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5, n. 3, Setembro-Dezembro/2021 This work is licensed under a Creative
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GESTÃO
POR COMPETÊNCIA: Uma análise do estado da arte da produção científica sobre as
práticas na administração pública no Brasil
Juliane Thibes Kreisig
http://lattes.cnpq.br/9065613550214058
https://orcid.org/0000-0003-4222-2173
Universidade Federal de Santa Maria
Gramado, Rio Grande do Sul, Brasil
Edilson Santos Braga
bragasantos.edilson@outlook.com
http://lattes.cnpq.br/8550804647991853
https://orcid.org/0000-0002-5880-3100
Universidade Federal de Santa Maria
Rondonópolis, Mato Grosso, Brasil
Filipe Luiz Mendanha Silva
http://lattes.cnpq.br/0828124377089272
https://orcid.org/0000-0002-1056-9183
Universidade Federal de Santa Maria
Itabirito, Minas Gerais, Brasil
Breno Augusto Diniz Pereira
http://lattes.cnpq.br/8919338859562451
https://orcid.org/0000-0001-7387-5033
Universidade Federal de Santa Maria
Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil
RESUMO
Gestão por Competências (GPC) é um modelo de gestão que visa gerenciar e desenvolver, com excelência, as habilidades técnicas e comportamentais dos indivíduos, identificando os perfis dos funcionários, seus pontos fortes e oportunidades de melhoria, suprindo lacunas e agregando conhecimento. Este artigo teve como objetivo analisar o estado da arte da produção científica sobre as práticas de gestão por competências na administração pública brasileira entre os anos de 2011 a 2020. Trata-se de uma pesquisa exploratória, do tipo bibliográfica. As buscas se deram na base de dados do Google Scholar, aplicando-se os seguintes filtros: idioma, recorte temporal, classificar por relevância, página em português, incluir citação. Optou-se por artigos com no mínimo 7 citações o que gerou 41 artigos. Foi realizada uma leitura e eliminado os que não tinham relação direta com a temática, restando, portanto, 15 artigos que subsidiaram as análises desta pesquisa. Os resultados evidenciam a importância da GPC na administração pública, por meio de um ganho estratégico significativo, que impulsiona as instituições, entretanto, traz como contrapontos desafios a serem lapidados para melhor implantação, tais como, a conceituação das competências, a dificuldade de diálogo com setor de planejamento e Recursos Humanos, a otimização dos gastos com capacitação e uma melhor avaliação da sua força de trabalho.
Palavras-chave: Gestão por Competências; Administração Pública; Gestão de Pessoas.
MANAGEMENT BY COMPETENCE: An analysis of the state of the art of scientific production on practices in public administration in Brazil
ABSTRACT
Competence Management (GPC) is a management model that aims to manage and develop, with excellence, the technical and behavioral skills of individuals, identifying employee profiles, their strengths and opportunities for improvement, filling gaps and adding knowledge. This paper aimed to analyze the state of the art of scientific production on competency management practices in Brazilian public administration between 2011 and 2020. This is an exploratory research, of the bibliographic type. The search took place in the Google Scholar database, applying the following filters: language, time frame, sort by relevance, page in Portuguese, include citation. Papers with at least 7 citations were chosen, which generated 41 papers. A reading was carried out and those that were not directly related to the theme were eliminated, leaving, therefore, 15 papers that supported the analysis of this research. The results show the importance of GPC in public administration, through a significant strategic gain, which drives the institutions, however, it brings as counterpoints challenges to be refined for better implementation such as, the conceptualization of competences, the difficulty of dialoguing with the planning and Human Resources sector, the optimization of training expenses and a better assessment of its workforce.
Keywords: Competence Management; Public administration; People management.
Submetido:
22/12/2021
Revisões Requeridas:
30/12/2021
Aceito:
30/12/2021
Publicado:
31/12/2021
1 INTRODUÇÃO
O advento da globalização trouxe mudanças na forma de agir das organizações. Os acontecimentos políticos
e econômicos, a maior cobrança por parte dos usuários, o foco do governo para o desenvolvimento social, os novos
modelos de liderança e gestão, são algumas das mudanças com as quais as
organizações públicas vêm tendo que lidar há mais de uma década (MASCARENHAS,
2008). Neste contexto, surge a estratégia de utilizar a Gestão por Competências
(GPC) como uma forma de trazer maior eficácia para as instituições
públicas, trazendo a junção de processos individuais
e coletivos de forma a contribuir para o desenvolvimento e melhor desempenho
organizacional.
