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6, n. 2, Maio-Agosto/2022 This work is licensed
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4.0 International License
COMPORTAMENTO DE
COMPRA E CONSUMO NO SEGMENTO VESTUÁRIO DE MARCAS PREMIUM EM CUIABÁ
Wictória Eloá
Gomes Pereira
http://lattes.cnpq.br/3269387530392204
https://orcid.org/0000-0001-7944-5376
Instituto Federal de Mato Grosso - IFMT
Cuiabá/MT
Francisco Mirialdo
Chaves Trigueiro
http://lattes.cnpq.br/4022983446644031
https://orcid.org/0000-0002-4704-2764
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT
Cuiabá/MT
Resumo
Cada
vez mais as empresas precisam desenvolver e implementar estratégias que
satisfaçam as necessidades e desejos dos consumidores. Nesse sentido, a
segmentação de mercado apresenta-se como uma forma de especificar os
direcionamentos e esforços para um público singular. Em especial, o segmento de
vestuário premium representa uma
parcela significativa para o varejo de moda. Dessa forma, o presente estudo tem
por objetivo principal analisar o comportamento de compra
e consumo no segmento vestuário de marcas premium na cidade de
Cuiabá. Para tanto, foi realizada uma pesquisa quanti-quali, a partir de
quatro entrevistas com gestores de lojas do segmento estudado e uma pesquisa survey
com consumidores. Os principais resultados se caracterizam na convergência
na visão dos consumidores e dos gestores em perceberem o segmento como sinônimo
de qualidade e durabilidade e a divergência entre eles no quesito da percepção
da exclusividade como diferencial. Além disso, segundo os consumidores, as
principais necessidades que levam ao ato de compra são a carência de renovar o
guarda-roupa, associando o ato de compra predominantemente ao desejo, ao lazer
e a necessidade, cabendo ressaltar o preço, a comodidade e as promoções
ofertadas como principais influenciadoras para o consumo.
Palavras-chave: Comportamento do consumidor; Moda;
Marcas; Vestuário premium; Luxo.
PURCHASE AND CONSUMPTION BEHAVIOR IN THE CLOTHING SEGMENT OF PREMIUM
BRANDS IN CUIABA
Abstract
Increasingly, companies need
to develop and implement strategies that satisfy the needs and desires of
consumers. In this sense, market segmentation presents itself as a way of
specifying directions and efforts for a unique audience. In particular, the
premium apparel segment represents a significant portion of fashion retail.
Thus, the main objective of this study is to analyze the purchase and
consumption behavior in the clothing segment of premium brands in the city of
Cuiabá. Therefore, a quantitative-quali research was carried out, based on four
interviews with store managers in the studied segment and a survey with
consumers. The main results are characterized in the convergence in the vision
of consumers and managers in perceiving the segment as synonymous with quality
and durability and the divergence between them in the question of the
perception of exclusivity as a differential. In addition, according to
consumers, the main needs that lead to the act of purchase are the need to
renew the wardrobe, associating the act of purchase predominantly with desire,
leisure and need, with emphasis on price, convenience and promotions offered as
main influencers for consumption.
Keywords: Consumer behavior;
Fashion; Brands; Premium clothing; Lux.
Submetido: 04/06/2022
Aceito: 04/07/2022
Publicado: 31/08/2022
1. INTRODUÇÃO
Com
a crescente expansão do mercado e sua dinamicidade tecnológica e econômica,
novas tendências têm despontado. Uma causa para tais acontecimentos pode ser o
aumento do grau de exigência dos consumidores, uma vez que o acesso à
informação ficou mais fácil, possibilitando o surgimento de consumidores cada
vez mais conscientes de seus direitos, deveres e possibilidades de compra
(SILVEIRA et al., 2008).
Conforme
essa evolução, os autores afirmam que o aumento das exigências dos consumidores
e o aumento da concorrência, demandam que as organizações estejam preparadas
para tais mudanças, buscando corresponder e satisfazer, de uma forma mais
eficiente que seus concorrentes, as necessidades e desejos de seus
consumidores. Para tanto, entender e aprimorar o conhecimento sobre o
comportamento de consumo é relevante para que uma empresa possa consolidar sua
marca na mente de seu público desejado. Esse comportamento pode ser definido
como o conjunto de crenças, valores e características históricas e pessoais que
moldam os hábitos de consumo e influenciam diretamente no processo de decisão
para o mesmo. Segundo Brandão, Parente e Oliveira (2010), o mercado varejista
tem no comportamento de compra dos clientes um fator decisivo para determinação
dos aspectos próprios do mercado, como a determinação do ambiente de loja,
disposição dos produtos, design, processos de atendimento, entre outros.
Nesse sentido, uma vertente desse
mercado varejista que se destaca é o mercado da moda. Para Silva (2008), a moda
retrata mais do que um vestuário simples, ou apenas o ato de cobrir-se, como
forma de “proteção”, que pode traduzir um estilo de vida e a forma como um
indivíduo encara o mundo. No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de
Indústria Têxtil (ABIT), o faturamento da cadeia de produção ligada a moda
atingiu U$ 45 bilhões em 2017, e segundo a mesma associação essa cadeia
representa mais de 5% do produto interno bruto nacional. Além disso, emprega
cerca de um milhão e meio de empregos diretos, e oito milhões de indiretos
(REVISTA EXAME, 2018). Segundo a consultoria McKinsey, o lucro do setor
apresentou uma taxa de crescimento médio de 8% nos últimos 10 anos e as
empresas mais lucrativas foram ligadas à área de moda esportiva como Adidas e
Nike, e outras ligadas ao segmento de moda premium, como Burberry, Hermès,
H&M, Inditex, LVMH, Michael Kors, Pandora, Prada e Ralph Lauren e TJX
(BOUÇAS, 2017).
Conforme
destacado anteriormente, é notório que as marcas ligadas ao mercado premium tenham um papel de destaque na
economia e no mercado de moda. Dessa forma, esse posicionamento de mercado
representa um dos caminhos para a investida na conquista e fidelização dos
consumidores alvo. Uma vez que, segundo Diniz (2012), no que tange ao segmento
moda e acessórios, este pode ser considerado a "menina dos olhos" no
mercado de luxo no Brasil.
Nesse
sentido, de acordo com Silveira (2015), para analisar o comportamento de um
mercado, o primeiro passo básico é entender a forma como ele funciona, o que se
vende, para quem se vende e o que leva a essa compra. Para tanto, a questão de
pesquisa deste trabalho é qual o comportamento de compra dos consumidores de
vestuário premium em Cuiabá e quais
são as estratégias que as lojas desse segmento utilizam para conquistar e
fidelizar seus clientes? O objetivo geral da pesquisa é analisar o
comportamento de compra e consumo no segmento de marcas premium, do setor de vestuário, na cidade de Cuiabá. Como objetivos
específicos busca-se descrever o processo de compra e consumo de marcas premium; pesquisar as influências
psicológicas, culturais, sociais, econômicas e de marketing no comportamento de
compra e consumo nesse setor; e descrever as estratégias de marcas premium na atração, conquista e
manutenção dos clientes.
Diante
do exposto, entender o comportamento de compra dos consumidores do segmento premium e as estratégias que as lojas
desse mesmo mercado, utilizam para conquistar e manter clientes, se justifica
perante sua relevância gerencial. A pesquisa fornece evidências para as lojas
interessadas, apontando como se dá o comportamento de compra e quais são os
fatores que estimulam essa ação. De outra forma, pode ser utilizado como
parâmetro ou direcionamento para o entendimento do comportamento de consumo em
setores específicos e poderá servir como fonte para novas pesquisas na área,
colaborando para o avanço do conhecimento na temática premium, com enfoque na região estudada.
2. REFERENCIAL
TEÓRICO
2.1 Comportamento de consumo
De
acordo com a Associação Americana de Marketing, “o comportamento do consumidor
é a interação dinâmica entre afeto e cognição, comportamento e ambiente por
meio da qual seres humanos conduzem na vida atitudes relacionadas a trocas”
(MACHADO, 2014, p. 23). Em outras palavras, é tudo que engloba a ação de trocas
e interações entre clientes e empresas no processo de consumo. Considerando o
ambiente, os sentimentos, as emoções, a percepção do produto, as influências de
pessoas ao redor e os conhecimentos internos do consumidor no momento de
decisão de compra.
As
mudanças nas decisões de compra abarcam dimensões como o Lar, a Saúde, o
Ambiente, a Qualidade e o Tempo. Entender o consumidor como um ser mutável,
dotado de critérios subjetivos quanto a essas dimensões é necessário para
definição de estratégias de venda que respondam aos questionamentos de como,
quando, onde, de que forma e porque os consumidores compram (LAS CASAS, 2009).
O processo de tomada de decisão envolve (LAS CASAS, 2009):
1.
Necessidade de um produto, por motivos subjetivos, pessoais e com uma
finalidade;
2.
Busca de informações para poder escolher qual o melhor produto ou aquele
considerado mais adequado para a necessidade nascente;
3.
Avaliação entre as opções detectadas anteriormente, com ponderação entre os
vários fatores, características e pontos para escolha;
4.
Decisão da melhor opção de acordo com as opções e a necessidade da demanda
inicial e;
5.
Pós-compra com satisfação ou insatisfação com a compra realizada.
