v. 6, n. 3, Setembro-Dezembro/2022

EMPREENDEDORISMO FEMININO: o papel das mulheres no ecossistema do Oeste Paulista

 

Jaine Avelino da Silva

jaine_avelinno@outlook.com

Presidente Prudente/SP

 

Mikaelly Martins de Souza

mikaasouza1@gmail.com

Presidente Prudente/SP

 

Erika Mayumi Kato-Cruz

erikakato@unoeste.br

http://lattes.cnpq.br/9874224138457622

https://orcid.org/0000-0003-1690-0997

Universidade do Oeste Paulista

Presidente Prudente/SP

 

Gustavo Yuho Endo

gustavo_endo@yahoo.com.br

http://lattes.cnpq.br/5757242868108405

https://orcid.org/0000-0003-2737-6596

Universidade do Oeste Paulista

Presidente Prudente/SP

 

 

RESUMO

O empreendedorismo passa por constantes mudanças e inovações a todo momento e uma dessas inovações de grande importância é a abordagem de ecossistema empreendedor, que atualmente vem assumindo um papel de destaque com o empreendedorismo feminino, em especial no Oeste Paulista.  É notável que a participação das mulheres no meio empreendedor é de grande valia, tanto para o município quanto para o seu meio social. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo compreender o papel de mulheres empreendedoras no ecossistema empreendedor de Presidente Prudente e região. Trata-se de um estudo quanti-qualitativo que fez uso de levantamento e estudo de múltiplos casos para a investigação do fenômeno. A pesquisa apontou nos seus resultados a existência do ecossistema empreendedor feminino se fortalecendo e em constante evolução em meio as dificuldades e multiplicidade de papéis que as mulheres desempenham, e o quão elas auxiliam na fomentação do ecossistema empreendedor feminino no Oeste Paulista.

PALAVRAS-CHAVE: Ecossistema Empreendedor; Empreendedorismo; Empreendedorismo Feminino.

 

 

 

FEMALE ENTREPRENEURSHIP: the role of women in the ecosystem of West São Paulo State

 

 

ABSTRACT

Entrepreneurship undergoes constant changes and innovations at all times, and one of these innovations of great importance is the approach to the entrepreneurial ecosystem, which is currently assuming a prominent role with female entrepreneurship, especially in West Paulista. It is notable that the participation of women in the entrepreneurial environment is of great value, both for the municipality and for its social environment. Therefore, this article aims to understand the role of women entrepreneurs in the entrepreneurial ecosystem in Presidente Prudente and region. It is a quantitative and qualitative study that used a survey and study of multiple cases to investigate the phenomenon. The research pointed out in its results the existence of the female entrepreneurial ecosystem strengthening and constantly evolving among the difficulties and multiplicity of roles that women perform, and how they help in fostering the female entrepreneurial ecosystem in West of São Paulo State.

KEYWORDS: Entrepreneurial Ecosystem; Entrepreneurship; Female Entrepreneurship.

 

Submetido: 09/09/2022

Revisões Requeridas: 18/10/2022

Aceito: 12/12/2022

Publicado: 31/12/2022

 

1 INTRODUÇÃO

O empreendedorismo é um aspecto de importância significativa para uma comunidade, sociedade, município e país; contribui, assim, para a geração de renda, desenvolvimento social e econômico (DOLABELA 2006). Para Dornelas (2003), o empreendedorismo abrange a mudança de uma situação atual, construção de algo novo, inovador, na busca por novas oportunidades de negócios, com objetivo de desenvolver inovação e criar algo de valor.

Segundo Dolabela (2006), o empreendedor é considerado o “motor da economia”, um agente de mudanças, uma vez que consiste na pessoa que imagina, desenvolve e realiza suas visões. Desse modo, possui iniciativa, comportamento criativo e inovador, de modo a transformar argumentos, estimular a colaboração, desenvolver bons relacionamentos pessoais e interpessoais e gerar resultados com admiração, afeição, autoconfiança, otimismo e necessidade de realização (MENEZES, 2003).

