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7, n. 3, Setembro-Dezembro/2023 This work is licensed
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Commons
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4.0 International License
O CONHECIMENTO SOBRE A GESTÃO
FINANCEIRA EM PEQUENOS NEGÓCIOS (MEIS) VAREJISTAS EM JUSTINÓPOLIS, RIBEIRÃO DAS
NEVES, MG
Maurício Amaral Pereira
mauricio.conta95@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/7293016289197369
https://orcid.org/0009-0008-1488-7489
Universidade FUMEC
Belo Horizonte/MG
Amanda Damasceno de Souza
amandasd81@gmail.com
http://lattes.cnpq.br/3615797323442040
https://orcid.org/0000-0001-6859-4333
Universidade FUMEC
Belo Horizonte/MG
Wagner
Luiz Silva
wlsilva@fumec.br
http://lattes.cnpq.br/1736385967531152
Universidade FUMEC
Belo Horizonte/MG
RESUMO
O
fenômeno de empreender é presente em diversas camadas da sociedade em
diferentes níveis sociais e de sofisticação técnica. Em Ribeirão das Neves, no
distrito de Justinópolis, MG, não é diferente. As atividades varejistas da
região se caracterizam por pequenos negócios que atendem diversas necessidades
da região. Desta forma, o objetivo geral deste trabalho foi compreender como os
MEI Micro empreendedor Individual em Ribeirão das Neves estão lidando com a
situação financeira de suas empresas tais como a gestão de custos,
rentabilidade, e endividamento, o fluxo de caixa e as perspectivas de
crescimento. Na metodologia, foi definida uma pesquisa de campo quantitativa
através de formulário autoaplicável via Google Forms contando com a
participação de 9 respondentes. Os resultados da pesquisa demonstraram que uma
boa parcela dos empreendedores não aplica conceitos de gestão financeira em
seus empreendimentos com frequência e buscam conhecimentos técnicos fora do
ensino regular o que resultou em uma a dificuldade para desenvolver os seus
negócios no longo prazo. Concluiu-se que, a maioria dos empreendedores
respondentes prefere focar sua gestão financeira no curto prazo através de uma
educação financeira adquirida fora do ensino regular. Devido a esse fato, encontram
dificuldades em expandir os negócios embora admitam que já tenham tentado ou
possuem essa intenção.
PALAVRAS-CHAVE: Educação financeira;
microempreendedorismo; Ribeirão das Neves; desenvolvimento econômico; pequenas
empresas.
KNOWLEDGE
ABOUT FINANCIAL MANAGEMENT IN SMALL BUSINESSES (MEIS) RETAILERS IN
JUSTINÓPOLIS, RIBEIRÃO DAS NEVES, MG
ABSTRACT
The phenomenon of
entrepreneurship is present in different layers of society at different levels
of social and technical sophistication. In Ribeirão das Neves, in the district
of Justinópolis, MG, it is no different. The region's retail activities are characterized
by small businesses that meet the region's diverse needs. Thus, the general
objective of this work was to understand how MEI Micro Entrepreneur Individuals
in Ribeirão das Neves are dealing with the financial situation of their
companies such as cost management, profitability, and debt, cash flow and
growth prospects. In the methodology, quantitative field research was defined
using a self-administered form via Google Forms with the participation of 9
respondents. The research results demonstrated that a good portion of
entrepreneurs do not apply financial management concepts in their ventures
frequently and seek technical knowledge outside of regular education, which
resulted in difficulty in developing their businesses in the long term. It was
concluded that the majority of responding entrepreneurs prefer to focus their
financial management in the short term through financial education acquired
outside of regular education. Due to this fact, they find it difficult to
expand their business, although they admit that they have already tried or have
the intention to do so..
KEYWORDS: Financial Education; microentrepreneurship; Ribeirão das Neves; Economic
Development; Small Business.
