caligrafia de Dona Sofia. São Paulo: Paulinas, 2007.

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PAULINO, G.; COSSON, R.. Letramento Literário: Para viver a literatura dentro e fora da escola. In ZILBERMAN, Regina; RÖSING, Tania M. K. Escola e leitura Velha Crise, Novas Alternativas. São Paulo: Global Editora, 2009.

PETIT, M. A arte de ler ou como resistir à adversidade. São Paulo: Editora 34, 2009.

RAMOS, A. C. As Marias. São Paulo: Larousse, 2008.

RÖSING, T. M. K.; Do currículo por disciplina à era da educação-cultura-tecnologia sintonizadas: processo de formação de mediadores de leitura. In SANTOS, Fabiano dos; NETO, José Castilho Marques; RÖSING, Tânia M. K. (orgs.). Mediação de Leitura. Discussões e alternativas para formação de leitores. São Paulo: Global, 2009.

SANTOS, F. dos; Agentes de leitura. In. SANTOS, Fabiano dos; NETO, José Castilho Marques; RÖSING, Tânia M. K. (orgs.). Mediação de Leitura. Discussões e alternativas para formação de leitores. São Paulo: Global, 2009.

SILVA, E. T. O professor leitor. In SANTOS, Fabiano dos; NETO, José Castilho Marques; RÖSING, Tânia M. K. (orgs.). Mediação de Leitura. Discussões e alternativas para formação de leitores. São Paulo: Global, 2009.

SOUZA, R. J. de; RODRIGUES, T. I. Estratégias de Leitura na obra infanto-juvenil O menino e o Tuim. In SOUZA, Renata Junqueira de; GIROTTO, Cyntia G. G. Simões (orgs). Práticas pedagógicas com textos literários: estratégias de leitura na infância. Tubarão: Copiart, 2017.

ZILBERMAN, R.; RÖSING, T. M. K. Leitura e escola: velha crise, novas alternativas. 1. ed. São Paulo: Global, 2009.

1 Doutorando em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre em Letras - Estudos Literários pela Universidade de Passo Fundo (UPF), onde também cursou a graduação em Letras, Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Respectivas Literaturas. Atua na área de mediação de leitura e interessam-lhe a literatura do Rio Grande do Sul, Literatura Portuguesa e Literatura Infanto-Juvenil. josuefrizon@bol.com.br

2 Doutorando em Letras no PPGL em Letras da Universidade de Passo Fundo (UPF). Professor da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI), Campus de Erechim/RS. Professor da Faculdade Anglicana de Erechim/RS (FAE) e do Colégio Franciscano São José, Erechim/RS, Brasil. tadeugraz@yahoo.com.br

3 Evento literário que ocorre em Passo Fundo- RS a cada dois anos, desde 1985.

4 Obra publicada em São Paulo, pela editora Paulinas, em 2007.

5 Faz parte da obra Escola e Leitura: velha crise, novas alternativas, organizado por Regina Zilberman e Tania M. K. Rösing. Editora Global, São Paulo, 2009.

6 Faz parte da coletânea de poemas que estão na obra A caligrafia de Dona Sofia, citada anteriormente.

7 Também faz parte da coletânea de poemas que estão na obra A caligrafia de Dona Sofia, citada anteriormente.

8 Contador de Histórias de Bolso – Brasil, Ilan Brenman e Fernando Vilela, São Paulo: Editora Moderna, 2008.

9 O cavalo Cego – obra de Josué Guimarães, Porto Alegre: L & PM Pocket, 2007.