v.
5, n. 3, Setembro-Dezembro/2021 This work is licensed under a Creative
Commons
Attribution
4.0 International License
ALFABETIZAÇÃO
FINANCEIRA VERSUS COMPORTAMENTO FINANCEIRO: O Pagamento com Cartão de Crédito
Nadia Mara Bogoni
http://lattes.cnpq.br/2702825288908504
https://orcid.org/0000-0002-8033-7505
Universidade de Passo Fundo
Passo Fundo, Rio Grande do Sul, Brasil
Marinei Abreu Matos Guarise
http://lattes.cnpq.br/7185673172572201
https://orcid.org/0000-0001-9516-0506
Fundação de Estudos Sociais do Paraná
Curitiba, Paraná, Brasil
Mariza de Almeida
mariza.de.almeida@hotmail.com
http://lattes.cnpq.br/5236547872729786
https://orcid.org/0000-0003-2910-8704
Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz/USP,
São
Paulo, São Paulo, Brasil.
Nelson Hein
hein@furb.br
http://lattes.cnpq.br/2285426292603416
https://orcid.org/0000-0002-8350-9480
Universidade Regional de Blumenau
Blumenau, Santa Catarina, Brasil
RESUMO
Os temas sobre alfabetização financeira,
educação financeira e comportamento financeiro tem se destacado no meio
acadêmico e tal relevância é
atribuída ao crescente desenvolvimento dos mercados financeiros, das mudanças
demográficas, econômicas, políticas e sociais aos quais a sociedade está exposta nas últimas décadas. Diante
deste contexto, buscou-se investigar qual o comportamento financeiro, a partir
dos gastos com cartão de crédito e perfil de renda, dos estudantes
universitários da Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis
(FEAC), da Universidade de Passo Fundo (UPF) em relação ao pagamento da fatura
do cartão de crédito. O estudo é caracterizado como descritivo, para análise
dos dados foi utilizado a técnica estatística da ANACOR. Dentre os diversos achados destaca-se
o fato de não ocorrer uma relação significativa entre a idade versus pagamento
da fatura de cartão de crédito em relação ao comprometimento do pagamento da
fatura do cartão. Espera-se que o estudo contribua para oportunizar melhorias
econômicas, sociais, desta forma, possibilitando que ações sejam realizadas
para reduzir os níveis de endividamento.
PALAVRAS-CHAVE:
Alfabetização Financeira. Comportamento Financeiro. Cartão de Credito.
FINANCIAL
LITERACY VERSUS FINANCIAL BEHAVIOR: Credit Card Payment
ABSTRACT
The topics on financial literacy, financial
education and financial behavior have
been excelled in academic field
and such relevance is attributed to the increasing development of financial
markets, demographic changes, economic, political and social factors which the society has been exposed to in
recent decades. In this context, it was
investigated the financial behavior,
from observing credit card spending and
income profile, from students of the Faculty of Economic, Administrative and
Accounting Sciences (FEAC in the University of Passo Fundo (UPF) in
relation to the payment of the credit card bill. The study is characterized as descriptive, ANACOR statistical technique was used for
data analysis. Within the various findings, it’s highlighted the fact that it does not occur a significant relation between age versus payment of the credit card bill in relation to the commitment of
the payment of the invoice of the card. It is expected that the study will
contribute to promote economic and social improvements, in this way, allowing
actions to be undertaken to reduce the levels of debt.
KEYWORDS: Financial
Literacy. Financial Behavior. Credit card.
Submetido:
24/11/2021
Revisões
Requeridas: 29/12/2021
Aceito:
29/12/2021
Publicado:
31/12/2021
1.
INTRODUÇÃO
É notória a relevância que aos temas alfabetização
financeira, a educação financeira e o comportamento financeiro vêm ganhando na
vida das pessoas. A relevância dos assuntos deve-se ao crescente
desenvolvimento dos mercados financeiros, das mudanças demográficas,
econômicas, políticas e sociais que a sociedade está exposta. Todas essas
mudanças afetam, consideravelmente, a vida das pessoas, independente de classe
social ou nível de renda que possuem.
Embora esses termos sejam, frequentemente, tratados
como sinônimos, possuem conceitos diferentes, pois a alfabetização financeira
vai além da educação financeira, cujo foco principal é o conhecimento. A
alfabetização financeira envolve, além do conhecimento, o comportamento e a
atitude financeira dos indivíduos (POTRICH; VIEIRA; KIRCH, 2015).
A
alfabetização financeira tem uma dimensão adicional, pois para um indivíduo ser
alfabetizado, financeiramente, ele deve ter capacidade e confiança para usar
seu conhecimento financeiro a fim de tomar decisões financeiras prudentes. Ou
seja, não só saber, mas saber aplicar o conhecimento de forma apropriada
(HUSTON, 2010).
Por seu turno, a educação financeira, de acordo com
Savoia, Saito e Santana (2007), compreende um processo de transmissão de
conhecimento que permite o desenvolvimento de habilidades nos indivíduos, para
que eles possam tomar decisões fundamentadas e seguras, melhorando o
gerenciamento de suas finanças pessoais. A partir do aprimoramento de tais
capacidades, os indivíduos tornam-se mais integrados à sociedade e mais
atuantes no âmbito financeiro, ampliando seu bem-estar.