Kotler
(2005) explica que o comportamento de compra é influenciado por fatores
culturais, sociais, pessoais e psicológicos. A cultura é o principal
determinante do comportamento e dos desejos pessoais. Da mesma maneira a
subcultura oferece identificação e a sensação de “fazer parte” seja em uma
nacionalidade, religião, grupos étnicos e demográficos.
De
outra maneira, os fatores sociais como grupos de referência, família, posição
social e status interferem no
consumidor. Grupos de referência, aspiração e dissociação competem pela
definição da subjetividade. O papel e o status
são também determinantes porque as pessoas tendem as comprar de acordo com as
aspirações que possuem quanto sua participação social e a posição que ocupam em
um círculo social. Os fatores pessoais incluem a idade do comprador, ciclo de
vida, ocupação, personalidade e autoimagem. Por fim, os fatores psicológicos
são definidos por motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitudes. As
crenças e atitudes são definidas como respectivamente um pensamento que as
pessoas mantem a respeito de uma coisa e a tendência de ação duradoura a
respeito de um objeto ou ideia (KOTLER, 1998).
O
profissional de marketing deve balizar tais interesses e as necessidades
subjetivas de cada pessoa por meio de estratégias para o alcance dos
mercados-alvo. Conforme Boone e Kurtz (2009) observam, o marketing evolui ao
longo do tempo visando alcançar com maior nível de relevância as expectativas
dos consumidores. Incialmente o Marketing Indiferenciado promovia um mesmo mix
de marketing para todos os consumidores, sem distinção entre os segmentos e por
isso, de certa forma, negligenciava o comportamento do consumidor. Atender a
todos de uma mesma forma é uma estratégia com alto nível de risco justamente
pelas pessoas serem diferentes nas suas mais variadas características.
Como
avanço a esse tipo de estratégia foram combinadas com novas, como o Marketing
Diferenciado, o Concentrado e Micromarketing. Estas estratégias focam
diferenciação de mixes de vários produtos, como no caso do Diferenciado, ou em
apenas um segmento de consumidores, como no Concentrado. Logo, é possível
proporcionar um aumento na satisfação para cada um dos mercados-alvo por meio
de produtos e serviços mais alinhados as expectativas dos clientes. O
Micromarketing é o tipo de estratégia para o alcance de consumidores com maior
profundidade. É a estratégia mais estreitamente focada, que visa atingir um
nicho de mercado básico conforme o critério de segmentação desejado (BOONE;
KURTZ, 2009).
Atender
as expectativas de modo diferenciado, em consonância com o processo de decisão
de compra e o comportamento do consumidor, torna possível aumentar o valor
percebido pelo cliente e a satisfação com a compra. Deste modo, por se
apropriar do conceito de valor, fica cada vez mais evidente que o luxo se torna
menos presente no objeto e mais presente na marca (STREHLAU, 2008).
2.2 Marcas e branding
Desde
os primórdios as marcas são utilizadas com o intuito de identificação. No
princípio, eram manuseadas para nomear a quem pertencia o gado, fixando as
inicias com ferro em brasa na pele dos animais (URDAN; URDAN, 2013). Hoje em
dia as funções atribuídas às marcas são inúmeras e amplamente elaboradas,
inclusive, os mesmos autores seguem afirmando que “marca é um nome, símbolo,
desenho, slogan ou combinação desses
elementos, que identificam e individualizam produtos, linha de produto ou
empresa junto ao mercado” (URDAN; URDAN, 2013, p. 146). Tendo isto, em um
cenário de maior concorrência as marcas podem ser um fator de vantagem
competitiva para as empresas. Segundo Keller (2001), a construção de uma marca
forte é o objetivo para várias empresas, pois uma marca com um patrimônio
relevante é vista como uma fonte de possíveis benefícios para empresa,
incluindo maior fidelidade de clientes e menor vulnerabilidade no mercado
competitivo.
Segundo
Urdan e Urdan (2013), tudo aquilo que os consumidores sentem e guardam a
respeito de uma marca ao longo do tempo formam um conjunto de concepções que
dão origem a imagem que ele possui sobre a marca. Essas concepções são
resultado da total experiência que o consumidor obteve com o que compõe a
marca, desde o produto, a forma de comunicação utilizada para a
comercialização, à forma como é distribuído e oferecido, seu preço, e até mesmo
as informações que outras pessoas relatam sobre a marca.
Nesse
sentido, a escolha do consumidor por uma marca é baseada em suas habilidades de
ligar e reconhecer as marcas em seu consciente. Um aspecto que coopera para que
isso ocorra é a identidade de marca, que de acordo com Strehleau (2008, p.53):
“a identidade reúne tudo o que a marca é, uma estrutura organizada que
relaciona o suporte dos elementos da marca aos valores propostos, sua
diferenciação das demais marcas e seu papel na sociedade”. Logo, a identidade
de marca busca traduzir para uma linguagem acessível aos consumidores tudo que
a marca deseja transparecer, pois se bem estruturada pode desenvolver a
identificação social, ao passo que os clientes demonstram perceber a
importância que essa simbologia representa (STREHLEAU, 2008).
Todavia,
a construção de uma marca forte e bem estruturada seria em vão sem uma gestão
para que esta consiga se perpetuar no mercado. Seguindo este ponto, a
utilização do branding, que pode ser
definida como um mix de ações que objetivam o gerenciamento da marca é
imprescindível (MARTINS, 2006). O mesmo autor segue afirmando que um branding eficiente abrange tomadas de
decisões que, feitas de forma consciente e baseadas em conhecimentos reais,
pode conduzir a marca adiante de sua essência econômica, transpassando para o
meio social como parte da cultura e interferindo no consumo das pessoas. As
estratégias delimitadas no branding
buscam o crescimento da marca e a criação de valor. Para tal, o cliente deve
ser capaz de perceber a existência de divergências entre as marcas que competem
em um mesmo ramo. Ou seja, os profissionais de marketing, mais do que nunca,
precisam destinar seus esforços para convencer os consumidores a cerca dessas
diferenças e, por consequência, fazer com que as estratégias de branding
delimitadas sejam exitosas (KOTLER; KELLER, 2012).
Tendo o branding como um processo de
gestão da marca, faz-se necessário gerenciar também brandequity, ou patrimônio de marca. Segundo Kotler e Keller (2012,
p. 260), “o brandequity é o valor
agregado atribuído a bens e serviços”, sendo esse valor, tangível ou não, um
influenciador de como os consumidores reagem à marca, como está irá impactar
nos lucros e na participação do mercado. Já para Martins (2006, p.193) o
patrimônio da marca é “a somatória dos valores e atributos das marcas, que
devem se transformar em lucros para os seus proprietários e acionistas”. Desta
forma, um patrimônio de marca resistente gera respostas mais exitosas as ações
de marketing e por consequência, mais chances de retornos financeiros positivos
para a empresa (URDAN; URDAN, 2013).
Em
suma, realizar uma boa gestão da marca em consonância com o brandequity pode significar uma forma de
adquirir vantagens competitivas, aumentar a participação no mercado e alcançar
retornos financeiros positivos. Isto posto, é necessário que profissional de
marketing volte seu olhar a todo o universo que compreende essa temática e
busque compreender como suas ações impactam na marca de acordo com a visão do
consumidor. Além disso, as concepções abordadas são relevantes principalmente no
segmento moda premium do mercado, uma
vez que, os negócios localizados no mercado de luxo precisam dar primazia as
associações que pretendem desenvolver com a marca (STREHLAU, 2008).
3. PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
3.1 Classificação da pesquisa
Este
estudo empregou o método misto, caracterizado por uma etapa quantitativa
seguida de uma etapa qualitativa (CRESWELL, 2007). Neste caso, o método misto
empregado é caracterizado como sendo uma estratégia explanatória sequencial
(CRESWELL, 2007) caracteriza-se, como neste estudo, pela prioridade dos dados
quantitativos e se integra com a abordagem qualitativa durante a fase de
intepretação dos resultados. Quanto aos procedimentos, na etapa quantitativa
tem-se o uso da técnica de levantamento ou pesquisa survey,
caracterizada pela rapidez, maior número de respondentes e menor profundidade,
dada pela aplicação de um questionário estruturado. Já na etapa qualitativa
tem-se o uso do método de estudo de múltiplos casos, concebida como a análise
semelhante a respeito de objetos de estudo diferentes, com menor quantidade de
respondentes e maior profundidade das análises, nesta pesquisa, aplicada por
meio de entrevistas, realizadas com quatro gestores de empresas do segmento
vestuário premium da cidade de
Cuiabá. Quanto aos objetivos, por descrever o objeto de estudo a fim de
identificar uma relação entre as variáveis, é definido como descritivo (GIL,
2002). Contudo, o autor destaca que algumas pesquisas se aproximam das
pesquisas exploratórias porque “acabam servindo mais para proporcionar uma nova
visão do problema” (GIL, 2002, p. 42).
3.2 Sujeitos da pesquisa
Segundo
Vergara (1998), o sujeito da pesquisa pode ser entendido como o indivíduo que
irá conceder as informações necessárias para a pesquisa. Para etapa quantitativa,
a determinação dos sujeitos deu-se mediante filtragem dos participantes com uso
de uma pergunta-filtro. Ou seja, poderiam participar aqueles que realizaram o
consumo de itens de moda premium nos
últimos seis meses. Quanto ao universo da pesquisa, na etapa quantitativa
deu-se com a contribuição de participantes da cidade de Cuiabá, Mato Grosso,
prioritariamente alunos da Universidade Federal de Mato Grosso, em razão ao
acesso ao público, sendocoletadas46respostas válidas para pesquisa de um total
de 102 questionários respondidos, valor esse considerado como uma amostra de
confiança mínima para casos em que não exista tratamento estatístico amostral.
