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8, n. 1, Janeiro-Abril/2024 This work is licensed
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FATORES QUE INFLUENCIAM NA ROTATIVIDADE DE PESSOAL NAS
ORGANIZAÇÕES: um estudo bibliográfico
Fabiano Greter Moreira
fabiano.greter@ufms.br
https://orcid.org/0000-0002-6626-5250
http://lattes.cnpq.br/8097368099599358
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS
Nova Andradina/MS
Luana da Silva Nantes
nantesluana@outlook.com
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Nova Andradina/MS
RESUMO
A retenção do capital humano é fundamental para o
ambiente competitivo das organizações. A gestão de pessoas, quando eficaz, pode
contribuir utilizando de conceitos e ferramentas para diminuir o turnover nas organizações, como
capacitações, planos de carreiras e salários, entre outros O presente trabalho
buscou identificar quais as principais causas que influenciam no índice de
rotatividade das organizações. A partir de uma pesquisa bibliográfica, com a leitura
de artigos, livros e revistas relacionadas ao tema, foram elencados os
principais fundamentos que possuem relação direta com as causas dos
desligamentos de colaboradores, sejam por decisão tomada pela empresa ou de
iniciativa do próprio funcionário. Os indicadores pesquisados apontam que a
motivação do colaborador para executar suas atividades é essencial para que a
relação seja benéfica para ambas às partes, porém existem diversos fatores,
muitas vezes subjetivos que influenciam nessa motivação.
PALAVRAS-CHAVE: clima organizacional; gestão de pessoas; motivação.
turnover.
FACTORS THAT INFLUENCE STAFF TURNOVER IN
ORGANIZATIONS: a bibliographic study
ABSTRACT
Retaining human capital is
fundamental to the competitive environment of organizations. People management,
when effective, can contribute by using concepts and tools to reduce turnover
in organizations, such as training, career plans and salaries, among others.
The present work sought to identify the main causes that influence the turnover
rate in organizations. From a bibliographical research, with the reading of
articles, books and magazines related to the topic, the main foundations that
have a direct relationship with the causes of employee dismissals were listed,
whether due to a decision taken by the company or on the employee's own
initiative. The indicators researched indicate that the employee's motivation
to carry out their activities is essential for the relationship to be
beneficial for both parties, however there are several factors, often
subjective, that influence this motivation.
KEYWORDS:
organizational climate; people management; motivation. turnover.
Submetido:
xx/07/2023
Aceito: xx/08/2023
Publicado:
xx/08/2023
Diversas
mudanças nas relações trabalhistas ocorreram ao longo dos anos no Brasil,
atualmente é possível se observar uma tendência ao trabalho informal. Diversos
segmentos empresariais implementaram o trabalho terceirizado, todavia muitas
empresas apresentam dificuldade para contratações e retenção de colaboradores,
refletindo na alta rotatividade da mão de obra (Irber, 2018).
Da
mesma forma explica Corrêa (2016) que existe uma estimativa de que as novas
gerações de profissionais tendem a ser mais qualificadas e menos hesitantes
quando se diz respeito à troca do emprego atual por outro com melhores
benefícios ou que apresente melhor carreira profissional. Ao contrário das
gerações anteriores, que buscavam, em primeiro lugar, a estabilidade na empresa
e ponderavam mais quando se tratava do desligamento de um emprego para buscar
por novas oportunidades em outras empresas.
A
rotatividade de colaboradores pode atingir diretamente a cultura organizacional
da empresa e trazer consequências na qualidade da prestação de serviços,
devendo ser um fator a ser examinado pelos gestores da organização, conforme
indica Corrêa (2016). Dentre as motivações pelas quais ocorre o aumento do
índice de turnover dentro das organizações, ressalta-se aspectos voltados ao
ambiente de trabalho, salários e benefícios, motivação e o clima organizacional
entre os colaboradores.
Silva
(2012) acrescenta que em decorrência das mudanças na sociedade e o aumento da
competitividade no mercado de trabalho, as pessoas têm buscado melhores
oportunidades, onde possam ocupar uma melhor colocação profissional e que
possibilitem o aprimoramento dos seus conhecimentos. Para Santos e Santos
(2022, p. 339-341), este movimento desencadeia a necessidade de reconhecer que
“a rotatividade significa um custo oculto e, a carência de maior análise dos
seus efeitos nos resultados empresariais” é prejudicial para a saúde financeira
e produtiva da organização. Acrescentam ainda que, o resultado da saída de
“funcionários, decorrentes de desligamentos por iniciativa do próprio empregado
ou por interesse da organização (demissão) e a entrada de outros para substituí-los
no trabalho”, precisam ser monitoradas as suas causas, para que, medidas de
retenção dos talentos nas organizações sejam aplicadas.
Concer
(2013) defende que o aumento de custos e dificuldades no entrosamento da equipe
são alguns dos impactos causados pelo alto índice de rotatividade na empresa.
Para Costa e da Silva (2020, p. 55) o “controle da rotatividade de pessoal é
fundamental para o bom desempenho da organização”, e os autores destacam duas
ferramentas disponíveis na gestão de pessoas: “avaliações de desempenho e
pesquisas de clima organizacional”. Com base destas informações, “é possível
aprimorar os processos relacionados às práticas de gestão de pessoas, não só
com o conhecimento dos motivos que levam a rotatividade”.