Já o comportamento financeiro conforme Olsen (1998), é defenido como a reação que o individuo manifesta no
momento de tomar decisões dentro do contexto financeiro, ou seja, as ações
racionais ou irracionais manifestadas pelas pessoas impulsionadas pelas suas
ilusões cognitivas.
Na temática de estudos voltados para o tema alfabetização financeira
entre jovens, têm-se o estudo de Lusardi, Mitchel e Curto (2010), Cull e Witton (2011), Atkinson e Messy (2012), Potrich, Vieira, & Ceretta (2013), Potrich, Vieira, Kirch (2014), Potrich,
Vieira, Kirch (2015), Milan (2015). Nos estudos mencionados, observa-se a necessidade de evoluir na
investigação do nível de comportamento financeiro sobre os conceitos que
envolvem a alfabetização financeira e a educação financeira. De acordo com
Fernandes, Lynch e Netemeyer (2014), há uma desconexão marcante nas definições
conceituais de alfabetização financeira e, por isso, seria interessante
desenvolver novas medidas mais conectadas. Em especial, aqui nesse estudo,
serão utilizadas as medidas desenvolvidas a partir do modelo proposto pela OECD
(2013) e adaptado de Potrich, Vieira e Kirch (2014) para a Variável
Comportamento Financeiro.
Diante do exposto e considerando a relevância do tema Comportamento Financeiro, tanto no
contexto econômico, quanto social, tem-se por objetivo analisar qual o
comportamento financeiro, a partir dos gastos com cartão de crédito e perfil de
renda, dos estudantes universitários da
Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis (FEAC), da
Universidade de Passo Fundo (UPF) em relação ao pagamento da fatura do cartão
de credito.
A pesquisa justifica-se em virtude do crescimento
que os temas alfabetização, educação e comportamento financeiro vêm
apresentando tanto em economias desenvolvidas como nas economias em
desenvolvimento, o que permite compreender melhor o desenvolviemento econômico
e, consequentemente, social de uma determina
amostra investigada. Desta forma, o estudo contruibui tanto para benefícios
econômicos e sociais, bem como, sobre o conhecimento que o tema pode trazer aos
jovens e adolescentes. A pesquisa ainda permite auxiliar com o meio acadêmico,
uma vez que, a aplicabilidade dos resultados que foram obtidos permite
oportunizar melhorias econômicas e sociais, permitindo compreender como ocorre
o nível de endividamento ou inadimplência em estudantes universitários pelo uso
do cartão de crédito, possibilitando que ações sejam realizadas para reduzir os
níveis de endividamento.
O estudo
encontra-se estruturado com a presente introdução onde os autores realizam uma contextualização
sobre o assunto abordado buscando inserir o leitor a pesquisa, e sobre o
objetivo da pesquisa. Na seção 2, foi abordado o referencial teórico que
fornece sustentação a cerca do assunto explorado. Na seção 3, foi descrito a
metodologia onde os autores apresentam o delineamento da pesquisa o que permite
os leitores compreendem a estratégia adotada para viabilizar a pesquisa, bem
como a técnica usada para trabalhar os dados coletados. A seção 4 apresenta os
resultados dos dados coletados por meio das análises realizadas e, por fim, na
seção 5 são apresentadas as conclusões.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A estabilidade da moeda após o plano real e a ampliação da oferta do
crédito por meio de bancos e outras instituições, possibilitaram o crescimento
do número de questões financeiras com as quais as pessoas precisam lidar no
cotidiano. O fato é que a maioria da população não possui a habilidade
necessária para trabalhar essa questão, o que mostra que promover a capacitação
financeira dos indivíduos, a fim de torná-los aptos a tomar decisões com
segurança e com uma postura proativas, é um dos desafios atuais da sociedade
(MUNIZ JÚNIOR, 2013). Diante
disso, o presente estudo se estrutura teoricamente sobre a alfabetização
financeira e educação financeira e, sobre as finanças comportamentais e o
cartão de crédito.
2.1 Alfabetização Financeira e
Educação Financeira: importância para as Finanças Pessoais
A alfabetização financeira consiste no
conhecimento de temas relacionados ao mercado monetário, econômico ou
financeiro, bem como, as decisões que os indivíduos podem tomar, a partir das
informações adquiridas. Também, é definida como a habilidade de ler, analisar,
gerir e comunicar sobre a condição financeira pessoal e a forma como esta afeta
o seu bem-estar material. Inclui também a capacidade de discernir entre
escolhas financeiras, discutir assuntos financeiros, monetários, planejar o
futuro e responder de forma competente às situações do dia-a-dia que envolvem
decisões financeiras, ou qualquer acontecimento econômico (ORTON, 2007).
Para Lusardi e Mitchell (2011),
embora seja importante avaliar a alfabetização financeira das pessoas, na
prática, é difícil descobrir a forma como as pessoas processam as informações
financeiras e tomam suas decisões baseadas nos conhecimentos adquiridos.
Segundo os autores, isso ocorre pelo fato de que a alfabetização financeira abrange
vários conceitos, compreendendo: a consciência financeira, conhecimentos
financeiros, as habilidades financeiras e a capacidade financeira, o que torna
difícil captar todas as informações de uma só vez.