Assim como ocorre em empreendimentos tradicionais, no ambiente empreendedor também existe a presença de mulheres, de forma que o empreendedorismo feminino surge também para fazer frente ao empreendedorismo tradicional, antes guiado por conceitos e pensamentos masculinos (BARRETO, 2014). Logo, entender o empreendedorismo e sua relação com a inserção das mulheres no mundo dos negócios é necessário compreender as relações sócio históricas do país. Para D’Alonso (2008), o que marcou a década de 70 na sociedade foi o crescimento das mulheres no mercado de trabalho, não se restringindo apenas à atividades domésticas e familiares (como cuidar dos filhos, lavar e cozinhar) (BRUSCHINI, 1998).

Para Natividade (2009), as mulheres iniciaram no empreendedorismo por questões de sobrevivência, pela necessidade de complementar a renda familiar, ou seja, na busca pela estabilidade e independência financeira. Como complemento, Cramer (2001) afirma que a atitude de rompimento de muitas resistências pode estar relacionada ao fato de que as mulheres necessitam provocar e comprovar que são capazes de gerir com sucesso seus empreendimentos como forma de delimitar seu espaço como empreendedoras.

A participação das mulheres no mercado de trabalho, assim, representou um aumento significativo na economia (GOMES et. al., 2009), com maior geração de empregos, giro de capital e novas oportunidades mercadológicas. Segundo Machado (2001), a participação das mulheres nas atividades econômicas está cada vez mais ativa; de acordo com Bruschini (2000), as mulheres brasileiras têm investido cada vez mais em suas formações, ganhando espaço nas organizações. Nesse contexto, se faz fundamental enxergar, compreender, como é a atuação dessas mulheres no cotidiano, com destaque neste estudo, para o ecossistema empreendedor.

Por ecossistema empreendedor entende-se ambiente composto por diversos stakeholders[1] do empreendedorismo, caracterizado pela interconexão, extinção de hierarquia (equilíbrio) e dinamismo. Nota-se que o termo “ecossistema” vem da Biologia e, no contexto empresarial, remete ao fato de que uma empresa precisa de outra para sobreviver, assim como as espécies, de modo que o empreendedor é quem tem o maior poder de influência no ecossistema e suas ações transformam a realidade (FIATES, 2014).

Para Santos, Schimidt e Zen (2016), o ecossistema empreendedor nasce como resultado da interação de diversas informações presentes no ambiente e que permite a geração e o desenvolvimento de novos negócios, por conseguinte, a concepção de uma cultura empreendedora local.

O presente estudo, assim, objetivou investigar a presença de mulheres no ecossistema empreendedor da cidade de Presidente Prudente e região, e sua atuação como parte integrante deste ecossistema. De forma mais específica, o estudo procurou levantar os diversos papéis que as mulheres desempenham; identificar os principais aspectos que envolvem o cotidiano destas mulheres, incluindo as motivações que as levam a empreender e os desafios que enfrentam, por fim, identificar a multiplicidade de papéis que desempenham e como alcançaram seus objetivos empreendedores.

 

2 REFERENCIAL TEÓRICO

 

O empreendedorismo iniciou no Brasil no ano de 1990, quando também foram criados o Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e a Sociedade Brasileira para a Exportação de Software (Softex); a partir daí o conceito de empreendedorismo começou a invadir o país e a sociedade (intensificado pelas consequentes e repentinas mudanças tecnológicas) (DORNELAS, 2016).

De acordo com Dornelas (2016), este período ficou conhecido como era do empreendedorismo e o contexto era de mudanças, tanto na economia como nos aspectos políticos e sociais; os empreendedores do momento buscavam a exclusão de empecilhos comerciais e culturais, promovendo uma renovação nos conceitos econômicos, bem como gerando novas afinidades relacionadas ao trabalho e à novas oportunidades de emprego. Consistiu, assim, em um período de quebra de paradigmas e promoção de novas riquezas para o país. 

Entende-se que o empreendedorismo possui capacidade de captar problemas e, consecutivamente, oportunidades, assim, investe em recursos para criação de produtos, projetos ou negócios que provocam mudanças e trazem resultados positivos. Diante disso, o empreendedor, além de ter um perfil criativo, é perseverante, resiliente e está preparado para assumir riscos, transformando ideias em negócios inovadores (ENDEAVOR BRASIL, 2016).

Para Dornellas (2005), um indivíduo empreendedor possui algumas características peculiares, ou seja, reúne competências e habilidades comportamentais, fundamentais para o desenvolvimento econômico empresarial, possui iniciativa nas tomadas de decisões, visão sistêmica, liderança, capacidade de planejamento, perseverança, organização, além de desenvolver novas ideias de negócios e solucionar problemas.

