v. 7, n. 1, Janeiro-Abril/2023

PERFIL DOS EGRESSOS DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

 

Paula Cristina Maticolli

paula_maticolli@hotmail.com

http://lattes.cnpq.br/5823392963427344

https://orcid.org/0009-0008-2057-9423

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Três Lagoas (CPTL)

Três Lagoas/MS

 

Tayná Boscolo Tonon

taynaboscolotonon@hotmail.com

http://lattes.cnpq.br/0006557084753123

https://orcid.org/0009-0003-4982-3630

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Três Lagoas (CPTL)

Três Lagoas/MS

 

Tamires Sousa Araújo

tamires.sousa@ufms.br

http://lattes.cnpq.br/7499540310685652

https://orcid.org/0000-0002-0926-151X

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Três Lagoas (CPTL)

Três Lagoas/MS

 

Cleston Alexandre dos Santos

cleston.alexandre@ufms.br

http://lattes.cnpq.br/7454296010892827

https://orcid.org/0000-0001-7014-6644

Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campus de Três Lagoas (CPTL)

Três Lagoas/MS

 

 

RESUMO

O objetivo da presente pesquisa é identificar o perfil dos egressos do curso de Ciências Contábeis de uma universidade localizada no interior do estado de Mato Grosso do Sul. Para tanto, realizou-se uma pesquisa descritiva e quantitativa. Para a coleta de dados, utilizou-se um questionário composto por 45 questões, que contemplavam o perfil do respondente e suas informações profissionais após terem graduado no curso em questão. A coleta de dados foi realizada no mês de maio de 2021 e obteve 145 respostas válidas. Após o tratamento dos dados por meio do teste Kruskal-Wallis, identificou-se que o título de bacharel proporcionou uma melhor remuneração e oportunidade de trabalho aos egressos. As análises também mostraram que a universidade foi importante para o amadurecimento pessoal e maior responsabilidade, bem como o desenvolvimento das habilidades cognitivas dos respondentes. Como também, aulas práticas (laboratório), estudos de caso e conhecimento proporcionado pelas disciplinas específicas da área de contabilidade foram fundamentais para o mercado de trabalho. Pode-se notar que os egressos acreditam que a graduação em Ciências Contábeis influenciou positivamente na sua carreira profissional. Tal pesquisa proporcionará elementos para um possível estudo do perfil dos egressos em constante atualização, a fim de agregar valor ao curso.

 

PALAVRAS-CHAVE: Egressos; Ciências Contábeis; Área de atuação.

 

PROFILE OF ACCOUNTING SCIENCES COURSE

 

ABSTRACT

The aim of the present research was to verify the profile of the graduates of the Accounting Sciences course of a university located in the interior of the state of Mato Grosso do Sul. For this, a descriptive and quantitative research was conducted for this purpose. For data collection, a questionnaire consisting of 45 questions was used, which included the respondent's profile and information after graduating from the course in question. Data collection was carried out in May 2021 and obtained 145 valid responses. After processing the data using the Kruskal-Wallis test, it was found that the bachelor's degree provided the graduates with better remuneration and job opportunities. The analyzes also showed that the university was important for personal maturation and greater responsibility, as well as the development of the respondents' cognitive skills. As well, practical classes (laboratory), case studies and knowledge provided by specific disciplines in the accounting area were fundamental for the job market. It can be noted that the graduates believe that graduation in Accounting Sciences has positively influenced their professional career. This will provide elements for a possible study of the profile of graduates in constant updating, in order to add value to the course.

 

KEYWORDS: Graduates; Accounting Sciences; Occupation Area.

 

 

Submetido: 08/08/2022

Revisões Requeridas: 01/09/2022

Aceito: 06/02/2023

Publicado: 30/04/2023

 

1    INTRODUÇÃO

A Resolução do Conselho Nacional de Educação e Câmara de Educação Superior (CNE/CES) nº 10, de 16 de dezembro de 2004, apresenta que os alunos egressos dos cursos de Ciências Contábeis devem possuir habilidades e competências para a entrada no mercado de trabalho (BRASIL, 2004). Sendo que o conhecimento adquirido em toda a trajetória acadêmica do egresso é de fato essencial para o seu sucesso profissional, tanto para estimular a competência profissional, quanto para gerar responsabilidade e comprometimento.

Oro et al. (2010, p. 47) afirmam que “o investimento em educação superior produz alicerces no ser humano que influenciam o desenvolvimento individual, o progresso profissional que estimula a responsabilidade social, além de gerar melhor convívio na sociedade em geral”. Marion e Santos (2001) complementam que o profissional de contabilidade além de ter responsabilidade com a sua profissão, deve ter capacidade técnica para efetuar análises que contenham informações necessárias e para detectar as reais necessidades para a elaboração de planos individuais de gerenciamento econômico e financeiro de acordo com as particularidades de cada empresa.

Como na maioria das profissões, há alguns anos a técnica e prática contábil eram o suficiente para um bom profissional ser reconhecido. Com o avanço da tecnologia e das necessidades de cada tempo, tem sido cada vez mais exigente a procura de contadores com pensamento crítico, habilidades cognitivas, administrativas e de gestão (SANTANA JUNIOR, PEREIRA; LOPES, 2008).

Kruger et al. (2013) ao analisarem as habilidades, as competências e o perfil esperado dos egressos dos cursos de Ciências Contábeis pelas Instituições de Ensino Superior (IES) de acordo com os seus Projetos Pedagógicos de Curso, com as Diretrizes Nacionais de Educação e com as orientações do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), identificaram que as IES investigadas esperam formar um profissional contábil que revele capacidade de comunicação e interação com as organizações e a sociedade.

A necessidade de conhecer o perfil dos egressos de forma continua pelas instituições de ensino está relacionada à importância de se discutir a formação de profissionais contábeis e as demandas do mercado, no intuito de se verificar se estão sendo preparados para o mercado de trabalho e de serem reconhecidos como profissionais do conhecimento. O perfil do egresso espelha as características principais desejadas nos estudantes concluintes do curso e das habilidades e competências entendidas como prioritárias para o desempenho da missão profissional.

Diante do apresentado, a presente pesquisa tem como objetivo identificar o perfil dos egressos do curso de Ciências Contábeis de uma universidade localizada no interior do estado de Mato Grosso do Sul, observando atributos relacionados com a atuação profissional.

Desse modo, espera-se que a pesquisa contribua com a instituição de ensino superior pesquisada, pois os resultados encontrados podem ajudar em um futuro projeto de melhoria contínua, especificamente no item que trata do perfil do egresso. Além disso, contribui para a atualização do banco de dados dos alunos egressos. Os dados também podem auxiliar a instituição a conhecer o perfil do egresso que atua na sua região e a visualizar a contribuição do curso para a comunidade externa.

 

2    REVISÃO DA LITERATURA

História da Contabilidade

Para Peleias et al. (2007), a origem do ensino comercial e de Contabilidade no Brasil surgiu no século 19 com a vinda da Família Real Portuguesa, em 1808. Segundo Candiotto e Miguel (2009), com a chegada da Família Real no Brasil, surgiu o desenvolvimento nos campos da agricultura, indústria e educação. Juntamente com a necessidade do ensino superior para atender a nação que se formava.

Dessa forma, em 30 de junho de 1931, tornou-se regulamentada a profissão de contador por intermédio do Decreto nº 20.158 (BRASIL, 1931). Em 22 de setembro de 1945, foi instaurado o curso superior de Ciências Contábeis e Atuariais por meio do Decreto-lei nº. 7.988 (BRASIL, 1945). O curso com duração de quatro anos permitia que o concluinte recebesse o título de Bacharel em Ciências Contábeis (PELEIAS et al., 2007). Enquanto que em 1996, existiam 384 cursos de Ciências Contábeis ofertados, em 2018 foram apurados 1.489 cursos em atividade (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA - INEP, 2018). De acordo com o Censo de Educação Superior de 2017, o curso de Ciências Contábeis ocupa a quarta colocação entre os 10 maiores cursos de graduação do Brasil quanto aos índices de matriculados, de ingressantes e de concluintes (BRASIL, 2018).