É importante destacar que esses respondentes foram escolhidos de forma não
probabilística, por serem selecionados pela acessibilidade ou conveniência
(PRODANOV, FREITAS, 2013).
A
etapa qualitativa da pesquisa foi designada a partir de um estudo de múltiplos
casos. Visando proporcionar as oportunidades de aprendizado para o tema, foram
selecionadas quatro empresas atuantes no mercado de moda premium da cidade de
Cuiabá. As empresas foram escolhidas a partir de critérios como tradição no
mercado, desempenho atual e representatividade. As entrevistas foram realizadas
no mês de março de 2019, com três gerentes e um proprietário, cada um
originário de uma das empresas, de forma presencial e com duração média de 30
minutos.
3.3 Coleta de dados
O
instrumento utilizado para coleta de dados na etapa quantitativa foi um
questionário estruturado, composto por questões fechadas, de múltipla escolha e
por questões padronizadas em uma escala tipo Likert. Esse instrumento se
encontra disponível no apêndice A e foi composto por 22 perguntas, agrupadas em
três blocos, tratando sobre o perfil dos respondentes; as características de
compra e o comportamento de consumo e a percepção acerca da moda premium, respectivamente. Já em relação
ao recorte temporal, a pesquisa se caracteriza como de seção cruzada ou corte
transversal (CRESWELL, 2007), visto que os resultados são extraídos pela
interpretação de dados coletados em um ponto no tempo.
Na
etapa de natureza qualitativa, foram realizadas entrevistas em profundidade com
gestores/proprietários de quatro empresas referências em moda premium na cidade de Cuiabá. As
respostas foram coletadas a partir do uso de um roteiro semiestruturado,
disponível no Apêndice B, composto de questões que abordaram a respeito do negócio
premium e das estratégias acerca da
relação entre empresa e consumidor.
3.4 Análise dos dados
A
primeira etapa da análise de resultados foi a etapa qualitativa, elaborada
mediante a transcrição das entrevistas que viabilizaram a análise de conteúdo. Segundo
Moraes (1999), análise de conteúdo é uma técnica que tem por objetivo relatar e
interpretar o principal assunto de um conjunto de documentos, permitindo muito
mais que uma simples leitura, levando a uma reinterpretação e entendimento de
uma mensagem. Para tanto, foram extraídos os principais trechos das
entrevistas, de modo que embasem as discussões acerca dos resultados,
possibilitando também a comparação entre as teorias abordadas no referencial
teórico da pesquisa e o que foi encontrado. Na etapa quantitativa, a análise se
deu por intermédio da tabulação dos dados, computados por meio do software Excel, em que os elementos foram agrupados em tabelas e gráficos para
facilitar a análise e descrição. Além disso, por meio dessa ferramenta foi
possível gerar medidas descritivas acerca dos indicadores obtidos, como média,
moda, mediana e desvio padrão.
Em
seguida, visando realizar uma comparação a fim de averiguar se a diferença de
médias entre os respondentes com relação a faixa etária e gênero dos respondentes,
é estatisticamente significante, utilizou-se o software SPSS (Statistical Packge
for Social Science). O uso desse software
foi realizado, poisa partir dele é possível realizar a verificação da
normalidade das variáveis, de acordo Lopes, Castelo Branco e Soares (2013,
p.61)quando afirmam que “para a verificação da Normalidade por meio dos testes
de Kolmogorov-Smirnov (K-S) e de Shapiro-Wilk (S-W), existem diversas
ferramentas e programas estatísticos, dentre os quais o Statistica lPackage for Social Sciences (SPSS)”. Portanto, por meio
de tal ferramenta, convencionou-se realizar o teste de Shapiro-Wilk (n < 50) já que a amostra de respondentes que se
autodeclararam consumidores premium
foi de 46 pessoas.
Consequentemente,
o resultado do teste de normalidade apresentou significância menor que 0,05 em
todas variáveis, ou seja, foi demonstrando que as variáveis não possuíam
distribuição normal. Assim, fez se necessário aplicar-se o teste de
Mann-Whitney-Wilcoxom, sendo este o mais adequado quando os testes de
normalidade são rejeitados. De acordo com Siegel e Castella (2006), citados por
Santos, Romeiro, Goes e Trigueiro (2017, p. 108), “o teste
Wilcoxon-Mann-Whitney é um dos testes não paramétricos mais poderosos, sendo
uma alternativa muito útil para o teste paramétrico”.
4.
APRESENTAÇÃO
E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1 Etapa 1: histórico, estratégias de marketing e
marcas das lojas
Com
mais de 30 anos de história cada, as lojas Gama e Delta são lojas tradicionais,
originadas na cidade de Cuiabá, sendo a Delta a mais antiga, criada no ano de
1980. Em consonância, 4 anos após a fundação da loja Delta, em 1984 nasce a
loja Gama, por meio da venda de roupas de porta em porta por sua proprietária.
Por outro lado, as lojas Alfa e Beta, são marcas criadas fora do estado de Mato
Grosso, possuindo cada menos de 10 anos no mercado regional. As informações do
perfil das empresas estão sintetizadas no Quadro 3.
Quadro
3 - Perfil
das empresas
Empresa |
Fundação |
Público-alvo |
Principais
produtos |
Alfa |
2014 |
Público masculino a partir de 18 anos de idade. |
Calça jeans, Alfaiataria, camisetas, blazer e
roupas para eventos noturnos |
Beta |
2013 |
Público jovem, masculino e feminino, descolado,
que se identifica com o estilo Rock andRoll.
|
Calças, saias, vestidos de pedraria, peças de
couro, tecidos fluidos e acessórios. |
Gama |
1984 |
Homens e mulheres, acima de 24 anos, das classes
A e B. |
Blusas, camisas, calças e vestidos, no feminino.
Calças, camisas e ternos no masculino. |
Delta |
1980 |
Mulheres de 15 a 90 anos que primem por peças de
roupas amodais e exclusivas. |
Vestidos casuais, saias, blusas e vestidos de
festa. |
Fonte:
dados da pesquisa.
No
primeiro negócio, o entrevistado da loja Alfa destacou a qualidade e os tecidos
utilizados na fabricação das roupas, principalmente por ofertarem o algodão
pima, que é caracterizado como um algodão mais fresco. No caso Beta, o
principal diferencial seria o ambiente da loja, já que a forma como o ambiente
é disposto, o som, a iluminação e o atendimento mais descontraído sugerem que o
consumidor se sinta em uma festa noturna desde o momento da compra. Conforme as
palavras do entrevistado “o ambiente da loja um pouco mais escuro, o som um
pouco mais alto, com músicas mais diferenciadas, já para o público comprar o
produto pensando em ir em uma balada, então ele já está se sentindo nela”. Essa
afirmação vai ao encontro com o que aborda Solomon (2016), quando ressalta a
importância da imagem da loja para o consumo, já que as projeções conscientes
feitas no espaço, como cores, cheiros, iluminação, som e até mesmo a
temperatura são componentes fundamentais para despertar nos consumidores
sensações, intenções e conclusões, podendo estas influenciarem
consideravelmente no consumo.
No
caso Gama, a principal diferenciação revelada pelo entrevistado é o
relacionamento com o cliente, não somente no atendimento durante a compra, mas
sim na manutenção do dia-a-dia. Já para o entrevistado da loja Delta, o
principal diferencial é a exclusividade das peças. Segundo Allères (2000) a
busca por um produto mais original, íntimo, de acesso mais dificultoso é a uma
característica do luxo, sendo essa aquisição mais simbólica do que puramente
para satisfazer uma precisão. Tal convergência entre a visão do entrevistado e
a base teórica, possibilita a inferência de que a compra do vestuário premium se respalda principalmente em
sigmas e símbolos.
No
sentido de entender as tendências e as necessidades do segmento premium, os relatos dos entrevistados
seguiram direções diversificadas. Segundo o entrevistado da loja Alfa, na
realidade de sua loja, a tendência a seguir vai de acordo as coleções ofertadas
pela franquia, acompanhando também as tendências da moda no mercado. Enquanto
que, o entrevistado do caso Beta relatou que apesar de se atentarem as
tendências do mercado, a marca não foge de sua identidade própria, do estilo Rock andRoll. Por outro lado, quanto às
necessidades do segmento, o entrevistado da loja Gama relatou perceber a necessidade
das consumidoras do público feminino de serem “mimadas”, para tanto são
realizadas ações periódicas específicas para clientes, pensando nas pessoas de
modo único. Segundo o que relatou o entrevistado
[...] quando a gente
vende um vestido ou algum outro produto, a gente não vende só isso, a gente
vende muito mais que isso, se passa um conceito, uma experiência, então essa é
a necessidade que se tem no século 21 (vinte e um), de se ter experiências com
o consumidor, é isso que nos faz ter um diferencial, ser um Premium, e ter
ações especificas [...]. (EntrevistadoGama)
Tal relato corrobora com a visão do
consumidor premium como hedonista que
anseia mais por uma experiência maravilhosa, e pelo experimento de sentimentos
e sensações, do que pelo produto em si e seus atributos funcionais (STREHLAU,
2008). Ao mesmo passo, o relato do entrevistado do caso Delta “[...] a gente
nunca mudou o padrão de qualidade do nosso produto, então o cliente tem o
prazer de dizer que está comprando um produto bom [...]”, sustenta a ideia de
que o consumidor premium aposta nessa
compra pela segurança que traz, principalmente no quesito qualidade, de acordo
com Strehlau (2008). Entretanto, a entrevistada também reconheceu que com a
crise econômica que o país passa, a loja teve de se adequar a realidade
econômica, continuar a comprar uma moda com qualidade acima da média e tornar o
preço mais acessível, dentro do padrão do segmento.