Apesar das diversas formas como o conceito de alfabetização financeira
é abordado, a maioria dos conceitos contempla o conhecimento, a habilidade para
aplicar os conceitos adquiridos, atitude para gerenciar as finanças pessoais e
aptidões para tomar decisões apropriadas e confiança para planejar as necessidades
financeiras futuras (Redmund, 2010).
Outro conceito abordado nas
finanças pessoais refere-se a educação
financeira, a educação financeira é caracterizada como um conjunto de informações que auxilia as
pessoas a gerenciarem sua renda, seu dinheiro, seus gastos e empréstimos
monetários, poupança e investimentos a curto e longo prazo. A promoção da
educação financeira habilita os indivíduos a vencerem suas relutâncias e
inabilidades de modo que tirem total vantagem dos avanços tecnológicos e de novos
produtos no setor financeiro e possam aumentar suas oportunidades econômicas. A
qualificação dos indivíduos torna-os melhores consumidores e melhores
compradores. Este processo efetivamente aumenta o poder de compra real e provê
maiores oportunidades para consumir mais, poupar ou investir (GREENSPAN, 2005).
A pesquisa realizada pela OECD
(2012), define a educação financeira como um processo pelo qual os indivíduos
requerem aplicação das suas capacidades cognitivas para aprenderem ou
melhorarem sua compreensão sobre os conceitos e produtos de ordem financeira,
ainda a OECD (2012) em sua pesquisa observa que a educação financeira pode ser
desenvolvida pela informação e instrução adquirida ao longo da vida de um
indivíduo.
Outro achado observado na pesquisa
da OECD (2012) consiste na capacidade que um indivíduo tem de processar
a informação ou instrução recebida, e, alinhar suas ações aos seus objetivos
pretendidos, Oliveira e Silva et al.
(2017) em sua pesquisa observam que educação financeira compreendida como um
processo no estudo da OECD (2012),
apresenta como resultado o desenvolvimento de habilidades que atribuem aos
indivíduos maior confiança em suas ações
de julgamento para tomada decisão em avaliar os riscos e oportuinidades
financeiras.
Mundy (2009) destaca em sua
pesquisa que a educação financeira tem
como objetivo dar apoio para que as pessoas possam gerir bem o seu dinheiro ao
longo das suas vidas. Assim, a mesma deve abranger atitudes e comportamentos,
bem como, conhecimentos e habilidades. Para o autor, há um consenso geral de
que o propósito da educação financeira emerge como alternativa de política
pública para incrementar os conhecimentos financeiros da população vulnerável,
minimizando, de alguma forma, o risco a que estão expostas.
A relevância da qualificação dos indivíduos também é
apresentada por Bernheim, Garrett e Maki
(2001), Bernheim e Garret (2003) e, cujos
estudos demonstram que pessoas alfabetizadas financeiramente possuem melhores
índices de poupança e planos para aposentadoria, trazendo maior tranquilidade
quanto ao futuro e para resolução de problemas financeiros. Desta forma, a
necessidade de disseminar o conhecimento sobre educação financeira deve-se ao
fato que há elevação constante do endividamento pessoal e familiar. A a única
maneira possível de eliminar ou diminuir esse fenômeno é através da
conscientização financeira das pessoas a partir da educação, não só nas
escolas, mas com aulas abertas ao público, com parcerias de instituições
privadas, organismos nacionais e internacionais e da sociedade como um todo
(OPLETALOVÁ, 2015).
Nos últimos anos, diversos
organismos internacionais têm
reconhecido a relevância da educação
financeira como mecanismo de inclusão social, esta afirmação pode ser observada
por meio da pesquisas de Lusardi e Mitchel (2007), Mundy (2009),
Hastings,Madrian e Skimmyhorn (2013), Berry, Karlan e Pradhan (2018) e Kaiser et
al. (2021), cabendo observer que ambito nacional o reconhecimento da
relevância da educação financeira ocorreu por meio do decreto federal n٥
7.397/2010 onde foi criada Estratégia
Nacional de Educação Financeira (ENEF) que tem como objetivo a mobilização de
ações das entidades governamentais para promoção da educação financeira, cabe
observar que o objetivo da ENEF vou renovado por meio do decreto federal nº
10.393 de 09 de junho de 2020.
Diante do exposto, é evidente os benefícios que o acesso à alfabetização
financeira, bem como, a educação financeira possuem para o gerenciamento das
finanças pessoais. Portanto, deve-se atentar cada vez mais para a saúde
financeira das pessoas e procurar desenvolver instrumentos que facilitem à
sociedade o acesso a esse tipo de informação.
2.2 Finanças Comportamentais: Gastos com Cartão de Crédito
Em meados da
década de 1950 surge a concepção moderna da teoria de finanças, conforme Fama, Cioff e Coelho (2008: 2), o “ [...] modelo de Finanças
Modernas passou a adotar premissas da racionalidade dos tomadores de decisão e
da imprevisibilidade dos mercados, com paradigmas fundamentados em trabalhos de
acadêmicos”, no entanto, esta concepção do investidor racional mudou a
partir do estouro da bolha de NASDAQ que
ocorreu em 2001, onde observou a irracionalidade do investidor. Dois estudos
sobre o assunto de irracionalidade do investidor merecem destaque pois ganharam
os prêmios Nobel: Hebert Simon, em 1978, por sua teoria da racionalidade
limitada e Daniel Kahneman, em 2002.
