v. 5, n. 3, Setembro-Dezembro/2021

ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA VERSUS COMPORTAMENTO FINANCEIRO: O Pagamento com Cartão de Crédito

 

Nadia Mara Bogoni

nadiabogoni@hotmail.com

http://lattes.cnpq.br/2702825288908504

https://orcid.org/0000-0002-8033-7505

Universidade de Passo Fundo

Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil

 

Marinei Abreu Matos Guarise

mariguarise@yahoo.com.br

http://lattes.cnpq.br/7185673172572201

https://orcid.org/0000-0001-9516-0506

Fundação de Estudos Sociais do Paraná

Curitiba, Paraná, Brasil

 

Mariza de Almeida

mariza.de.almeida@hotmail.com

http://lattes.cnpq.br/5236547872729786

https://orcid.org/0000-0003-2910-8704

Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP,

São Paulo, São Paulo, Brasil.

 

Nelson Hein

hein@furb.br

http://lattes.cnpq.br/2285426292603416

https://orcid.org/0000-0002-8350-9480

Universidade Regional de Blumenau

Blumenau, Santa Catarina, Brasil

 

RESUMO

Os temas sobre alfabetização financeira, educação financeira e comportamento financeiro tem se destacado no meio acadêmico e tal relevância é atribuída ao crescente desenvolvimento dos mercados financeiros, das mudanças demográficas, econômicas, políticas e sociais aos quais a sociedade está exposta nas últimas décadas. Diante deste contexto, buscou-se investigar qual o comportamento financeiro, a partir dos gastos com cartão de crédito e perfil de renda, dos estudantes universitários da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (FEAC), da Universidade de Passo Fundo (UPF) em relação ao pagamento da fatura do cartão de crédito. O estudo é caracterizado como descritivo, para análise dos dados foi utilizado a técnica estatística da ANACOR. Dentre os diversos achados destaca-se o fato de não ocorrer uma relação significativa entre a idade versus pagamento da fatura de cartão de crédito em relação ao comprometimento do pagamento da fatura do cartão. Espera-se que o estudo contribua para oportunizar melhorias econômicas, sociais, desta forma, possibilitando que ações sejam realizadas para reduzir os níveis de endividamento.

 

PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização Financeira. Comportamento Financeiro. Cartão de Credito.

 

FINANCIAL LITERACY VERSUS FINANCIAL BEHAVIOR: Credit Card Payment

 

ABSTRACT

The topics on financial literacy, financial education and financial behavior have been  excelled in academic field and such relevance is attributed to the increasing development of financial markets, demographic changes, economic, political and social factors which the society has been exposed to in recent decades. In this context, it was investigated the financial behavior, from observing credit card spending and income profile, from students of the Faculty of Economic, Administrative and Accounting Sciences (FEAC in the University of Passo Fundo (UPF) in relation to the payment of the credit card bill. The study is characterized as descriptive, ANACOR statistical technique was used for data analysis. Within the various findings, it’s highlighted the fact that it does not occur a significant relation between age versus payment of the credit card bill in relation to the commitment of the payment of the invoice of the card. It is expected that the study will contribute to promote economic and social improvements, in this way, allowing actions to be undertaken to reduce the levels of debt.

 

KEYWORDS: Financial Literacy. Financial Behavior. Credit card.

 

 

Submetido: 24/11/2021

Revisões Requeridas: 29/12/2021

Aceito: 29/12/2021

Publicado: 31/12/2021

 

1. INTRODUÇÃO

 

É notória a relevância que aos temas alfabetização financeira, a educação financeira e o comportamento financeiro vêm ganhando na vida das pessoas. A relevância dos assuntos deve-se ao crescente desenvolvimento dos mercados financeiros, das mudanças demográficas, econômicas, políticas e sociais que a sociedade está exposta. Todas essas mudanças afetam, consideravelmente, a vida das pessoas, independente de classe social ou nível de renda que possuem.

Embora esses termos sejam, frequentemente, tratados como sinônimos, possuem conceitos diferentes, pois a alfabetização financeira vai além da educação financeira, cujo foco principal é o conhecimento. A alfabetização financeira envolve, além do conhecimento, o comportamento e a atitude financeira dos indivíduos (POTRICH; VIEIRA; KIRCH, 2015).