Submetido:
12/03/2024
Aceito: 01/04/2024
Publicado:
30/04/2024
O
presente trabalho explora um estudo sobre a aplicação da educação financeira no
desenvolvimento de microempresas varejistas em Justinópolis, Ribeirão das
Neves. Neste contexto, busca-se focar na parcela de empresas cuja fonte de suas
receitas são oriundas de: venda de roupas, sapatos, acessórios, presentes,
eletrônicos e produtos alimentícios que possuem uma receita bruta anual de até
81.000 reais. Estas microempresas são compostas de uma sociedade limitada ou se
enquadram na categoria de MEI's (Microempresas Individuais) (SEBRAE,
2022).
Embora
essas empresas apareçam e permaneçam no mercado com certo potencial de
competição, muitas vezes, elas desaparecem nos primeiros cinco anos de
existência. As que sobrevivem não possuem estratégias de ganho de mercado, o
que, por sua vez, atrofia o seu crescimento (SEBRAE, 2016). Esse cenário de migração do trabalho sob o
regime CLT para o estabelecimento de pequenos negócios cresceu em Minas Gerais
e, em Ribeirão das Neves, não foi diferente. Pensando nesse crescimento,
questiona-se: Qual o nível de conhecimento financeiro dos gestores de pequenos
negócios(MEIs) em Justinópolis, Ribeirão das Neves?
Como
objetivo geral, a pesquisa busca compreender como os MEI Micro empreendedor
Individual em Ribeirão das Neves estão lidando com a situação financeira de
suas empresas tais como a gestão de custos, rentabilidade, e endividamento, o
fluxo de caixa e as perspectivas de crescimento.
Como
objetivos específicos podemos citar:
a)
Realizar um levantamento da literatura sobre a aplicação da educação financeira
no desenvolvimento do micro empreendedorismo varejista no Brasil;
b)
Mensurar o nível de conhecimento sobre gestão financeira dos MEI Micro
empreendedor Individual varejistas em Justinópolis, Ribeirão das Neves, MG,
através de uma pesquisa de campo.
Como
justificativa para esta pesquisa, podemos citar a importância das habilidades
de gestão financeira do segmento de varejo em Justinópolis, município de Minas
Gerais, para garantir a estabilidade para crescimento desses empreendimentos na
região. Novos empreendimentos surgem todos os anos na região e faz-se
necessário compreender se o nível de habilidade de gestão administrativa tem
acompanhado o crescimento e a continuidade destes negócios. Segundo o Portal
MaisMEI (2023), o número de pequenas empresas e negócios informais vem
aumentando em Ribeirão das Neves nos últimos anos. Para compreender a
estabilidade deste crescimento é necessário separar os empreendimentos que
surgem por necessidade de renda e os empreendimentos que surgem com
planejamento de custos e previsão de receitas. (PORTAL MAISMEI, 2023)
O estudo
foi em formato de artigo e dividido em
cinco seções incluindo a introdução: A fundamentação teórica abordou a
perspectiva de outros trabalhos acadêmicos sobre a importância da educação
financeira no desenvolvimento de pequenas e microempresas. A terceira parte foi
descrita a metodologia de pesquisa de campo para coleta de dados para a
confecção dos resultados e foi feito o comparativo e aplicabilidade da teoria à
população estudada no artigo. A quarta seção foi composta de uma análise dos
resultados e por fim, a quinta seção apresentou as considerações finais,
seguida das referências.
Para
a fundamentação teórica deste artigo, foi realizada uma pesquisa em bancos de
dados e revistas científicas a fim de melhor compreender o status quo do tema
entre a comunidade acadêmica e científica.
2.1 Características atuais do Micro e Pequeno
negócio no Brasil
As
pequenas empresas compõem atualmente 27% do PIB no Brasil (SEBRAE, 2022).
Negócios do setor varejista e alimentício compõem uma parcela significativa de
novos pequenos negócios em bairros e em distritos comerciais na região
metropolitana de Belo Horizonte. Muitas famílias possuem negócios próprios
(empresas de garagem) que variam entre vendas de produtos novos como vestuários
e eletrônicos, brechós, bazares, topa tudo, material hidráulico e de
construção, entre outros produtos que se encontram no mercado varejista.