Pode-se
afirmar que os estudos
voltados para as finanças comportamentais dentro do ambiente acadêmico surgem a
partir da década de 1970, por meio da divulgação dos estudos realizados por Hebert
Simon (1978) e Kahneman & Tverski (1979). Os estudos dos pesquisadores
observaram a irracionalidade do investidor no processo decisório e buscaram
explicar os fenômenos analisados usando como ferramenta a psicologia para
compreender e entender os comportamentos dos investidores. Assim, as pesquisas desses estudiosos contemplaram a irracionalidade do
investidor no processo decisório e adotaram a psicologia como ferramenta para
entender melhor o comportamento dos indivíduos dentro do ambiente das finanças.
Shefrin
(2000), afirma em seu estudo que as finanças comportamentais trata de observar
como a influência psicológica pode afetar decisões ou escolhas, ou seja, como o comportamento dos agentes
dentro do mercado financeiro pode sofrer influências cognitivas. O que permite
concluir que as finanças comportamentais têm como objetivo compreender o
comportamento dos indivíduos, uma vez que, conforme expostos por Shefrin
(2000), os indivíduos nem sempre apresentam um comportamento racional, pois,
são propensos a ilusões cognitivas que refletem em suas ações.
Muitos
são os estudos que apresentam diversas definições do que trata ou seria as
finanças comportamentais, dentre essas merecem destaque a de Lintner (1998),
que descreve que as finanças tratam de como os investidores se comportam e agem
dentro do mercado financeiro, diante das decisões que devem tomar. Outra
interessante definição e exposta por Olsen (1998), é que as finanças
comportamentais, não tem a pretenção de definir se o comportamento do agente foi
racional ou irracional, simplesmente
busca compreender, entender e predizer
os processos de decisão baseadas em estimulos cognitivos (psicológicos)
que direcionam as decisões adotadas pelos indivíduos, dentro do tema finanças
comportamentais é que encontra-se o comportamento financeiro, observado no
presente estudo.
Dentro
dos principais assuntos que podem ser observados pelo prisma das financas
comportamentais são os estudos que focam o comportamento financeiro, ou seja, a
forma com que os indivíduos tem acesso ao crédito e realizam seus gastos
pessoais têm ganhado destaque nos últimos anos, principalmente o que tange
gastos com cartão de crédito. Para Silva (2011), as economias mundias se
caracterizam pela crescente disponibilidade
e aceitabilidade do crédito, estes fatores estimulam o desenvolvimento
econômico dos indivíduos. No Brasil a Abecs (Associação Brasileira das Empresas
de Cartões e Serviço) acompanha tanto a concessão de crédito como o débito no
uso do cartão de crédito, e isso pode ser observado na Figura 1 disponibilizado
pela Abecs.
Utilização
do cartão de crédito, tanto para tomar crédito quanto seu débito de 2007 a 2016
apresentou um crescimento considerável segundo desmonstrado no Figura 1, em
nove anos praticamente triplicou o fluxo de transações com utilização de cartão
de crédito. Em 2007 foram realizadas 3.652.256 milhares de transações passando
para 2016 para 12.394.706 milhares de transações, o que permite concluir que as
transações com utilização do cartão de crédito apresentam uma tendência de
crescimento, ou seja, um aumento pelo uso por por parte dos indivíduos
brasileiros.
Figura
1. Evolução da concessão de crédito no mercado
Outro
relevante dado apontado pela Abecs em 2017 refere-se ao controle de transações
realizadas por regiões, o Figura 2 demonstra, de maneira clara, como ocorre as
distribuições de transações realizadas pela utilização do cartão de crédito de
forma regional.
Figura 2. Participação das regiões nas transações em
2017
Fonte. Abecs (2017)
Dentre
as regiões que destacam-se pelo volume de transações realizadas com cartão de
crédito pode-se observar que a região Sudeste apresenta o maior volume de
transações realizadas com 62,3% do total do volume de transações, enquanto, a região com menor volume de transações realizadas foi a região Norte com apenas 3,3% do total do
volume de transações. O presesente estudo tem como foco investigar a região Sul
que apresenta, conforme o Figura 2, o
segundo maior volume de transação com 15,7%. Cabe ressaltar que a referida
associação não apresenta estudos ou levantamentos por perfil do usuários do
cartão de crédito, os dados gráficos disponíveis referem-se a questão do
parcelamento, ramo de atividade e volume de mercado.
Como o
volume de transações de uso do cartão de crédito é considerável, diversos
estudiosos têm buscado estudar o perfil do usuário dos cartões de crédito,
procurando compreender as relações ou comportamentos destes usuários, um
determinado perfil de usuário tem chamado atenção dos pesquisadores, nestas
análises de perfil realizadas pelos pesquisadores tem-se observado o
crescimento do número de estudantes de nível universitário como usuários do
cartão de crédito. Desta forma, diversas pesquisas buscam observar o
comportamento dos jovens universitários quanto ao uso do cartão de crédito (LYONS, 2004, 2007).