 A alfabetização financeira tem uma dimensão adicional, pois para um indivíduo ser alfabetizado, financeiramente, ele deve ter capacidade e confiança para usar seu conhecimento financeiro a fim de tomar decisões financeiras prudentes. Ou seja, não só saber, mas saber aplicar o conhecimento de forma apropriada (HUSTON, 2010).

Por seu turno, a educação financeira, de acordo com Savoia, Saito e Santana (2007), compreende um processo de transmissão de conhecimento que permite o desenvolvimento de habilidades nos indivíduos, para que eles possam tomar decisões fundamentadas e seguras, melhorando o gerenciamento de suas finanças pessoais. A partir do aprimoramento de tais capacidades, os indivíduos tornam-se mais integrados à sociedade e mais atuantes no âmbito financeiro, ampliando seu bem-estar.

Já o comportamento financeiro conforme Olsen (1998), é defenido como a reação que o individuo manifesta no momento de tomar decisões dentro do contexto financeiro, ou seja, as ações racionais ou irracionais manifestadas pelas pessoas impulsionadas pelas suas ilusões cognitivas.

Na temática de estudos voltados para o tema alfabetização financeira entre jovens, têm-se o estudo de Lusardi, Mitchel e Curto (2010), Cull e Witton (2011), Atkinson e Messy (2012), Potrich, Vieira, & Ceretta (2013),  Potrich, Vieira, Kirch (2014), Potrich, Vieira, Kirch (2015), Milan (2015). Nos estudos mencionados, observa-se a necessidade de evoluir na investigação do nível de comportamento financeiro sobre os conceitos que envolvem a alfabetização financeira e a educação financeira. De acordo com Fernandes, Lynch e Netemeyer (2014), há uma desconexão marcante nas definições conceituais de alfabetização financeira e, por isso, seria interessante desenvolver novas medidas mais conectadas. Em especial, aqui nesse estudo, serão utilizadas as medidas desenvolvidas a partir do modelo proposto pela OECD (2013) e adaptado de Potrich, Vieira e Kirch (2014) para a Variável Comportamento Financeiro.

Diante do exposto e considerando a relevância  do tema Comportamento Financeiro, tanto no contexto econômico, quanto social, tem-se por objetivo analisar qual o comportamento financeiro, a partir dos gastos com cartão de crédito e perfil de renda,  dos estudantes universitários da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (FEAC), da Universidade de Passo Fundo (UPF) em relação ao pagamento da fatura do cartão de credito.

A pesquisa justifica-se em virtude do crescimento que os temas alfabetização, educação e comportamento financeiro vêm apresentando tanto em economias desenvolvidas como nas economias em desenvolvimento, o que permite compreender melhor o desenvolviemento econômico e,  consequentemente, social de uma determina amostra investigada. Desta forma, o estudo contruibui tanto para benefícios econômicos e sociais, bem como, sobre o conhecimento que o tema pode trazer aos jovens e adolescentes. A pesquisa ainda permite auxiliar com o meio acadêmico, uma vez que, a aplicabilidade dos resultados que foram obtidos permite oportunizar melhorias econômicas e sociais, permitindo compreender como ocorre o nível de endividamento ou inadimplência em estudantes universitários pelo uso do cartão de crédito, possibilitando que ações sejam realizadas para reduzir os níveis de endividamento.

 O estudo encontra-se estruturado com a presente introdução  onde os autores realizam uma contextualização sobre o assunto abordado buscando inserir o leitor a pesquisa, e sobre o objetivo da pesquisa. Na seção 2, foi abordado o referencial teórico que fornece sustentação a cerca do assunto explorado. Na seção 3, foi descrito a metodologia onde os autores apresentam o delineamento da pesquisa o que permite os leitores compreendem a estratégia adotada para viabilizar a pesquisa, bem como a técnica usada para trabalhar os dados coletados. A seção 4 apresenta os resultados dos dados coletados por meio das análises realizadas e, por fim, na seção 5 são apresentadas as conclusões.

 

2. REFERENCIAL TEÓRICO

 

            A estabilidade da moeda após o plano real e a ampliação da oferta do crédito por meio de bancos e outras instituições, possibilitaram o crescimento do número de questões financeiras com as quais as pessoas precisam lidar no cotidiano. O fato é que a maioria da população não possui a habilidade necessária para trabalhar essa questão, o que mostra que promover a capacitação financeira dos indivíduos, a fim de torná-los aptos a tomar decisões com segurança e com uma postura proativas, é um dos desafios atuais da sociedade (MUNIZ JÚNIOR, 2013). Diante disso, o presente estudo se estrutura teoricamente sobre a alfabetização financeira e educação financeira e, sobre as finanças comportamentais e o cartão de crédito.