Em
se tratando das estratégias de marketing desenvolvidas nas empresas,
excetuando-se o caso Delta que afirmou não utilizar, os demais entrevistados
relataram ter uma ferramenta específica para acompanhamento do comportamento do
consumidor. Ao final de cada venda a ferramenta é alimentada com os dados, as
características do cliente e o que foi adquirido, como forma de traçar o perfil
de compra e auxiliar em vendas futuras. Tal prática pode ser apontada como
utilização de ferramenta de CRM – Customer
Relationship Management.
Assim sendo, a utilização de
ferramenta de CRM como suporte para coleta de informações do consumidor
propicia o desenvolvimento de promoções mais assertivas por parte da loja, e
até mesmo que está consiga desenvolver ações especificas para um consumidor. E
considerando que, segundo Strehlau (2008), o consumidor de luxo deseja ser
único e anseia pela diferenciação e reconhecimento de seus aspectos pessoais, o
uso de tal ferramenta pode ser de grande valia para atingir os clientes com
tais características, dentro deste segmento.
Outra
estratégia a ser considerada foi o desenvolvimento de ações no ponto de vendas,
em que as empresas Alfa, Gama e Delta alegaram praticar tal ato, enquanto que a
empresa Beta alegou não se utilizar desta ação. O entrevistado da loja Alfa
descreveu que, internamente, são feitas campanhas na portaria de entrada do
shopping, distribuição de folhetos e a disposição de painel para foto no dia
dos pais. Externamente são realizadas divulgações na rádio local. Já os
entrevistados dos casos Gama e Delta, mencionaram a constante atualização das
vitrines como principal forma de merchandising.
Com
relação à aplicação de pesquisa de mercado, o entrevistado da loja Alfa
destacou que é aplicada a pesquisa, mas não soube explicar como está ocorre. Já
o entrevistado Beta e Gama, relataram que a pesquisa de mercado é feita dentro
da loja, no decorrer do dia-a-dia, por meio dos atendimentos, mas sem
utilização de ferramenta específica. Por outro lado, o entrevistado Delta
relatou que a pesquisa ocorre por meio dos meios de comunicação, como telefonemas,
a plataforma WhatsApp e Instagram.
Já
em relação as estratégias de precificação em detrimento do segmento, todos os
entrevistados afirmaram considerar o preço praticado em loja como competitivo e
que estes seguem valores padrões do mercado. Vale ressaltar a afirmação do
entrevistado Delta, quando questionado sobre tal assunto “os preços sempre
foram atrativos, mas durante toda a vida, nós sempre lutamos para tirar a
imagem de uma loja de cara, o nosso produto não é caro, ele tem valor, são produtos
de qualidade”, implicando assim a discussão quanto ao valor agregado que o
produto traz. Segundo Strehlau (2008), para o consumidor premium o produto é mais do que o resultado da junção de matérias
primas e custos com produção, ele é embasado na satisfação, emocional, social e
econômica.
Diante da
afirmação de Boone e Kurtz (2009), que realizar esforços para a manutenção de
clientes é muito mais proveitoso economicamente do que perdê-los ou, muitas
vezes, conquistar novos, averiguou-se como as empresas se comportam nesse
sentido. Logo, se tratando da manutenção do relacionamento com clientes fiéis,
todos os entrevistados afirmaram possuir ações com esse intuito. Dentre estas,
presentear o cliente com vinho, carteira e champanhe, em datas comemorativas,
até a oferta de descontos em peças durante o mês de aniversário, a preparação
de um almoço para reunir tal grupo, a venda do produto em formato de
consignação e o envio de carta escrita à mão, agradecendo pelo relacionamento
com a loja e contato continuo por telefone.
As ações relatadas
pelos entrevistados permitem inferir que a visão da teoria está alinhada com a
prática e que a rentabilidade que o cliente fiel pode trazer para a loja é
levada em consideração nas estratégias aplicadas. Com relação aos clientes
potenciais, cabe ressaltar que, o entrevistado Gama foi o único que relatou
possuir um planejamento de ações para que o cliente em potencial cresça e se
torne um fiel, contudo, relatou que tal planejamento estava em fase de
conclusão e, portanto, não poderia ser revelado seu teor.
Quanto à venda por
consignação relatada pelos entrevistados, esta é disposta no formato em que o
vendedor busca o perfil de compra do cliente dentro da plataforma de CRM,
identifica quais são as preferencias deste, seleciona as peças dentro do perfil
e encaminha até o endereço do cliente, conforme afirma o entrevistado Beta,
“[...] a gente leva até o endereço dele para ele provar em casa, sentir o
produto. Porque tem clientes VIP que eles não querem provar na loja”.
No
que diz respeito a estratégias especificas para promoção da marca, todos os
entrevistados afirmaram realizar ações nesse sentido. Sendo que, na realidade
do entrevistado Alfa, a maior parte das ações são incitadas pela franquia,
dentre estas, o “magicday”, evento
que ocorre uma vez ao ano, normalmente em junho ou julho, onde todos os
produtos apresentam 50% de desconto. Já o entrevistado Gama, este relatou que
são realizados uma série de eventos para a promoção, como por exemplo, a festa
dos 35 anos de existência da marca a fim de fazer com que esta seja vista e
lembrada. Em consonância, o entrevistado Delta relatou que a principal forma de
promoção da marca é por meio da participação em eventos sem fins lucrativos,
com intuito de ajudar entidades beneficentes e colocar o nome da marca em
evidência, além da participação em eventos de moda: a loja seleciona algumas
clientes e presenteia-as com as entradas para o evento.
Quanto à loja Beta,
a promoção da marca se dá principalmente pela divulgação na rede social Instagram,
usando também de artistas renomados nas campanhas. Sobre o uso de celebridades
na promoção da marca, Solomon (2016, p. 324) aborda que “o poder das estrelas
funciona porque as celebridades incorporam significados culturais – elas
simbolizam categorias importantes como status e classe social”. Dessa maneira,
a utilização de artistas nas divulgações da marca pode significar uma maior
aceitação e influência, devido ao simbolismo que a celebridade representa,
podendo tornar a promoção mais assertiva. Outras ações pontuais da empresa Beta
que cabem ser destacadas são o “dropyour
jeans”, em que o cliente entrega seu jeans antigo, de qualquer procedência
e em troca recebe desconto em um jeans novo da marca e as promoções
progressivas, de 20% a 40% de desconto, conforme a quantidade de peças
adquiridas.
Em
relação às ações de pós-venda, os quatro entrevistados afirmaram que estas são
desenvolvidas, podendo ser por meio de mensagem ou ligação, com o intuito de
agradecer pela escolha e também avaliar o que o cliente achou do produto. Tal
prática também propicia o envio de cartões, catálogos de novos produtos,
folhetos e entre outros, a fim de manter o cliente informado. Contudo, cabe
ressaltar que, de acordo com o que relatou o entrevistado Gama, o pós-venda não
deve conter o intuito de realizar nova venda, mas sim verificar se o cliente
está satisfeito com o que levou, tendo em vista que, “se você tentar vender,
você não vai vender. Você vende pelo simples fato de ser atencioso com o
cliente, então essa é a diferença”, de acordo com o entrevistado Gama.
Já quanto a
alteração nos canais de venda ou relacionamento com clientes para adaptação da
realidade do mercado, os entrevistados Alfa e Beta alegaram que não ocorreu tal
desdobramento, enquanto que os demais entrevistados afirmaram que sim. Na
realidade do entrevistado Delta, houve um acréscimo de canal de relacionamento,
a criação de uma página na plataforma Instagram, com o sentido de promover o
produto e interagir com o consumidor. Já para o entrevistado Gama, o Instagram
utilizado antigamente pela a loja não seguia um formato profissional. Hoje em
dia, adaptaram para que fosse possível realizar compras por tal plataforma.
Tais mudanças no
comportamento demonstram a movimentação das lojas para se adaptarem a realidade
do mercado e manterem-se competitivas, tendo em vista que, segundo a pesquisa
realizada pela consultoria Pricewaterhouse
Coopers, 77% dos brasileiros percebem o relacionamento desenvolvido
diretamente com as empresas, por meio das redes sociais, como um fator
relevante nas decisões de compra (CHIARA, 2015). Por fim, vale ressaltar que,
apesar de não ter ocorrido alteração no canal de compra ou relacionamento, o
entrevistado Alfa ressaltou que foi necessário fazer alteração no mix de
produtos para poder atender a realidade do mercado regional, em razão do clima
da cidade de Cuiabá. Buscando sintetizar os dados obtidos e com intuito de
facilitar a compreensão acerca das estratégias de marketing, comunicação e
promoção de marca utilizadas pelas lojas, o Quadro 4 sintetiza os resultados da
etapa qualitativa do estudo.