Com
a expansão das redes sociais, muitos destes negócios possuem praça em ambiente
online. Porém, existindo ainda em bairros mais afastados na região
metropolitana, estes negócios sobrevivem da economia local e não buscam
expandir os negócios. Permanece nessa premissa, a ideia de um negócio familiar
onde as receitas e os lucros se confundem e fica difícil para o comerciante
controlar seus gastos e seus lucros. Muitas vezes, mesmo almejando uma expansão
do negócio ou melhoria do atendimento e da qualidade dos produtos oferecidos, a
empresa não consegue crescer e permanece durante toda sua existência mais como
uma renda extra do que um negócio propriamente dito, agravando-se a situação
devido ao cenário macroeconômico que muitas vezes, esses pequenos negócios
estão inseridos (RORATTO; DIAS; ALVES, 2017).
A
gestão financeira do negócio e do seu crescimento se tornou para as pequenas
empresas um dos seus principais desafios. Muitos pequenos empresários recebem
seu fluxo de investimentos de suas atividades econômicas regulares (emprego,
outros negócios) evitando empréstimos e quando esses são contraídos, não são
capazes de gerir os riscos e ainda mais, cumprir com os prazos, liquidando seus
negócios em menos de três anos (RORATTO; DIAS; ALVES, 2017).
2.2 O papel da Educação financeira na
formação do gestor da pequena empresa
As habilidades de gestão das áreas
de marketing, estratégia, recurso e finanças de um empreendedor compõem o rol
de fatores decisivos no sucesso do Negócio. Embora a má gestão de marketing
congele a captação de leads e clientes, a má gestão estratégica cause a perda
de oportunidades e a má gestão de recursos gere prejuízos operacionais, é a má
gestão financeira que causa o endividamento e eventualmente a falência das
pequenas empresas. (DIAS, 2018)
Embora seja um dos pilares da economia no
Brasil, muitas microempresas não sobrevivem mais que quatro anos no mercado e
muitos empreendedores precisam liquidar os seus bens (até mesmo pessoais) para
quitar as suas dívidas e seguir com suas vidas em alguma outra atividade
econômica assalariada ou não. (DIAS, 2018)
Essa constante de que o jovem
empreendedor não encontra espaço no mercado em que procura inserir a sua
empresa apresenta padrões relacionados com as características pessoais e
habilidades de empreender desse indivíduo. Muitas vezes, o papel do gestor é substituído
pelo papel do “chefe” ou do “dono” do empreendimento, o que atribui ao mesmo a
característica de autocrata em seu negócio sem referência nas suas tomadas de
decisão. Embora o espírito empreendedor possa ser natural, o desenvolvimento
destes atributos se torna indispensável à continuidade do pequeno negócio, uma
vez que, este empreendedor lida com constantes mudanças de mercado, imprevistos
em suas operações, planejamento e resiliência nas suas atividades. (CODA, 2018)
Por isso, a educação financeira das
empresas se torna um dos fatores mais decisivos e indispensáveis para a
sobrevivência de uma empresa, isso porque, muitas vezes, elas são fonte de um
investimento único e não tem quem as salve ou quando o proprietário necessita
de oxigenação do caixa. Mesmo sendo uma atividade de risco, muitos jovens
empreendedores não possuem o nível de profissionalismo exigido para a gestão de
uma empresa e baseiam suas decisões em feeling em oportunidades momentâneas ou
por necessidade de geração de renda individual ou familiar. Isso demonstra que
o nível de educação financeira para o empreendimento de um negócio muitas vezes
não é atingido pelos proprietários de micro empreendimento individuais.