 

2.1 Alfabetização Financeira e Educação Financeira: importância para as Finanças Pessoais

 

A alfabetização financeira consiste no conhecimento de temas relacionados ao mercado monetário, econômico ou financeiro, bem como, as decisões que os indivíduos podem tomar, a partir das informações adquiridas. Também, é definida como a habilidade de ler, analisar, gerir e comunicar sobre a condição financeira pessoal e a forma como esta afeta o seu bem-estar material. Inclui também a capacidade de discernir entre escolhas financeiras, discutir assuntos financeiros, monetários, planejar o futuro e responder de forma competente às situações do dia-a-dia que envolvem decisões financeiras, ou qualquer acontecimento econômico (ORTON, 2007).

Para Lusardi e Mitchell (2011), embora seja importante avaliar a alfabetização financeira das pessoas, na prática, é difícil descobrir a forma como as pessoas processam as informações financeiras e tomam suas decisões baseadas nos conhecimentos adquiridos. Segundo os autores, isso ocorre pelo fato de que a alfabetização financeira abrange vários conceitos, compreendendo: a consciência financeira, conhecimentos financeiros, as habilidades financeiras e a capacidade financeira, o que torna difícil captar todas as informações de uma só vez.

            Apesar das diversas formas como o conceito de alfabetização financeira é abordado, a maioria dos conceitos contempla o conhecimento, a habilidade para aplicar os conceitos adquiridos, atitude para gerenciar as finanças pessoais e aptidões para tomar decisões apropriadas e confiança para planejar as necessidades financeiras futuras (Redmund, 2010).

Outro conceito abordado nas finanças pessoais refere-se a  educação financeira, a educação financeira é caracterizada como um  conjunto de informações que auxilia as pessoas a gerenciarem sua renda, seu dinheiro, seus gastos e empréstimos monetários, poupança e investimentos a curto e longo prazo. A promoção da educação financeira habilita os indivíduos a vencerem suas relutâncias e inabilidades de modo que tirem total vantagem dos avanços tecnológicos e de novos produtos no setor financeiro e possam aumentar suas oportunidades econômicas. A qualificação dos indivíduos torna-os melhores consumidores e melhores compradores. Este processo efetivamente aumenta o poder de compra real e provê maiores oportunidades para consumir mais, poupar ou investir (GREENSPAN, 2005).

A pesquisa realizada pela OECD (2012), define a educação financeira como um processo pelo qual os indivíduos requerem aplicação das suas capacidades cognitivas para aprenderem ou melhorarem sua compreensão sobre os conceitos e produtos de ordem financeira, ainda a OECD (2012) em sua pesquisa observa que a educação financeira pode ser desenvolvida pela informação e instrução adquirida ao longo da vida de um indivíduo.

Outro achado observado na pesquisa da OECD (2012) consiste  na  capacidade que um indivíduo tem de processar a informação ou instrução recebida, e, alinhar suas ações aos seus objetivos pretendidos, Oliveira e Silva et al. (2017) em sua pesquisa observam que educação financeira compreendida como um processo no estudo da  OECD (2012), apresenta como resultado o desenvolvimento de habilidades que atribuem aos indivíduos maior confiança  em suas ações de julgamento para tomada decisão em avaliar os riscos e oportuinidades financeiras.

Mundy (2009) destaca em sua pesquisa que  a educação financeira tem como objetivo dar apoio para que as pessoas possam gerir bem o seu dinheiro ao longo das suas vidas. Assim, a mesma deve abranger atitudes e comportamentos, bem como, conhecimentos e habilidades. Para o autor, há um consenso geral de que o propósito da educação financeira emerge como alternativa de política pública para incrementar os conhecimentos financeiros da população vulnerável, minimizando, de alguma forma, o risco a que estão expostas.

A relevância  da qualificação dos indivíduos também é apresentada por Bernheim, Garrett e Maki (2001), Bernheim e Garret (2003) e, cujos estudos demonstram que pessoas alfabetizadas financeiramente possuem melhores índices de poupança e planos para aposentadoria, trazendo maior tranquilidade quanto ao futuro e para resolução de problemas financeiros. Desta forma, a necessidade de disseminar o conhecimento sobre educação financeira deve-se ao fato que há elevação constante do endividamento pessoal e familiar. A a única maneira possível de eliminar ou diminuir esse fenômeno é através da conscientização financeira das pessoas a partir da educação, não só nas escolas, mas com aulas abertas ao público, com parcerias de instituições privadas, organismos nacionais e internacionais e da sociedade como um todo (OPLETALOVÁ, 2015).