A GPC é um sistema da área
de gestão de pessoas, capaz de identificar e gerir perfis profissionais com
intuito de gerar um maior retorno a uma empresa ou instituição. Esse sistema
trabalha com a identificação dos pontos em destaque e das oportunidades de melhoria
no perfil do funcionário, suprindo lacunas e agregando conhecimento (BRANDÃO;
GUIMARÃES, 2001). No Brasil, esse sistema de gestão de pessoas tornou-se um
referencial para o setor público federal, a partir da publicação do Decreto
nº5.707/06, que instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal, a
ser implementada pelos órgãos e entidades da administração pública federal
direta, autárquica e fundacional, prevendo em seu inciso terceiro a adequação
das competências requeridas dos servidores aos objetivos das instituições.
A
fim de contribuir com as pesquisas e o desenvolvimento de determinada área do
conhecimento científico, torna-se importante conhecer o estado da arte dos
estudos sobre dada temática, objetivando fornecer orientações aos pesquisadores
sobre as tendências das publicações científicas, que poderão nortear pesquisas
futuras relacionadas (ROCHA; HOFFMAN, 2014).
Diante disto, a questão a que se pretendeu responder neste artigo foi: o que
tem se discutido sobre a gestão por competência na administração pública e
quais lacunas de conhecimentos ainda há sobre a temática? Tendo isso em vista,
o objetivo principal do presente artigo foi fazer um levantamento acerca de
publicações existentes sobre o mote da gestão por competências dentro do setor
público.
Esta
pesquisa visou contribuir com o meio acadêmico, pois propõe uma reflexão sobre
o panorama acerca do assunto, com alguns pontos-chave, com fins de explorar a
literatura científica e, ao mesmo tempo, criar novas análises e desafios a
serem enfrentados pela administração pública. Ainda, e não menos importante,
este estudo visa ser útil aos gestores, pois, por meio da discussão sobre a
temática, enseja-se inspirar uma gestão por competências mais efetiva no setor
público, dado que habilidades conhecidas e maduras podem agregar valor à
organização e seus servidores. Pretende-se então, realizar um levantamento dos
artigos publicados na base de dados Google
Scholar, no período dos últimos dez anos, para que se possa apresentar o
estado da arte do tema em questão.
A pesquisa foi estruturada apresentando
uma breve introdução ao tema, em seguida apresentando uma noção inicial sobre
Gestão por competência na administração pública, contemplando assim, os
antecedentes históricos dos estudos sobre GPC no setor público, bem como as
principais perspectivas dos estudos da GPC na administração pública e após, a
apresentação dos resultados obtidos por meio da análise das publicações,
conforme delimitado anteriormente.
2 GESTÃO POR COMPETÊNCIAS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A administração
pública denota muitos desafios para seus gestores, sobretudo quando se pensa
efetivamente no principal público a quem a administração pública deve servir,
que são os contribuintes, usuários ou de forma mais genérica, os cidadãos.
Nesse contexto, um dos destaques vai para a Gestão de Pessoas - GP, dado que,
conforme Gemelli e Filippim (2010), trata-se de uma área que orienta seus
esforços para o suprimento, manutenção e desenvolvimento das pessoas dentro das
organizações em consonância com os ditames legais, a fim de atender as demandas
sociais. No esforço para cumprir seus objetivos, a GP desenvolve algumas metodologias e modelos de gestão, como é o caso da
Gestão por Competência (GPC).
A Gestão por
Competências (GPC) é uma ferramenta de gestão utilizada internacionalmente,
tanto no setor público como no privado. As origens desse uso de gestão remetem
aos anos de 1980 dos Estados Unidos e Reino Unido, no setor privado, tendo uma
variação vasta tanto em seu desenvolvimento de modelos quanto em definições
conceituais (HONDEGHEM; HORTON; SCHEEPERS, 2006). Trata-se de um modelo de
gestão dinâmico que busca modernizar as organizações em virtude do desafio de
acompanhar as mudanças contextuais (CARBONE et al., 2016).
Nos últimos anos,
ocorreram reformas administrativas cujo objetivo principal era o de tornar a
Administração Pública Federal mais ágil, eficiente, dinâmica e capaz de atender
às demandas da sociedade e dos cidadãos. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho
do Estado (PDRAE) foi essencial na introdução desses princípios no setor
público o aproximando assim do modelo de gestão utilizado na iniciativa privada
e se contrapondo às principais características do modelo burocrático.
Na seara das
discussões sobre competência e gestão por competências no setor público,
segundo Fevorini, Silva e Crepaldi (2014), um dos primeiros marcos diz respeito
a um evento ocorrido entre novembro de 2004 e março de 2005, organizado pela
Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, o qual se chamava Gestão por Competência
em Organizações de Governo.