Logo, pode-se entender como empreendedorismo a capacidade do indivíduo de se comprometer, identificar novas oportunidades, inovações, criar soluções, desenvolver e implementar ações na busca por melhorias constantes para a sociedade (ASSUNÇÃO, 2018).

O empreendedorismo por oportunidade, assim, é motivado por uma possibilidade de inovação e contribui para o crescimento econômico (ANDRADE JÚNIOR; SATO, 2019). Para Mota et. al. (2017), o ambiente econômico e institucional proporcionado por cada país leva o empreendedor a identificar boas oportunidades de negócio.

Nesse contexto, compreender o ecossistema empreendedor torna-se fundamental para identificar as nuances do empreendedorismo em cada região, assim como os fatores que norteiam o desenvolvimento do empreendedorismo de modo geral. Para Stam (2015), definir o ecossistema empreendedor contribui para o entendimento de como o empreendedorismo acontece mediante a uma comunidade e/ou grupos de indivíduos interdependentes, como as mulheres.

Uma pesquisa elaborada pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora – IRME (IRME, 2019) aponta que a maioria das mulheres empreendedoras são casadas, tem filhos, possui graduação ou pós-graduação, a maioria delas começa a empreender após os 30 anos e o negócio é a principal fonte de renda familiar.

Mcgowan et. al. (2012) mostram em suas pesquisas que as mulheres começam a empreender para gerenciar sua própria empresa, na busca por maior liberdade e flexibilidade. Tal argumento é complementado por De Oliveira Lima (2018) ao afirmar que tal fato provocou mudanças no desempenho do papel das mulheres na sociedade.

Segundo De Araújo et. al. (2018), o cenário dos negócios que, há muito tempo, era cercado e atuado pela figura masculina, aos poucos foi se abrindo e proporcionando um espaço para as mulheres que, recentemente, passaram a exercer vários papéis que eram inicialmente destinados aos homens.

Gomes (2006) complementa que as análises sobre o empreendedorismo feminino, principalmente no Brasil, ainda não permitem muitas conclusões, pois é um campo em que as pesquisas são incipientes e não há muitos estudos comprovados.

Uma pesquisa realizada pelo GEM (2018) aponta que o Brasil possui a 7ª maior proporção de mulheres entre os empreendedores iniciais, considerando os 49 países que participaram; no estado de São Paulo esse número representa 36%.

Com relação aos motivos que levam as mulheres a empreender, de acordo com Rede de Mulheres Empreendedoras (RME) em uma pesquisa realizada em 2017 (RME, 2017), as mulheres iniciam no empreendedorismo trabalhando com o que gostam, em seguida para obter sucesso e lucro, consequentemente, qualidade de vida melhor e, por fim, para harmonizar a jornada entre casa, família e trabalho.

A pesquisa do GEM (2018) também aponta que 44% das mulheres iniciam o negócio por necessidade[2] e são responsáveis por 34% dos 27,4 milhões de donos de negócios, empreendedores e conta própria, que existe no Brasil.

Outro fato importante aponta que as mulheres iniciam a sua vida empreendedora ainda jovens, até mais que os homens, entre a idade de 25 a 35 anos; elas se destacam também por possuir maior grau de instrução (escolaridade) do que os homens, com 16% (IBGE/PNADC, 2018). Para Lopes et. al. (2016), as mulheres têm a habilidade de executar diversas atividades simultaneamente; conseguem assimilar, desenvolver com facilidade informações e situações, possuem visão sistêmica, têm maior flexibilidade e habilidade para entender e enxergar as pessoas e a realidade de forma holística.

O IBGE/PNADC (2018) revela, ainda, que as empreendedoras possuem uma jornada de trabalho longa por conta da sua multiplicidade de papéis, de modo que o número de mulheres que sustentam a casa e a família cresce a cada ano. Nesse contexto, surge o termo “empowerment feminino”. De origem inglesa empowerment pode ser definido como autonomia e capacidade de decidir sobre pontos que dizem respeito somente ao indivíduo, a grupos e/ou a comunidade (FERNANDES et. al., 2016). Oliveira e Freitas (2017) dizem que o empowerment feminino está relacionado a conscientização da mulher sobre o seu papel, o seu lugar, a sua conquista e oportunidade diante da sociedade. Desse modo, é possível que haja uma tendência por parte de mulheres em iniciar empresas na forma de sociedade, não obstante, essa pode ser também uma inclinação para as pequenas empresas (MACHADO, 2003)

Portanto, nota-se o quanto as mulheres estão se desenvolvendo enquanto empreendedoras e o quanto o seu papel mudou nos últimos anos, estando estas cada vez mais independentes não apenas financeira, mas pessoal e profissionalmente (REI, 2020).