Nos últimos anos, diversos organismos  internacionais têm reconhecido a relevância  da educação financeira como mecanismo de inclusão social, esta afirmação pode ser observada por meio da pesquisas de Lusardi e Mitchel (2007), Mundy (2009), Hastings,Madrian e Skimmyhorn (2013), Berry, Karlan e Pradhan (2018) e  Kaiser et al. (2021), cabendo observer que ambito nacional o reconhecimento da relevância da educação financeira ocorreu por meio do decreto federal n٥ 7.397/2010 onde foi criada  Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) que tem como objetivo a mobilização de ações das entidades governamentais para promoção da educação financeira, cabe observar que o objetivo da ENEF vou renovado por meio do decreto federal nº 10.393 de 09 de junho de 2020.

Diante do exposto, é evidente os benefícios que o acesso à alfabetização financeira, bem como, a educação financeira possuem para o gerenciamento das finanças pessoais. Portanto, deve-se atentar cada vez mais para a saúde financeira das pessoas e procurar desenvolver instrumentos que facilitem à sociedade o acesso a esse tipo de informação.

 

2.2 Finanças Comportamentais: Gastos com Cartão de Crédito

 

Em  meados da década de 1950 surge a concepção moderna da teoria de finanças, conforme Fama, Cioff e Coelho (2008: 2), o “ [...] modelo de Finanças Modernas passou a adotar premissas da racionalidade dos tomadores de decisão e da imprevisibilidade dos mercados, com paradigmas fundamentados em trabalhos de acadêmicos”, no entanto, esta concepção do investidor racional mudou a partir  do estouro da bolha de NASDAQ que ocorreu em 2001, onde observou a irracionalidade do investidor. Dois estudos sobre o assunto de irracionalidade do investidor merecem destaque pois ganharam os prêmios Nobel: Hebert Simon, em 1978, por sua teoria da racionalidade limitada e Daniel Kahneman, em 2002.

Pode-se afirmar que os estudos voltados para as finanças comportamentais dentro do ambiente acadêmico surgem a partir da década de 1970, por meio da divulgação dos estudos realizados por Hebert Simon (1978) e Kahneman & Tverski (1979). Os estudos dos pesquisadores observaram a irracionalidade do investidor no processo decisório e buscaram explicar os fenômenos analisados usando como ferramenta a psicologia para compreender e entender os comportamentos dos investidores. Assim, as pesquisas desses estudiosos contemplaram a irracionalidade do investidor no processo decisório e adotaram a psicologia como ferramenta para entender melhor o comportamento dos indivíduos dentro do ambiente das finanças.

Shefrin (2000), afirma em seu estudo que as finanças comportamentais trata de observar como a influência psicológica pode afetar decisões ou escolhas,  ou seja, como o comportamento dos agentes dentro do mercado financeiro pode sofrer influências cognitivas. O que permite concluir que as finanças comportamentais têm como objetivo compreender o comportamento dos indivíduos, uma vez que, conforme expostos por Shefrin (2000), os indivíduos nem sempre apresentam um comportamento racional, pois, são propensos a ilusões cognitivas que refletem em suas ações.

Muitos são os estudos que apresentam diversas definições do que trata ou seria as finanças comportamentais, dentre essas merecem destaque a de Lintner (1998), que descreve que as finanças tratam de como os investidores se comportam e agem dentro do mercado financeiro, diante das decisões que devem tomar. Outra interessante definição e exposta por Olsen (1998), é que as finanças comportamentais, não tem a pretenção de definir se o comportamento do agente foi racional ou irracional,  simplesmente busca compreender, entender e predizer  os processos de decisão baseadas em estimulos cognitivos (psicológicos) que direcionam as decisões adotadas pelos indivíduos, dentro do tema finanças comportamentais é que encontra-se o comportamento financeiro, observado no presente estudo.