A preocupação com o uso do cartão de crédito também
é presente na pesquisa realizada por Mendes-da-Silva, Nakamura e Moraes (2012),
os referidos autores argumentam em seus estudos que o crescimento acelerado do
número de usuários que utilizam o cartão
de crédito reflete também no aumento dos níveis de endividamento e
inadimplência. Em que, os usuários a nível universitário fazem parte da parcela
que compõem estes níveis, desta forma, observar as atitudes, comportamento e
conhecimento desta parcela de usuários torna-se primordial para avanços dos
estudos sobre as finanças comportamentais quanto ao comportamento dos usuários
em relação ao uso do cartão de crédito.
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com o propósito de responder às questões elaboradas
neste trabalho a pesquisa evidencia características de cunho descritivo, com
abordagem qualitativa e quantitativa para a coleta dos dados. A população
escolhida foram 1500 alunos da Faculdade de Ciências Econômicas,
Administrativas e Contábeis (FEAC), da Universidade de Passo Fundo (UPF) para
os quais foram enviados os questionários por e-mail. Sendo que a amostra
caracteriza-se por 194 alunos que responderem o questionário com utilização do
recursos do Google Docs.
Após a coleta dos dados, foi feita a análise dos
resultados por meio da estatística
descritiva para a caracterização socioeconômica. Para analisar o comportamento
financeiro, procedeu-se a técnica de estatística descritiva e Análise de
Correspondência (ANACOR) para a análise do perfil de Renda versus Pagamento de Fatura de Cartão de Crédito. A técnica
estatística ANACOR é definida como uma das técnicas desenvolvidas para analisar
relações não lineares e dados com respostas categóricas, medidas em termos
nominais, e tendo como principal objetivo agrupar variáveis altamente
associadas, construindo a representação das relações entre as categorias das
variáveis em um mapa perceptual (HAIR JR. et al., 2009).
A (ANACOR) é uma
técnica exploratória de dados, que busca investigar a associação entre
categorias de duas variáveis qualitativas. Entre as vantagens desta técnica
está na possibilidade da visualização das relações existentes no mapa
perceptual, auxiliando na interpretação das associações entre as variáveis e
permitindo ao pesquisador realizar inferências, ainda que de modo exploratório
(FÁVERO et al., 2009).
A Coleta de
dados foi feita nos meses de maio, junho e julho de 2019. A construção dos
fatores de análise foi por meio do software SPSS 21.0®. O instrumento de coleta de dados foi
estruturado da seguinte maneira: a primeira parte trata da caracterização
socioeconômica, na segunda parte busca-se captar o Comportamento Financeiro dos
estudantes pesquisados quanto ao uso do cartão de crédito.
4. RESULTADOS
Nesta seção será feita a caracterização dos respondentes de acordo com
os questionários enviados e que retornaram como válidos. Inicia-se com a
caracterização socioeconômica e na sequência a análise do Comportamento
Financeiro, em especial, pagamento de Faturas de Cartão de Crédito e Perfil de
Renda dos respondentes.
4.1 Análise do Perfil dos Respondentes
Os questionários foram aplicados aos acadêmicos da
Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas, da Universidade
de Passo Fundo, localizado no norte do Rio Grande do Sul. Obteve-se uma amostra
no total de 194 questionários respondidos, sendo que desses, 60% pertencem ao
gênero feminino e com idade média de 24 anos. Os respondentes pertencem aos
campi localizados nas cidades de Carazinho, Casca, Passo Fundo, Sarandi,
Soledade, Lagoa Vermelha e Palmeira das Missões, sendo que a maioria (48%) são
do campus central em Passo Fundo.
Os
estudantes participantes da pesquisa, são dos cursos de Economia (19%),
Administração (38%), Ciências Contábeis (35%), Comércio Exterior (4%), Gestão
Comercial (2%), Agronegócios (3%) e Recursos Humanos (1%). No que tange à
renda, 64% dos alunos tem renda bruta de 1 a 3 salários mínimos, sendo que 75%
tem como ocupação emprego assalariado e 53% são financeiramente dependentes de
seus pais. Observa-se que 57% dos respondentes estão insatisfeitos com sua
situação financeira, e, apresenta-se ainda na Tabela 1 o quão difícil é para os
acadêmicos cumprir com seus compromissos financeiros.
Tabela 1. Cumprimento com os compromissos financeiros
|
Frequência absoluta |
Frequência relativa |
Frequência acumulada |
Difícil |
58 |
30% |
30% |
Extremamente
Difícil |
1 |
1% |
31% |
Extremamente
Fácil |
9 |
5% |
36% |
Fácil |
87 |
45% |
81% |
Indiferente |
39 |
19% |
100% |
Total |
194 |
100% |
|
Fonte. Elaborado pelos
autores
A tabela
1, corrobora com a preocupação desmonstrada por Lyons (2004; 2007) em suas
pesquisas, bem como, Mendes-da-Silva,
Nakamura e Moraes (2012) em seus estudos, quanto a questão dos níveis de endividamento e inadimplência, pois, 30% dos pesquisados consideram que acham difícil de cumprir com seus
compromissos financeiros. Esta informação revela um alerta quanto a concessão
de crédito ou liberação de crédito a este perfil de usuário do cartão de
crédito. Para Lyons (2004; 2007) existe considerável
preocupação por parte dos usuáios quanto sua capacidade de pagamento das
suas obrigações assumidas, este fator denota o nível de responsabilidade financeira,
pois os usuários tem consciência que o mau gerenciamento do uso do cartão de
crédito pode implicar em prováveis riscos como
endividamento e inadimplência.