Conforme Pires et al. (2005), na ocasião do evento
supracitado e com base nas experiências das instituições que participaram,
foram identificados problemas como por exemplo, limitações legais no que tange
à prática de recrutamento por concursos públicos; inexistência de metodologias
que identificassem as competências organizacionais, bem como mapeamento de
competências dos servidores, o sistema de progressão, baseado exclusivamente em
tempo de serviço, entre outros. Todavia, os autores ponderam que competências
positivas também foram identificadas, como por exemplo, a capacidade de
trabalhar em equipe e a capacidade de construir relacionamentos e gerar
resultados.
Outro marco
importante foi o Decreto nº 5.707/2006 que instaurou a Política Nacional de
Desenvolvimento de Pessoal no âmbito da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional. O referido Decreto foi revogado, passando a valer o conteúdo do Decreto nº
9.991/2019 que também ressaltava a utilização de competências nos processos de
desenvolvimento de pessoal. Além dos documentos acima citados, foram publicados
normativos específicos para diferentes esferas de poder, a fim de regulamentar
o uso das competências para os órgãos. Dentro disso, pode-se citar a Resolução CNJ
192/2014 (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, 2014) para o poder Judiciário e o Acordo de resultados do
Conselho Nacional do Ministério Público que orienta sobre a implantação da
Gestão por Competências no Ministério Público (CONSELHO NACIONAL DO
MINISTÉRIO PÚBLICO, 2014).
Tem-se também, como marco normativo, o Acórdão do TCU 3023/2013 (TRIBUNAL
DE CONTAS DA UNIÃO, 2013) que
trata da governança de gestão de pessoas de organizações públicas e aborda o
uso de competências para GP.
A Gestão por Competências subsidia a gestão de pessoas em seus
subsistemas, propondo a integração de processos por meio de uma linguagem única
– a de competências, insumo fundamental para a GP (CAMPION et al., 2011;
SKORKOVÁ, 2016; DUTRA; DUTRA; DUTRA, 2017). Conforme o autor Montezano (2019), a GPC orienta
esforços para “planejar, captar, desenvolver e avaliar, nos diferentes níveis
da organização, as competências necessárias à consecução de seus objetivos”.
Nesse sentido, o objetivo é captar pessoas que dominam competências
necessárias, avaliar o desempenho das competências desejadas e, em caso de baixo desempenho,
desenvolvê-las nos colaboradores. Da mesma forma, os autores Carbone et al.
(2016) trazem a definição da proposta essencial de um modelo de GPC como sendo
a identificação das competências organizacionais essenciais para o sucesso
corporativo, ramificadas em competências profissionais a serem desenvolvidas em
seus colaboradores.
Para Oiticica et al. (2021), parte fundamental da GPC é gerenciar as lacunas entre
competências desejadas e as existentes na organização, contribuindo com a área
de gestão de pessoas à medida que integra os subsistemas para atingir os
objetivos organizacionais.
O uso do modelo de gestão por competências no setor público é importante
por proporcionar vantagens tais como: integrar a contratação, avaliação e
desenvolvimento em uma metodologia, possibilitar maior clareza acerca da
expectativa da organização aos colaboradores, melhorar a comunicação de forma
única, garantir maior valorização e profissionalismo à área de gestão de
pessoas (NUNES et al., 2020).
Por fim, para
ilustrar a GPC, a Figura 1 apresenta um esquema de como ocorre esse processo,
de acordo com Brandão e Babry (2005). Conforme os autores, estes são as
principais etapas da implementação da gestão por competência.
Figura 1. Processo e etapas da implementação da
Gestão por Competência
Fonte. Brandão e Bahry (2005)
Contudo, a
implantação e a consolidação efetiva da gestão por competência na administração
pública, denota muitos desafios. Neste sentido, Pires et al. (2005) dizem que a
adoção de um modelo de gestão por competência na administração pública, implica
em menor peso do critério cargo de confiança e aumento do peso em competências
adequadas para investidura em cargos e com isso, uma série de benefícios para a
administração pública.