(LAURINDO, 2011)
Devido a esse quadro situacional,
muitos MEI Micro empreendedor Individual não
possuem o controle de suas finanças e devido à falta de capital não as
terceirizam. A situação se agrava quando o conhecimento de finanças
empresariais e educação financeira desses MEI Micro
empreendedor Individual é limitado. Estudos do SEBRAE indicam que,
durante a pandemia, a situação se agravou ainda mais quando foi levantado que
uma em cada dez micro empreendimentos em Minas Gerais fecharam antes de
completarem cinco meses de atividade (SEBRAE, 2021)
2.3 O crescimento do pequeno negócio e sua
relação com a administração das finanças
O desenvolvimento de micro e
pequenas empresas, muitas vezes possui relação, em primeiro lugar, com as
habilidades e conhecimentos práticos do gestor. Porém existe a intrínseca
relação com a educação superior tanto dos serviços terceirizados quanto do quadro
de colaboradores. Questões restringidas à técnica como a elaboração do Markup,
a Margem de contribuição, Tipologia de Custos e precificação são elementos
essenciais e exclusivos que cabe aos profissionais durante a execução de um
plano de negócios seguro e operação das empresas em geral (CHAGASTELES, 2017).
Embora advindos da oportunidade proporcionada da livre iniciativa, muitos
negócios prosperem em uma área que possui uma constante de crescimento
econômico durante um determinado período de tempo. Os negócios que possuem a
sua sobrevivência e perpetuação no mercado dependem de mentes empreendedoras
treinadas, resilientes e criativas. Ainda assim, muitos empreendedores não são
provenientes do ensino superior ou técnico, e sim de pessoas que buscam a independência
financeira, enfrentam o desemprego ou possuem o sonho do próprio negócio
(SANTOS; KREIN; CALIXTRE, 2012).
Empresas de pequeno e médio porte do
setor varejista, usualmente possuem setores de contabilidade e finanças
terceirizados, uma vez que, esses empreendedores não criam estes setores. Ainda
assim, mesmo com a redução da informalidade durante os anos 2000 a 2010, muitos
negócios de bairro e de pequenos centros comerciais operam sem a regulamentação
do seu setor fiscal e contábil, tratando as suas operações sem o controle
exigido por uma atividade econômica, principalmente, tratando de suas finanças.
Isso gera um desajuste muitas vezes danoso ao empreendimento durante o
pagamento de tributos, reduzindo lucros e impedindo o desenvolvimento de
comércios locais e de microempresas individuais (MARTINS, 2013).
Esses conhecimentos básicos de fluxo
de caixa e de contabilidade devem auxiliar o gestor no desenvolvimento do
capital da sua empresa. A demonstração de resultados periódica é essencial para
mensurar se os objetivos econômicos da empresa estão sendo alcançados ou não e
quais reajustes de custos devem ser feitos para que os objetivos sejam
alcançados na realidade mais próxima do que foi concebido no planejamento. O
desenvolvimento financeiro da empresa dentro de uma gestão sólida estruturada
torna visível e mensurável todo o processo da sua atividade econômica dentro da
sua sazonalidade operacional e dentro da legislação fiscal vigente na região
(MARTINS, 2013).
O crescimento sadio da empresa e a
sua permanência no mercado dependem, não somente das habilidades do
empreendedor, seja ele graduado ou não. A importância que se deve ao setor de
custos e finanças é essencial para a saúde financeira do empreendimento e,
portanto, seu desenvolvimento e participação no mercado. Faz-se necessário
desenvolver a educação através do trabalho. O empresário capaz de administrar o
seu negócio buscando o conhecimento dos instrumentos que lhe cabem à sua
atividade e aplicando a resiliência e a criatividade aos processos diários das
suas operações, garante ao seu empreendimento a perpetuação do seu negócio no
mercado (ODEBRECHT, 1984).