Quanto a formação do contador, segundo o CFC, o Decreto-Lei nº 9.295, de 1946, descreve que o profissional “é constituído de personalidade jurídica e de direito público federativo, presta serviços de natureza pública e tem como objetivo editar normas e exercer a função normativa com disciplina e exercício profissional” (CFC, 2014). Em 11 de junho de 2010, a Lei nº 12.249 normalizou, por meio dos princípios contábeis, o exame de suficiência para registro de qualificação técnica e profissional (BRASIL, 2010). Sendo assim, os profissionais contábeis devem exercer a profissão exclusivamente após a conclusão do curso em Ciências Contábeis, aprovação no exame de suficiência e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC) (BRASIL, 2010).

Dessa forma, Marion (2006) recomenda que os profissionais contábeis estejam, mais que qualquer outra pessoa, atualizados das situações de uma empresa, visto que a tomada de decisão se baseia em todo processo contábil. Em função disso Santos et al. (2014, p. 2) assevera que:

 

As constantes mudanças no mundo dos negócios, influenciadas, sobretudo, pelo avanço das novas tecnologias da informação e da comunicação, tem exigido cada vez mais que o profissional contábil tenha múltiplas habilidades. Nessa direção, a formação em nível superior se apresenta como o elo principal entre o aluno e o mercado de trabalho capaz de propiciar o entendimento do “todo” da organização e das atuais demandas para o ingresso na vida profissional.

 

Marin, Lima e Casa Nova (2014) revelam que nos tempos atuais o contador não é mais classificado como apenas um “guarda livros”, mas sim como um integrante da equipe de tomada de decisões. Segundo Dios e Cosenza (2019), a missão do contador de uma empresa vai além da simples visão instrumentalista e pura da realidade profissional, levando-se em consideração o elo vivo entre a estrutura organizacional da empresa e os aspectos econômico-financeiros, ambientais e sociais. Por esta razão, o curso superior em Ciências Contábeis tem como intuito o estudo do patrimônio das entidades físicas e/ou jurídicas, com finalidades lucrativas ou não. Sendo classificada como ciências sociais aplicadas (LAFFIN, 2015).

Em vista disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, assegura que o ensino superior tem o intuito de “formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua” (BRASIL, 1997, art. 43, inciso II). Por isso, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) declara que é “indispensável a consolidação do uso do acompanhamento do egresso na busca de uma avaliação sobre as Instituições de Ensino Superior na qual se formou” (INEP, 2015, p. 17). Da mesma forma, Andriola (2014, p. 207) alega que “há que se enfatizar o acompanhamento de egressos como relevante estratégia institucional para obtenção de informações acerca da qualidade da formação discente e de sua adequação às novas exigências da sociedade e mercado de trabalho”.

 

Perfil de egressos do Curso de CC

Por existir várias maneiras de empregar a palavra egresso, faz-se necessário apresentar alguns contextos, principalmente o educacional. De acordo com o dicionário Aurélio, egresso pode ser definido como “1. Que saiu, se afastou. sm 2. Aquele que deixou convento. 3. Detento que se retirou, legalmente, de estabelecimento penal. 4. Saída, retirada” (FERREIRA, 2008). Pena (2000) ressalta que a definição de egresso na esfera educacional é um tanto divergente, podendo ser definido por alguns profissionais como o indivíduo que se retirou por diversos motivos, e não apenas por terem concluído o curso, como: desistência, ter ultrapassado o limite de tempo para concluir o curso ou transferência. No presente estudo, o termo egresso foi considerado como sendo a pessoa que concluiu o curso de graduação.

A portaria do Ministério da Educação (MEC) nº 646, de 1997, elucida que as instituições federais, especialmente as designadas à educação, necessitam apontar novos perfis de profissionais e adaptar a demanda pelos cursos às necessidades dos setores (BRASIL, 1997). Para isso, precisam criar sistemas de acompanhamento permanente de egressos e estudos de demanda profissional (BRASIL, 1997).

Quanto ao perfil do egresso do curso de Ciências Contábeis, o parecer do CNE/CES nº 146, de 3 de abril de 2002, apresenta que:

 

O curso de graduação em Ciências Contábeis deve contemplar um perfil profissional que revele a responsabilidade social de seus egressos e sua atuação técnica e instrumental, articulada com outros ramos do saber e, portanto, com outros profissionais, evidenciando o domínio de habilidades e competências inter e multidisciplinares (BRASIL, 2002).

 

O art. 3º da resolução do CNE/CES nº 10, de 16 de dezembro de 2004, também indica como deve ser o perfil do egresso:

 

O curso de graduação em Ciências Contábeis deve ensejar condições para que o futuro contabilista seja capacitado a: I - compreender as questões científicas, técnicas, sociais, econômicas e financeiras, em âmbito nacional e internacional e nos diferentes modelos de organização; II - apresentar pleno domínio das responsabilidades funcionais envolvendo apurações, auditorias, pericias, arbitragens, noções de atividades atuariais e de quantificações de informações financeiras, patrimoniais e governamentais, com a plena utilização de inovações tecnológicas; III - revelar capacidade crítico-analítica de avaliação, quanto às implicações organizacionais com o advento da tecnologia da informação (BRASIL, 2004).

 

As Diretrizes Curriculares Nacionais, de 2009, definem o perfil do profissional contábil a ser desenvolvido nos cursos de Ciências Contábeis no Brasil, propondo que os egressos saiam das universidades dotados de prática e maestria para se engajarem no mercado de trabalho (CFC, 2009). Sendo assim, um desafio para as IES definirem o perfil almejado pelos egressos. Portanto, é relevante para a formação deste profissional observar um perfil que esteja embasado nas Diretrizes Nacionais de Educação e no preconizado pelo Conselho Federal de Contabilidade, tendo em vista a perspectiva na atuação na área. Autores como Lima e Andriola (2018) apresentam que acompanhar o perfil do egresso é um instrumento relevante para as IES, pois pode-se analisar a real atuação dos alunos na aréa. Não podendo esquecer das premissas do mercado de trabalho para que a profissão tenha qualidade e seja bem-sucedida pelo egresso (KRUGER et al., 2013).

 

Formação e o mercado de trabalho

           

De acordo com Anitha (2011), satisfação no trabalho é a junção de tarefas e responsabilidades atribuídas regularmente a uma pessoa, isso, à medida que o trabalho é entendido como um grupo de posições que envolve, principalmente, os mesmos deveres, responsabilidades, habilidades e conhecimentos. Para as IES é relevante analisar se está almejando suas metas com a finalidade de formar profissionais com aptidões para o diferencial do mercado de trabalho (VIANA et al., 2013). Segundo Colenci e Berti (2012), as exigências crescentes de produtividade e de qualidade do mercado de trabalho torna cada vez mais comum a implantação de exemplos de formação baseados em suas competências profissionais.

Dessa forma Brito (2008 p. 844) aconselha que no:

 

Projeto Político Pedagógico dos cursos deve ser estabelecido o perfil do profissional que se deseja formar a partir do potencial dos ingressantes, do desenvolvimento das habilidades acadêmicas, buscando alcançar as competências profissionais necessárias para o exercício da profissão.

 

No que tange a educação contábil de nível superior, as IES gozam do compromisso de graduar profissionais com capacidades de atuar nas mais diversas áreas, como auditoria, finanças, controladoria, contabilidade societária, planejamento tributário, custos, etc., visando suprir as demandas dos usuários das informações contábeis (PIRES; OTT; DAMACEMA, 2010). Assim sendo, “o mercado de trabalho dos contadores é composto, do lado da demanda, pelas organizações e demais usuários dos serviços contábeis, que nada mais são do que clientes das IES” (PIRES; OTT; DAMACEMA, 2010, p. 316).

Neste contexto, Leal, Soares e Souza (2008, p.148) destacam que:

 

o mercado exige dos profissionais da área contábil um conhecimento que transcende o processo específico pronto para o tecnicismo; busca-se um profissional com competências para entender o “negócio”, visando orientar o gestor e participar das decisões de forma consciente. Dessa forma, recai para os profissionais a exigência de um novo perfil, mais condizente com a atual dinâmica assumida pelas organizações.