Quadro 4 - Principais estratégias de marketing e
comunicação
Estratégia
de marketing |
Alfa |
Beta |
Gama |
Delta |
Pesquisa
de mercado |
Informou que é feita, mas não foi capaz de
exemplificar como. |
Realizada dentro de loja, por meio dos atendimentos
diários. |
Realizada dentro de loja, por meio dos
atendimentos diários. |
Realizada por meio de ligações, WhatsApp e
Instagram. |
Ações
no ponto de venda |
Distribuição de folhetos na catraca de entrada do
shopping; painel de fotografia no dia dos pais e divulgação em rádio local. |
Não realiza. |
Constante atualização da vitrine |
Constante atualização da vitrine |
Acompanhamento
do comportamento do consumidor |
Realiza o acompanhamento por meio de ferramenta de
CRM |
Realiza o acompanhamento por meio de ferramenta de
CRM |
Realiza o acompanhamento por meio de ferramenta de
CRM |
Não realiza o acompanhamento |
Ação
para manutenção do cliente |
Presenteia em datas comemorativas com carteira,
vinho e desconto em peças. |
Envia carta escrita à mão e realiza venda dos
produtos por consignação. |
Presenteia com champanhe em datas comemorativas e
preparação de almoço. |
Contato contínuo pelo telefone e cortesia para
eventos de moda. |
Promoção
da marca |
Realização do “magic
Day”. |
Divulgação no Instagram por meio de celebridades;
“dropyour jeans” e promoção com
desconto progressivo. |
Realização de festa de 35 anos da marca |
Participação em eventos de moda e patrocínio em
eventos beneficentes. |
Pós-venda |
Realizado por meio de mensagem e ligação. |
Realizado por meio de mensagem e ligação. |
Realizado por meio de mensagem e ligação. |
Realizado por meio de mensagem e ligação. |
Alteração
no canal venda/relacionamento |
Não realizou alteração. |
Não realizou alteração. |
Adaptação do perfil no Instagram a fim de
possibilitar vendas pelo meio. |
Criação de perfil no Instagram |
Fonte: dados da pesquisa.
Desse modo, a
partir dos resultados da etapa qualitativa, que teve como objetivo apresentar e
discutir as estratégias de marketing e de marcas utilizadas pelas lojas
entrevistadas, complementou-se com uma etapa quantitativa com os consumidores
do segmento vestuário premium, apresentada
na subseção seguinte.
4.2 Etapa 2: resultados da pesquisa survey
Em
relação à pesquisa realizada com consumidores de moda premium, esta etapa da coleta de dados foi executada mediante o
emprego de um formulário online, divulgado por redes sociais e para satisfazer
o problema da pesquisa, foi empregada a seguinte pergunta filtro: “Você
consumiu/comprou produtos de moda em vestuário Premium nos últimos 6 meses? ”.
Ao todo, participaram da pesquisa 102 pessoas, sendo que dessas 56 não
realizaram compras de vestuário premium. Estes
responderam apenas as perguntas que caracterizaram a descrição do consumidor,
enquanto os demais, 46, responderam a todas as questões. Desse modo, a primeira
parte dos resultados diz respeito ao perfil socioeconômico dos respondentes da
pesquisa, descrito na Tabela 1.
Tabela 1
- Perfil socioeconômico dos consumidores que realizam ou não compras de
vestuário premium
Variável |
Consumiram |
Não consumiram |
|||||
Respostas válidas |
% |
Respostas válidas |
% |
||||
Gênero |
|
|
|
||||
Masculino |
18 |
39,2 |
15 |
26,7 |
|||
Feminino |
28 |
60,8 |
41 |
73,2 |
|||
Idade |
|
|
|
||||
18 até 25 anos |
21 |
45,6 |
32 |
57,1 |
|||
Acima de 25 anos |
25 |
54,2 |
24 |
42,7 |
|||
Estado civil |
|
|
|
||||
Solteiro |
31 |
67,3 |
38 |
67,8 |
|||
Casado |
12 |
26 |
15 |
26,7 |
|||
Divorciado/Viúvo |
3 |
6,5 |
3 |
5,3 |
|||
Escolaridade |
|
|
|
||||
Fundamental/Médio |
2 |
4,3 |
2 |
3,5 |
|||
Ensino Superior |
27 |
58,6 |
43 |
76,7 |
|||
Pós-graduação |
17 |
36,9 |
11 |
19,5 |
|||
Fonte:
dados da pesquisa.
Segundo
a pesquisa, o perfil dos consumidores premium
é de maior parte mulheres (60,8%), acima de 25 anos (54,2%), solteiras (67,3%),
graduadas (58,6), com renda média de R$ 6.479,00. Já em relação às pessoas que
alegaram não serem consumidoras desse segmento, são em sua maioria mulheres
(73,2%), entre 18 a 25 anos (57,1%), solteiras (67,8), graduadas, com valor
médio de renda de R$ 3.437,27.
A
fim de delimitar o comportamento de compra dos consumidores de vestuário premium, foi proposto que elencassem a frequência
com que realizavam esse tipo de compra, o valor médio gasto e a forma como
tomavam a decisão de compra. Conforme os resultados da Tabela 2, este grupo
costuma realizar compras mensais (32,6%), gastando entre R$ 501 a R$ 2001
(69,6%), cuja compra é mais ou menos planejada (67,4%). Com relação ao local de
preferência para compra e as principais peças adquiridas, dentre as opções
oferecidas, a loja Casa Prado (5 vezes) e a compra de calças (26 vezes) foram
as mais citadas.
No
quesito praça para compra desses produtos, a pesquisa buscou identificar qual
era o principal meio que os consumidores optavam. Conforme a os dados obtidos,
apesar da constante mutação do mercado e a crescente tendência do e-commerce, para os consumidores de
vestuário premium a compra em loja
física (82,6%), ainda é predominante, com relação a compra em loja virtual
(17,4%). Isso pode ser entendido como uma alusão à visão do ato de compra como
uma diversão. Dirigir-se a uma loja não tão somente a fim de adquirir um
produto, mas também fazer disso um momento de recreação, reforçando assim o
conceito da compra hedônica, motivada pelas sensações, emoções e prazeres
(URDAN; URDAN, 2013).
Tabela 2 - Perfil de compra dos consumidores premium
Variável Respostas
válidas %
Frequência de compra
Semanal
1
2,2
Mensal 15 32,6
Bimestral
10
21,7
Trimestral
14 30,4
Semestral 5 10,9
Anual
1 2,2
Valor gasto nos
últimos 6 meses
Entre R$ 150 até
R$500
7
15,2
Entre R$501 até
R$2001
32 69,6
Acima de R$ 2002
7
15,2
Decisão de
compra
Bem
planejada 10 21,7
Mais ou menos
planejada
31
67,4
Sem nenhum planejamento 5 10,9
Total
46
100
Fonte:
dados da pesquisa.
Do
mesmo modo, Leivy e Weitz (2000), citado por Gomes de Sá e Marcondes (2010, p.
517) corroboram apresentando o entendimento que “mais do que um lugar apenas
para comprar produtos, as lojas tornaram-se um local onde são oferecidas
experiências excitantes para atrair e reter os clientes”. Logo, convém destacar
que, de acordo com os resultados apresentados, a compra pelo meio físico ainda
é a primeira escolha do consumidor, possibilitando inferir a relevância desse
ambiente para a experiência de compra.
Com
intuito de investigar como os consumidores de moda premium percebem as necessidades que os levam a tal ato de compra,
foi solicitado que escolhessem em uma escala de concordância quais pontos
consideravam mais relevantes nesse caso. Os resultados dos respectivos pontos
estão apresentados na Tabela 3.
Tabela 3 - Necessidades que levam ao ato de compra
Variáveis |
Média |
Moda |
Desvio padrão |
Mediana |
Renovar o
guarda-roupa |
3,78 |
5 |
1,41 |
4 |
Estar na moda |
2,5 |
1 |
1,41 |
2 |
Acompanhar
os amigos |
1,93 |
1 |
1,25 |
1 |
Eventos e festas |
3,93 |
5 |
1,20 |
4 |
Alteração no
tamanho do manequim |
3,47 |
5 |
1,41 |
4 |
Melhorar o humor |
2,60 |
1 |
1,45 |
2,5 |
Fonte:
dados da pesquisa.
De
acordo com as médias, foi constatado que “Eventos e festas” (3,93), “Renovar o
guarda-roupa” (3,78) e “Alteração no tamanho do manequim” (3,47) foram
respectivamente as principais necessidades que estimulam a compra. Já “Melhorar
o humor” (2,60), “Estar na moda” (2,5), e “Acompanhar os amigos” (1,93) foram
marcados como as variáveis de menor relevância.
Portanto,
a compra de roupas quando as antigas não lhe servem mais ou apresentam grande
desgaste, representam a tentativa de suprir as necessidades básicas, enquanto
as demais variáveis simbolizam as necessidades sociais que só virão a ser
supridas conforme o ser humano satisfaz as primárias. Cabe destacar também que,
nesse caso, as respostas tiveram inclinação aos extremos, já que, ou houve
concordância máxima, ou discordância máxima, a partir da análise da moda. Por
fim, pode-se inferir que a variável que possui o maior desvio padrão foi a de
“Melhorar o humor” (1,45), o que implica afirmar que houve maior nível de
discordância entre as respostas. Por outro lado, a variável “Eventos e festas”
foi a que apresentou o menor nível de desvio padrão (1,20), indicando menor
dispersão nas respostas.