Costa
e da Silva (2020) nota que é necessário uma política de recursos humanos no
atendimento aos índices de rotatividade de pessoal. As estratégias para
enfrentar a rotatividade, buscando reconhecer as suas causas e a permanencia
das pessoas no trabalho, é a principal diretiva desta pesquisa. Por isso, o
artigo tem por objetivo explorar, por meio de bibliografia aplicada à gestão de
recursos humanos nas organizações, os principais fatores que influenciam o
fluxo de entradas e saídas de colaboradores (rotatividade). Conceituando temas
relacionados à gestão de pessoas; identificando as principais causas de
rotatividade de pessoal e elencar as consequências causadas pelo aumento do
turnover nas empresas.
O
artigo busca contribuir na discussão da retenção de talentos nas organizações,
fomentando levantar os principais fatores influenciadores na rotatividade de
pessoal. Em seguida apresenta o aporte teórico referente aos temas que envolvem
aos fatores que influenciam a rotatividade de colaboradores em uma organização.
Logo, a metodologia adotada para a exploração da temática pesquisada, sendo
utilizada uma pesquisa bibliográfica. Por fim, são apresentados os resultados e
discussões dos levantamentos bibliográficos, que buscas contribuir aos gestores
a tomarem decisões ligadas à rotatividade de pessoal nas organizações.
No
referencial teórico foram apresentados conceitos relacionados ao tema
pesquisado, identificando as principais causas pertinentes à rotatividade de
pessoas nas organizações, e o papel da gestão de pessoas e clima
organizacional.
Gestão
de pessoas nas organizações: conceitos e seleção/recrutamento de pessoal
Segundo
Corrêa (2016) a Gestão de Pessoas possui ferramentas que contribuem juntamente
com as diversas áreas da organização, na motivação e retenção dos
colaboradores. As estratégias voltadas para esse segmento não devem se prender
apenas ao salário e aos benefícios do colaborador, mas, também no
reconhecimento de seu serviço e de sua participação na produtividade da
organização. Estas ações visam despertar o interesse nos colaboradores em fazer
parte da equipe, auxiliando na prevenção da rotatividade de pessoal.
Para
Marques (2015, p. 13), o papel da gestão de pessoas é assessorar “as
organizações a desenvolverem competências diferenciadas” e conquistar de
maneira constante um melhor desempenho de suas funções, seja no “crescimento e
desenvolvimento da organização e/ou das pessoas que nela trabalham”. Esta
cooperação gerencial na compreensão do melhoramento humano na organização
fortalece as relações de trabalho e contribui para a satisfação do colaborador
na empresa.
Mendes
(2013, p. 7-8) também ressalta que a “gestão de pessoas é formada justamente
pelas pessoas e suas relações organizacionais, onde umas dependem das outras
para atingir seus objetivos e cumprir suas missões”. Administrar os
colaboradores como parceiros da organização é considerá-los “parte do
patrimônio físico da empresa”, sendo “conduzidos como parte integrante do
capital intelectual da organização”, promovendo a integração das diversas áreas
e profissões, na busca pelos melhores resultados da empresa.
Para
Chiavenato (2009) gerir recursos humanos envolve pessoas de diferentes
personalidades, necessidades, conhecimentos e percepções. Cada pessoa compõe
uma parte da organização, de forma individual, cada um possui seus próprios
talentos e conhecimentos. Portanto, o autor descreve a crescente integração
entre a economia e a competitividade, por meio do desenvolvimento de novas
tecnologias nas organizações, passando a reconhecer que um quadro funcional de
colaboradores é uma das principais vantagens competitivas de uma organização.
De
acordo com Silva (2012) a Gestão de Pessoas deve ser constituída por métodos
que motivem as pessoas a ingressar e permanecer na empresa. Sendo assim, os
processos de recrutamento, seleção, treinamentos, clima organizacional,
administração de cargos e salários, são fundamentais para que os colaboradores
tenham um ambiente criativo e com bons resultados na organização. Afirma ainda
que, a gestão de pessoas começa no recrutamento e seleção de candidatos a uma
vaga, é nesse momento que se deve evitar o ingresso de colaboradores
inadequados ao cargo, ou que sejam incapazes de se desenvolver as funções que
devem ser desenvolvidas, evitando a necessidade de desligamento e custos com
novo recrutamento, seleção e treinamento.
Através
da pesquisa de Grigs et al. (2022) foi evidenciado que falhas na troca de
informações, falta de reconhecimento, baixa remuneração e benefícios, ausência
de incentivos, falta de incentivo ao trabalho em equipe são aspectos da
organização que quando não reparados, costumam reproduzir na insatisfação do
empregado.
Como
afirma Corrêa (2016) é fundamental que exista uma boa gestão de pessoas na
organização. Onde exista a capacidade se recrutar, selecionar, treinar e
motivar os colaboradores para que se sintam parte da organização e estejam
aptos a realizarem suas atividades com bom desempenho. E afirma que para que um
negócio se destaque o mercado competitivo, deve ser gerenciado de forma que não
consiga apenas captar profissionais capacitados, mas que consiga também
retê-los. O autor ressalta que os funcionários valorizam os benefícios e os
planos de carreira que são disponibilizados pela empresa, mas dependendo da
forma como são administrados podem influenciar diretamente na motivação do
funcionário de permanecer ou se desligar da organização.