2.1 Panorama de estudos da gestão por competência na administração
pública
A literatura apresenta diferentes concepções de estratégia que variam de
duas perspectivas, uma de que o processo estratégico é racional, deliberado e
planejado e outra de que esse processo é emergente, interativo e focado na
flexibilidade e competitividade organizacional para adequação imediata à
dinâmica do ambiente (LEGGE, 2005; PAAUWE, 2004; PAAUWE; BOON, 2009; WRIGHT;
SNELL, 1998). Segundo a abordagem formal-sinóptica, ligada à perspectiva
racional clássica (BREWSTER; LARSEN; MAYRHOFER, 2000), assevera-se que as
estratégias são fruto de um processo de planejamento. Essa abordagem dispõe de
uma série de pressupostos, entre os quais o de que a fase de planejamento e
elaboração da estratégia é distinta e separada funcionalmente da etapa de
implementação, cabendo às unidades de planejamento estratégico da organização
supervisionar sua implementação pelas demais unidades de execução. As
implicações desse modelo são de que há uma dependência dos níveis inferiores em
relação aos níveis superiores, de forma que a estratégia de gestão de pessoas
decorrerá do desdobramento da estratégia organizacional (LEGGE, 2005).
Em
oposição à abordagem formal-sinóptica, aquela denominada de abordagem
informal-incremental (BREWSTER; LARSEN; MAYRHOFER, 2000) focaliza os elementos
emergentes durante a implantação da estratégia organizacional. Um primeiro
pressuposto é de que não é verossímil que um processo estratégico formal e
previamente deliberado se concretize exatamente como foi concebido na prática,
não somente em função da racionalidade limitada dos atores, como também da
dinâmica instável do ambiente organizacional externo e interno (PAAUWE, 2004).
Nessa perspectiva, a estratégia é um processo emergente formado pelo conjunto
difuso de interesses de diversos stakeholders,
internos e externos, além das influências oriundas da dinâmica do ambiente
organizacional (PAAUWE, 2004). A estratégia é suscetível, portanto, a elementos
simbólicos e políticos, como a cultura organizacional, os processos de
negociação e a estrutura informal.
Nesse sentido, a participação
no processo de elaboração da estratégia pode ocorrer de forma direta ou
indireta, envolvendo, respectivamente, a participação de membros e gestores do
setor de GP no processo estratégico formal, ou por meio da influência sobre os
atores-chave no processo decisório da organização (BREWSTER; LARSEN; MAYRHOFER,
2000).
Os principais estudos mostram que para atingir um
modelo de gestão por competências ideal, é necessário iniciar pelo mapeamento
das competências para possibilitar a identificação das lacunas existentes e a
discrepância entre as competências individuais e organizacionais requeridas
pela estratégia da Instituição, para que com isso seja possível saber onde
focar os esforços e quais ferramentas se enquadram para atingir os objetivos de
determinada organização (VARGAS, 2021).
3 MÉTODO
Este estudo caracteriza-se como sendo uma pesquisa exploratória do tipo
bibliográfico que objetivou descrever o estado da arte no que tange às
publicações sobre as práticas de gestão por competências na administração
pública. Dividida em três etapas, a pesquisa se iniciou com a definição do
tema, bem como do objetivo. Em um segundo momento, foi realizado um
levantamento bibliográfico sobre a temática, a fim de proporcionar maior
familiaridade com o tema, além de se verificar o que se tem produzido sobre a
temática nos últimos anos. Por último foram realizadas a descrição da amostra
coletada para prosseguir com as conclusões do estudo.
A coleta de dados se deu na
base do Google Scholar, utilizando-se
o seguinte critério de busca: implementação da "gestão por
competência" nas universidades públicas 'artigos'. Como filtro,
utilizou-se a delimitação do recorte temporal de 10 anos, ou seja, de 2011 a
2020, outro filtro aplicado foi o de “classificar por relevância”, em qualquer
idioma, o que gerou um resultado de 1.510 resultados.
É válido ressaltar que, o
intento primário deste estudo, tinha como foco as universidades federais do
Brasil, contudo, usando como critério de busca ‘gestão por competências nas
universidades públicas’ na base do Google
Scholar, aplicando todos os filtros aqui descritos, gerou um resultado de
15.000 arquivos, o que se tornou inviável analisar, considerando o tempo para
as análises.
Considerando o tempo para as
análises e a quantidade de resultados, aplicou-se mais um filtro que foi o de
“pesquisar página em português” e “incluir citações”, o que gerou um resultado
de 1.490 arquivos. Para selecionar a amostra que seria utilizada, optou-se por
fazer download dos arquivos com no mínimo 7 citações. Com esse critério, a
pesquisa delimitou-se a 41 arquivos. Em seguida, foram analisados os arquivos
eliminando monografias, teses e dissertações, ou seja, o foco ficou apenas em
artigos científicos.