 

Lima e Andriola (2018) discorrem que a metodologia de acompanhamento de egressos é um instrumento importante para o aprimoramento da IES, posto que auxilia nas modificações no modo de agir com as orientações para formação. Por esse motivo, Pires, Ott e Damacena (2010, p. 316) apresentam que:

 

Os cursos orientados para o mercado podem tornar-se um diferencial competitivo para os usuários dos serviços prestados pelos profissionais contábeis, para estes profissionais e para as próprias IES. Daí a importância de se ter um conhecimento mais completo do mercado de trabalho, a fim de identificar as competências exigidas do profissional que atua ou que pretende atuar na área contábil.

Leal, Soares e Souza (2008) evidenciam que, para os empregadores da área contábil, as habilidades apontadas como as mais importantes são: liderança, proatividade, motivação e capacidade de gestão; enquanto que para os formandos são: relacionamentos interpessoais e visão de negócios, assim nota-se que os dois perfis apresentam características comuns, porém com divergências no que se refere as habilidades. Por esta razão, Kruger et al. (2013) afirmam que as IES necessitam formar profissionais aptos ao cenário da empregabilidade, auxiliando-os a ampliar as habilidades que proporcionem maior segurança para atender as demandas do mercado de trabalho.

 

Acompanhamento de egressos nas universidades brasileiras

Mediante tamanha dimensão do ensino superior, Dias e Nunes (2017, p. 2) mencionam “é necessário realizar o acompanhamento do egresso, como forma de implementar mais uma ferramenta de avaliação do curso e conectar a formação oferecida pelo curso com as necessidades da sociedade e do mercado de trabalho”

Deste modo Dias e Nunes (2017) também relatam que o futuro profissional dos egressos já é de interesse e avaliação de vários países, como Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Alemanha e Itália. No caso do Brasil, a Lei nº 10.861, de 2004, instituiu o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (SINAES), um marco extremamente importante, no qual os egressos são acompanhados e podem ser vistos nas políticas de autoavaliação institucional, devido seu objetivo de medir a qualidade do ensino das IES (BRASIL, 2004).

Segundo Dias e Nunes (2017) em 2008, o INEP realizou alguns estudos, nos quais constatou-se que apenas 5 (3,1%) das 168 IES avaliadas pelo SINAES apresentaram algum instrumento de avaliação de resultados, evidenciando potencialidades e/ou fragilidades, sobre seus egressos. O SINAES também retrata um movimento próspero quanto a garantia do ensino de qualidade, ligado a um sistema de avaliação apto a incentivar as transformações interpeladas pela sociedade, além de apresentar a relevância de se conceituar a percepção do egresso como forma de avaliação institucional.

No que tange aos estudos correlatos que já pesquisaram sobre a temática da formação do egresso no curso de Ciências Contábeis e sua atuação no mercado de trabalho, identificou-se os trabalhos de Polli, Polli e Silva (2004), Lousada e Martins (2005) e Muritiba et al. (2012).

Polli, Polli e Silva (2004) buscaram identificar se o aluno do curso superior de Ciências Contábeis está sendo preparado pela IES com formação teórica e prática, e com condições de atender as exigências propostas pelo mercado de trabalho. Os resultados apontam que as IES transmitem aos alunos a teoria contábil, concomitantemente ao desejado pela categoria contábil, de aprender e exercer a prática, dada a confiança e a esperança que a sociedade depõe nessa profissão. Concluíram que há a necessidade de avaliar e reconhecer os parâmetros de atendimento à sociedade, que demanda capacitação dos membros, que terão de atualizar constantemente seus conhecimentos, para justificar sua afirmação de que podem efetivamente atender a essas expectativas.

Lousada e Martins (2005) apontaram a importância do planejamento e desenvolvimento de sistemas de acompanhamento de egressos como um dos mecanismos que permita às IES a contínua melhoria de todo o planejamento e operação dessas organizações, particularmente do processo de ensino aprendizagem. Por meio da pesquisa, constatou-se um reconhecimento por parte dos dirigentes das IES sobre a necessidade de institucionalização da prática do acompanhamento dos egressos nos cursos de Ciências Contábeis. Os dirigentes da IES, apontam que a utilidade desse tipo de estudo é a de estabelecer e definir uma interação sistematizada entre as IES e seus egressos, proporcionando uma observação da trajetória dos ex-alunos, servindo como fonte de informações gerenciais, permitindo a tomada de decisões sobre o planejamento de cursos, arranjos didático-pedagógicos e modalidades de programas que desenvolvam uma polivalência e identidade profissional capazes de interagir e de atender às mutações do mercado de trabalho.

Muritiba et al. (2012) analisaram como se relacionam o estágio profissional atual e a satisfação dos egressos com relação ao curso de graduação que eles fizeram. Os resultados dos estudos mostraram que os egressos que avaliam melhor o curso que fizeram também são aqueles que têm melhor desempenho profissional. Em especial, o fato de o aluno se sentir orgulhoso do curso foi uma das variáveis que mais se relacionou com um estágio profissional mais promissor, em termos de salário e posição hierárquica na empresa. Assim apresentando que o grupo de ex-alunos mais satisfeitos com o curso também são aqueles que assumiram posições hierárquicas mais altas e com maiores salários depois de formados. Outro achado é com relação à percepção de qualidade dos cursos por meio do instrumento desenvolvido, o que traz elementos para que educadores e gestores educacionais realizem melhorias nos cursos.

Eckert et al. (2020) analisaram qual atuação, em termos de perfil profissional, dos bacharéis em Ciências Contábeis formados no Rio Grande do Sul nos últimos dez anos. Os resultados apontaram para um perfil jovem e em sua maioria de mulheres. Em que a maioria dos bacharéis atuam na área contábil, estão satisfeitos com a graduação, e pretendem continuar na área. Os egressos acreditam que a vantagem do curso de graduação é o aprendizado, e sua desvantagem é o desgaste emocional, pela grande responsabilidade da função exercida.

Observa-se que os estudos correlatos apresentados estudaram o egresso como protagonista das pesquisas, de tal forma que, com base no desempenho desses ex-alunos, obtiveram resultados que contribuíram para uma melhor avaliação do Curso de Ciências Contábeis e do mercado de trabalho, de modo a poder tornar os formandos mais competitivos profissionalmente. Os resultados também permitiram averiguar se os métodos de ensino adotados pelas IES são suficientes para capacitar o egresso para o mercado de trabalho, e de modo a tornar consciente as IES da necessidade de constante atualização do conhecimento ofertado no curso. Desta forma, o presente estudo tem como diferencial analisar o perfil dos egressos e a sua atuação no mercado de trabalho, com a finalidade de ajudar na atualização do banco de dados dos ex-alunos e auxiliar a IES a conhecer o perfil do egresso em que se localiza na sua região.

A próxima sessão apresenta os aspectos metodológicos desta pesquisa.

 

3    ASPECTOS METODOLÓGICOS

Classificação da pesquisa

Visando atingir os objetivos propostos de verificar o perfil de egressos do curso de Ciências Contábeis, a pesquisa foi desenvolvida de forma descritiva. Quanto a abordagem do problema, a pesquisa se caracteriza como quantitativa.

Diante disso, a coleta de dados foi realizada por intermédio de um levantamento de dados do tipo survey. O levantamento foi realizado com os egressos do curso de Ciências Contábeis de uma Universidade do interior do estado do Mato Grosso do Sul, com a finalidade de averiguar a influência do seu perfil. Por esta razão, utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário que avaliou a influência da graduação na vida profissional e pessoal dos egressos do curso de Ciências Contábeis da instituição em questão.

Baseado nessas informações na próxima sessão apresenta-se o levantamento de dados dessa pesquisa.

 

Levantamento de dados

O levantamento de dados, no primeiro instante, buscou identificar a população integrada da pesquisa, isto é, os egressos do curso de Ciências Contábeis de uma universidade do interior do estado do Mato Grosso do Sul. Foram identificados, por meio dos dados compartilhados pela secretaria acadêmica do curso, 492 formandos entre os anos de 1996 e 2020. O contato inicial foi feito via e-mail informado nos dados repassados pela secretaria. Os egressos cujo endereço de e-mail não era mais válido foram procurados na rede social Facebook, no site de buscas Google ou contatados por meio do aplicativo de mensagens instantâneas.