Dentro dos principais assuntos que podem ser observados pelo prisma das financas comportamentais são os estudos que focam o comportamento financeiro, ou seja, a forma com que os indivíduos tem acesso ao crédito e realizam seus gastos pessoais têm ganhado destaque nos últimos anos, principalmente o que tange gastos com cartão de crédito. Para Silva (2011), as economias mundias se caracterizam pela crescente disponibilidade  e aceitabilidade do crédito, estes fatores estimulam o desenvolvimento econômico dos indivíduos. No Brasil a Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões e Serviço) acompanha tanto a concessão de crédito como o débito no uso do cartão de crédito, e isso pode ser observado na Figura 1 disponibilizado pela Abecs.

 

Utilização do cartão de crédito, tanto para tomar crédito quanto seu débito de 2007 a 2016 apresentou um crescimento considerável segundo desmonstrado no Figura 1, em nove anos praticamente triplicou o fluxo de transações com utilização de cartão de crédito. Em 2007 foram realizadas 3.652.256 milhares de transações passando para 2016 para 12.394.706 milhares de transações, o que permite concluir que as transações com utilização do cartão de crédito apresentam uma tendência de crescimento, ou seja, um aumento pelo uso por por parte dos indivíduos brasileiros.

Figura 1. Evolução da concessão de crédito no mercado

Fonte. Abecs (2017)

 

Outro relevante dado apontado pela Abecs em 2017 refere-se ao controle de transações realizadas por regiões, o Figura 2 demonstra, de maneira clara, como ocorre as distribuições de transações realizadas pela utilização do cartão de crédito de forma regional.

Figura 2. Participação das regiões nas transações em 2017

Fonte. Abecs (2017)

 

Dentre as regiões que destacam-se pelo volume de transações realizadas com cartão de crédito pode-se observar que a região Sudeste apresenta o maior volume de transações realizadas com 62,3% do total do volume de transações, enquanto,  a região com menor volume  de transações realizadas foi  a região Norte com apenas 3,3% do total do volume de transações. O presesente estudo tem como foco investigar a região Sul que apresenta, conforme o Figura 2,  o segundo maior volume de transação com 15,7%. Cabe ressaltar que a referida associação não apresenta estudos ou levantamentos por perfil do usuários do cartão de crédito, os dados gráficos disponíveis referem-se a questão do parcelamento, ramo de atividade e volume de mercado.

Como o volume de transações de uso do cartão de crédito é considerável, diversos estudiosos têm buscado estudar o perfil do usuário dos cartões de crédito, procurando compreender as relações ou comportamentos destes usuários, um determinado perfil de usuário tem chamado atenção dos pesquisadores, nestas análises de perfil realizadas pelos pesquisadores tem-se observado o crescimento do número de estudantes de nível universitário como usuários do cartão de crédito. Desta forma, diversas pesquisas buscam observar o comportamento dos jovens universitários quanto ao uso do cartão de crédito (LYONS, 2004, 2007).

A preocupação com o uso do cartão de crédito também é presente na pesquisa realizada por Mendes-da-Silva, Nakamura e Moraes (2012), os referidos autores argumentam em seus estudos que o crescimento acelerado do número de usuários que  utilizam o cartão de crédito reflete também no aumento dos níveis de endividamento e inadimplência. Em que, os usuários a nível universitário fazem parte da parcela que compõem estes níveis, desta forma, observar as atitudes, comportamento e conhecimento desta parcela de usuários torna-se primordial para avanços dos estudos sobre as finanças comportamentais quanto ao comportamento dos usuários em relação ao uso do  cartão de crédito.

 

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

 

Com o propósito de responder às questões elaboradas neste trabalho a pesquisa evidencia características de cunho descritivo, com abordagem qualitativa e quantitativa para a coleta dos dados. A população escolhida foram 1500 alunos da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (FEAC), da Universidade de Passo Fundo (UPF) para os quais foram enviados os questionários por e-mail. Sendo que a amostra caracteriza-se por 194 alunos que responderem o questionário com utilização do recursos do Google Docs.

Após a coleta dos dados, foi feita a análise dos resultados por meio da  estatística descritiva para a caracterização socioeconômica. Para analisar o comportamento financeiro, procedeu-se a técnica de estatística descritiva e Análise de Correspondência (ANACOR) para a análise do perfil de Renda versus Pagamento de Fatura de Cartão de Crédito. A técnica estatística ANACOR é definida como uma das técnicas desenvolvidas para analisar relações não lineares e dados com respostas categóricas, medidas em termos nominais, e tendo como principal objetivo agrupar variáveis altamente associadas, construindo a representação das relações entre as categorias das variáveis em um mapa perceptual (HAIR JR. et al., 2009). 