3
METODOLOGIA
O
conceito de estudo de campo envolve o desenvolvimento de instrumento de
pesquisa, o questionário, que busca investigar o posicionamento de uma
determinada amostra da sociedade sobre um determinado tema, ressaltando a
interação da mesma com as provocações propostas (GIL, 2008). Posto isto, a
metodologia utilizada neste trabalho quanto aos procedimentos técnicos foram
pesquisa de campo descritiva buscando estabelecer relações entre as variáveis
de forma generalizada e padronizada para capturar as nuances relativas às
capacidades e conhecimentos dos empreendedores sobre a aplicação da educação
financeira no desenvolvimento do seu negócio.
Esse método foi relevante para a proposta uma vez que busca quantificar
e classificar as opiniões do público-alvo através da escala Likert de
cinco pontos sobre o tema abordado no trabalho. A
pesquisa foi classificada como aplicada e tem como natureza gerar conhecimentos
para aplicações práticas dirigidas à importância da educação financeira para o
desenvolvimento de pequenos negócios varejistas em Justinópolis, Ribeirão das
Neves, MG (GIL, 1994).
Para a coleta de dados foram utilizadas duas
ferramentas: A ferramenta de formulário do Google Forms autoaplicável
pelo respondente. Foi feito um levantamento através de um questionário
direcionado a empreendedores de Justinópolis, Ribeirão das Neves, que busca
mensurar através da escala de Likert uma vez que variações e intensidade
de determinadas práticas de gestão possam ser detectadas se tratando da
dinâmica de cada empresa com a gestão financeira.
O formulário alcançará o público
alvo acima de 18 anos através de e-mail eletrônico, mídias sociais como
Instagram e Facebook e Whatsapp. A amostragem será de 30 respondentes, uma vez
que a atividade de empreender é presente no distrito é praticada por moradores
de diversos bairros e áreas comerciais. O questionário foi composto por quinze perguntas fechadas contendo temas como fontes de
conhecimento de gestão financeira, conhecimentos de fluxo de caixa, capital de
giro, demonstração de resultados, sazonalidade, legislação fiscal e
contabilidade básica e constará no cabeçalho a anuência em participar da
pesquisa por meio do TCLE para assegurar o consentimento do participante. A
pesquisa foi realizada no terceiro trimestre de 2023 e divulgada em dezembro deste
mesmo ano. Os dados passarão por uma análise estatística com a finalidade de
compor a apresentação de resultados quantitativos percentuais, além de serem
tabelados acompanhados de suas representações gráficas.
Link da pesquisa:
https://forms.gle/8D4VAFsdKTEeJNF7
3.1 Pesquisa em base de dados para a
fundamentação teórica
Para o desenvolvimento
do referencial teórico desta pesquisa, utilizou-se a base de dados da Scielo,
Google Acadêmico e Spell. (Quadro 2). Para além, foram feitas pesquisas em
literaturas relacionadas ao tema e publicações de revistas científicas como a Revista
da Micro e Pequena Empresa e portais governamentais como o SEBRAE.
Quadro 1. Seleção de Descritores
Inglês |
Small business; MEI; finance; management; development; education |
Português |
Pequeno negócio;
MEI; Finanças; Gestão; desenvolvimento; educação |
Fonte: Dados da
pesquisa (2023).
Quadro 2. Estratégia
de busca para pesquisa em base de dados
Base de dados |
Estratégia |
Scielo |
(SMALL) AND (BUSINESS) AND (FINANCE) (SMALL) AND (BUSINESS) AND (EDUCATION) |
Spell |
(SMALL) AND (BUSINESS) AND
(FINANCE) (SMALL) AND (BUSINESS) AND (EDUCATION) |
Google acadêmico |
(SMALL) AND (BUSINESS) AND (FINANCE) (SMALL) AND (BUSINESS) AND (EDUCATION) |
Fonte: Dados da
pesquisa (2023).
4
ANÁLISE DE DADOS E RESULTADOS
A tabela 1 abaixo
apresenta o perfil demográfico dos respondentes da pesquisa discriminando as
principais características sociais relativas aos interesses pertinentes à
coleta de dados.