Em segundo momento, no mês de maio de 2021, entre os dias 01 a 19, foi aplicado o questionário para a todos os 492 formandos. com o objetivo de verificar o perfil dos egressos do curso de Ciências Contábeis de uma universidade localizada no interior do estado de Mato Grosso do Sul, tendo como respostas validas uma amostra 145 egressos. O questionário utilizado foi adaptado das pesquisas de Oro et al. (2010) e Viana et al. (2013), que já haviam sido validados. O questionário foi estruturado da seguinte forma:

 

Quadro 1 – Construto da pesquisa.

Blocos

Categorias

Subcategorias

Questões

Proxy

Autores

I

Contribuição do Curso de Ciências Contábeis

Contribuição do curso de Ciências Contábeis para as atividades que o egresso desenvolve atualmente

1 a 4

Escala de 5 pontos, onde: (1) Discordo Totalmente e (5) Concordo Totalmente

Oro et al. (2010)

II

Estratégias de Ensino do Curso

Estratégias de ensino do curso que geraram maiores habilidades para a atuação profissional

5 a 14

Escala de 5 pontos, onde: (1) Discordo Totalmente e (5) Concordo Totalmente

Elaborado pelos Autores

III

Influência do Título de Graduação

Fatores que geraram devido a influência do título de graduação em Ciências Contábeis

15 a 33

Escala de 5 pontos, onde: (1) Discordo Totalmente e (5) Concordo Totalmente

Oro et al. (2010); Viana et al. (2013)

IV

Perfil do Egresso

Caracterização do Respondente

34 a 43

Alternativas

Oro et al. (2010); Viana et al. (2013)

Fonte: Criado pelos autores

 

Fundamentado no que aqui foi exposto, o próximo tópico apresenta o tratamento realizado com os dados coletados. Utilizou-se o teste não paramétrico Kruskal-Wallis por postos, em que foi relevante para evidenciar as variáveis significativas dessa pesquisa.

 

4    TRATAMENTO DE DADOS

Análise descritiva

Inicialmente, apresenta-se o perfil dos respondentes. Esta forma de descrição se faz importante, uma vez que não há estudos anteriores com o público exposto de tal universidade. A amostra foi composta por 145 egressos do curso de Ciências Contábeis da região interiorana do estado do Mato Grosso do Sul, conforme demonstrado na Tabela 1.

 

Tabela 1 - Perfil dos egressos

Variáveis

Total

%

Amostra Geral

145

100,0%

Gênero

Feminino

83

57,2%

Masculino

62

42,8%

Idade

De 20 a 29 anos

40

27,6%

De 30 a 39 anos

79

54,5%

De 40 a 49 anos

23

15,9%

De 50 a 59 anos

3

2,1%

Formação

Graduação

77

53,1%

MBA

61

42,1%

Mestrado

4

2,8%

Doutorado

2

1,4%

Área que atua

Área Contábil

99

68,3%

Fora da área

37

25,5%

Não estou trabalhando

5

3,4%

Outro

4

2,8%

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

 

O perfil dos egressos até o ano de 2021 respondentes é composto por 57,2% (83 respondentes) de pessoas do gênero feminino e de 42,8% (62) masculino. Embora o gênero feminino seja predominante na pesquisa realizada em uma cidade do estado de Mato Grosso do Sul, em 2021, do total de profissionais contadores registrados no país, apenas 43% eram de mulheres, segundo o Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo (CRCSP, 2021).

No tocante a idade dos egressos, verificou-se que 27,6% (40) têm entre 20 e 29 anos e que a maioria (54,5%) (79) tem idade entre 30 e 39 anos. Além desses, 15,9% (23) têm entre 40 e 49 anos e apenas 2,1% (3) têm entre 50 e 59 anos.

A análise dos dados permitiu apurar, quanto à titulação, que a maioria dos respondentes, composta por 95,2% (138), tem entre graduação e MBA, que apenas 2,8% (4) têm o título de mestrado e 1,4% (2) tem o de doutorado. Percebe-se, com base nesses resultados, o baixo interesse dos egressos quanto a seguir carreira acadêmica.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                              

 Cabe destacar também que 68,3% (99) dos egressos seguem na área contábil, seguidos de 31,7% (46) que atuam em outras áreas. Sendo possível notar um resultado relevante da formação acadêmica agregado a carreira profissional.

 

Tabela 2 - Setor de atividade dos respondentes

Variáveis

Total

%

Amostra Geral

145

100,0%

Emprego atual está dentro da área desejada

Não

40

27,60%

Sim

105

72,40%

Setor da atividade remunerada

Privado

80

55,20%

Público

36

24,80%

Autônomo

8

5,50%

Proprietário

17

11,70%

Outros

4

2,80%

Sentir-se apto a profissão

Não

42

29,00%

Sim

103

71,00%

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

 

Na Tabela 2 é possível identificar que a maioria dos egressos respondentes está empregada dentro da área desejada ao ingressar na universidade, representando 72,40% (105) do total. Isto indica que apenas 27,60% (40) não estão. Dos 145 respondentes, 75,20% (109) atuam no setor privado, são proprietários de negócios, são autônomos ou estão em outros setores de atividade remunerada. Já no setor público, 24,80% (36) indicaram essa alternativa.  Quando questionados em relação à questão “sentir-se apto à profissão” é predominante os resultados positivos para 71% (103) contra 29% (42) que não se sentiam aptos. Sendo assim, é possível perceber que o curso de Ciências Contábeis agregou positivamente na carreira do egresso, quanto ao setor em que exerce sua atividade atual e a aptidão para exercer a profissão.

Os egressos foram questionados quanto à contribuição e à importância atribuída ao curso de Ciências Contábeis para o mercado de trabalho, sendo avaliadas a influência dos quesitos citados e a formação acadêmica. Na Tabela 3, a seguir, as respostam foram pontuadas de um a cinco, de acordo com a seguinte ordem: 1 discordo totalmente, 2 discordo parcialmente, 3 indiferente, 4 concordo parcialmente e 5 concordo totalmente.

 

Tabela 3 - Avaliação dos egressos quanto aos conhecimentos adquiridos durante a formação

Escala de concordância

Avaliação dos egressos quanto a:

DT

DP

I

CP

CT

TOTAL

1

2

3

4

5

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

Formação teórica foi fundamental para atividade que desenvolvo atualmente

4

2,76%

5

3,45%

23

15,86%

35

24,14%

78

53,79%

145

100,00%

O conhecimento proporcionado pelas disciplinas específicas da área de contabilidade foi fundamental para o mercado de trabalho

1

0,69%

3

2,07%

26

17,93%

33

22,76%

82

56,55%

145

100,00%

O conhecimento proporcionado pelas disciplinas afins da área de contabilidade, como: administração, direito e economia foram fundamentais

0

0,00%

7

4,83%

27

18,62%

36

24,83%

75

51,72%

145

100,00%

Os contatos acadêmicos ou profissionais que obtive durante a graduação foram fundamentais

3

2,07%

11

7,59%

33

22,76%

21

14,48%

77

53,10%

145

100,00%

Aulas expositivas (o simples repasse explicação de informações)

0

0,00%

21

14,48%

19

13,10%

31

21,38%

74

51,03%

145

100,00%

Estudo de caso (análise detalhada de uma situação da vida real que promova a investigação e o desafio para os alunos)

3

2,07%

9

6,21%

19

13,10%

26

17,93%

88

60,69%

145

100,00%

Estudo dirigido (os alunos executam determinado trabalho com um roteiro de estudo previamente construído)

4

2,76%

5

3,45%

25

17,24%

32

22,07%

79

54,48%

145

100,00%

Seminários, Trabalhos em grupo (ocorre um encontro de um grupo de pessoas, visando a estudar um determinado assunto)

3

2,07%

9

6,21%

22

15,17%

35

24,14%

76

52,41%

145

100,00%

Ensino com pesquisa (utilização de busca em livros e artigos)

5

3,45%

5

3,45%

15

10,34%

41

28,28%

79

54,48%

145

100,00%

Aulas práticas (laboratórios)