 

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 

Os métodos são procedimentos metódicos que auxiliam na descrição de explicação dos fatos. No presente estudo utilizou-se a abordagem de pesquisa quanti-qualitativa.

O método quantitativo, segundo Gil (2008), é uma forma de quantificar os acontecimentos sociais fundamentados em observações e experiências de fatos, ou seja, quantifica os resultados e traduzir em números, como população, informações, dados, opiniões, acontecimentos e características.

A pesquisa qualitativa, por sua vez, busca uma compreensão minuciosa e uma explicação de fatos, casos e eventos e, a partir das informações, descreve os impulsos, as ideias e as atitudes das pessoas. De acordo com Minayo (2001), a pesquisa qualitativa trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.

Para a coleta dos dados, o estudo fez uso de levantamento ou survey. De acordo com Molena (2017), esse tipo de pesquisa tem uma abordagem de coleta de dados que consegue identificar algumas características, informações, opiniões ou conceitos de um público-alvo, utilizando como instrumento o questionário.

Diante da dificuldade de encontrar dados referentes à população, mulheres empreendedoras de Presidente Prudente e região, e por considerar o objetivo exploratório deste estudo, optou-se pela amostragem por conveniência[3] com a utilização de técnica bola de neve[4] (MALHOTRA, 2019). Assim, elaborou um questionário no Google Forms, que foi enviado em grupos de redes sociais direcionados a comunidade empreendedora da cidade de Presidente Prudente e região, solicitando que compartilhassem em outros grupos que participavam (representando a técnica bola de neve). A partir daí, considerando a dificuldade em conseguir respondentes, bem como o tempo de realização do estudo, chegou-se a um número de 90 respondentes.

Para aprofundar o conhecimento sobre o tema, a pesquisa fez uso de estudo de múltiplos casos que pode ser definido como um estudo aprofundado de mais de um caso, com o intuito de responder questionamentos e melhorar a compreensão de determinados temas. O estudo de múltiplos de casos é utilizado para exploração de situações da realidade, descrever a situação que está sendo estudada e explicar as causas de um fenômeno (YIN, 2001).

Um método muito utilizado para investigar, detectar as características dos indivíduos, é a entrevista; ela é utilizada como técnica de investigação em diversas áreas, incluindo nas pesquisas quanti-qualitativas. Permite, assim, adquirir informações minuciosas para compreensão do fenômeno, por meio de relatos, abordando como o indivíduo observa, analisa seu meio social, as suas experiências, entre outros pontos que podem ser investigados e estudados. Logo, posteriormente a aplicação do questionário, foram realizadas 11 entrevistas com mulheres empreendedoras da cidade de Presidente Prudente e região, sendo tratadas neste estudo como diferentes casos de análise.

Com relação à análise dos dados, o presente estudo fez uso, na etapa quantitativa, de estatística descritiva e, na etapa qualitativa, de análise de conteúdo. A estatística descritiva, assim, foi utilizada para descrever os fatos, contribuindo para a análise exploratória, foco principal desta etapa do estudo.  Para Becker (2015), o envolvimento da estatística descritiva abrange diversos métodos e técnicas que avaliam as características externas de várias informações e dados. Neste estudo, se fez uso do Microsoft Excel como apoio a esta análise.

A análise de conteúdo, por fim, adequa-se a análise de dados, informações, de um problema a partir do conteúdo das entrevistas. Segundo Bardin (2011, p.15), a análise do conteúdo é um conjunto de instrumentos de cunho metodológico em constante aperfeiçoamento, que se aplicam a discursos (conteúdos e continentes) diversificados. Assim, fez-se uso da análise de conteúdo para a análise das entrevistas.