4.2 Análise do Comportamento Financeiro
A pesquisa, buscou identificar a associação da idade e da renda dos
respondentes com o pagamento das faturas do cartão de crédito. Para tanto,
utilizou-se a Análise de Correspondências (ANACOR), que permite visualizar a
associação entre variáveis e verificar se ela é significativa.
Na Tabela
2, observa-se as estatísticas referente a análise de correspondência da idade versus pagamento da fatura de cartão de
crédito. Destaca-se a importância da estatística do Qui-quadrado, pois, por
meio dela testa-se o grau de associação entre as variáveis, possibilitando
observar se existe ou não associação entre as variáveis investigadas. Como o
valor do Qui-Quadrado encontrado foi de 43,230, observa-se e rejeita-se a
hipótese que entre variáveis observáveis não possue associação, ou seja,
pode-se dizer, que há associação entre a idade versus pagamento de fatura de cartão de crédito.
Tabela 2. ANACOR da Idade versus Pagamento de
Fatura de Cartão de Crédito
Dimensão |
Valos singular |
Inércia |
Qui-Quadr |
Sig. |
Proporção da Inércia |
Nível de confiança |
||
Individual |
Cum. |
D.P. |
Correlação |
|||||
2 |
||||||||
1 |
,347 |
,120 |
|
|
,539 |
,539 |
,072 |
,582 |
2 |
,269 |
,072 |
|
|
,325 |
,865 |
,084 |
|
3 |
,132 |
,018 |
|
|
,079 |
,943 |
|
|
4 |
,112 |
,013 |
|
|
,057 |
1,000 |
|
|
Total |
|
,223 |
43,230 |
,009* |
1,000 |
1,000 |
|
|
Fonte. Elaborado pelos
autores. Nota. *24 graus de
liberdade
Para
visualizar melhor a associação entre as variáveis idade dos acadêmicos versus pagamento de fatura de cartão de
crédito, utiliza-se a análise do mapa perceptual, em que se examina as relações
de proximidade geométrica e projeções em dimensões. Para Fávero et al. (2009),
as categorias mais explicativas são as que apresentam maior inércia e que
simultaneamente se situam mais afastadas da origem (0,0). A Figura 3 apresenta
o mapa perceptual da idade versus pagamento de fatura de cartão de crédito, em
que os acadêmicos mais jovens, com idade entre 20 e 28 anos sempre pagam a
fatura do cartão em dia, além disso, os alunos que tem idade maior estão
relacionados com quase sempre fazem o pagamento da fatura em dia.
Percebe-se
ainda na Figura 3, que o comportamento de nunca, quase nunca e ás vezes pagar a
fatura do cartão em dia, está pouco associado aos acadêmicos, independentemente
de sua idade, porém os mais relacionados a não pagar a fatura em dia, são
pessoas com idade entre 29 e 32 anos. Essas informações mostram os alunos cada
vez mais cientes, pois o cartão de crédito se
apresenta como uma ferramenta facilitadora para o consumo, que agiliza as
operações financeiras, possibilitando pagamento posterior à aquisição do bem,
porém, o não pagamento total da parcela total do cartão de crédito
acarretam em um aumento cada vez maior no montante da dívida.
Figura
3. Mapa Perceptual da Idade versus
Pagamento de Fatura de Cartão de Crédito
Fonte. Elaborado pelos autores
Em relação à Tabela 3 é possível verificar que
a dimensão 1 explica melhor os dados, pois o valor singular confirmado foi de
0,275. O valor do Qui-Quadrado encontrado foi de 28,268, com isso é possível
rejeitar a hipótese nula de que as variáveis não possuem associação. Portanto,
de acordo com as estatísticas, a utilização da ANACOR é adequada para analisar
a relação entre as variáveis renda dos acadêmicos e pagamento de fatura de
cartão de crédito em dia.
Tabela 3. ANACOR da Renda versus Pagamento de
Fatura de Cartão de Crédito
Dimensão |
Valor singular |
Inércia |
Qui-Quad |
Sig. |
Proporção da Inércia |
Nível de confiança |
||
Individual |
Cum. |
D.P. |
Correlação |
|||||
2 |
||||||||
1 |
,275 |
,076 |
|
|
,484 |
,484 |
,068 |
,213 |
2 |
,260 |
,068 |
|
|
,434 |
,918 |
,094 |
|
3 |
,113 |
,013 |
|
|
,082 |
1,000 |
|
|
Total |
|
,156 |
28,268 |
,029* |
1,000 |
1,000 |
|
|
Fonte. Elaborado pelos
autores. Nota. *16 graus de
liberdade
Com os dados é possível obter um mapa
perceptual gerado com a aplicação da ANACOR, conforme é apresentado na Figura
4. Observa-se que os acadêmicos com renda até 1 salário mínimo estão de forma
mais intensa ligada aos que nunca pagam faturas do cartão de crédito em dia. Já
os alunos que tem renda entre 3 e 8 salários mínimos estão mais associados aos
que quase sempre pagam suas faturas em dia. Os participantes da pesquisa, que
sua renda fica na faixa de 1 a 3 salários mínios tem maior relação aos que
sempre pagam suas faturas em dia. Outro aspecto relevante, é que a renda da
população está cada vez mais comprometida em cartão, sabendo-se que a taxa de
juros do cartão de crédito é alta, em pouco tempo a fatura que não foi paga em
sua totalidade, será superior ao valor devido. Assim, o comportamento
financeiro das pessoas pode levar a má utilização, gerando endividamento da
população.