10

6,90%

6

4,14%

26

17,93%

20

13,79%

83

57,24%

145

100,00%

Visitas dirigidas (visita técnica, excursões)

11

7,59%

16

11,03%

26

17,93%

25

17,24%

67

46,21%

145

100,00%

Aulas com áudio Visual (vídeos, teatro, power point)

6

4,14%

15

10,34%

35

24,14%

31

21,38%

58

40,00%

145

100,00%

Dramatizações (jogos, simulações, PBL, histórias)

17

11,72%

12

8,28%

31

21,38%

34

23,45%

51

35,17%

145

100,00%

Quanto as atividades institucionais, como por exemplo: estágios obrigatórios, projetos, iniciações cientificas

7

4,83%

10

6,90%

21

14,48%

38

26,21%

69

47,59%

145

100,00%

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

           

Observou-se maior relevância de percentual para o peso 5 (concordo totalmente) quanto a avaliação do curso em relação aos ‘estudos de caso’ expostos, com 60,69% (88 respondentes), seguido de 57,24% (83 respondentes) para a avaliação quanto as ‘aulas práticas (laboratórios)’ e 56,55% (82 respondentes) para a avaliação quanto ao ‘conhecimento proporcionado pelas disciplinas específicas da área de contabilidade que foram fundamentais’

Na tabela 4, a seguir, destaca-se a influência do curso quanto ao mercado de trabalho.

 

Tabela 4 - Avaliação dos egressos quanto a influência do curso em relação ao mercado de trabalho

Escala de concordância

Avaliação dos egressos quanto a:

DT

DP

I

CP

CT

TOTAL

1

2

3

4

5

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

N

%

Proporcionou maior mobilidade profissional

3

2,07%

6

4,14%

18

12,41%

34

23,45%

84

57,93%

145

100,00%

Proporcionou mais oportunidades de emprego (empregabilidade)

7

4,83%

10

6,90%

20

13,79%

22

15,17%

86

59,31%

145

100,00%

Influenciou positivamente na minha remuneração

3

2,07%

7

4,83%

26

17,93%

22

15,17%

87

60,00%

145

100,00%

Influenciou meu estilo de vida

7

4,83%

10

6,90%

23

15,86%

22

15,17%

83

57,24%

145

100,00%

Gerou estabilidade profissional

7

4,83%

11

7,59%

35

24,14%

16

11,03%

76

52,41%

145

100,00%

Habilidades cognitivas

3

2,07%

8

5,52%

25

17,24%

24

16,55%

85

58,62%

145

100,00%

Gerou prestígio

3

2,07%

14

9,66%

30

20,69%

14

9,66%

84

57,93%

145

100,00%

Proporcionou amadurecimento pessoal

0

0,00%

3

2,07%

5

3,45%

32

22,07%

105

72,41%

145

100,00%

Contribuiu com minha promoção social

5

3,45%

7

4,83%

29

20,00%

22

15,17%

82

56,55%

145

100,00%

Gerou diferenciação profissional

4

2,76%

5

3,45%

23

15,86%

28

19,31%

85

58,62%

145

100,00%

Gerou maior produtividade

3

2,07%

6

4,14%

21

14,48%

31

21,38%

84

57,93%

145

100,00%

Gerou maior responsabilidade social

1

0,69%

5

3,45%

16

11,03%

32

22,07%

91

62,76%

145

100,00%

Gerou maior competência analítica

2

1,38%

2

1,38%

14

9,66%

36

24,83%

91

62,76%

145

100,00%

Gerou maior autonomia profissional

2

1,38%

5

3,45%

19

13,10%

28

19,31%

91

62,76%

145

100,00%

Gerou produção acadêmica

1

0,69%

8

5,53%

30

20,69%

36

24,83%

70

48,28%

145

100,00%

Gerou melhores oportunidades na carreira

3

2,07%

9

6,21%

18

12,41%

29

20,00%

86

59,31%

145

100,00%

Gerou status

10

6,90%

14

9,66%

36

24,83%

12

8,28%

73

50,34%

145

100,00%

Gerou espírito acadêmico

8

5,52%

9

6,21%

27

18,62%

25

17,24%

76

52,41%

145

100,00%

Gerou maior respeito e reconhecimento acadêmico/

profissional

5

3,45%

8

5,52%

24

16,55%

22

15,17%

86

59,31%

145

100,00%

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

 

De acordo com a Tabela 4, em relação à influência do curso no mercado de trabalho, destaca-se que 72,41% (105 respondentes) indicaram com nota 5 o fator ‘proporcionou amadurecimento pessoal’, seguidos de 62,76% (91 respondentes) de notas 5 para 3 fatores: ‘gerou maior responsabilidade social’, ‘gerou maior competência analítica’ e ‘gerou maior autonomia profissional’. Pode-se perceber que os alunos consideram que o curso trouxe resultados positivos para a vida pessoal e profissional após a graduação no contexto geral da pesquisa, tais como, oportunidade, estabilidade e autonomia na vida profissional. Já os reflexos na vida pessoal, foram percebidos resultados positivos no estilo de vida, bem como nas habilidades cognitivas, amadurecimento pessoal e responsabilidades sociais.

 

Análise da influência da graduação dos egressos

 

Na análise da relação entre o perfil dos egressos e gênero, foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis por postos. O teste de Kruskal-Wallis é importante para decidir se K amostras independentes provem de populações diferentes. A hipótese a ser rejeitada é de que não existem diferenças estatisticamente significativas entre as médias dos egressos e dos gêneros. Caso o valor de probabilidade seja menor do que p < 0,05, permite-se afirmar que há pelo menos um par de medianas populacionais diferentes. Nas tabelas apresentadas a seguir são apresentadas estatisticamente apenas os resultados significantes, em virtude de o questionário possuir grandes quantidades de questões e do amplo resultado significativo.

 

Tabela 5 - Teste Kruskal-Wallis da relação entre os fatores de contribuição para as atividades atuais e a variável gênero

Variável

Gênero

N

Posto Médio

Chi-Square

Df

Asymp. Sig.

P1-O conhecimento proporcionado pelas disciplinas afins da área de contabilidade, como: administração, direito e economia foram fundamentais

Feminino

83

71,83

4,846

1

0,028

Masculino

62

74,56

Total

145

 

P2-Aulas expositivas (o simples repasse explicação de informações)

Feminino

83

67,27

4,280

1

0,039

Masculino

62

80,68

Total

145

 

Fonte: Dados da pesquisa.

 

Verifica-se na Tabela 5, pelo teste Kruskal-Wallis para a variável P1, que existem diferenças estatisticamente significativas (x² = 4,846; p = 0,028) entre as medianas da percepção de que os conhecimentos proporcionados pelas disciplinas afins da área de contabilidade foram fundamentais e o gênero. Verifica-se pela análise dos postos médios dessa variável que a faixa masculino assumiu o maior valor, com posto médio de 74,56. Esse resultado mostra que os egressos do gênero masculino apresentam um maior nível de concordância em relação aos egressos do gênero feminino quanto a percepção de que o conhecimento proporcionado pelas disciplinas afins da área de contabilidade, como: administração, direito e economia foram fundamentais.

Do mesmo modo, encontra-se estatisticamente dados relevantes em relação a amostra para a variável P2 que relaciona aulas expositivas e gênero (x² = 4,280; p = 0,039). Nesta análise, observa-se que o gênero masculino tem o maior índice de posto médio, com 80,68, o que revela que o fato de transferir informações dentro da sala de aula contribuiu com maior intensidade para o egresso do gênero masculino do que o feminino.

 

Tabela 6 - Teste Kruskal-Wallis da relação entre os fatores de contribuição para as atividades profissionais atuais e a variável área de atuação

Variável

Área de Atuação

N

Posto Médio

Chi-Square

Df

Asymp. Sig.