Foi realizada uma leitura dos
resumos dos artigos e optou-se por eliminar os que se distanciavam ou os que
não tinham relação direta com o tema deste estudo. Com esses critérios, foi
selecionado uma amostra de 15 artigos que foram lidos na íntegra, com o intuito
de se identificar as principais abordagens sobre a implantação da gestão por
competências na administração pública, bem como possíveis lacunas teóricas, e
os principais desafios na implantação e na operacionalização do modelo.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
O período da
pesquisa foi delimitado entre os anos de 2011 a 2020, e é possível perceber que
somente ocorreram efetivamente publicações, dentro da amostra selecionada, no
período de 2011 a 2016 e no ano de 2019. O Gráfico 1 evidencia tal constatação.
Fonte. Dados da Pesquisa (2021)
Com base nos resultados do
Tal fato, pode corroborar o que Munck et al. (2011) dizem ao inferir que
muitas organizações, quando aplicam ou tentam aplicar o modelo de GPC,
geralmente partem do empirismo, sem se preocupar, todavia, com ferramentas e
métricas capazes de mensurar e monitorar o que se tem na organização, bem como
o que se pretende alcançar.
Em relação a análise do conteúdo dos artigos, foi possível evidenciar
que o foco de pesquisa deles é bem diverso, mas a maioria evidencia que
trabalhar com Gestão por Competências no âmbito público se torna mais complexo,
devido às peculiaridades que este setor dispõe. O Quadro 1 traz uma síntese das
principais contribuições teóricas e dos resultados dos artigos da amostra.
Quadro 1. Contribuições teórica acerca
da Gestão por Competência na administração Pública
DESCRIÇÃO DOS
ARTIGOS |
||
Autor e Ano |
Contribuição
Teórica |
Resultados do
Artigo |
Côrtes, Meneses (2019) |
Modelo teórico-empírico das interferências exercidas pelos aspectos
institucionais, aspectos organizacionais e políticas e aspectos setoriais |
Os aspectos políticos são os que mais condicionam e interferem na
realidade da GPC das casas legislativas federais brasileiras, de forma similar
ao que já se propunha na literatura, sendo que esse tipo de aspecto também
parece influenciar em grande medida os organizacionais e setoriais. |
Montezano, Silva (2019) |
Aprimoramento da aplicação, do modelo para acompanhar estrategicamente o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da força de trabalho, valorizando suas competências. |
As principais ações adotadas são relacionadas ao subsistema de
Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal, identificação de competências
necessárias. Como principal dificuldade a falta de apoio da alta
administração e gestores |
Montezano et al. (2018) |
Gestão por Competência e inovação na administração pública |
Há compreensão dos servidores quanto ao conceito de GC, apesar da
maioria não ter tido formação ou experiência anterior no tema. Identificou-se
percepções quanto às principais dificuldades (ex: cultura organizacional,
limitações metodológicas e práticas à implantação) e benefícios esperados
(ex: melhoria no desempenho e na alocação de pessoal) |
Mello, Melo, Mello Filho (2016) |
Mapear as competências gerenciais de Gestão de Pessoas nas
instituições públicas |
Os resultados revelam os desafios mais frequentes dos gestores:
excesso de trabalho e carência de servidores. Seus entendimentos sobre gestão
por competências são vagos se comparados à literatura pertinente. |
Munck e Galleli (2015) |
Avanços e desafios da aplicação de GPC entre os anos de 1997 a 2012. |
Apontados os trabalhos de Sanchez (2004) como teoria robusta; de
Drejer (2001; 2002) sobre desenvolvimento de competências; e de Wright,
Dunford e Snell (2001) e de Sanchez (2004) sobre modelos satisfatoriamente
abrangentes. |
Bregalda, Tosta, Dalmau (2014) |
Análise comparativa da implantação da PNDP em dois IF’s situados em
Santa Catarina. |
Mesmo com dificuldades as Instituições possuem programas específicos
para desenvolvimento das capacitações dos servidores. |
Teixeira Filho e Almeida (2014) |
Mapeamento de competências organizacionais e individuais necessárias. |
Peculiaridades do setor público criam a necessidade de desenvolvimento
de diversas competências dos servidores. |
Bittencourt, Tadeu Silva, Crepaldi
(2014) |
Analisar as discussões e articulações de como as organizações usam a
gestão por competências em suas práticas de recursos humanos. |
Foram identificadas GPC no ambiente do setor público: o
autodesenvolvimento, a criatividade, a capacidade de trabalhar em equipe, de
construir relacionamentos e de gerar resultados (PIRES, et al, 2006). |
Silva e Mello (2013) |
Investigação da implementação da GPC a partir de servidores federais,
relacionando teoria com a prática. |
Percebidas especificidades do setor público para implantação de
práticas de GPC e a visão dos servidores envolvidos no processo. |
Martins e Viana (2013) |