            A (ANACOR) é uma técnica exploratória de dados, que busca investigar a associação entre categorias de duas variáveis qualitativas. Entre as vantagens desta técnica está na possibilidade da visualização das relações existentes no mapa perceptual, auxiliando na interpretação das associações entre as variáveis e permitindo ao pesquisador realizar inferências, ainda que de modo exploratório (FÁVERO et al., 2009).

 A Coleta de dados foi feita nos meses de maio, junho e julho de 2019. A construção dos fatores de análise foi por meio do software SPSS 21.0®.  O instrumento de coleta de dados foi estruturado da seguinte maneira: a primeira parte trata da caracterização socioeconômica, na segunda parte busca-se captar o Comportamento Financeiro dos estudantes pesquisados quanto ao uso do cartão de crédito.

 

4. RESULTADOS

           

            Nesta seção será feita a caracterização dos respondentes de acordo com os questionários enviados e que retornaram como válidos. Inicia-se com a caracterização socioeconômica e na sequência a análise do Comportamento Financeiro, em especial, pagamento de Faturas de Cartão de Crédito e Perfil de Renda dos respondentes. 

 

4.1 Análise do Perfil dos Respondentes

           

            Os questionários foram aplicados aos acadêmicos da Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas, da Universidade de Passo Fundo, localizado no norte do Rio Grande do Sul. Obteve-se uma amostra no total de 194 questionários respondidos, sendo que desses, 60% pertencem ao gênero feminino e com idade média de 24 anos. Os respondentes pertencem aos campi localizados nas cidades de Carazinho, Casca, Passo Fundo, Sarandi, Soledade, Lagoa Vermelha e Palmeira das Missões, sendo que a maioria (48%) são do campus central em Passo Fundo.

            Os estudantes participantes da pesquisa, são dos cursos de Economia (19%), Administração (38%), Ciências Contábeis (35%), Comércio Exterior (4%), Gestão Comercial (2%), Agronegócios (3%) e Recursos Humanos (1%). No que tange à renda, 64% dos alunos tem renda bruta de 1 a 3 salários mínimos, sendo que 75% tem como ocupação emprego assalariado e 53% são financeiramente dependentes de seus pais. Observa-se que 57% dos respondentes estão insatisfeitos com sua situação financeira, e, apresenta-se ainda na Tabela 1 o quão difícil é para os acadêmicos cumprir com seus compromissos financeiros.

 

Tabela 1. Cumprimento com os compromissos financeiros

 

Frequência absoluta

Frequência relativa

Frequência acumulada

Difícil

58

30%

30%

Extremamente Difícil

1

1%

31%

Extremamente Fácil

9

5%

36%

Fácil

87

45%

81%

Indiferente

39

19%

100%

Total

194

100%

 

Fonte. Elaborado pelos autores

 

A tabela 1, corrobora com a preocupação desmonstrada por Lyons (2004; 2007) em suas pesquisas, bem como, Mendes-da-Silva, Nakamura e Moraes (2012) em seus estudos, quanto a questão dos níveis de  endividamento e inadimplência, pois, 30% dos pesquisados consideram que acham difícil de cumprir com seus compromissos financeiros. Esta informação revela um alerta quanto a concessão de crédito ou liberação de crédito a este perfil de usuário do cartão de crédito. Para Lyons (2004; 2007) existe considerável preocupação por parte dos usuáios quanto sua capacidade de pagamento das suas obrigações assumidas, este fator denota o nível de responsabilidade financeira, pois os usuários tem consciência que o mau gerenciamento do uso do cartão de crédito pode implicar em prováveis riscos como endividamento e inadimplência.

 

4.2 Análise do Comportamento Financeiro

 

            A pesquisa, buscou identificar a associação da idade e da renda dos respondentes com o pagamento das faturas do cartão de crédito. Para tanto, utilizou-se a Análise de Correspondências (ANACOR), que permite visualizar a associação entre variáveis e verificar se ela é significativa.

Na Tabela 2, observa-se as estatísticas referente a análise de correspondência da idade versus pagamento da fatura de cartão de crédito. Destaca-se a importância da estatística do Qui-quadrado, pois, por meio dela testa-se o grau de associação entre as variáveis, possibilitando observar se existe ou não associação entre as variáveis investigadas. Como o valor do Qui-Quadrado encontrado foi de 43,230, observa-se e rejeita-se a hipótese que entre variáveis observáveis não possue associação, ou seja, pode-se dizer, que há associação entre a idade versus pagamento de fatura de cartão de crédito.

