No primeiro dado do quadro 2 [jogos estudantes], observa-se a atuação do
processo cognitivo analógico do tipo Mesclagem Construcional, o qual propicia
um desvio concebido no âmbito das construções da L2 ou entre construções da
L1 e da L2, que são fundidas e, portanto, produzem um padrão construcional que
não pertence a nenhum dos dois sistemas linguísticos. No exemplo aqui exposto,
assumimos que o sintagma em destaque, seja fruto de uma mescla entre dois
padrões construcionais da L2, isto é, [jogos estudantis]/ [SN SAdj] e [jogos de
estudantes]/ [SN SPrep SN mod]. A produção do padrão morfossintático
agramatical em PB [SN SN mod], cujas características podem ser recuperadas
dos dois padrões mesclados, representa a forma como este tipo de construção da
L2 não se encontra fortemente fixada na memória do aprendiz.
O segundo dado [voar de naturalmente] evidencia um caso de
Hipercorreção/(Super)generalização perceptível por meio da inserção indevida de
um item gramatical do tipo preposicional, no contexto construcional [SV SAdv] em
que a preposição não se aplica. Trata-se, assim, da interpretação tendenciosa ou
parcial de determinado padrão do sistema linguístico da LA que é aplicada
equivocadamente em detrimento de uma relação analógica com outros padrões
(e.g. [voar de + SN]), podendo refletir casos de supergeneralização.
Os três trechos seguintes apresentam ocorrências referentes a processos
cognitivos de interferência. A interferência da L1, como se sabe, não é nenhuma
novidade no campo dos estudos em ASL, visto ser natural que o aprendiz de L2,
surdo ou ouvinte, recorra à gramática da L1 para produzir enunciados na L2,
como se vê no exemplo do terceiro trecho do quadro, no qual há apagamento da
conjunção integrante – um item não expresso fonologicamente na Libras, entre as
construções [mesmo sabendo] e [ele tinha combinado]. Por outro lado, nos
últimos dois exemplos, há casos de interferência de aspectos relativos à
conjuntura do sistema linguístico da LA, sendo o primeiro de interferência do PB
oral caracterizado pelo padrão [que V lá], sendo essa estrutura sintática mais
comum na fala, e o segundo de interferência da memória gráfico-visual vista pela
troca do item lexical “admirado” por “admitindo”, possivelmente pela alta
compatibilidade morfofonológica e semelhança visual destes dois itens.
Após a análise minuciosa destes materiais, observou-se que os processos