Tabela 1 - Perfil sociodemográfico
Variáveis |
Porcentagem (%) |
N |
Gênero |
100% |
9 |
Masculino |
66,70% |
6 |
Feminino |
33,30% |
3 |
Outros |
0% |
0 |
Faixa Etária |
100% |
9 |
18 a 29 |
11,10% |
1 |
30 a 39 |
66,70% |
7 |
40 a 49 |
22,20% |
2 |
50 a 59 |
0% |
0 |
60 ou mais |
0% |
0 |
Formação
Acadêmica |
100% |
9 |
Ensino fundamental completo |
11,10% |
1 |
Ensino médio completo |
33,30% |
3 |
Cursando o ensino superior |
0% |
0 |
Ensino superior completo |
55,60% |
5 |
Fonte: Dados da pesquisa (2023).
Gráfico 1:
Formação Acadêmica
Fonte: Dados da pesquisa, 2023
Com base na pesquisa,
foi possível identificar o nível de formação acadêmica dos entrevistados.
Dentre os empreendedores, houve predominância da educação em nível superior,
apresentando, assim, especializações nos negócios empreendidos pelos
respondentes. A relevância dessa informação buscou
estabelecer uma noção da habilidade do gestor do empreendimento de compreender
conceitos intermediários e avançados de cálculo e análise de dados. Embora
55,6% (5) dos entrevistados possuem formação superior, ainda consiste em uma
representação significativa de 33,3%(3) dos empreendedores que possuem apenas o
ensino médio completo.(GRÁFICO 1)
Gráfico
2: Aprendizado pelo ensino regular
Fonte: Dados da pesquisa 2023
Embora o gráfico 1 apresentou a informação de que a maioria expressiva de
55,6% (5) dos entrevistados possuem nível superior de educação completo, a
percentagem proporcional de entrevistados que possuem ensino médio completo
acreditam que o melhor de seus conhecimentos de gestão financeira foram
adquiridas fora do ensino regular de cursos reconhecidos pelo Ministério da
Educação (MEC).
Gráfico
3: Custos e formação de preço
Fonte: Dados da pesquisa (2023).
O gráfico 3 acima apresentou
informações sobre a aplicação dos conceitos valor de investimento, de custos
fixos e variáveis na formação de preço de produto pelos entrevistados. 55,6%(5)
dos entrevistados afirmaram que levam em consideração a aplicação destes
conceitos em suas operações frequentemente. Porém apenas 11,1%(1) respondeu que
muito frequentemente realiza as análises pertinentes a estes conceitos na
formação do preço do produto. Ainda, a expressiva percentagem de 22,2%(2)
afirmou que apenas ocasionalmente aplica estes conceitos em suas operações.
Gráfico
4: Controle de Ficha de Estoque
Fonte: Dados da pesquisa (2023)
O gráfico 4 apresentado acima
informa que o percentual de 44,4%(4) raramente realiza o controle de entradas e
saídas de produtos e valores através de ficha de estoque. Ainda, 33,3% (3)
afirma que ocasionalmente realiza essa análise. Isso demonstra que a análise e
controle de ficha de estoque não ocupa uma posição importante no controle do
preço de aquisição e de venda dos produtos ofertados pelos empreendedores
participantes da pesquisa.
Gráfico
5: Perspectivas de crescimento do Negócio
Fonte: Dados da pesquisa (2023)
O gráfico 5 acima apresentou as
informações relativas às perspectivas de crescimento e expansão do crescimento
do negócio dos empreendedores participantes da pesquisa. 66,7% (6) afirmam que
o tamanho do negócio ainda não atende às expectativas e que pretendem expandir
os negócios no futuro.
Gráfico
6: Projeções de Retorno de Investimentos
Fonte: Dados da pesquisa (2023).
O gráfico 6 acima apresenta as
informações relativas à aplicação de cálculos de retorno de investimentos, taxa
interna de retorno e payback dos investimentos. Embora 77,8% (7) dos
respondentes afirmam que possuem o interesse de expandir os negócios, a massiva
maioria dos entrevistados respondeu que nunca realizam as análises pertinentes
(55,6%; 5 respondentes) ou raramente as realiza (22,2%;2 respondentes) quando
se trata de aquisições para o crescimento do negócio.