As
empresas contratam pessoas para que por meio delas a empresa consiga atingir
seus objetivos. Já para as pessoas que são contratadas, através da empresa
buscam atingir seus próprios objetivos individuais. Desta forma, a gestão de
pessoas deve recrutar e selecionar pessoas de forma eficiente, evitando
incompatibilidades, fazendo com que a contratação seja favorável e que a
organização consiga conquistar e reter o funcionário. Para uma organização
sustentável, é preciso que ambas as partes se favoreçam, se unindo para que os
objetivos pessoais e organizacionais sejam atingidos, evitando a rotatividade e
a falta de motivação (Silva, 2012).
Como
enfatiza Oliveira e Cardoso (2016) o processo de Recrutamento e Seleção pode
ser uma excelente ferramenta contra a diminuição do índice de rotatividade da
empresa. Quando bem efetuado, ocorre a contratação de profissionais que estejam
alinhados ao perfil da empresa, qualificados e aptos ao trabalho.
Para
Chiavenato (1999) o recrutamento de pessoal é responsável por estimular a
candidatura de profissionais para um cargo específico, divulgando a vaga para
atrair candidatos que sejam qualificados para competir por ela. Para que a vaga
seja preenchida, a empresa pode optar por buscar candidatos internos ou
externos. Silva (2012) destaca que a candidatura externa visa admitir um
candidato que trabalhe em outra empresa ou esteja em busca de emprego. Enquanto
a seleção de um candidato interno visa promover um empregado que já faça parte
do quadro de funcionários da empresa.
Silva
(2012) salienta que o recrutamento interno pode ser favorável a empresa, por
diminuir os tramites pertinentes a seleção, custos de admissão além de motivar
o colaborador pela possibilidade de crescimento profissional. O recrutamento
externo também é favorável quando bem executado, já que uma nova contratação
trás consigo novas ideias e perspectivas, com mais motivação para executar suas
funções, podendo também agregar com novas estratégias. Quando ocorre o
recrutamento misto, a transição e a adaptação dos colaboradores podem ser um
dos fracassos do processo de seleção, implicando em investimentos e
treinamentos/contratações e/ou na não retenção destes funcionários.
Apesar
da busca contínua pela produtividade aliada a qualidade, a maioria das
organizações não considera que o diferencial competitivo das empresas se dá
pelas pessoas que nela trabalham. Pois são as pessoas que lidam com os clientes
e executam as tarefas, porém todo o processo em si depende em grande parte das
diretrizes e das lideranças da organização (Chiavenato, 1999).
Motivação
de pessoal: reflexões e clima organizacional
Nas
pesquisas de Silva (2012) a motivação é essencial para que o colaborador tenha
mais ânimo para se desenvolver e executar suas tarefas, ser mais produtivo e
eficiente. A motivação proporciona a capacidade de o indivíduo ser mais
produtivo e ser mais empenhado para executar suas atividades para além do
esperado.
Segundo
Corrêa (2016) as empresas que trabalham com prestação de serviços priorizam a
contratação de profissionais motivados, que gostem de sua área de atuação. A satisfação em executar suas tarefas é
essencial, principalmente em setores que trabalham diretamente com atendimento
ao cliente.
Para
que ocorra o aumento da lucratividade da organização as empresas buscam formas
de motivar seus funcionários a produzirem mais. Estando motivado também existe
o benefício de que permaneçam por mais tempo, diminuindo os índices de
rotatividade e consequentemente os custos com rescisões trabalhistas e
treinamento de novos colaboradores, conforme explica Grigs et al. (2022).
Nodari
et al. (2010) consideram os colaboradores como clientes internos de uma
organização. A partir dessa constatação desenvolver pesquisas que identifiquem
o grau de satisfação é de extrema relevância, pois torna possível identificar
as possibilidades de melhorias, redução no índice de turnover, além de aumentar
a produtividade e lucratividade da empresa.
Conforme
defendido por Lacombe (2012), um bom administrador deve reconhecer a diferença
entre as pessoas e que o incentivo que as mantem motivadas são diferentes.
Alegando que existe uma tendência que abrange a maioria das pessoas. O autor
cita a Hierarquia das Necessidades de Maslow (conforme a Figura 1), que para
manter uma pessoa motivada antes é preciso satisfazer primeiro as necessidades
básicas (alimento, abrigo, descanso). Após a satisfação dessas necessidades,
procura-se satisfazer as necessidades de segurança (física, saúde e familiar),
seguida das necessidades de sociedade (amor, amizade, família, comunidade),
logo após ocorre as de status (autoestima, reconhecimento) e por último a
autorrealização (desenvolvimento pessoal, talento, independência).
Figura 1: Hierarquia das necessidades de Maslow
Fonte: Adaptado a partir de Lacombe (2012).
Lacombe (2012) enfatiza que se deve considerar
a Hierarquia de Maslow como uma tendência da maioria e não uma regra. Visto que
essas necessidades mudam para cada indivíduo, não só com o tempo, mas em
relação à prioridade que cada um dá a essas necessidades. O autor ressalta que
é justamente o descontentamento e a insatisfação que faz com que ocorram
mudanças, inovação e o progresso. O ponto de partida para motivar alguém é
conhecer suas necessidades, prioridades e desejos. E ainda salienta que motivar
uma equipe não é um ato isolado, mas um processo contínuo.
Em concordância, Silva (2012) salienta que a
motivação é individual de cada um, e é importante que o indivíduo antes tenha
suas necessidades básicas supridas para que se sinta motivado. Além de que é
preciso o reconhecimento como pessoa, não apenas como mão de obra, mas como
parte da empresa para que tenha maior engajamento em suas atividades.