 

4 RESULTADOS

 

A parte quantitativa desta pesquisa foi realizada com 90 mulheres de perfil empreendedor, abrangendo o município de Presidente Prudente e região. A pesquisa obteve caráter individual, com o foco na atuação delas no ecossistema empreendedor feminino, nas suas dificuldades e nos seus desafios e multiplicidades.

A pesquisa contou com a participação de mulheres com a idade entre 18 e 60 anos, sendo 52,8% com a idade de 19 a 29 anos, e 32,6% de 30 a 39 anos. Cerca 73% delas residem no município de Presidente Prudente e o restante na região.

Tal constatação vem ao encontro do que a pesquisa do GEM (2018) mostra e que destaca o crescimento do público jovem se tornando empreendedor. De acordo com Zuini (2016), o anseio de se tornar empreendedor é despertado em todas as idades e, nos jovens, esse desejo está se aflorando cada vez mais cedo.

O estado civil da maioria dessas mulheres – 51,7% – é solteira; a maioria das pesquisadas também não possuem filhos, representando 69,7% da amostra (Figura 1).

 

Figura 1 – Perfil das respondentes – estado civil e filhos.

 

 

 

 

 

 

 


Fonte: elaborada pelos autores com base nos dados da pesquisa (2020)

 

Em relação à renda mensal, nota-se que 55% das mulheres possuem renda entre R$ 1.045,00 e R$ 3.135,00. No que tange a escolaridade, observa-se que a pesquisa apresentou resultado bastante diversificado, com destaque para 32,2% das participantes que possuem o ensino superior completo. Fernandes e Duarte (2020) relatam que atualmente há um número expressivo de mulheres no ensino superior, o que confirma também a transformação dos padrões de segregação ocupacional entre o sexo masculino e feminino (Figura 2).

 

Figura 2 – Perfil das respondentes – renda e escolaridade.

 

 

 

 

 

 

 


Fonte: elaborada pelos autores com base nos dados da pesquisa (2020)

 

Ao serem questionadas sobre o ecossistema empreendedor, que abrange as pessoas e organizações envolvidas com a geração de ideias empreendedoras e o desenvolvimento de novos negócios (SANTOS, SCHIMIDT, ZEN, 2016), nota-se que 85,4% das participantes consideram fazer parte desse ecossistema. Tal fato demonstra que, apesar de fazerem parte do ecossistema, nem todas as mulheres se sentem parte integrante deste.

Quando questionadas sobre a sua atuação dentro do ecossistema empreendedor, destaca-se que 35,8% delas afirmam serem autônomas, 32,1%, estudantes e 28,6%, donas do próprio negócio (Figura 3). Interessante considerar aqui também a participação de pesquisadoras e investidoras no ecossistema, o que demonstra a possível presença de aspectos ligados a fomento, tanto na área de pesquisa, quanto na formação de novos negócios, fundamental para o desenvolvimento do ecossistema.

 

Figura 3 – Atuação empreendedora no ecossistema.

Fonte: elaborada pelos autores com base nos dados da pesquisa (2020)

 

De forma complementar, a pesquisa apontou a multiplicidade de papéis que as mulheres empreendedoras participantes da pesquisa possuem no seu cotidiano, com indícios de jornada tripla. Assim, destaca-se que 45,6% delas são esposas, 30%, filhas, 35,6%, estudantes em outra área (o que demonstra também a busca por novos conhecimentos), 11,2% são donas de casa e 14,5%, professoras. Outros papéis também foram citados pelas participantes, como: trabalho voluntário,  menor aprendiz, mentora de startup, bancária, gerente de vendas e investidora (Figura 4).

 

Figura 4Papéis desempenhados no cotidiano – parte quantitativa.

Fonte: elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2020).

 

Os resultados apresentados contribuíram, assim, para melhor compreender o perfil das mulheres participantes da etapa exploratória deste estudo. Nota-se que a maioria são mulheres são solteiras, tem entre 19 e 29 anos, possuem renda entre R$ 1.045,00 e R$ 3.135,00 e ensino superior completo. A maioria delas também se sente parte integrante do ecossistema empreendedor de Presidente Prudente e região, atuando como autônoma com papéis que vão de esposa e filha a estudantes. Tais constatações se alinham aos resultados da pesquisa do IBGE/PNADC (2018) apresentadas no referencial teórico deste estudo.