Gráfico
7: Segurança para crescimento
Fonte: Dados da pesquisa (2023)
O gráfico 7 acima apresenta
informações sobre as tentativas de expansão de negócio dos empreendedores
respondentes da pesquisa e os resultados alcançados com seus esforços. 44,4%
dos respondentes concordam que não conseguem investir de forma segura e o retorno
de seus investimentos não atendem às suas expectativas. Essa informação
apresenta um reflexo sobre os conhecimentos relativos a projeções de retorno
provenientes de análises financeiras prévias ao investimento (GRÁFICO 6).
Isso indica que o conhecimento de
gestão financeira para pequenos negócios (MEIS)dos micros empreendedores
individuais da região não é suficiente para que seus objetivos sejam alcançados
no longo prazo. Como consequência, os negócios muitas das vezes encontram
dificuldades de longo prazo, de projeção de receita e de perspectiva de
crescimento. Embora o empreendimento desfrute de relativa estabilidade, a
segurança para crescimento da empresa nunca é alcançada e se torna uma das
principais fraquezas das empresas da região.
5
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se através do estudo que, embora o crescimento de pequenos
negócios tenha apresentado uma variável significativa nos últimos anos no
distrito de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, MG, ainda persiste entre estes
empreendedores uma relativa dificuldade em programar processos básicos de
gestão financeira em suas atividades, principalmente, de longo prazo devido a
necessidade conhecer melhor a gestão financeira para pequenos negócios (MEIs).
As dificuldades de expansão e de controle do fluxo financeiro refletiram
diretamente na ineficiência em fazer investimentos e projetar retornos em seus
empreendimentos, uma vez que, muitos destes empreendedores buscam seus
conhecimentos de gestão fora do ensino regular.
Em concordância com a literatura abordada, muitos destes empreendedores
lutam para sobreviver no mercado evitando conscientemente abordagens técnicas
de práticas administrativas financeiras. Observa-se uma preferência por
abordagens pessoais e simplificadas em sua gestão financeira de curto prazo.
Constatou-se um ponto comum entre os respondentes uma abstenção em contemplar o
longo prazo financeiro de seus empreendimentos, mesmo que ainda assim, exista a
intenção de sustentar um crescimento contínuo de suas empresas.
Evidencia-se que os empreendedores da região necessitam de uma melhor
adaptação de suas práticas individuais a um ensino regular e profissional para
que possam garantir um crescimento sadio e organizado de suas empresas.
A principal
limitação da pesquisa foi encontrada na indisposição dos empreendedores em
participar, repassar o formulário para seus gestores e até mesmo retornar com
uma resposta positiva ou negativa à proposta. Esse posicionamento diminuiu
consideravelmente a amostra de entrevistados em relação com a projeção feita no
início do projeto. Todavia, a pesquisa de campo evidenciou aquilo que a
fundamentação teórica havia abordado com êxito.
Persiste como objeto de pesquisa inexplorado nesse trabalho uma melhor
compreensão sobre as crenças dos empreendedores quanto ao ensino regular em
comparação com as tradições de comércio que orientam suas práticas quanto à
organização financeira de suas empresas.
Para o futuro, é
necessário abordar conhecimentos relativos a demais áreas de administração de
empresas destes empreendedores como metodologia quantitativa, marketing e
softwares de gestão para formar um quadro mais consistente da identidade
empreendedora da região e expandir as fronteiras da pesquisa para um escopo
maior da região metropolitana de Ribeirão das Neves, MG. Com a redução das
distâncias proporcionadas pelo mundo digital e o livre acesso à autoeducação
online, é necessário mensurar o quão empreendedora a população dessa região tem
se tornado e qual o impacto dessa cultura de empreendedorismo em suas vidas.
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APÊNDICE -
Questionário da pesquisa