 

Tabela 2. ANACOR da Idade versus Pagamento de Fatura de Cartão de Crédito

Dimensão

Valos

singular

Inércia

Qui-Quadr

Sig.

Proporção da Inércia

Nível de confiança

Individual

Cum.

D.P.

Correlação

2

1

,347

,120

 

 

,539

,539

,072

,582

2

,269

,072

 

 

,325

,865

,084

 

3

,132

,018

 

 

,079

,943

 

 

4

,112

,013

 

 

,057

1,000

 

 

Total

 

,223

43,230

,009*

1,000

1,000

 

 

Fonte. Elaborado pelos autores. Nota. *24 graus de liberdade

 

            Para visualizar melhor a associação entre as variáveis idade dos acadêmicos versus pagamento de fatura de cartão de crédito, utiliza-se a análise do mapa perceptual, em que se examina as relações de proximidade geométrica e projeções em dimensões. Para Fávero et al. (2009), as categorias mais explicativas são as que apresentam maior inércia e que simultaneamente se situam mais afastadas da origem (0,0). A Figura 3 apresenta o mapa perceptual da idade versus pagamento de fatura de cartão de crédito, em que os acadêmicos mais jovens, com idade entre 20 e 28 anos sempre pagam a fatura do cartão em dia, além disso, os alunos que tem idade maior estão relacionados com quase sempre fazem o pagamento da fatura em dia.

            Percebe-se ainda na Figura 3, que o comportamento de nunca, quase nunca e ás vezes pagar a fatura do cartão em dia, está pouco associado aos acadêmicos, independentemente de sua idade, porém os mais relacionados a não pagar a fatura em dia, são pessoas com idade entre 29 e 32 anos. Essas informações mostram os alunos cada vez mais cientes, pois o cartão de crédito se apresenta como uma ferramenta facilitadora para o consumo, que agiliza as operações financeiras, possibilitando pagamento posterior à aquisição do bem, porém, o não pagamento total da parcela total do cartão de crédito acarretam em um aumento cada vez maior no montante da dívida.

 

 

 

Figura 3. Mapa Perceptual da Idade versus Pagamento de Fatura de Cartão de Crédito

Fonte. Elaborado pelos autores

 

Em relação à Tabela 3 é possível verificar que a dimensão 1 explica melhor os dados, pois o valor singular confirmado foi de 0,275. O valor do Qui-Quadrado encontrado foi de 28,268, com isso é possível rejeitar a hipótese nula de que as variáveis não possuem associação. Portanto, de acordo com as estatísticas, a utilização da ANACOR é adequada para analisar a relação entre as variáveis renda dos acadêmicos e pagamento de fatura de cartão de crédito em dia.

 

Tabela 3. ANACOR da Renda versus Pagamento de Fatura de Cartão de Crédito

Dimensão

Valor singular

Inércia

Qui-Quad

Sig.

Proporção da Inércia

Nível de confiança

Individual

Cum.

D.P.

Correlação

2

1

,275

,076

 

 

,484

,484

,068

,213

2

,260

,068

 

 

,434

,918

,094

 

3

,113

,013

 

 

,082

1,000

 

 

Total

 

,156

28,268

,029*

1,000

1,000

 

 

Fonte. Elaborado pelos autores. Nota. *16 graus de liberdade

 

Com os dados é possível obter um mapa perceptual gerado com a aplicação da ANACOR, conforme é apresentado na Figura 4. Observa-se que os acadêmicos com renda até 1 salário mínimo estão de forma mais intensa ligada aos que nunca pagam faturas do cartão de crédito em dia. Já os alunos que tem renda entre 3 e 8 salários mínimos estão mais associados aos que quase sempre pagam suas faturas em dia. Os participantes da pesquisa, que sua renda fica na faixa de 1 a 3 salários mínios tem maior relação aos que sempre pagam suas faturas em dia. Outro aspecto relevante, é que a renda da população está cada vez mais comprometida em cartão, sabendo-se que a taxa de juros do cartão de crédito é alta, em pouco tempo a fatura que não foi paga em sua totalidade, será superior ao valor devido. Assim, o comportamento financeiro das pessoas pode levar a má utilização, gerando endividamento da população.