A etapa qualitativa deste estudo, na sequência, procurou entrevistar algumas mulheres empreendedoras (11 no total) com vista a melhor compreender os diferentes papéis que as mulheres desempenham no ecossistema empreendedor de Presidente Prudente e região.

Com vista melhor organizar as entrevistadas e contribuir para a análise dos dados, elaborou-se um quadro com uma breve descrição de cada uma delas (Quadro 1).

 

Quadro 1 - Perfil das entrevistadas

Entrevistada

Papel

Ecossistema Empreendedor

Entrevistada 1

Mãe, Professora, Engenheira,

Mentoria de Startup, Professores, Pesquisadores, Educação

Entrevistada 2

Maquiadora/ Pedagoga

Parcerias com lojistas, Cabelereiros (Penteados), Blogueira, Modelos de Make

Entrevistada 3

Revendedora

Representante da marca na qual representa e Grupos de Consultoras

Entrevistada 4

Artesã

Coletivo de empreendedorismo feminino, Parcerias com redes sociais.

Entrevistada 5

Mãe, Revendedora

Pareceria com as consultoras da marca e parcerias em redes sociais.

Entrevistada 6

Artesã

Coletivo de empreendedorismo, feiras de artesanatos, parcerias nas redes sociais.

Entrevistada 7

Dona de Negócio e Artesã

Coletivo de empreendedorismo, parcerias.

Entrevistada 8

Cerimonialista, Assessora, Jornalista

Fornecedores das áreas de festas, fotógrafos, cabelereiros, decoradores, dentre outros.

Entrevistada 9

Analista de Sistema

Mentoria em Startup, Professores,

Entrevistada 10

Lojistas

Blogueiras, Parcerias (Lojistas, salão de cabelos, design de unhas, entre outros)

Entrevistada 11

Artesã, Terapeuta Holística, Professora, Socióloga

Coletivo de empreendedorismo feminino

Fonte: elaborado pelos autores com base nos dados da pesquisa (2020).

 

Alinhado com a etapa quantitativa deste estudo, nota-se que tais mulheres estão inseridas em diversas áreas e profissões conforme a figura 5.

 


 

Figura 5 – Papéis desempenhados no cotidiano – etapa qualitativa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Fonte: elaborada pelos autores com base nos dados da pesquisa (2020)

 

Tais papéis podem ser identificados na fala das entrevistadas quando relatam sobre sua trajetória profissional, como a entrevistada 1: “Graduei-me em Engenharia Cartográfica (UNESP), obtive PhD em Fotogrametria (UCL, Inglaterra) e defendi Livre-Docência em Cartografia (UNESP). Conclui Licenciatura Plena (UNOESTE), Aperfeiçoamento em Tutoria em EaD (UNOESTE) e Especialização em Avaliação a Distância (Cátedra UNESCO de EaD da UnB). Sou Coach e Mentora certificada (SBCoaching), Professora Universitária Aposentada (UNESP) e Líder do Grupo de Educadores Google (GEG)”. Outra entrevistada compartilha: “[...] porém não achava que poderia viver da maquiagem. Em 2014 decidi fazer faculdade de pedagogia e conciliei as duas profissões Maquiadora e Pedagogia até 2018” (ENTREVISTADA 2).

Já a entrevistada 8, além de mãe, possui conhecimento em diversas áreas: “Fiz Magistério, depois resolvi fazer faculdade de Letras, Jornalismo, Publicidade e Educação Física aí essa última faculdade tranquei no terceiro termo porque engravidei da minha filha.  Fiz uma Pós-Graduação em Semiótica e Linguagem Subliminar em Mídia. Trabalhei na Afiliada da Rede Globo em Presidente Prudente por 22 anos e sai para montar meu escritório de Assessoria, Celebração e Cerimonial de Eventos na qual levava paralelo à Tv, hoje faço eventos e ministro curso nessa área de Recepcionista e Atendimento pelo Sebrae, etc.”.

É possível notar o quão as mulheres desempenham vários papéis, adotando novos desafios, várias profissões. Candaten (2016) afirma que as mulheres estão indo em busca de alcançar o sucesso, e assim é notável o respeito que elas estão adquirindo e conquistando na sociedade, em todas as áreas em que atuam.

Nota-se que o ecossistema empreendedor em análise se alinha ao descrito por Santos, Schimidt e Zen (2016) quando afirmam que um ecossistema empreendedor é caracterizado por uma interação de diversas informações, grupos, empreendedores.