Em
consonância, a seguinte pergunta buscava identificar quais eram as variáveis
com o maior nível de associação por parte dos consumidores com relação à compra
(Tabela 4).
Tabela 4 - Variáveis de associação ao ato de compra
Variáveis |
Média |
Moda |
Mediana |
Desvio
padrão |
Necessidade |
3,80 |
5 |
4 |
1,27 |
Lazer |
3,08 |
3 |
3 |
1,36 |
Tendência em
seguir a moda |
2,63 |
1 |
2,5 |
1,33 |
Desejo |
3,93 |
5 |
4 |
1,23 |
Ato
impulsivo |
2,86 |
4 |
3 |
1,30 |
Um desconforto |
2,08 |
1 |
2 |
1,18 |
Fonte:
dados da pesquisa.
Segundo
os dados relatados (Tabela 4), foi possível identificar que as variáveis de
associação com o ato de compra com maior índice de concordância foram “Desejo”
(3,93), “Necessidade” (3,80) e “Lazer” (3,08).As variáveis “Necessidades” e
“Desejos” são as que apresentam um dos menores desvios (respectivamente 1,27 e
1,23) e maiores médias, tornando-se as principais em termos de concordância da
maioria dos respondentes quando se associa ao ato da compra. Tais resultados
podem levar a inferência de que, dentro das associações feitas pelos
consumidores, há fragmentos do que Solomon (2016)demonstra como processo de
compra por meio de necessidades utilitárias e hedônicas. As necessidades
utilitárias se dão pela obtenção de produtos que entreguem benéficos funcionais
e práticos, focando nas características tangíveis e mensuráveis, o que sugere
sua presença na associação feita a variável “Necessidade”. Por sua vez, as
variáveis “Desejo” e “Lazer” representam a associação com as necessidades
hedônicas, que contém o intuito de obter experiências, sensações e
manifestações de desejos relacionados com fatores pessoais do consumidor por
meio da aquisição do produto. Contudo, apesar do atributo “Lazer” demonstrar
uma média alta, ao mesmo tempo também foi atribuído o maior desvio padrão
(1,36), confirmando que houve dispersão nas respostas.
Quanto
às variáveis que receberam o maior nível de discordância, estas foram “Ato
impulsivo” (2,86), “Tendência a seguir” (2,63) e “Desconforto” (2,08). Cabe
salientar que a variável “Desconforto”, além de obter a menor média, também
apresentou o menor desvio padrão (1,18), indicando uniformidade na compreensão
dos respondentes de que o ato de compra não representa um incômodo. Isso reforça
os resultados apresentados anteriormente a respeito das necessidades hedônicas
no processo de compra, destacadas nesse caso. Além dos resultados já
apresentados, a fim de entender os fatores que influenciam o ato de compra no segmento,
foi proposto que avaliassem em grau de concordância os seguintes atributos,
conforme exposto na Tabela 5.
Tabela 5 -Fatores de influência na compra
Variáveis |
Média |
Moda |
Mediana |
Desvio padrão |
Preço |
4,02 |
5 |
4 |
1,06 |
Comodidade |
4,11 |
5 |
4 |
1,03 |
Localização |
3,67 |
5 |
4 |
1,31 |
Amigos |
2,37 |
1 |
2 |
1,37 |
Família |
2,35 |
1 |
2 |
1,32 |
Design/estilo |
4,11 |
5 |
4,5 |
1,15 |
Promoções |
4,15 |
5 |
5 |
1,15 |
Variedade |
4,04 |
5 |
4 |
1,17 |
Exclusividade |
3,22 |
3 |
3 |
1,38 |
Fonte:
dados da pesquisa.
Por
meio das médias, averiguou-se que as variáveis “Promoções” (4,15),
“Design/estilo” (4,11), “Comodidade” (4,11), “Preço” (4,02) e “Variedade”
(4,04) são as principais influenciadoras do ato de compra dos respondentes,
servindo a medida moda (todas 5) como forma de embasar tão constatação. Além de
que, foi atribuído o menor desvio padrão (1,03) a variável “Comodidade”,
demonstrando o baixo nível de dispersão na resposta e possibilitando inferir
que a comodidade no momento de compra é relevante. Destaca-se ainda o desvio
padrão menor (1,15) da variável “promoções”, que anotou a maior média,
indicando ser a variável que mais converge à opinião da maioria dos
respondentes.
Entretanto,
cabe ressaltar que, embora a teoria se valha do entendimento que o preço
monetário elevado de um produto de luxo não é de suma relevância no processo de
compra, pois o que mais se estima é valor percebido pelo consumidor (STREHLAU,
2008), os resultados obtidos apontam discrepância, já que a variável em questão
aparece como forte influenciadora. Além
do “Preço”, a eleição da variável “Promoção” como atributo de relevância
fortalece a percepção de que independente da classe social, os consumidores
sentem-se mais inclinados a compra quando está envolve produtos em promoção ou
com descontos consideráveis (IBOPE, 2012).Quanto à influência na compra por
parte de grupos sociais, Bonne e Kurtz (2009) apresentam a família como um dos
principais núcleos que interferem na decisão de compra por meio da interação
contínua e íntima, levando o influenciado a pender pela opção que já é de conhecimento
do grupo. Entretanto, quanto confronta-se tal pensamento teórico com os
resultados da pesquisa, percebe-se que os consumidores rejeitam tal hipótese,
já que as variáveis “Família” (2,35) e “Amigos” (2,37) apresentaram menores
médias. Por fim, a variável “Exclusividade”, também foi uma das que apresentou
as menores médias (3,22), todavia, foi o atributo com maior desvio padrão de
(1,38), representando assim maior nível de dispersão na resposta.
Com
relação à fidelidade de marca, em uma das questões foi indagado se os
respondentes se consideravam fiéis a apenas uma. O resultado apresentado foi de
que 78,3% não se consideram fiéis, enquanto 21,7% se consideram. Em relação à
marca, Keller (2001) entende que ela é uma possível fonte benefícios para a empresa,
constituindo assim a fidelidade de clientes e maior estabilidade frente ao
mercado. A pesquisa realizada pela Bain&Company mostrou que os consumidores
se tornaram menos fiéis às marcas em comparação aos dados de 2012 (RIBEIRO,
2015). Diante disso, os resultados citados, reafirmam a tendência de que os
consumidores estão cada vez mais se afastando do envolvimento fiel com uma
única marca. Por outro lado, com relação aos 21,7% que afirmaram serem fiéis a
uma marca, foi proposto que avaliassem quais fatores condicionavam-nos a
fidelidade, conforme a Tabela 6.
Tabela 6 - Atributos para fidelidade a marca
Variáveis |
Média |
Moda |
Mediana |
Desvio padrão |
Status |
2 |
1 |
1,5 |
1,15 |
Preço |
3,3 |
5 |
3,5 |
1,70 |
Qualidade |
4,9 |
5 |
5 |
0,32 |
Loja |
4,3 |
5 |
5 |
1,06 |
Atendimento |
4,4 |
5 |
5 |
0,97 |
Design/estilo |
4,3 |
5 |
5 |
1,06 |
Costume e
tradição |
4,1 |
5 |
4,5 |
1,29 |
Confiança |
4 |
4 |
4 |
1,25 |
Fonte:
dados da pesquisa.
Segundo
os dados obtidos, com o menor desvio padrão (0,32) e a maior média (4,9), a
variável “Qualidade” foi eleita pelos respondentes como o atributo mais
relevante para o comportamento de fidelidade para com uma marca. Esse resultado
vai de acordo com Roux e Lipovetsky (2005) quando relatam que uma marca de luxo
é reconhecida por meio da entrega de um produto com altíssima qualidade, de
fácil reconhecimento e associação, preço elevado e estilo único.
Consequentemente, é aceitável o entendimento de que as marcas que utilizam de
matérias-primas e insumos de melhores condições, podendo resultar em produtos
de qualidade acima da média, serão mais propensas a fidelizar seus clientes.
Com
relação as demais variáveis, “Atendimento” (4,4), “Costume e tradição” (4,1),
“Confiança” (4), “Loja” (4,3) e “Design/estilo” (4,3),todas apresentam médias
acima de 4, possibilitando relacionar ao que aborda Castaré de (2005) citado
por Pianaro e Marcondes (2010),em que a legitimidade de uma marca não se dá
somente pelo produto ofertado, mas também pela sua distribuição, sua
comunicação, sua história e procedência, o design, a originalidade e o estilo
em sua apresentação. Por outro lado, as variáveis que apresentaram as menores
médias foram “Preço” (3,3) e “Status” (2), cabendo ressaltar a divergência
entre o resultado aqui obtido e a média da variável “Preço”. Na Tabela 5, este
demonstrou-se como uma variável de relevância na influência de compra, e nesta
seção não é reconhecido da mesma forma pelos consumidores que se consideram
fiéis a uma marca. Entretanto, está variável foi a que apresentou o maior
desvio padrão (1,70), o que faz jus ao entendimento de que o resultado não foi
harmônico, apresentando maior nível de dispersão entre os respondentes.