Lacombe e Heilborn (2015) apontam que uma das
teorias mais atuais seria a do empowerment,
expressão da língua inglesa que significa empoderamento, esta sugere que quando
o colaborador tem a oportunidade de participar com mais poder decisório em suas
atividades ele se torna mais motivado. Conforme os idealizadores definem essa
teoria, não significa dar poder as pessoas, mas permitir que elas executem suas
tarefas com mais iniciativa e autonomia, de acordo com seus conhecimentos e
habilidades.
Silva (2012) e Grigs et al., (2022) afirmam que o Clima Organizacional de uma empresa
está diretamente ligado a motivação dos funcionários, o grau de satisfação
reflete na percepção do ambiente de trabalho. O clima organizacional, positivo
ou negativo, pode influenciar na rotatividade dos funcionários e diretamente
nos resultados da organização.
Segundo Chiavenato (2009) existe uma relação
entre a motivação dos funcionários e o clima organizacional da empresa. Quando
existe motivação o clima organizacional da empresa costuma ser elevado, pela
satisfação e maior participação dos colaboradores. Quando esses estão
desmotivados, o clima organizacional tende a ser baixo, o que gera ainda mais
desinteresse, desmotivação, conflitos, frustração e angústias.
Segundo Corrêa (2016) é importante que as
empresas ofereçam um ambiente de trabalho agradável, visto que é onde o
funcionário permanece por um terço do seu dia, o clima da organização pode
afetar sua produtividade e as relações, tanto pessoais quanto profissionais.
Lacombe (2012) relata que dentro das
organizações formais se formam também as informações, de maneira espontânea.
Costumam ser formadas por colaboradores que possuem afinidades, interesses ou
conhecimentos em comum, essas relações pessoais possuem o poder de favorecer ou
prejudicar a empresa, mas devem ser levadas em consideração, visto que o
sentimento de pertencimento que os colaboradores desenvolvem pode ser útil para
retê-los na organização.
Silva (2012) salienta que muitas vezes o
colaborador passa mais tempo na empresa do que com sua própria família, ter um
ambiente de qualidade é essencial para o desenvolvimento de suas capacidades.
Daí a importância da empresa e dos colaboradores estarem em concordância, para
evitarem problemas relacionados a dificuldades na gestão, desmotivação no
trabalho, absenteísmo e aumento da rotatividade. Oliveira e Cardoso (2016),
ainda sugerem que é possível aplicar uma pesquisa de Clima Organizacional junto
aos colaboradores, através desta percepção coletiva é possível identificar
quais sãos os fatores que podem estar afetando a motivação e o grau de
satisfação com relação a organização.
Lacombe (2012) argumenta que o clima
organizacional é diretamente influenciado pela cultura da empresa, mas que este
depende principalmente de como a organização trata sua equipe. É no clima que
se demonstra a qualidade do ambiente de trabalho que é percebido pelos
colaboradores. O autor elenca alguns comportamentos que podem ser visualizados
quando o clima organizacional é positivo na empresa: os colaboradores possuem
bom relacionamento com a equipe e com os gestores; evitam ironias, sarcasmos e
boatos para manter a boa convivência; possuem um comportamento cordial e
civilizado; são proativos e se antecipam a necessidade do outro sempre que
possível; possuem alto comprometimento com a organização. Já quando o clima é
negativo, os comportamentos que são mais comuns nos colaboradores: distração,
apatia, excesso de conversas paralelas, falta de comprometimento. Sendo que a
ausência além de comportamental pode chegar à física com o aumento dos atrasos,
absenteísmo.
As correlações
entre remuneração e a rotatividade de pessoal: conceitos e discussões
Para Pontes (2021, p. 29) o salário, apesar de
não ser considerado elemento principal, tem seu papel como fator motivador,
pois, “pode facilitar no relacionamento social, possibilitando que as pessoas
possam fazer programas recreativos com a família e outros grupos sociais”. O
salário se trata de uma forma de reconhecimento pelos serviços prestados, por
isso uma empresa deve dispor de remunerações coerentes quando comparada aos
aspectos internos, relacionando aos empregados assalariados, como também aos
aspectos externos, comparando-se com a remuneração das empresas que operam no
mesmo setor. Como exemplo dessa necessidade de analisar os aspectos subjetivos,
tem-se um colaborador que pode se sentir mais desmotivado ao saber que outro
colaborador com desempenho inferior recebe melhor remuneração, do que ao saber
a empresa o paga pouco quando comparado ao que o mercado de trabalho oferece
(Lacombe, 2012).
Lacombe e Heilborn (2015) se referem á
administração salarial como o conjunto de métodos que possuem como objetivo
remunerar os colaboradores de forma adequada, visando à motivação, controlando
custos com salários desajustados. O objetivo principal é o de aumentar as
remunerações que não são financeiras, para isso deve-se contratar pessoas que
tenham competências coerentes para o cargo que devem ocupar. Como fatores que
podem incentivar o colaborador, além da remuneração justa, é a executar
atividades das quais tenha afinidade e desenvolver o senso de pertencimento em
uma organização.