P1-A formação teórica (básica ou aplicada) da graduação foi fundamental para atividade que desenvolvo atualmente

Fora da área contábil

37

55,04

7,256

1

0,007

Na área contábil

99

73,53

Total

136

 

P2-O conhecimento proporcionado pelas disciplinas específicas da área de contabilidade foi fundamental

Fora da área contábil

37

55,15

7,285

1

0,007

Na área contábil

99

73,49

Total

136

 

P3-Aulas expositivas (o simples repasse explicação de informações)

Fora da área contábil

37

55,70

6,324

1

0,012

Na área contábil

99

73,28

Total

136

 

P4-Estudo dirigido (os alunos executam determinado trabalho com um roteiro de estudo previamente construído)

Fora da área contábil

37

57,68

4,661

1

0,031

Na área contábil

99

72,55

Total

136

 

P5-Aulas práticas (laboratórios)

Fora da área contábil

37

58,26

4,280

1

0,039

Na área contábil

99

72,33

Total

136

 

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

 

Identifica-se na Tabela 6 a relação entre os fatos que contribuíram para o egresso atuar no mercado de trabalho na área contábil ou em outra área de atuação. A questão P1 apresenta bases significativas (x² = 7,256; p = 0,007) e dentre esses dados, é notório o fato de que os egressos que atuam na área contábil (posto médio de 73,53) apresentam uma concordância maior em relação a contribuição do conhecimento teórico para a atuação, do que os egressos que atuam fora da área (posto médio de 55,04).

A P2 traz o elo entre o conhecimento proporcionado pelas disciplinas específicas da área de contabilidade com a área que atua. Partindo deste preceito, os resultados da tabela apresentam estatisticamente informações relevantes (x² = 7,285; p = 0,007). Verifica-se que os egressos que atuam na área que revelam uma maior faixa, do que os que não atuam. Concluindo que o público que trabalha na área contábil presume que é fundamental o alicerce de disciplinas específicas na área contábil para atuação.

A análise das variáveis P3, P4, P5 indicam que também existe diferença significativa entre a contribuição das aulas expositivas (x² = 6,324; p = 0,012), dos estudos dirigidos (x² = 4,661; p = 0,031) e das aulas práticas (x² =4,280; p = 0,039) com as atividades profissionais do egresso. Verifica-se que em todas essas questões citadas o público que apresenta o maior índice são os egressos que atuam na área contábil, o que revela um posto médio de 73,28, 72,55 e 72,33, respectivamente. Esse resultado identifica que os egressos que atuam na área contábil têm a concordância maior com os fatores que contribuem para a atuação no ramo da contabilidade, sendo eles: conhecimentos específicos, conhecimentos teóricos e metodologias diversas de participação em aula.

 

Tabela 7 - Teste Kruskal-Wallis da relação entre a influência do título de graduação e a variável gênero

Variável

Gênero

N

Posto Médio

Chi-Square

Df

Asymp. Sig.

P1-Influenciou positivamente na minha remuneração

Feminino

83

67,61

4,066

1

0,044

Masculino

62

80,21

Total

145

 

P2-Habilidades cognitivas

Feminino

83

64,94

9,063

1

0,003

Masculino

62

83,79

Total

145

 

P3-Gerou prestígio

Feminino

83

67,22

4,619

1

0,032

Masculino

62

80,73

Total

145

 

P4-Gerou maior produtividade

Feminino

83

66,18

6,455

1

0,011

 

Masculino

62

82,13

Total

145

 

P5-Gerou maior competência analítica

Feminino

83

66,96

5,453

1

0,020

Masculino

62

81,09

Total

145

 

P6-Gerou maior autonomia profissional

Feminino

83

67,43

4,596

1

0,032

Masculino

62

80,46

Total

145

 

Fonte: Dados da pesquisa (2021).

 

Os dados da Tabela 7 indicam que existe influência do título de graduação com o gênero. O fator P1 apresenta informações relevantes (x² = 4,066; p = 0,044), o que indica estatisticamente que o gênero dos egressos que consideram um maior grau de influência positiva do título de graduação em Ciências Contábeis na atual remuneração é o masculino, com posto médio de 80,21.

Os dados da questão P2 (x² = 9,063; p = 0,003) mostram a significativa atuação da graduação no desenvolvimento das habilidades cognitivas com a variável gênero. Ao analisar o posto médio, observa-se que o gênero masculino possui maior índice (83,79) em relação ao feminino quanto ao fato de evoluir suas habilidades cognitivas.

Do mesmo modo, a variável (P3), de gerar prestígio devido ao título de graduado no curso de Ciências Contábeis com o gênero, exibe bases estatísticas e significativas (x² = 4,619; p = 0,032). Nota-se que para essa variável é o egresso masculino que também se destaca com maior posto médio (80,73). Esse resultado mostra que o gênero masculino tem a maior concordância do que o feminino em relação a influência do título de graduação proporcionar mais prestígio.

Os resultados do teste Kruskal-Wallis das variáveis P4, P5 e P6, apresentadas na Tabela 7, afirmam por meio de postos médios mais altos, respectivamente, 82,13, 81,09 e 80,46, que o gênero masculino apresenta maior concordância significativa do que o feminino em relação a influência do título de graduado em Ciências Contábeis com os fatores proporcionados após a conclusão dessa graduação, tais como: produtividade, competência analítica e autonomia profissional.

 

Tabela 8 - Teste Kruskal-Wallis da relação entre a influência do título de graduação e a variável área de atuação

Variável

Área de Atuação

N

Posto Médio

Chi-Square

Df

Asymp. Sig.

P1-Proporcionou maior mobilidade profissional

Fora da área contábil

37

52,61

10,491

1

0,001

Na área contábil

99

74,44

Total

136

 

P2-Influenciou positivamente na minha remuneração

Fora da área contábil

37

52,28

11,225

1

0,001

Na área contábil

99

74,56

Total

136

 

P3-Proporcionou mais oportunidades de emprego (empregabilidade)

Fora da área contábil

37

49,23

16,078

1

0,000

Na área contábil

99

75,70

Total

136

 

P4-Influenciou meu estilo de vida

Fora da área contábil

37

51,15

12,370

1

0,000

Na área contábil

99

74,98

Total

136

 

P5-Gerou estabilidade profissional

Fora da área contábil

37

48,57

15,756

1

0,000

Na área contábil

99

75,95

Total

136

 

P6-Habilidades cognitivas

Fora da área contábil

37

56,64

5,912

1

0,015

Na área contábil

99

72,93

Total

136

 

P7-Gerou prestígio

Fora da área contábil

37

57,34

5,238

1

0,022

Na área contábil

99

72,67

Total

136

 

P8-Contribuiu com minha promoção social

Fora da área contábil

37

49,7

14,448

1

0,000

Na área contábil

99

75,53

Total

136

 

P9-Gerou diferenciação profissional

Fora da área contábil

37

52,55

10,703

 

0,001

Na área contábil

99

74,46

Total

136

 

P10-Gerou maior produtividade

Fora da área contábil

37

52,31

10,952

1

0,001

Na área contábil

99

74,55

Total

136

 

P11-Gerou maior responsabilidade social

Fora da área contábil

37

57,14

5,750

1

0,016

Na área contábil

99

72,75

Total

136

 

P12-Gerou maior competência analítica

Fora da área contábil

37

56,43

6,602

1

0,010

Na área contábil

99

73,01

Total

136

 

P13-Gerou maior autonomia profissional

Fora da área contábil

37

53,7

9,832

1

0,002

Na área contábil

99

74,03

Total

136

 

P14-Gerou produção acadêmica

Fora da área contábil

37

54,23

7,683

1

0,006

Na área contábil

99

73,83

Total

136

 

P15-Gerou melhores oportunidades na carreira

Fora da área contábil

37

52,53

10,939

1

0,001

Na área contábil

99

74,47

Total

136

 

P16-Gerou status

Fora da área contábil

37

54,57

7,537

1

0,006

Na área contábil

99

73,71

Total

136

 

P17-Gerou espírito acadêmico

Fora da área contábil

37

57,32

4,836

1

0,028

Na área contábil

99

72,68

Total

136

 

Fonte: Dados da pesquisa.