Figura 4. Mapa Perceptual da Renda versus Pagamento de Fatura de Cartão de Crédito

Fonte. Elaborado pelos autores

 

            Percebe-se que o pagamento do cartão de crédito está associado a renda e a idade dos respondentes. Ademais, os resultados indicam que na maioria dos casos o pagamento da fatura do cartão de crédito está sendo feita em dia. Chama-se atenção, para a população que tem renda de até 1 salário mínimo e com idade entre 29 e 32 anos, pois esses estão de forma mais intensa associados aos que nunca pagam faturas do cartão de crédito em dia.

 

5. CONCLUSÃO

 

            Para responder ao problema de pesquisa os pesquisadores estruturaram o instrumento de coleta de dados  em duas seções, a primeira objetivou caracterizar o perfil do respondente, e a segunda objetivou coletar informações em relação ao comportamento financeiro quanto os gastos por idade e renda e pagamento da fatura do cartão de crédito. Para tanto, a coleta  dos dados ocorreu em 2019, utilizou-se a técnica estatística da ANACOR.

A caracterização demográfica e socioeconômica dos respondentes aponta uma população universitária com perfil, em sua maioria, jovens do gênero feminino, que participam de cursos de graduação em ciências sociais aplicadas. No que tange à renda, grande parte dos acadêmicos têm renda bruta de 1 a 3 salários mínimos, porém, alguns ainda são financeiramente dependentes de seus pais. Além disso, muitos estudantes ressaltam ser difícil cumprir com os compromissos financeiros, sendo necessário analisar o comportamento desses indivíduos e a concessão de crédito para eles, este achado na pesquisa pode ser justificado por meio de estudos anteriores como exemplo a pesquisa realizada por  Robb e Woodyard ( 2011) onde os autores ao analisarem as variáveis  socieconômicas e demográficas em estudo sugerem que o nível de recurso disponível tem um impacto no comportamento financeiro, ou seja, consumidores com menor recurso disponível podem deixar de cumprir com as suas obrigações financeiras, tendo maior dificuldade em honrar seus compromissos financeiros.

Ainda explorando a caracterização demográfica e socioeconômica da pesquisa como achado subjacente e buscando ancorar analise realizada no que refere-se a questão do comportamento dos indivíduos, Costa e Miranda (2013) em seu estudo apotam que o gênero feminino apresenta menores níveis de conhecimento financeiro, quando analisado a relação de gênero masculino e feminino, os autores justificam sua afirmação argumentando que o gênero feminino tem menor interesse pelo tema, menor disposição para aprender sobre educação financeira, o que resulta em menor confiança na sua tomada decisão sobre assuntos ou produtos financeiros.

 A associação da renda e idade dos respondentes com o pagamento das faturas de cartão de crédito em dia, pode-se dizer que há associação entre as variáves. Assim,  jovens tendem a pagar mais a fatura em dia, já indivíduos com idade entre 29 e 32 anos quase nunca pagam a fatura em dia, isso tende a estar relacionado ao aumento de consumo nessa idade, pois muitos constrõem suas famílias, auferem casa própria e tem filhos, esta analise realizada por meio dos achados da pesquisa  também é reforçada  pelo estudo de  Sibel e Zdanowicz (2019) onde os autores observam que o estado civil permite explicar ações que direcionam a tomada decisão dentro das finanças comportamentais em relação sas obrigações mensais dos indivíduos, os autores apontam que quem encontra-se em situação de casado e com filhos, terá mais obrigações do que quem é solteiro, podendo ter mais dificuldades em honrar seus compromissos ao final de cada mês.

Os acadêmicos com renda menor estão associados aos que nunca pagam suas faturas em dia, ao contrário dos que tem renda superior a 3 salários mínimo, esses estão mais associados aos que quase sempre pagam suas faturas em dia, estes resultados estão em convergência com resultados observados em coutros estudos como: Kunkel et al (2013); Mendes-da-Silva, Nakamura e Moraes (2012); Worthy, Jonkman e Blinn-Pike (2010).

Os pesquisadores no momento de operacionalizar a pesquisa observaram que algumas variáveis podem ser exploradas em estudos futuros dentro do tema como: a relação entre a educação financeira com a formação dos pais dos estudantes universitários; realização de estudos comparativos regionais de universitários que frequentam cursos da  área de gestão; e, comparação entre perfis de estudantes universitários dos cursos da área de gestão em relação a outras áreas do saber quanto a questão do uso do cartão de crédito.

 

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