Um elefante andando pela cidade de São Paulo é perfeitamente
cabível em uma narrativa criativa. Se, por outro lado, colocamos um
elefante em um livro infantil que descreve os animais que vivem na
Floresta Amazônica, pode levar ao aluno menos atento acreditar que
existem elefantes em nosso país. O objetivo do livro é que deve ditar as
regras em relação à escolha. Ficção ou livro informativo, paradidático,
didático, cada gênero tem suas possibilidades/limitações. O papel do
mediador é sempre levantar o questionamento quando a imagem e o
texto não se encontrarem de forma natural e perfeita. O que não se
pode é levar para a escola um livro para crianças que em sua narrativa
traga informações distorcidas.
Concordamos com o renomado matemático Laurent Laforgue, que
prega uma urgente reforma educacional global, quando ele afirma que
os conhecimentos literários são de imensa importância. Pois dominar a
própria língua, ler grandes autores e filósofos, é indispensável para o
desenvolvimento do espírito crítico e da própria formação do indivíduo.
Não se trata de censurar, de adotar apenas livros moralizantes
(para isso temos as fábulas) ou que sejam politicamente corretos. Por
outro lado, não faz sentido levar para a sala de aula livros que
promovam o preconceito, desvalores e desarmonia.
Autores de textos e de imagens são pessoas e estão sujeitos a
acertar e errar. Nem tudo que é publicado é material de qualidade
literária e imagética. Por vezes, os custos determinam as escolhas. E
nem sempre a Arte é o fator preponderante na escolha de qual livro
será produzido, quando e em que condições isso ocorrerá.
Portanto, esse texto procura compreender como e o que as
crianças aprendem ao entrar em contato com um livro e suas
ilustrações, a partir das explicações do conceito de modelação da teoria
social cognitiva. Pretende, ainda, alertar docentes e pais que não se
pode escolher um livro infantil de forma inocente, sem considerar o