Silva (2012) explica que as empresas costumam
utilizar do termo remuneração para incluir junto aos salários os demais
benefícios que são oferecidos ao colaborador, onde pode ser incluso o
vale-alimentação, cesta básica, auxílio transporte, plano de saúde, dentre
outros. Inclui todas as formas de recompensar o colaborador pelo trabalho que
ele presta a organização. De acordo com Franco Filho (2010) o salário dos
colaboradores tem uma relação importante com a produtividade da empresa. Porém,
apenas o salário não é suficiente. É necessário associar outros benefícios que
agreguem valor à remuneração. Os benefícios possuem o intuito de ser um
diferencial no pagamento dos colaboradores, podendo evitar que busquem outro
emprego.
Conforme evidencia Corrêa (2016) esses
benefícios não servem apenas para reter e atrair os funcionários. Servem também
para motivá-los. O que ocorre é que nem sempre esse plano de benefícios é
satisfatório, podendo ter efeito contrário ao seu objetivo. Ao invés de atrair,
reter e motivar pode fazer com que desmotive e inclusive faça com que outras
oportunidades no mercado de trabalho sejam mais atrativas, ocasionando a
rotatividade.
Lacombe (2012) destaca que os benefícios podem
contribuir para atrair e reter melhores profissionais, reduzindo a
rotatividade. Uma vez concedido esse benefício pode passar a ser visto como um
direito com o decorrer do tempo e a motivação causada por ele não costuma durar
muito. Considerando que um corte de benefício produz uma insatisfação muito
maior do que a satisfação obtida quando ele é atribuído, a empresa deve
analisar se terá condições de manter de forma permanente antes de conceder aos
seus colaboradores.
A definição dada por para a rotatividade de
pessoal (ou Turnover em inglês), está
relacionada com o desligamento de funcionários e entrada de outros para
substituí-los, ou seja, a rotatividade se dá pelo fluxo de admissões e
demissões de pessoas em uma organização (Oliveira; Cardoso, 2016). Conforme
definido por Ramos e Nochi (2022) e corroborado por Franco Filho (2010) a
rotatividade ou turnover pode ser
definido como o processo de entrada e saída de colaboradores de uma
organização, seja esse movimento pode ser ocasionado por iniciativa própria ou
por decisão da empresa.
Existem duas formas de desligamento, a primeira
é por iniciativa do empregado, por motivos pessoais ou por uma proposta de
emprego em outra organização. A segunda é por iniciativa da empresa, seja por
redução do quadro de funcionários, indisciplina, reestruturação dos cargos,
corte de custos ou pela falta de adaptação do empregado ao ambiente de trabalho
(Chiavenato, 2009).
Silva (2012) descreve que o aumento do Índice
de Turnover requer atenção dos
gestores, pois se trata de um indicador do nível de satisfação dos
colaboradores para com a organização e as demais políticas de gestão de pessoas
da empresa. De acordo com a pesquisa de Concer (2013) existem diversas
consequências a partir do aumento do índice da rotatividade nas empresas, como
o aumento dos custos, dificuldades no gerenciamento das equipes e com relação
aos ambientes de trabalho que se tornam instáveis. O processo de integração e
demissão de colaboradores também acarreta custos elevados para o negócio.
Quando a empresa perde um funcionário
qualificado, que desempenha bem suas atividades ocorre não só a perda de
recurso humano como também dos investimentos que foram feitos em sua
capacitação através de treinamentos e incentivos (Corrêa, 2016). Na mesma linha
de raciocínio Silva (2012) pontua que os desligamentos trazem consigo
consequências para uma organização, como a elevação de custos com as admissões,
as demissões, os treinamentos, perda de conhecimento, possibilidade de
processos trabalhistas entre outros.
Oliveira e Cardoso (2016) caracteriza que as
demissões podem envolver custos adicionais, principalmente quando são seguidas
por consultoria terceirizada para realocação da vaga e acordos de indenização.
Os programas de diminuição da rotatividade costumam ter como propósito
principal a economia da empresa. Os autores ressaltam ainda que, os níveis
altos de rotatividade dificultam que a empresa alcance vantagens competitivas,
visto que a perda vai além do custo financeiro com demissão e realocação de
profissional para a vaga. A saída de pessoas resulta na perda de experiência e
conhecimento, atraso na produção e perda da qualidade dos produtos ou serviços.
Para Lacombe (2012) o prejuízo é ainda maior quando um bom profissional passa a
trabalhar em outra empresa do mesmo setor, transferindo seu conhecimento e
ainda poupando a concorrência dos custos com a formação profissional.
De certa forma, pode ser que a empresa passe
por um período de mudanças organizacionais em que seja necessária a renovação
da equipe de uma determinada área por fatores estratégicos, como é mencionado
por Martins e Silva (2022) essa renovação de equipe faz com que a taxa de turnover
seja considerada saudável para organização. Mas independente se as demissões
foram benéficas ou não para a organização, cada demissão conta para o Índice de
Rotatividade da empresa, impactando no ambiente da organização.
Como caracteriza Oliveira e Cardoso (2016) além
dos custos diretamente ligados a rotatividade dos funcionários, é importante
analisar, nesse contexto, a produtividade da empresa que também é afetada. Por
consequência da baixa qualificação dos novos colaboradores, que precisam de
tempo para se habituar as atividades, quanto maior a rotatividade a produção
costuma ser menor e de baixa qualidade. De acordo os autores, a rotatividade
pode trazer consequências tanto positivas quanto negativas, e assim exemplificam:
• Consequências Positivas: A substituição de um
colaborador que tenha baixo desempenho, pode trazer a redução de hábitos ruins
como o absenteísmo, desmotivação. Além de que um bom profissional traz consigo
experiências, novas ideias, motivação, inovação.