Em
relação aos atributos para avaliação do pós-compra dos produtos premium, as variáveis (Tabela 7) que
obtiveram grau mais elevado de concordância foram “Durabilidade” (4,48) e
“Conforto” (4,48), que também apresentam o menor desvio-padrão (0,86),
indicando maior grau de concordância. Em terceiro, tem-se a variável
“Design/estilo” (média 4,13 e desvio padrão 1,13). Os resultados vão em
consonância com a alegação de que a percepção do valor do luxo, em sua dimensão
funcional, é dada por meio de atributos como a qualidade, originalidade,
conforto e durabilidade do produto, estes sendo impulsionadores de seu consumo,
conforme propõem Sheth, Newman e Gross (1991).
Tabela 7 - Atributos para avaliação do pós-compra
Variáveis |
Média |
Moda |
Mediana |
Desvio padrão |
Durabilidade |
4,48 |
5 |
5 |
0,86 |
Praticidade no manuseio |
4,04 |
5 |
4 |
1,13 |
Design/estilo |
4,13 |
5 |
4 |
1,09 |
Estar na moda |
3,02 |
2 |
3 |
1,39 |
Elogios dos
amigos e familiares |
2,98 |
1 |
3 |
1,51 |
Atendimento pós-compra |
2,83 |
1 |
3 |
1,52 |
Conforto |
4,48 |
5 |
5 |
0,86 |
Fonte:
dados da pesquisa.
Isto
posto, por meio dos resultados é possível inferir que no pós-compra o
consumidor não deixa de avaliar o desempenho do vestuário quanto ao estilo e
sua representação visual, já que o atributo “Design/estilo” aparece com média
4,13, todavia, percebe-se que o consumidor premium
considera mais relevante averiguar se o produto correspondeu às expectativas de
conforto e durabilidade, do que constatar se este segue ou não as tendências da
moda, de acordo com o desempenho da variável “Estar na moda” (3,02). Vale
ressaltar também, que o “Atendimento pós-compra”, apresentou a menor média
(2,83) entre todos os elementos, entretanto, seu desvio padrão foi o mais alto
(1,52), sinalizando a divergência na distribuição das respostas. Ademais, com
intuito de entender o que o vestuário premium
simboliza para o consumidor, foi proposto que estes elegessem os atributos de
acordo com o grau de concordância e discordância com as suposições. Segundo os
dados da Tabela 8, as variáveis eleitas que apresentaram alto nível de
concordância foram “Qualidade” e “Apenas uma compra comum”, com médias 4,54 e
3,80, respectivamente.
Segundo
a pesquisa realizada por Pianaro e Marcondes (2010), a compra do produto de premium pode simbolizar a ânsia por
pertencimento a grupos, poder, o aumento de autoestima, graciosidade,
sofisticação e diferenciação. Contudo, as variáveis “Status” (2,61), “Poder”
(2,35), “Inclusão em grupos” (2,20) e “Realização” (2,98), aparecem todas
abaixo de 3, indicando maior discordância por parte dos consumidores. Infere-se
que para os respondentes da pesquisa, as características que a teoria aborda
não ressaltam a simbolização do mercado premium.
Por
outro lado, a média atribuída a “Qualidade” (4,54) demonstrou que os
consumidores identificam tal atributo como a mais alta personificação do
significado dosegmento, servindo o valor do desvio padrão que a variável obteve
(0,89) como forma de confirmar tal resultado, já que apresenta maior nível de
harmonização. Tal constatação vai ao encontro com Allérés (2000) quando afirma
que o produto de luxo deve possuir qualidades intrínsecas constituídas acerca
da utilização de uma técnica de fabricação sublime. Se respaldando na riqueza
dos materiais escolhidos, quer seja no afinco inventivo das formas, na estética
e na qualidade dos materiais ou até mesmo no empenho da originalidade da
produção. Cabe ressaltar que, mesmo a variável “Apenas uma compra comum” tendo
recebido uma das maiores médias (3,80), foi a que apresentou o maior desvio
padrão (1,42).
Tabela 8 - Simbolização do mercado de vestuário premium
Variáveis |
Média |
Moda |
Mediana |
Desvio padrão |
Status |
2,61 |
1 |
2,5 |
1,36 |
Poder |
2,35 |
1 |
2 |
1,30 |
Qualidade |
4,54 |
5 |
5 |
0,89 |
Inclusão em grupos |
2,20 |
1 |
2 |
1,20 |
Realização |
2,98 |
4 |
3 |
1,39 |
Apenas uma compra comum |
3,80 |
5 |
4 |
1,42 |
Fonte:
dados da pesquisa.
Por fim, utilizando-se do teste de
Mann-Whitney, foi realizada uma comparação entre as variáveis contidas nas
dimensões “Necessidades que levam ao ato de compra”, “Associação ao ato de
compra”, “Influência no ato de compra”, “Atributos para fidelidade à marca”,
“Atributos para avaliação do pós-compra”, “Simbolização do mercado de vestuário
premium”, e a correspondência quanto
ao gênero e faixa etária dos respondentes. Após a obtenção desses resultados,
as variáveis das dimensões acima que demonstraram diferença significativa nas
respostas, ou seja, nível de significância menor que 5%, estão apresentadas na
Tabela 9.
Em
linhas gerais, quanto à comparação entre as dimensões e gênero, apenas variável
“Exclusividade” apresentou diferença significativa. O que possibilita inferir que há uma maior
concordância por parte do público masculino com relação a essa variável como
maior influência na compra, já que as médias foram de 3,72 para homens e 2,89
para mulheres. Tal constatação vai ao encontro com Solomon (2016), quando
aborda que, com relação à gratificação de desejos por meio do luxo, o núcleo é
formado por pessoas mais jovens, com maior presença de homens, em que “esse
grupo se dispõem a pagar mais por produtos que expressem sua individualidade e
os façam ser notados pelas outras pessoas” (SOLOMON, 2016, p. 465). Nas demais
dimensões, e suas respectivas variáveis, não foram constatadas diferença
significativa entre homens e mulheres.
Tabela 9 -
Diferenças significativas entre as médias por gênero, faixa etária e as
variáveis das dimensões
Dimensão /
variável
Média
Valor do teste e da significância |
Influência
no ato de compra/ Homem: 3,72
Z = -1,993 Exclusividade Mulher: 2,89 Sig. 0,046 |
Associação
do ato de compra/
Até 25 anos: 2,48 Z =
-2,20 DesconfortoAcima
de 25 anos: 1,76 Sig. 0,028 |
Necessidade que levam ao ato de compra/ Até 25 anos: 4,24 Z =
-2,536 Quando preciso renovar o guarda roupaAcima de 25
anos: 3,40 Sig. 0,011 |
Atributos na
avaliação no pós-compra/ Até 25 anos: 4,81 Z = -2,628 Durabilidade
Acima de 25 anos: 4,20 Sig.
0,009 |
Influência no ato de compra/ Até 25 anos:
2,86
Z = -2,425 FamíliaAcima de 25 anos: 1,92 Sig. 0,015 |
Influência
no ato de compra/ Até 25 anos:
4,62
Z = -2, 613 Design/estiloAcima
de 25 anos: 3,68
Sig. 0,009 |
Influência no ato de compra/ Até 25 anos:
3,71
Z = -2,144 ExclusividadeAcima de 25 anos: 2,80 Sig. 0,032 |
Simbolização
do mercado de
Até 25 anos: 4,43 Z =
-2,623 Vestuário premium/ Acima de 25 anos: 3,28 Sig. 0,009 Apenas uma compra comum |
Fonte:
dados da pesquisa.
Em
relação à comparação por idade, apenas a dimensão “Atributos para fidelidade à
marca” não anotou nenhuma variável com diferença significativa nos testes. Nas
demais dimensões, houve ao menos uma variável com diferença significativa,
conforme a Tabela 9. Desse modo, pode-se inferir que os respondentes com idade
de até 25 anos concordam mais que o ato de compra é capaz de ser associado a um
desconforto (2,48), que renovar o guarda roupa é uma necessidade que leva ao
consumo (4,24), que a durabilidade de um produto é um fator relevante na avaliação
do pós-compra em uma loja (4,81), que a família (2,86), o design e estilo
(4,62) e a exclusividade (3,71) são atributos relevantes que influenciam a
decisão e que a compra em uma loja de vestuário premium simboliza uma compra comum (4,43). Por outro lado, os
resultados encontrados para os mais velhos (acima de 25 anos) foram o oposto,
principalmente quanto a tradução da compra no mercado premium como meramente um compra comum, já que este foi o atributo
que apresentou a maior diferença entre as médias. Sendo 4,43 para os mais
jovens, versus 3,28 para os
respondentes acima de 25 anos.
Esse
resultado converge com o que a autora Strehlau (2008, p. 69) aborda quando traz
a alegação que “a idade influencia a compra, não apenas pelo valor aquisitivo,
mas porque a percepção do que é um luxo ou uma necessidade é influenciada pelo
momento histórico que compartilham”, o que reforça o resultado acima de que os
consumidores acima de 25 anos possuem mais sensibilidade na percepção do que o
mercado de vestuário premium
simboliza. Por fim, os resultados obtidos possibilitam a inferência de que os
mais jovens fazem parte de um grupo mais sensível às mudanças, que priorizam o
estilo e design do vestuário, já que este pode ser visto como uma forma de
representar suas características únicas e até mesmo transmitir uma mensagem
quanto à personalidade de quem usa (SILVA, 2008). Além disso, percebem a
influência que a exclusividade do produto pode ter na decisão de compra e como
tal ato pode ser relacionado a um desconforto. Essas características vão ao
encontro ao que abordam ou autores Monteiro e Leite (2019), quando afirmam que
a geração Y (nascidos entre 1988 a 2000) convivem a todo instante com a
tecnologia e seus desenvolvimentos, são mais propensos a aceitarem a diversidade,
possuem personalidade marcante, movidos pela inquietação, autoconfiança,
ousadia, rapidez e em partes aversão as regras.