Os subsistemas de recursos humanos: recrutamento e seleção (R&S),
treinamento e desenvolvimento (T&D), avaliação de desempenho, e
remuneração ou cargos e salários (C&S). |
Ao adotar a abordagem por GPC para reestruturar os sistemas de cargos,
pode levar as instituições a alcançarem os seguintes avanços: clareza na
definição dos pré-requisitos ou competências necessárias para a progressão na
carreira, criação de critérios baseados em competências para o exercício de
cargos de confiança e funções gratificadas (FG). |
Dutra Burigo, Laureano (2013) |
Implantação da Gestão por Competência no gerenciamento entre as ações
da área de GP, Planejamento e Desenvolvimento Institucional. |
Para implantação adequada da Gestão por Competência na UFSC, se faz
pertinente uma maior interação no gerenciamento de suas ações entre a área de
Gestão de Pessoas e de Planejamento. |
Zago, Retour (2013) |
Contribuições e interferências da cultura organizacional, nas
estratégias e nas competências organizacionais |
Considerar a cultura organizacional é condição essencial para
consolidação teórica do modelo de gestão por competência |
Lima, Lima (2013) |
Mudanças nos modelos de gestão na administração, bem como a adoção de
um conjunto de novos conceitos na integração da gestão de pessoas com os objetivos
estratégicos das organizações |
Alinhar o desenvolvimento das carreiras dos |
Exploração teórica e empírica dos processos de implantação de GPC. |
Baixa consistência no processo de validação das ferramentas de GPC,
sem preocupação com a mensuração e adequação e desenvolvimento das
competências necessárias. |
|
Pereira e Silva (2011) |
Competências gerenciais no contexto público e as modelos e mudanças de
gestão frente às transformações institucionais |
Na IFES, pelo menos quatro grupos de competências gerenciais são
identificáveis nos servidores, sobretudo nos que estão em cargos de gestão,
que são: competências cognitivas, funcionais, comportamentais e políticas. |
Fonte. os autores (2021)
O estudo de Silva e Mello (2013) investigou a implementação da gestão
por competências a partir de relatos de servidores públicos federais,
relacionando as concepções do modelo com a prática. Uma das limitações citadas
no estudo para implementação da Gestão por Competências se dá na cultura
organizacional, muitas vezes com características enraizadas de aversão a
mudanças e cultura patrimonialista. Outro ponto de dificuldade apontado pelos
entrevistados é a dificuldade de comunicação dentro do setor público, onde
muitas vezes as mensagens não são transmitidas com efetividade. Isso pode se
dar pelo fato de que muitas organizações públicas ainda se encontram em
estruturas tradicionais e não muito modernas. Os resultados chegam à conclusão
de que para existir uma gestão por competências no setor público que não fique
apenas no fato de atender à legislação, é preciso haver ações sintonizadas em
objetivos organizacionais e interpessoais, ações voltadas à sensibilização dos
servidores para tal modelo de gestão que privilegia a promoção de ambientes de
aprendizagem, o que contribui para a ruptura da cultura do serviço público
patrimonialista.
Já o estudo de Teixeira Filho e
Almeida (2014) realiza na prática o mapeamento das competências de um
determinado setor dentro da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e realiza a
classificação destas competências. A partir de inferências baseadas em uma
análise documental, começaram a ser desenhadas as competências organizacionais
para o desempenho das atribuições do núcleo. A partir de estudos e reuniões de
grupo, os pesquisadores puderam identificar dezenove competências individuais
das quais sete foram consideradas pelos integrantes do núcleo como
prioritárias, sendo desdobradas nas dimensões de conhecimentos, habilidades e atitudes.
Após a conclusão do estudo, os autores deixam elencados alguns desafios que a
Universidade enfrentaria com a GPC, sendo eles utilizar este instrumento para
otimização dos gastos com capacitação e melhor avaliação da sua força de
trabalho e assumir um papel qualificante no sentido de apoiar iniciativas de
desenvolvimento profissional.
Bregalda, Tosta e Dalmau (2014) analisaram a política nacional de
desenvolvimento de pessoas e sua implantação em duas instituições federais de
ensino brasileiras, quais sejam, instituições federais de ensino superior
brasileiras situadas no estado de Santa Catarina. Assim, possibilitou-se
verificar que as duas instituições, mesmo com dificuldades, têm iniciativas de
capacitação específicas oriundas de levantamentos de necessidades de
capacitação e oferta de cursos presenciais e a distância, tanto promovidos
pelas instituições, quanto por instituições externas. Mesmo que não
relacionados à Gestão por Competências como um todo, estes levantamentos e
ofertas de cursos consideram as competências necessárias para a execução das
atividades dos servidores.