Figura
4. Mapa Perceptual da Renda versus Pagamento de Fatura de Cartão de
Crédito
Fonte. Elaborado pelos
autores
Percebe-se que o
pagamento do cartão de crédito está associado a renda e a idade dos respondentes.
Ademais, os resultados indicam que na maioria dos casos o pagamento da fatura
do cartão de crédito está sendo feita em dia. Chama-se atenção, para a
população que tem renda de até 1 salário mínimo e com idade entre 29 e 32 anos,
pois esses estão de forma mais intensa associados aos que nunca pagam faturas
do cartão de crédito em dia.
5. CONCLUSÃO
Para responder ao problema de pesquisa os pesquisadores estruturaram o
instrumento de coleta de dados em duas
seções, a primeira objetivou caracterizar o perfil do respondente, e a segunda
objetivou coletar informações em relação ao comportamento financeiro quanto os
gastos por idade e renda e pagamento da fatura do cartão de crédito. Para
tanto, a coleta dos dados ocorreu em
2019, utilizou-se a técnica estatística da ANACOR.
A
caracterização demográfica e socioeconômica dos respondentes aponta uma
população universitária com perfil, em sua maioria, jovens do gênero feminino,
que participam de cursos de graduação em ciências sociais aplicadas. No que tange à renda, grande parte dos acadêmicos têm renda
bruta de 1 a 3 salários mínimos, porém, alguns ainda são financeiramente
dependentes de seus pais. Além disso, muitos estudantes ressaltam ser difícil
cumprir com os compromissos financeiros, sendo necessário analisar o
comportamento desses indivíduos e a concessão de crédito para eles, este achado
na pesquisa pode ser justificado por meio de estudos anteriores como exemplo a
pesquisa realizada por Robb e Woodyard (
2011) onde os autores ao analisarem as variáveis socieconômicas e demográficas em estudo
sugerem que o nível de recurso disponível tem um impacto no comportamento
financeiro, ou seja, consumidores com menor recurso disponível podem deixar de
cumprir com as suas obrigações financeiras, tendo maior dificuldade em honrar
seus compromissos financeiros.
Ainda explorando a caracterização demográfica e socioeconômica da
pesquisa como achado subjacente e buscando ancorar analise realizada no que
refere-se a questão do comportamento dos indivíduos, Costa e Miranda (2013) em
seu estudo apotam que o gênero feminino apresenta menores níveis de
conhecimento financeiro, quando analisado a relação de gênero masculino e
feminino, os autores justificam sua afirmação argumentando que o gênero
feminino tem menor interesse pelo tema, menor disposição para aprender sobre
educação financeira, o que resulta em menor confiança na sua tomada decisão
sobre assuntos ou produtos financeiros.
A associação da renda e
idade dos respondentes com o pagamento das faturas de cartão de crédito em dia,
pode-se dizer que há associação entre as variáves. Assim, jovens tendem a pagar mais a fatura em dia,
já indivíduos com idade entre 29 e 32 anos quase nunca pagam a fatura em dia,
isso tende a estar relacionado ao aumento de consumo nessa idade, pois muitos
constrõem suas famílias, auferem casa própria e tem filhos, esta analise
realizada por meio dos achados da pesquisa
também é reforçada pelo estudo
de Sibel e Zdanowicz (2019) onde os
autores observam que o estado civil permite explicar ações que direcionam a
tomada decisão dentro das finanças comportamentais em relação sas obrigações
mensais dos indivíduos, os autores apontam que quem encontra-se em situação de
casado e com filhos, terá mais obrigações do que quem é solteiro, podendo ter
mais dificuldades em honrar seus compromissos ao final de cada mês.
Os acadêmicos com renda menor estão associados
aos que nunca pagam suas faturas em dia, ao contrário dos que tem renda
superior a 3 salários mínimo, esses estão mais associados aos que quase sempre
pagam suas faturas em dia, estes resultados estão em convergência com
resultados observados em coutros estudos como: Kunkel
et al (2013); Mendes-da-Silva, Nakamura e Moraes (2012); Worthy, Jonkman e Blinn-Pike (2010).
Os pesquisadores no momento de operacionalizar a pesquisa observaram
que algumas variáveis podem ser exploradas em estudos futuros dentro do tema
como: a relação entre a educação financeira com a formação dos pais dos
estudantes universitários; realização de estudos comparativos regionais de
universitários que frequentam cursos da
área de gestão; e, comparação entre perfis de estudantes universitários
dos cursos da área de gestão em relação a outras áreas do saber quanto a
questão do uso do cartão de crédito.
REFERÊNCIAS
ABECS. Associacao brasileira empresas de cartão de credito e serviços.
Disponível em: <http://www.abecs.org.br/>. Acesso em: set. de 2017.
ABREU, M. MENDES, V. Financial
literacy and portfolio diversification. Quantitative Finance, 1-14. 2009.