A entrevistada 4 explica a sua visão sobre o empreendedorismo e como ela atua no ecossistema empreendedor: “Eu tenho uma visão diferente do empreendedorismo, acredito na ajuda mútua e por esse motivo participo de vários coletivos no intuito de fortalecer e ser fortalecida por outras pessoas que pensam como eu, minha atuação é constante”.

Para a entrevistada 11: “Assumindo que o ecossistema empreendedor envolve essas pessoas, coletivos e espaços dos quais faço parte, acredito que colaboro para o desenvolvimento de atividades e reflexões importantes nesses contextos, seja enquanto professora, artesã e terapeuta integrativa”.

Diante das informações é notável que há uma cultura do ecossistema empreendedor analisado, é algo desvelado por elas, mas que é praticado constantemente sem que muitas possam perceber que estão dentro de um ecossistema, se auto motivando, auxiliando uma as outras, gerando e desenvolvendo novos negócios. Cohen (2006) diz que um ecossistema empreendedor começa a se desenvolver a partir de uma integração de indivíduos, que se inter-relacionam para concepção de novos projetos e empreendimento.

Ao longo da sua trajetória dentro do ecossistema empreendedor algumas entrevistadas relataram alguns desafios que encontraram durante essa caminhada. A entrevistada 1, por exemplo, relata que, dentre os desafios que visualiza, “[...] estão [aqueles] associados principalmente a questões culturais baseadas em uma mentalidade reativa ao invés de proativa [...] relacionado portanto na aprendizagem auto direcionada em que o aluno é o gestor e programador de seu próprio processo de aprendizagem através do autodidatismo, autodisciplina e auto-organização [...]”.

Outras entrevistadas relatam que o desafio é a competição e, por isso, precisam sair da zona de conforto e buscar o aprendizado constante: “É necessário sair da zona de conforto e sempre fazer cursos pois a maquiagem está em constante mudança. O que era tendência em 2013 hoje não é mais. Não podemos nos acomodar e achar que sabemos tudo. Sempre surge uma técnica nova, produtos novos e temos que investir e ir nos adequando” (ENTREVISTADA 2).

Para a entrevistada 8, “no meu caso gerar mais emprego, fomentar o conhecimento, investir em novos cursos que é um setor que está em constante mudanças”. Para a entrevistada 9, o meio empresarial possui barreiras a serem quebradas, “ser uma boa empresária e mostrar para todos que ser mulher e empreendedora não é um sonho utópico. Gostaria que o meio empresarial fosse mais sensível com as mulheres, vejo ainda muitas barreiras desse tipo a serem quebradas”.

A entrevistada 7 afirma que “um desafio como pequena empreendedora artesã é a constante disputa com grandes marcas e a falta de apoio e incentivo das autoridades locais”. Já, para a entrevistada 11, como artesã, terapeuta e participante de um coletivo: “um dos grandes desafios está em abrir espaço para novas formas de “empreender” que não estejam tão amarradas ao tradicional sistema capitalista do lucro. Pensar a economia solidária exige uma consciência que nem sempre encontramos, uma reflexão que nem sempre se torna viável considerando o quanto estamos afogados no sistema já existente.

Diante das falas, é possível identificar que os desafios são diferentes conforme a área de atuação e que estas mulheres buscam se adequar conforme o mercado e investir em conhecimentos e técnicas.

O cotidiano das mulheres entrevistadas, assim, envolve muito esforço, trabalho e dedicação. Muitas vezes elas pensam que não vão suportar realizar tantas tarefas durante o dia como demonstra a entrevistada 3; para ela, o dia-a-dia é bem corrido e ela desempenha vários papéis ao mesmo tempo, e no final das contas ela consegue conciliar sua jornada com sucesso. “O meu cotidiano é sempre bem cheio faço muitas coisas ao mesmo tempo, as vezes acho que não vou dar conta, mas sempre no final consigo vencer mais uma batalha a cada dia, ser empreendedor como em todos os outros cargos tem seus lados bons e ruins também” (ENTREVISTADA 3).