• Consequências Negativas: Quando um
colaborador é substituído por outro com desempenho inferior acaba afetando a
motivação da equipe, se tornando um incentivo a rotatividade, que pode resultar
em pedidos de demissão adicionais, incluindo de funcionários qualificados.
Para Silva (2012) uma empresa pode evitar a
rotatividade quando investe no desenvolvimento e qualificação profissional,
oferecendo remuneração adequada e reconhecimento aos seus profissionais. Mas
para reduzir um índice alto, quando já existente, deve-se em primeiro lugar
diagnosticar quais as principais causas, sejam elas internas ou externas, para
depois tomar as medidas que reduzam esse índice.
Outra forma de reter os colaboradores é
oferecendo benefícios que são alcançados apenas em longo prazo, o que costuma
ser mais comum para colaboradores que possuem escolaridade de nível médio a
alto. Esses benefícios são apelidados de “algemas de ouro”. Ainda assim,
pesquisas apontam que mais importante que a remuneração e os benefícios são a
maneira como a empresa trata seus colaboradores e os reconhece (Lacombe, 2012).
Oliveira e Cardoso (2016) alega que uma
organização deve calcular seu turnover para que, através dos índices,
ter as referências para tomar medidas preventivas, fazendo um trabalho de
desenvolvimento dentro da empresa. Segundo Martins e Silva (2022) o Índice de Turnover
indica o percentual obtido através da substituição de antigos colaboradores por
novos. Para isso são utilizados os números de admissões e demissões, podendo-se
utilizar dos números de um setor específico da empresa ou da quantidade de
funcionários como um todo.
Em seu estudo o Índice de Rotatividade, Silva
(2012) concluiu que o elevado índice de rotatividade da empresa analisada se
deu por conta como consequência do aumento da concorrência do setor
metalúrgico. Com o aumento das ofertas de trabalho houve o aumento da
rotatividade. O que gerou aumento dos custos com contratação e demissão por
parte das empresas.
Para Chiavenato (2014) um índice de
rotatividade muito alto pode ser resultante da desorganização da empresa. Um
índice considerado ideal é algo relativo, deve ser aquele que permite que a
empresa selecione os candidatos mais qualificados para permanecer na equipe e
consiga substituir os menos qualificados.
Uma grande dificuldade por parte das
organizações para reter seus colaboradores, como causas têm inúmeras situações
que podem induzir o trabalhador a solicitar sua demissão, tais como remuneração
inadequada para a função exercida, a impossibilidade de seguir carreira
profissional na empresa, condições físicas ambientais inadequadas e falta de
motivação pessoal (Oliveira; Cardoso, 2016).
Na opinião de Silva (2012) os resultados que
são obtidos a partir das entrevistas de desligamentos devem ser utilizados como
uma ferramenta de gestão aos responsáveis/gestores, que a partir das
informações obtidas é possível avaliar seus métodos administrativos, realizar
mudanças de gestão, corrigir falhas e aplicar mudanças que acarretem melhorias
no ambiente de trabalho. Para Martins e Silva (2022) um alto índice de
rotatividade na organização pode ter como consequências diretas a perda de
conhecimento e treinamento dos colaboradores, e, indiretas com custos em
recrutamento e seleção, admissão e desligamento, prejudicando consideravelmente
o negócio.
De acordo com Oliveira e Cardoso (2016) os
custos que estão relacionados com a rotatividade de pessoal estão divididos em
primário, secundário e terciário:
a) Custos Primários: São aqueles ligados diretamente com a substituição do colaborador desligado, como por exemplo os custos com pagamento da demissão, o recrutamento e seleção para ocupação da vaga em aberto, custos com treinamento e integração do novo colaborador.
b) Custos Secundários: Envolvem os efeitos colaterais a rotatividade a curto prazo, como a diminuição da produtividade, a influência da demissão nos demais colaboradores, a sobre carga da equipe enquanto a vaga não é preenchida.
c) Custos Terciários: Envolvem os efeitos colaterais sentidos a longo prazo, a queda na comercialização devido à baixa produtividade ou baixa qualidade dos produtos e serviços devido a pouca experiência dos novos colaboradores, durante seu período de integração.
Caso a empresa não possua recursos suficientes
para reduzir as causas do aumento da rotatividade uma alternativa seria a de
terceirizar o setor. Ainda assim, deve-se antes verificar outras
possibilidades, como a redefinição da função do colaborador, comparar a
política de cargos e salários com os da concorrência, a cultura organizacional
e o clima organizacional são compatíveis com o ambiente em que a empresa atua
(Lacombe, 2012).
Discussão
dos Resultados
A partir da literatura, identifica-se como
causas da rotatividade, seja ela proveniente da solicitação do colaborador ou
por decisão da empresa, suas causas devem ser investigadas, o que pode ser
feito através de entrevistas de desligamento através de outra maneira em que se
possa fazer a coleta de dados. Esse material deve ser repassado ao setor de
Gestão de Pessoas da organização, para que sejam identificados os fatores e
analisados (Chiavenato, 1999).
Em corroboração com a afirmativa anterior,
Silva (2012) alega que é fundamental que uma organização conheça seu índice de Turnover, quando esse índice é elevado
pode ser uma consequência de outros fatores seja eles internos ou externos, ou
seja, a rotatividade costuma ser uma consequência e não apenas a causa de um
problema.