Fevorini, Silva e Crepaldi (2014) avaliaram a “Gestão por competências
no setor público: exemplos de organizações que adotaram o modelo”. A conclusão
de resultados apontou, que em se tratando de organizações públicas, houve
ausência e dificuldade de articular Gestão de pessoas e competências com os
subsistemas de recursos humanos. Pelo contrário, praticamente todos os casos
articularam o modelo de competências com alguma das práticas desenvolvidas pelo
setor de Recursos Humanos. A avaliação predominou, mas houve exemplos de
articulação com o processo seletivo, com a remuneração, com a carreira e com o
treinamento.
Outro resultado interessante trazido pelo estudo é que a falta de
conhecimento sobre a GPC vem sendo diluída e o assunto já se faz presente nas
instituições analisadas, sendo políticas adotadas pela gestão e pelo RH com
fins de desenvolver melhor as atividades. Contudo, verificou-se a maior
necessidade de esclarecimento do conceito, em si, do que de fato é competência,
pois, em poucos casos foram percebidas distintas noções do conceito de
competência. Mas ainda assim, foi positivo notar que não é mais um tema
ignorado.
Diferentemente, os resultados apontados por Burigo e Laureano (2013), no
processo de desenvolvimento de implantação da Gestão por Competência na UFSC
(Universidade Federal de Santa Catarina), demonstraram que se faz pertinente
uma maior interação no gerenciamento de suas ações entre a área de Gestão de Pessoas
e de Planejamento. Com base nos resultados coletados, a implantação fica
prejudicada pela ausência de comunicação com o setor de Recursos Humanos e de
Planejamento, mesmo com os esforços destas áreas com vistas ao desenvolvimento
institucional.
Na visão de Motezano et al. (2018) e
Zago e Retour (2013) as escolhas feitas pelas pessoas nas organizações são
fruto de uma cultura organizacional que por sua vez, influencia no
comportamento das pessoas. Ou seja, pode-se inferir, portanto, que muitas barreiras
na implantação da GPC na administração pública, deve-se ao seu desenvolvimento
ao longo do tempo, em que nunca houve pretenção em contratar pessoas
capacitadas e adequadas para as funções administrativas – reflexo do
patrimonialismo –, cultura que se estendeu ao processo de seleção atual pautado
na impessoalidade (concurso público).
Por
fim, apresenta-se no Quadro 2, os principais construtos levantados na pesquisa,
bem como suas referências.
Quadro 2. Construtos levantados na pesquisa
Construtos |
Autores |
Descrição
|
Gestão
por competências |
Carbone
et al., (2016); Campion et al., (2011);
Skorková, (2016); Dutra, Dutra e Dutra, (2017) |
Trata-se
de um modelo de gestão dinâmico que busca modernizar as organizações em
virtude dos desafios de acompanhar as mudanças contextuais; subsidia a gestão
de pessoa em seus subsistemas propondo a integração de processos por meio de
competências. |
Mapeamento
de competências |
Brandão e Bahry, (2005); Teixeira Filho e Almeida (2014) |
Aplicação
de métodos e técnicas que permitem a identificação de lacunas de competências, e o planejamento de ações de recrutamento,
seleção e desenvolvimento profissional; Identificação das diferenças entre as
competências necessárias para concretizar a estratégia formulada e as
competências internas já disponíveis não organização. |
Planejamento
estratégico participativo |
Brewster, Larsen e Mayrhofer (2000) |
A estratégia é suscetível a elementos simbólicos e
políticos; participação na elaboração de estratégia direta ou indiretamente;
participação de membros e gestores do setor de GP no processo estratégico
formal, ou por meio da influência sobre os atores-chave no processo decisório
da organização. |
Fonte. os autores (2021)
A Gestão por Competências pauta-se no pressuposto de que dominando
competências raras, difíceis de serem desenvolvidas, as organizações terão como
consequência, um desempenho superior, sobressaindo-se frente a seus
concorrentes. Desta forma, as organizações que objetivam implementar ou adotar
a prática de Gestão por Competências, devem ter claro o processo de
implementação desta metodologia (CARBONE, 2009).