Algumas mulheres acreditavam que não era possível viver apenas do seu empreendimento. No caso da entrevistada 2, ela conciliou duas profissões, o que é frequente, visto que há incertezas no mercado e entrar de cabeça em um negócio que não se sabe se irá vingar: “Em 2014 decidi fazer faculdade de pedagogia e conciliei as duas profissões Maquiadora e Pedagogia até 2018. Quando perdi meu emprego fixo em 2018 eu já tinha uma boa clientela. Então percebi que era hora de me dedicar 100% à maquiagem e desde então é minha fonte principal de renda”.

Conforme a literatura, um empreendedor surge da vontade ou da necessidade, vontade de ser o seu próprio patrão e direcionar o seu negócio ou necessidade para se manter e sustentar a família, o que não foi diferente no referido estudo. “Eu sempre quis ser independente e ter meu próprio negócio. Porém não achava que poderia viver da maquiagem[...]” (ENTREVISTADA 2). “Poder me sentir mais valorizada profissionalmente, ter uma fonte de renda complementa e principalmente alcançar voos maiores” (ENTREVISTADA 6).

Dentre os exemplos de empreendedorismo por necessidade estão as entrevistadas 5 e 10. “Quando recentemente meu filho nasceu, me vi num momento de "medo", pois como era estagiária no antigo emprego, não tinha o direito de receber auxílio de afastamento para licença maternidade, foi quando resolvi começar a vender produtos de beleza, e estou tendo ótimos resultados” (ENTREVISTADA 5). “O fator que me influenciou foi a minha obra da minha casa” (ENTREVISTADA 10).

Para desenvolver o seu negócio e alcançar o sucesso, é preciso, por fim, muito empenho. Para a entrevistada 8: “Muito corrido quem empreende vive seu "negócio" 24 horas, de segunda à sexta-feira, não tem sábados e nem feriados, sempre buscando novidades no setor, estudar sobre o mercado”.

A pesquisa demonstrou que a atuação das mulheres no ecossistema empreendedor de Presidente Prudente e região é bastante diversificado e o cotidiano das mulheres empreendedoras entrevistadas é bastante agitado, de modo que elas desempenham diferentes papéis no seu dia-a-dia, procurando conciliar todos eles. Foi possível notar que, com o tempo, elas foram conquistando seu espaço e empreender na sua área, contribuindo para o fomento, o fortalecimento e o desenvolvimento do ecossistema empreendedor feminino do município de Presidente Prudente e região.

 

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

O presente estudo procurou analisar a atuação das mulheres no ecossistema empreendedor de Presidente Prudente e região, seu cotidiano, seus desafios e motivações.

A etapa quantitativa da pesquisa demonstrou que a maioria das mulheres são solteiras, tem entre 19 e 29 anos, possuem renda entre R$ 1.045,00 e R$ 3.135,00 e ensino superior completo. A maioria delas também são autônomas e se sentem parte integrante do ecossistema empreendedor de Presidente Prudente e região.

A melhor compreensão de atuação e papel desempenhado pelas empreendedoras entrevistadas reflete que, mesmo lidando com uma multiplicidade de papeis e desafios cotidianos, elas estão felizes com suas escolhas e contribuem para o fortalecimento do ecossistema empreendedor em análise.

Por outro lado, levando em conta que um ecossistema empreendedor pode contribuir para o compartilhamento de experiências e aquisição de novos conhecimentos necessários a uma empreendedora, a multiplicidade de papeis desempenhados pelas entrevistadas ainda representa um desafio e nota-se dificuldade das mulheres na compreensão do seu papel como empreendedoras e parte integrante de um ecossistema, mesmo estas se declarando partes integrantes desse grupo.

Como limitações do estudo, pode-se apontar a carência de dados regionais sobre empreendedorismo e empreendedorismo feminino, o que levou a escolha da amostragem por conveniência para a coleta dos dados.

Como sugestão para estudos futuros tem-se: (1) estudos quantitativos que gerem dados regionais sobre o ecossistema empreendedor do Oeste Paulista; (2) pesquisas que analisem outros aspectos do empoderamento feminino nas práticas empreendedoras e; (3) etnografias ou estudos mais aprofundados que possam compreender os aspectos sociais por trás do ambiente empreendedor da cidade e região.

 

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[1] Parceiros organizacionais

[2] Além do empreendedorismo por oportunidade, muitas pessoas empreendem pela necessidade de obter uma renda ou emprego (ANDRADE JÚNIOR; SATO, 2019).

[3] Facilidade de acesso.

[4] Por rede de referência, indicação.