Algumas empresas colocam a função de aplicar a
entrevista de desligamento pelo próprio gestor da unidade, o que por vezes pode
interferir na veracidade dos resultados visto que o colaborador pode não se
sentir confortável o suficiente para dar o feedback,
além de que a função extra pode vir a sobrecarregar o próprio gestor. O cenário
ideal é ter uma pessoa específica para executar essa função e que na entrevista
se chegue à conclusão de que todas as medidas possíveis foram tomadas para que
o colaborador pudesse permanecer na organização, já que o custo do desligamento
pode chegar a três vezes o salário do empregado (Concer, 2013).
Lacombe (2012) alega que é preciso descobrir as
causas de uma demissão, sobretudo quando esses índices se tornam altos. Em
algumas situações a empresa pode nem cogitar qual a causa, como quando está
relacionada a aspectos de insegurança do colaborador com a instabilidade na
empresa, gestão inadequada, falhas na comunicação, entre outros.
A importância de uma entrevista de desligamento
porque o colaborador costuma falar aquilo que pensa sobre a empresa, porque já
não tem mais nada a perder, geralmente esse feedback
tende a ser mais negativo. Quando se considera uma entrevista de desligamento
de forma isolada, pode não significar nada, mas quando várias entrevistas
apontam para uma mesma causa, pode-se tratar de um diagnóstico de um problema
que precisa de intervenção (Lacombe; Heilborn, 2015).
Para Chiavenato (1999) a rotatividade de
funcionários em uma empresa não é uma causa, mas um efeito de outros fatores.
Dentre os fatores externos, existe a oferta e demanda de oportunidades empregos
no mercado de trabalho. Nas variáveis internas, considera-se o plano da empresa
de cargos e salários, clima organizacional, condições físicas e psicológicas do
ambiente do trabalho.
Dada a importância de diminuir o índice de
turnover nas organizações Franco Filho (2010) defende que atualmente as
empresas visam as reduções de custo em suas atividades. Quando a gestão
consegue atingir uma redução na rotatividade de pessoal, pode-se alcançar a
maximização dos lucros e aumento da competitividade da empresa no mercado. O
Quadro 1 apresenta alguns fatores que contribuem para a rotatividade dos
colaboradores nas organizações.
Quadro 1: Fatores principais de
rotatividade dos colaboradores.
Fatores |
Justificativa |
Autores |
Demanda
de novas vagas |
O mercado de trabalho e a
concorrência por vagas de emprego contribuem para os desligamentos nas
organizações |
Chiavenato
(1999; 2014); Santos
e Santos (2022) |
Remuneração |
A remuneração é sempre uma
questão relativa aos colaboradores. Mas, estudos reafirmam que a remuneração
é fator primordial na troca do emprego |
Grigs et al.. (2022); Lacombe
(2012); Pontes
(2021) |
Clima Organizacional
e Satisfação |
Um ambiente agradável
possibilita melhor relacionamento interpessoal, e consequentemente melhor
produtividade e satisfação com as atividades desempenhadas, caso contrário
são gatilhos de desligamento de pessoal |
Silva (2012); Chiavenato (2009); Nodari et al. (2010); Grigs et al. (2022) Marques
(2015); Mendes
(2013) |
Plano
de Cargos e Salários |
A empresa que possui uma
governança de pessoal, permite aos colaboradores uma visão de futuro dentro
da organização, possibilitando maior retenção dos talentos na empresa |
Lacombe
(2012); Silva
(2012) |
Motivação |
O ambiente deve possibilitar
motivos a qual o colaborador faça parte integrante dos resultados da empresa,
colaborando no desenvolvimento e crescimento da organização |
Corrêa
(2016); Oliveira
e Cardoso (2016) |
Treinamento |
Capacitar os colaboradores é
investimento a qual as organizações devem tomar como programa permanente de
pessoal, fortalecendo o compromisso com funcionários e qualificando o
processo produtivo |
Martins
e Silva (2022); Oliveira
e Cardoso (2016) |
Liderança |
Uma boa gestão de liderança é
fundamental para o clima organizacional nas empresas. Os lideres devem
proporcionar uma relação de colaboração juntos aos funcionários, fazendo com
que todos sejam responsáveis pelo futuro da organização, caso contrário se perde
grandes talentos aos concorrentes |
Chiavenato (1999); Costa e
da Silva (2020); Santos
e Santos (2022) |
Fonte: Dados da pesquisa (2023).
Conforme
defende Grigs et al., (2022) os
colaboradores de uma organização são elementos imprescindíveis, que fazem o
diferencial de uma empresa em um mundo globalizado. São eles, que através de
suas competências, tornam a empresa competitiva frente ao mercado. Para Lacombe
(2015) a eficiência está relacionada em fazer bem feito, fazer aquilo que está
sendo feito da maneira correta, possui relação com os produtos obtidos e os
recursos utilizados, produzir de forma econômica.
Enquanto
que a eficácia vai mais a fundo, é fazer bem feito aquilo que precisa ser
feito, ou seja, ter a capacidade de determinar a prioridade das atividades para
alcançar os resultados que sejam válidos para a organização. Os principais
motivos para o desligamento dos colaboradores são por propostas de emprego com
melhores remunerações na concorrência, em segundo plano devido a problemas com
os gestores da organização, em terceiro devido à insatisfação com a remuneração
(Silva, 2012).