Ao se objetivar sanar gaps, o Mapeamento
de Competências torna-se fundamental para que se tenha uma visão das
competências necessárias ao cumprimento dos objetivos organizacionais. Para
isto as organizações devem valer-se de premissas e alguns instrumentos
específicos. Nesse sentido, elenca-se a identificação dessas lacunas por meio
da aplicação de instrumentos que podem ser pesquisa documental, coleta de dados
com pessoas chave da organização, observações entre outros (CARBONE, 2009; BRANDÃO; BABRY, 2005). Na administração
pública, o levantamento de informações, pode se dar, por exemplo, a consultas
em portarias, decretos etc. A implementação da GPC, implica na descrição formal
de todos os cargos e funções exigidas dos colaboradores/servidores pelas
organizações. Ademais, as organizações devem dispor de recursos necessários
para a execução desta metodologia, para que desta forma se alcance a
eficiência, eficácia e efetividade.
Para Gandin (2001), o
Planejamento Participativo tem sua própria filosofia e conta com a
participação de diversas instituições, grupos, movimento, órgãos e governos e
compreende as seguintes característica: I) foi desenvolvido com o objetivo
primário de construir uma realidade social, ou seja, não foi pensado em
competividade, sobrevivência, tampouco a geração de lucro. II) parte da
constatação de que não há participação real na sociedade, ou seja, há pessoas
e/ou grupos sociais que não dispõem do mínimo necessário para seu bem-estar.
III) propõe-se como ferramenta para todos os envolvidos para que estes possam
contar com uma ação e um ser a serem direcionados a influir na construção
externa da realidade. IV) por fim, o planejamento participativo, apresenta-se
como uma consequência, a qual constrói um conjunto conceitos, de modelos, de técnicas e de
instrumentos que permitem utilizar processos científicos e ideológicos e
organizar a participação para intervir na realidade, na direção conjuntamente
estabelecida.
Assumindo a premissa básica de cada
construto, pode-se afirmar que os três se integram para explicar o estado da
arte sobre a GPC na administração pública, ao se considerar o planejamento
participativo como base para o processo, pois além de incorporar diferentes
agentes (instituições, grupos de movimento, órgãos e o governo), tem como
característica básica a intervenção e a transformação da realidade social. Ou
seja, o Planejamento Participativo proporciona insights para superar as dificuldades, aproveitar os desafios e oportunizar novas
práticas de gestão.
Atrelado a etapa do planejamento e com base nas
informações geradas na referida etapa, tem-se o mapeamento de competência, que
por sua vez, pode ser utilizada como uma ferramenta contínua no que tange a
identificação de gaps/lacunas de competências que a organização apresenta,
quanto à eficácia e ao atingimento dos objetivos organizacionais. Com isso,
pode-se buscar, desenvolver e aplicar novas competências na organização.
Cumprida eficientemente as duas etapas anteriores,
deve-se alcançar efetivamente a prática da Gestão por Competências. Ou seja, a
partir da realização destas etapas, pode-se obter a eficiência e a eficácia
organizacional além de obter subsídios norteadores no tocante a captação e
retenção de talentos, orientação profissional, a avaliação de desempenho, o planejamento de carreira e o
desenvolvimento de competências dos servidores públicos. Na seção a seguir, são apresentadas as
considerações finais do estudo, seguido das referências consultadas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O
modelo de Gestão por Competências inserido nas organizações públicas é muito
pertinente. Por meio desse modelo é possível motivar o colaborador e utilizar
de seus conhecimentos e habilidade para melhorar a qualidade do serviço
público. Este processo prevê que as competências individuais do servidor sejam
consideradas como um diferencial e como uma vantagem competitiva da
organização.
Este
estudo teve como principal objetivo fazer uma análise sobre o estado da
arte acerca das práticas de gestão por competências no setor público. A partir da análise de 15
artigos que compunham a amostra, foi possível verificar que ainda há certas
dificuldades na implementação, devido às características e à cultura
organizacional tradicional ainda predominante no meio público. Também foi
possível constatar que as organizações que já implementaram ou estão em
processo de inserção, conseguem observar os benefícios e vantagens que este
sistema de gestão de pessoas pode oferecer.
A
contribuição deste estudo para a administração pública e o planejamento
governamental, pauta-se na necessidade de maior investimento por parte dos
entes federais, em todas as esferas com fins de defender a implementação e
qualificação dos gestores no que tange a gestão de competências e pessoas, afim
de capilarizá-lo para todos os setores da administração.
Assim
como todas as pesquisas, este estudo apresenta algumas limitações, como por
exemplo, poucas publicações de pesquisas empíricas, tanto na administração
direta, como na indireta, no que concerne a aplicação e práticas da gestão por
competências, sobretudo na administração pública. Para pesquisas futuras,
sugere-se a realização de estudos empíricos, que permitam ampliar a avaliação
do impacto da GPC na administração
pública, enquanto ferramenta de melhoria da efetividade e eficácia da gestão
governamental.
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