 

Os dados estatísticos apresentados na Tabela 8 mostram a relação entre a influência do título de graduação e a variável área de atuação. Foram analisados diversos fatores que apontam diferenças significativas. Observa-se que as questões P2, P3, P6 e P7 apresentam dados notáveis, respectivamente, (x² = 11,225; p = 0,001), (x² = 16,078; p = 0,000), (x² = 5,912; p = 0,015), (x² = 5,238; p = 0,022), nos quais verifica-se que para os atuantes da área contábil, o diploma de graduação em Ciências Contábeis gerou uma remuneração positiva, mais empregabilidade, maior prestígio e melhorou as habilidades cognitivas.

No que tange as variáveis P9 (posto médio de 74,46) e P15 (posto médio de 74,47), os respondentes que trabalham no setor contábil, relatam com postos médios maiores dos que trabalham fora do setor, que o título de graduação proporcionou maior diferenciação profissional e mais oportunidades na carreira profissional, isto expondo uma concordância estatisticamente relevante da atuação do título de contador para o mercado de trabalho.

Os itens P10 e P13 mostram diferenças importantes, na devida ordem (x² = 5,238; p = 0,022) e (x² = 5,238; p = 0,022), no que se refere a gerar maior produtividade e maior autonomia profissional em relação a área de atuação do egresso. Sendo assim, os egressos que atuam na área contábil, com posto médio maior de 74,05 e 74,03, respectivamente, apresentam um índice significativo do título de graduação com a capacidade de gerar esses devidos fatores após a conclusão do curso.

A análise das demais variáveis mostrou que os egressos que atuam profissionalmente na área contábil revelam, estatisticamente, uma concordância significativa maior do que os que atuam fora da área contábil. Apresentam diferenças significativas e postos médios maiores com relação a influência do título de graduação os seguintes fatores positivos gerados na carreira profissional do egresso: maior mobilidade profissional, estilo de vida, estabilidade profissional, promoção social, maior responsabilidade social, maior competência analítica, produção acadêmica, status e espírito acadêmico.

O resultado da pesquisa corrobora afirmações anteriores, como o de Kruger et al. (2013), que apontam a importância de as instituições formarem profissionais com habilidades que permitam mais segurança para suprir as demandas do mercado. Leal, Soares e Souza (2008) apontam que os egressos precisam ter liderança, proatividade, motivação, capacidade de gestão, bons relacionamentos interpessoais e visão de negócios. Lousada e Martins (2005) destacam a necessidade de institucionalizar a prática do acompanhamento dos egressos nos cursos de Ciências Contábeis, visando a melhoria de todo o planejamento do processo de ensino aprendizagem e a formação de profissionais preparados para as exigências do mercado de trabalho.

Desta forma, a presente pesquisa evidencia que o conhecimento proporcionado e a forma dinâmica da instituição de fornecer esse conhecimento auxilia positivamente o egresso na sua atuação no mercado de trabalho, sendo o gênero masculino e os atuantes da área contábil que manifesta maior concordância. Assim a pesquisa encontrou resultados que contribuem com pesquisas anteriores, quanto ao gênero, conhecimento adquirido e a melhoria da qualidade do curso, cujos resultados podem também estar relacionados às características regional da localização do curso e atuação dos egressos.

 

5    CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa teve como objetivo verificar o perfil dos egressos do curso de Ciências Contábeis de uma universidade localizada no interior do Mato Grosso do Sul. Para isso, realizou-se uma pesquisa descritiva e quantitativa, cuja coleta dos dados ocorreu pela aplicação de um questionário composto por questões pessoais e profissionais. A amostra contou com a participação de 145 respondentes.

A partir dos resultados obtidos, identificou-se que a maioria dos respondentes é do sexo feminino e que a faixa etária predominante está entre 30 a 39 anos. A maior parte dos egressos indicaram que sua atuação profissional se concentra na área contábil e que eles estão inseridos no setor privado. Além disso, mais da metade da amostra não buscou formação além da graduação.

Investigou-se também o nível de influência do título de graduação no desempenho profissional do egresso e o quanto o conhecimento atribuído no curso contribuiu para a sua atuação. De acordo com a amostra, os respondentes que apresentaram o maior índice de concordância significativa foram os do sexo masculino. O que indica que para os homens, mais do que para as mulheres, foi fundamental o conhecimento proporcionado pelas áreas afins e isso proporcionou uma remuneração positiva. Outro dado relevante que pode se observar na pesquisa é que os egressos que atuam na área contábil responderam que o título de graduação provocou fatores positivos em sua vida profissional, como: prestígio, habilidades cognitivas e maior responsabilidade.

Diante das análises realizadas, conclui-se que os resultados desta pesquisa reafirmaram a necessidade do conhecimento de áreas específicas que o curso proporciona para a formação dos bacharéis em Ciências Contábeis e que auxiliam no cumprimento das exigências do mercado de trabalho. Constatou-se também a contribuição de fundamental importância para o amadurecimento pessoal e maior responsabilidade, bem como o desenvolvimento das habilidades cognitivas dos respondentes.  Observa-se do mesmo modo que o auxílio da titulação de graduação em Ciências Contábeis permitiu melhorar a remuneração e as oportunidades de trabalho dos egressos contribuindo positivamente para sua carreira profissional.

Cabe ressaltar que a amostra, embora expressiva, corresponde à apenas 29% da população de 492 alunos formados em 25 anos de curso de uma universidade do interior do estado do Mato Grosso do Sul. Esse resultado pode ser atribuído a dificuldade de localizar a maioria dos egressos. Sugere-se então, a fim de acrescentar a presente pesquisa, que o questionário seja aplicado aos discentes do último ano do curso de Ciências Contábeis, dessa universidade, comparando com outras universidades, ou até mesmo com outros campus, afim de verificar, quais aspectos os deixam mais ou menos satisfeitos e, assim, se possível, ter um estudo em constante atualização, a fim de agregar valor ao curso.

 

REFERÊNCIAS

ANDRIOLLA, W. B. Estudo de egressos de cursos de graduação: subsídios para a auto avaliação e o planejamento institucionais. Educar em Revista, n. 54, p. 203-219, 2014.

ANITHA, R. A. Study on job satisfaction of paper mil employees with special reference to Udumalpet and Palani Taluk. Journal of Management and Science, v. 1, n. 1, p. 36-47, 2011.

BRASIL. Decreto nº 20.158, de 30 de junho de 1931. Organiza o ensino comercial, regulamenta a profissão de contador e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [1931]. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-20158-30-junho-1931-536778-republicacao-81246-pe.html. Acesso em: 19 mar. 2020.

BRASIL. Decreto-lei nº. 7.988, de 22 de setembro de 1945. Dispõe sobre o ensino superior de ciências econômicas e de ciências contábeis e atuariais. Brasília, DF: Presidência da República, [1945]. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-7988-22-setembro-1945-417334-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 14 out. 2020.

BRASIL. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – SINAES e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2004]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm. Acesso em: 14 out. 2020.

BRASIL. Lei nº 12.249, de 11 de junho, de 2010. Lei de disposições gerais. Das taxas e demais disposições. Brasília, DF: Presidência da República, [2010]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12249.htm. Acesso em: 4 abr. 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Censo da educação superior 2017. Divulgação dos Principais resultados Brasília, DF: Ministério da Educação, 2017. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/setembro-2018-pdf/97041-apresentac-a-o-censo-superior-u-ltimo/file. Acesso em: 19 mar. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Parecer CNE/CES n. 146, de 3 de abril de 2002. Aprova as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Dança, Design, Direito, Hotelaria, Música, Secretariado Executivo, Teatro e Turismo. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2002. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2002/pces146_02.pdf. Acesso em: 20 mar. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Portaria MEC Nº 646/97, de 14 de maio de 1997. Regulamenta a implantação do disposto nos artigos 39 a 42 da Lei Federal nº 9.394/96 e no Decreto Federal nº 2.208/97 e dá outras providências (trata da rede federal de educação tecnológica). Brasília, DF: Ministério da Educação, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/PMEC646_97.pdf. Acesso em: 14 out. 2021.

BRASIL. Ministério da Educação. Resolução CNE/CES n. 10, de 16 de dezembro de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, e dá outras providências. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces10_04.pdf. Acesso em: 19 mar. 2021.

BRITO, M. R. F. O SINAES e o ENADE: da Concepção a implantação. Avaliação: Revista de Avaliação de Ensino Superior (Campinas), v. 13, n. 3, p. 841-850, 2008.