3
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Gil (2022) caracteriza a pesquisa como um
processo metódico e sistemático com o propósito de oferecer soluções para as
questões que são apresentadas. A pesquisa é conduzida através do uso dos
conhecimentos disponíveis e a aplicação criteriosa de métodos e técnicas de
investigação científica. O processo que envolve alcançar resultados através de
uma pesquisa científica inclui diversas etapas, desde a formulação apropriada
do problema até a apresentação satisfatória dos resultados obtidos.
Marconi e Lakatos (2023) em concordância com
Gil (2022) descrevem que uma pesquisa que utiliza como meio de investigação a
pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em conteúdo previamente
publicado e investigações relacionadas aos pensamentos de autores que já
possuem conhecimento sobre o assunto. Esse método de pesquisa tem por objetivo
examinar perspectivas variadas em relação a um tema específico, que pode ser
feito através da leitura de livros, artigos e demais materiais já publicados
anteriormente.
De acordo com Gil (2021) ressalta que no
desenvolvimento do trabalho, dentro da revisão bibliográfica, os principais
temas abordados foram organizados por tópicos, reunindo dentro deles as
contribuições de cada autor e por fim analisaram-se os principais causadores do
problema e os métodos mais considerados para eliminar ou controlar os efeitos
recorrentes.
Para elaboração desse trabalho verificou-se a
necessidade da compreensão das causas que influenciam na rotatividade de
pessoas dentro das organizações. Com intuito de elaborar um material que possa
auxiliar na tomada de decisão por parte dos gestores das organizações visando à
minimização de custos com o turnover e
aumentando a retenção dos colaboradores qualificados. A partir dessa temática,
se deu início a pesquisa bibliográfica e através de artigos, livros, periódicos
especializados, buscas no Google Acadêmico e Scielo e, demais plataformas
científicas, com o objetivo de
investigar os principais fundamentos relacionados à rotatividade de pessoas e
quais as ações que podem prejudicar o relacionamento entre empresa e
colaborador.
Os textos foram analisados de acordo com o
escopo da temática pesquisada, analisando suas abordagens e contextualizações
referentes ao papel da rotatividade de pessoal nas organizações, discutidos em
fichados de acordo com o objetivo da pesquisa. Com esta análise foi possível
construir olhares da gestão pessoas na função de tornar o ambiente de trabalho
mais sustentável aos colaboradores, contribuindo para sua retenção em suas
funções laborais.
4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a pesquisa foi possível afirmar que um
índice de rotatividade elevado é reflexo de circunstâncias tanto internas
quanto externas á organização. Com relação ao aspecto externo destaca-se a
disponibilidade de empregos no mercado de trabalho, em um cenário onde a oferta
de mão de obra qualificada é inferior a quantidade de ofertas disponíveis de
emprego. Um colaborador qualificado pode ser assediado pelas demais empresas,
com melhores propostas que podem levá-lo a solicitar seu próprio desligamento.
Outra circunstância de aspecto externo é o cenário econômico do mercado, quando
uma organização passa por uma crise financeira e necessita reduzir seus custos
operacionais, uma das medidas preventivas é a redução do quadro de
colaboradores da empresa.
Com relação aos aspectos internos que podem
refletir no aumento da rotatividade da empresa, existem diversas variáveis,
conforme foi abordado no decorrer da pesquisa: falta de oportunidades de
crescimento, salários e benefícios inadequados, a função exercida e que não são
competitivos quando comparados a demais empresas do mesmo segmento,
deficiências na gestão de pessoas, falta de comunicação, instabilidade no
emprego e as limitações no clima organizacional afetam diretamente na motivação
do colaborador.
É fundamental que uma organização invista em um
processo de recrutamento e seleção que seja eficaz, que incluam uma avaliação
rigorosa das qualificações, experiência e ajuste cultural dos candidatos. Além
disso, fornecer treinamento adequado e apoio contínuo aos funcionários pode
ajudar a maximizar seu desempenho e retenção. A contratação correta é
fundamental para o sucesso de qualquer organização. A contratação inadequada de
um colaborador pode acarretar diversos problemas e impactar no clima organizacional
da empresa, provocando perda de tempo e recursos, desperdícios financeiros com
a contratação, treinamento, demissão e recontratação.
Foi possível evidenciar que a gestão de pessoas
desempenha um papel essencial na redução da rotatividade de funcionários em uma
empresa. Ela é fundamental no
desenvolvimento de um ambiente de trabalho colaborativo e satisfatório aos
funcionários. Quando os colaboradores estão motivados e satisfeitos se tornam
mais comprometidos e são menos sujeitos a deixar a empresa, o que, por sua vez,
contribui na redução da rotatividade de pessoal, mantendo a força de trabalho estável
e produtiva.
É provável que estudos semelhantes, aplicados
em outros cenários, possam trazer resultados diferentes. Sugere-se o uso de um
questionário aplicado em diversas empresas de um mesmo segmento para se
identificar quais os principais motivos que acarretam o aumento do índice de
rotatividade em setores específicos.
Para tanto é necessário que existam boas
práticas desde o recrutamento e seleção de candidatos, até sua adaptação em
suas atividades laborativas. Para que a retenção de talentos ocorra de forma
mais assertiva, é necessário que as organizações invistam em recursos que torne
o emprego mais atrativo, utilizando-se de ferramentas de gestão de pessoas, com
o objetivo de tornar o colaborador parte integrante nos resultados da empresa.
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