4.3 Análise das convergências e divergências da
visão das empresas versus visão do
consumidor
Com propósito de
melhor entender em quais pontos a visão do consumidor se encontra e se
distancia da percepção dos empresários, desenvolveu-se este subitem contrapondo
os resultados encontrados entre ambos. O
primeiro ponto que cabe destacar é o preço dos produtos ofertados. Embora nos relatos
dos entrevistados ainda se encontre a fala de o preço não é o primordial na
aquisição o produto premium, pode-se
identificar um movimento de adaptação deste com a realidade do mercado, tendo
em vista a fala do entrevistado Delta, quando relata que foi preciso buscar
novos meios de continuar ofertando um vestuário com a qualidade praticada no
segmento e ao mesmo tempo se ajustar aos tempos de crise.
Tal
ponto converge ao resultado obtido na pesquisa de comportamento do consumidor,
já que nas mensurações a variável “preço” foi apontada como um fator relevante no
quesito influência na decisão de compra. Em consonância, o atributo “promoções”
obteve a maior média na avaliação do consumidor, demonstrando a importância que
esse público atribui a oferta de promoções como agente influenciador de
compras. Não obstante, foi possível identificar na fala dos entrevistados ações
de promoções a fim de promover a marca, como por exemplo, o “magicday” do entrevistado Alfa e o “dropyour jeans” do entrevistado Beta, o
que pode ser entendido como um alinhamento das empresas com a demanda do
mercado.
Quanto
à exclusividade, a visão do consumidor e dos entrevistados se divergem,
enquanto as lojas entendem a exclusividade de seus produtos como diferencial e
atributo de relevância na escolha, para os consumidores tal variável não é de
suma relevância, dando principal enfoque ao design/estilo do produto e a
comodidade no ato de compra. No quesito loja, segundo o que relatou o
entrevistado Beta, a loja física e seu ambiente em si podem ser considerados como
uma forte característica para despertar e atrair a atenção do cliente. Esse
resultado converge com o desempenho que a variável “loja” teve na mensuração e
também na escolha do consumidor em optar pela loja física como principal canal
de compra de vestuário premium, ao
invés dos meios virtuais.
Outro
ponto que cabe destacar é a divergência entre a visão do consumidor quando a
simbolização do mercado premium e a
dos entrevistados. Os empresários alegaram entender que a compra nesse mercado
representa mais que uma aquisição, é a obtenção de um conceito, uma experiência
por meio do produto, segundo o que relatou o entrevistado Gama. Enquanto que,
para os consumidores, principalmente aqueles de até 25 anos, a compra nesse
segmento representa apenas uma compra comum. Entretanto, vale ressaltar que os
consumidores acima de 25 anos se mostram mais sensíveis na percepção dos traços
que envolvem essa compra, de acordo com o resultado obtido no teste de Mann-Whitney.
Cabe
ressaltar também a visão do atendimento como atributo de relevância tanto para
os consumidores como para as lojas. De acordo com os entrevistados, o
investimento no relacionamento com o consumidor fiel é primordial para que este
continue mantendo laços com a loja, para tanto, justificasse o desenvolvimento
de ações especificas para o grupo. Da mesma forma, na percepção do consumidor
sobre os principais atributos que levam a fidelização de marca, o atendimento
apareceu como uma das variáveis com maiores médias, reforçando o encontro das
ideias entre ambos.
Por
fim, o principal ponto de convergência entre os atores foi à percepção da
qualidade do produto e durabilidade como fator de máxima importância para o
segmento. De acordo com os entrevistados, a qualidade do produto premium, sendo estárelacionada a
tecidos, processos, design e disposição em loja, justificam o preço praticado
no mercado. Em consonância, é possível inferir que os consumidores se sujeitam
a tal preço por justamente entenderem que, o que se é pago retorna em forma de
valor agregado pela qualidade despendida pelo vestuário e seu tempo de duração.
5.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A presente pesquisa foi elaborada
com o objetivo principal de entender e analisar o comportamento de compra e
consumo no segmento vestuário de marcas premium.
Nesse caso, pode-se constatar que o objetivo foi atingido, tendo em vista que
foi possível identificar as necessidades que levam ao ato de compra, as
variáveis de associação a tal ação, os fatores que influenciam a decisão, os
atributos que levam a fidelidade de marca e que são considerados na avaliação
pós-compra e a simbolização do mercado premium
para os consumidores.
Como resposta a questão problema,
identificou-se que o comportamento de compra do consumidor se dá por meio de
compras mensais, mais ou menos planejadas, principalmente em calças. Quanto as
estratégias utilizadas pelas lojas, pode-se ressaltar o acompanhamento do
comportamento dos clientes por meio de ferramenta de CRM, ações de manutenção
como presentear o cliente em datas comemorativas, oferecimento de almoço para
interação e a oferta de cortesias para participação em eventos de moda. Cabe
destacar também, as ações para promoção da marca, por meio de celebridades,
eventos que proporcionam 50% de desconto em toda loja, promoções progressivas,
realização de festa de aniversário da marca e a participação em eventos
beneficentes. Além da realização do pós-venda por meio de mensagens e
telefonemas, buscando perceber a satisfação do cliente com o produto e avaliar
o atendimento despendido.
No quesito resultados mais
significativos, destaca-se a percepção do consumidor de que as principais
necessidades que levam ao ato de compra são a carência de renovar o
guarda-roupa devido ao desgaste ou alteração do manequim e em razão de eventos
e festas. Tal ato de compra foi associado predominantemente ao desejo, ao lazer
e a necessidade, cabendo ressaltar o preço, a comodidade e as promoções
ofertadas como principais influenciadoras para o consumo. Na fidelidade de
marca, os consumidores alegaram que os atributos que mais contribuem para tal
ato são a qualidade do produto ofertado, a loja, o atendimento despendido, o
design e estilo da roupa e a tradição e costume que a loja possui. Em
consonância, no pós-venda, o que mais se considera é a durabilidade do produto,
sua praticidade no manuseio e o conforto que este traz. Não obstante, os
consumidores afirmaram que a principal simbolização do mercado premium em sua visão é de que este
representa a qualidade.
Entretanto, quando comparada as
respostas dos consumidores quanto a diferenciação de gênero e idade,
encontraram-se algumas discrepâncias entre os resultados. Para os consumidores
de até 25 anos, o design e estilo, a durabilidade do produto, a percepção do
ato de compra como um desconforto, a visão dessa compra em razão da necessidade
de renovar o guarda-roupa e a exclusividade do produto como influenciador do
consumo, são mais intensos. Cabendo evidenciar que dentro do atributo do que é
exclusivo, para o gênero masculino essa característica é mais relevante do que
para o feminino. Enquanto, para os consumidores acima de 25 anos, realizar uma
compra no segmento premium tem mais
significado do que para os mais jovens.
Quanto as limitações observadas na
pesquisa, essas dizem respeito as demais vertentes que englobam o segmento
como, os atributos “elegância”, “bem-estar” e” investimento” que poderiam ter
sido adicionados como opções de variáveis que simbolizam o segmento, além da
averiguação sobre como é dada a busca de informações, no momento de compra, por
parte do consumidor. A inclusão de tais pontos poderia propiciar uma
investigação mais a fundo, gerando informações mais precisas a acerca do
comportamento de compra. Cabe destacar que,
utilizando-se da ferramenta questionário como levantamento de dados, o que os
respondentes expõem como verdade, nem sempre pode ser caracterizado como
realidade, portanto, sugere-se que em estudos futuros sejam realizados
observações e experimentos, a fim de obter as respostas mais legítimas
possíveis. Outra limitação que vale ressaltar é o tamanho da amostra e a
escolha não probabilística, sugerindo-se para estudos futuros que a apuração
seja feita em meio a uma amostra maior, podendo realizar comparações entre
o comportamento de compra do segmento premium
e a compra de massa, entre o comportamento no gênero feminino e masculino,
acerca de variadas faixas etárias e comparações entre as características
encontradas nos respondentes da cidade de Cuiabá e outras cidades.
Finalmente,
o estudo oferece contribuições para o estabelecimento de estratégias mais
apropriadas para o atendimento do consumidor, além de possibilitar que sejam
revistas as estratégias já executadas a fim de identificar quais realmente
geram o resultado esperado. Sob o ponto de vista dos consumidores, a pesquisa
propicia que tenham suas demandas mais bem atendidas, tendo em vista que
permite um desenvolvimento e ampliação no nível de serviço ofertado por parte
das empresas. Consequentemente, destaca-se a relevância para o meio acadêmico,
considerando que o tema tratado pode ser utilizado como referência nesse
assunto, já que nesta região não se verifica uma abundância de estudos nessa
mesma linha de raciocínio e este espelha as características específicas do
local.
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