CANDIOTTO, L. B.; MIGUEL, M. E. B. O curso de Ciências Contábeis a educação brasileira: das aulas de comércio ao curso superior de Ciências Contábeis (1808-1951). In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 9., 2009, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: PUCPR, 2009. p. 9520-9534.

CASTAÑEDA, R. J. Caracterización del desempeño laboral de los egresados y la segmentación de cuatro mercados en Ciudad Juárez. Revista de la educación superior, v. 48, n. 191, p. 141-167, 2019.

CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

COLENCI, R.; BERTI, H. W. Formación professional e inserción em el mercado de trabajo: percepciones de egresados de graduación en enfermeira. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 46, n. 1, p. 158-166, 2012.

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Proposta nacional de conteúdo para o curso de graduação em Ciências Contábeis – 2009. Brasília, DF: CFC, [2009]. Disponível em: http://www.cfc.org.br/uparq/proposta.pdf. Acesso em: 20 maio 2021.

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Mulheres estão cada vez mais presentes na Contabilidade. São Paulo, SP: CRCSP [2021]. Disponível em:

http://comissoes.crcsp.org.br/mulher/2021/05/10/mulheres-estao-cada-vez-mais-presentes-na-contabilidade/. Acesso em: 17 out. 2021.

DIAS, F. J.; NUNES, R. S. Acompanhamento de egressos de curso de graduação. In: COLÓQUIO INTERNACIONAL DE GESTÃO UNIVERSITÁRIA, 12., 2017, Argentina. Anais [...]. Argentina: CIGU, 2017. p. 1-13.

Disponível em:

https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/181020/102_00258.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 17 out. 2021.

DIOS, S. A.; COSENZA, J. P. Consideraciones acerca del desarrollo de un modelo de educación ambiental emancipatoria para la formación del profesional contable. Revista Facultad de Ciencias Económicas, v. 27, n. 2, p. 127-144, 2019.

ECKERT, A.; SILVA, C. M.; MECCA, M. S.; DENICOL, M. S. G. M. DENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DA ATUAÇÃO E DO PERFIL PROFISSIONAL DOS EGRESSOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS FORMADOS NO RIO GRANDE DO SUL NO PERÍODO 2009 – 2018. Revista de Administração e Contabilidade da Faculdade Estácio do Pará

– Belém, v. 7, n. 13, p. 16 -52, jun 2021.

FERREIRA, A. B. H. Dicionário da língua portuguesa. 7. ed. Curitiba: Positivo, 2008.

GIL, A. C. Como elaborar pesquisas de projetos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sinopse Estatística da Educação Superior 2018. Brasília, DF: Inep, 2018. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/basica-censo-escolar-sinopse-sinopse. Acesso em: 19 mar. 2021.

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Política Institucional de Avaliação do Egresso na Melhoria da IES. Brasília, DF: Inep; 2015. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/documents/186968/484109/SINAES+Sistema+Nacional+de+Avalia%C3%A7%C3%A3o+da+Educa%C3%A7%C3%A3o+Superior+Vol+3/4aa14291-0451-4017-b280 19f313eb4116?version=1.2. Acesso em: 24 mar. 2020.

KRUGER, S. D.; MAZZIONI, S.; RESENDE, A.; GUBIANI, C. A.; ZANIN, A. O perfil desejado do egresso dos cursos de Ciências Contábeis das Universidades de Santa Catarina. Revista Catarinense da Ciência Contábil, v. 12, n. 34, p. 40-52, dez./mar. 2013. Disponível em: http://revista.crcsc.org.br/index.php/CRCSC/article/view/1519/1350. Acesso em: 17 out. 2020.

LAFFIN, M. Ensinar conceitos em Ciências Contábeis. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 12, n. 25, p. 47-66, 2015.

LEAL, E. A. SOARES, M. A.; SOUZA, E. G. Perspectivas dos formandos do curso de ciências contábeis e as exigências do mercado de trabalho. 2008. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 1, n. 10, p. 147-159, 2008.

LIMA, L. A.; ANDRIOLA, W. B. Acompanhamento de egressos: subsídios para a avaliação de instituições de ensino superior (IES). Revista da Avaliação da Educação Superior, v. 23, n. 1, p. 104-125, 2018.

LOUSADA, A. C. Z.; MARTINS, G. A. Egressos como fonte de informação à gestão dos cursos de Ciências Contábeis. Revista Contabilidade e Finanças, v. 16, n. 37, p. 73-84, 2005.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

MARIN, T. I. S.; LIMA, S. J.; CASA NOVA, S. P. de C. Formação do contador – o que o mercado quer, é o que ele tem? um estudo sobre o perfil profissional dos alunos de Ciências Contábeis da FEA-USP. Revista Contabilidade Vista & Revista, v. 25, n. 2, p. 59-83, 2014.

MARION, J. C. Contabilidade empresarial. 12 ed. São Paulo: Atlas, 2006.

MARION, J. C.; SANTOS, M. C. Os dois lados de uma profissão. Revista Acadêmica Augusto Guzzo, n. 2, p. 12-19, 2002.

MURITIBA, P. M.; MURITIBA, S. N.; MOURA, M. J. B.; ALBUQUERQUE, L. G. Satisfação dos egressos em Administração, Economia e Contabilidade e desempenho profissional. Revista Alcance, v. 19, n. 3, p. 308-326, jul./set. 2012.

ORO, I. M.; NAUE, J.; STÜRMER, A. L.; BRITO, F. Egressos em Ciências Contábeis: análise do desenvolvimento profissional sob o enfoque da Teoria do Capital Humano. Revista Universo Contábil, v. 6, n. 4, p. 35-49, 2010.

PELEIAS, I. R.; SILVA, G. P. da; SEGRETI, J. B.; CHIROTTO, A. R. Evolução do ensino da contabilidade no Brasil: uma análise histórica. Revista Contabilidade & Finanças, v. 18, n. spe, p. 19-32, 2007.

PENA, M. D. C. Acompanhamento de egressos: análise conceitual e sua aplicação no âmbito educacional brasileiro. Revista Educação e Tecnologia, v. 5, n. 2, p. 25-30, 2000.

PIRES, C. B.; OTT, E.; DAMACENA, C. A formação do contador e a demanda do mercado de trabalho na região metropolitana de Porto Alegre. Revista de Administração e Contabilidade da Unisinos, v. 7, n. 4, p. 315-327, 2010.

POLLI, I. R. R.; POLLI, V.; SILVA, V. R. A Contribuição acadêmica na formação do profissional contábil: um estudo de duas IES. Revista Catarinense da Ciência Contábil, v. 3, n. 9, p. 41-54, 2004.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

 

SANTANA JUNIOR, J. J. B. de; PEREIRA, D. M. V. G.; LOPES, J. E. de G. Análise das habilidades cognitivas requeridas dos candidatos ao cargo de contador na Administração Pública Federal, utilizando-se indicadores fundamentados na visão da Taxonomia de Bloom. Rev. contab. finanç.,  v. 19, n. 46, p. 108-121, abr. 2008. https://doi.org/10.1590/S1519-70772008000100009.

SANTOS, D. G.; ARAUJO, V. dos S.; CAVALCANTE, P. R. N.; BARBOSA, E. T. Formação acadêmica em Ciências Contábeis e sua relação com o mercado de trabalho: a percepção dos alunos de Ciências Contábeis de uma instituição federal de ensino superior. In: CONGRESSO USP DE CONTABILIDADE E CONTROLADORIA, 11., 2008, São Paulo. Anais [...]. São Paulo: USP, 2014. p. 1-17.

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1986.

VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.

VIANA, L. P.; MELZ, L. J.; SANTOS, J. S. C.; STIELER, E. C. Atuação de egressos do curso de ciências contábeis da UNEMAT – Campus de Tangará da Serra no mercado de trabalho. Revista Unemat de Contabilidade, v. 2, n. 3, p. 154-171, 2013.

WILLIAMS, C. Research methods. Journal of Business & Economic Research, v. 5, n. 3, p. 65-72, 2007. Disponível em: https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/106907279400200402. Acesso em: 24 abr. 2020.