ATKISON, A., & Messy, F. Measuring Financial Literacy: Results of the
OECD / International Network on Financial Education (INFE) Pilot Study [Working
Paper Nº 15]. OECD Working Papers on Finance, Insurance and Private Pensions, OECD Publishing. Retrieved Apr 05, 2012.
BERNHEIM, B. D.,
GARRET, D. M., & MAKI, D. M. . Education and saving: The long-term effects
of high school financial curriculum mandates. Journal of Public Economics,
80(3), 435-465. 2001.
BERNHEIN, B. D.;
GARRET, D. M.. The effects of financial education in the workplace: evidence
from a survey of households. Journal of Public Economics, v.87, p.
1487-1519.2003.
BERRY, James; KARLAN, Dean; PRADHAN, Menno. The impact of financial
education for youth in Ghana. World Development, v. 102, p. 71-89,
2018.
BESSA, S.,
FERMIANO, M. B., & CORIA, M. D.. Student's economic comprehension between
10 and 15 years old. Psicologia & Sociedade, 26(2),
410-419. 2014.
BRASIL/COREMEC. Educação financeira nas escolas – Ensino Médio. COREMEC, GAP, UNIBANCO, 2010.
BRASIL/ENEF. Estratégia Nacional de Educação Financeira
– Plano Diretor da ENEF.
2011a. Disponível em http://www.vidaedinheiro.gov.br/legislação/efault.aspx.
Acesso em: abril de 2017.
BRASIL/ENEF. Estratégia Nacional de
Educação Financeira – Plano Diretor da ENEF: Anexos. 2011b. Disponível em
http://www.vidaedinheiro.gov.br/legislação. Acesso: maio de 2017.
COSTA,
Cristiano Machado; MIRANDA, Cléber José. Educação Financeira e taxa de poupança
no Brasil. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade, v. 3, n. 3,
p. 57-74, 2013.
CULL. M. Whitton D. University Studantes Financial literacy levels:
obstaclesand aids. Economic And Labour Relations Review,
Londo, v.22, n.1p. 00-114.2011.
FÁVERO, L. P. et al. Análise de dados: modelagem multivariada para
tomada de decisões. Rio de Janeiro : Elsevier, Campus, 2009.
FAMÁ, R; CIOFFI, P. L.M.; COELHO, P. A. R.
Contexto das Finanças Comportamentais: Anomalias e Eficiência do Mercado de
Capitais Brasileiro. Revista de Gestão USP, São Paulo, v. 15, n. 2, p. 65-78,
abril/junho 2008.
FERNANDES, D.; Lynch, J. G.; NETEMEYER, R. G. Management
Science, v. 60, n.8, p.
1861- 1883, 2014.
GREENSPAN, A. The
importance of financial education today. Social Education, v. 69, n.2,
p. 64-67, Mar. 2005.
GRIFONI,
A; Messy, F.A Current Status of National Strategies for
Financial Education: A Comparative Analysis and Relevant Practices, OECD Working
Papers on Finance, Insurance and Private Pensions, No. 16, OECD Publishing. 2012.
GROHMANN,A. Kouwenberg.
R. e Menkhoff, L. Childhood roots of
financial literacy. Journal of Economic Psychology (51)-
114–133. 2015.
HAIR. J.et.al Análise
Multuvariada de Dados. 6. ed. Porto
Alegre : Bookman, 2009.
HALFELD, Mauro.; Torres, Fabio de Freitas Leitão. Financas Comportamentais: Aplicado ao contexto Brasileiro. Acesso
em: <http://www.scielo.br/pdf/rae/v41n2/v41n2a07.pdf>. Em 01/09/2017.
HASTINGS, Justine S.; MADRIAN, Brigitte C.; SKIMMYHORN, William L.
Financial literacy, financial education, and economic outcomes. Annu. Rev. Econ., v. 5, n. 1, p. 347-373, 2013.
HIRA, T.K.; Loibl, C.
Understanding the impact of employer-provides financial education on workplace
satisfaction. The Journal of Consumer Affairs, v.39, n.1, p. 173-194,
Summer 2005.
HUSTON, S. J.
Measuring financial literacy.The Journal of Consumer Affairs, v. 44, n.
2, p. 296-316, 2010.
KUNKEL, Franciele IR, et al. "Comportamento de Risco Financeiro dos
Estudantes Universitários no Uso do Cartão de Crédito: uma Análise
Comportamental." XVI SEMEAD–Seminários em
Administração 16 (2013).
KAISER, Tim et
al. A educação financeira afeta o conhecimento financeiro e os
comportamentos a jusante. Journal of Financial Economics ,
2021.
LIM, M.W. et al.Understanding Young Consumer
Perceptions on Credit Card Usage: Implications for Responsible Consumption Contemporary
Management Research. Pages 287-302, Vol.
10, No. 4, December. 2014.
LINTNER,
G. (1998). `Behavioral finance: Why
investors make bad decisions', The Planner.
LUSARDI, Annamaria; MITCHELL, Olivia S. Financial literacy and
retirement planning: New evidence from the Rand American Life Panel. Michigan Retirement Research Center
Research Paper No. WP, v. 157, 2007.
LUSARDI, A., MITCHELL,
O. S., & Curto, V. Financial literacy among the young. Journal of Consumer Affairs,
44(2), 358-380. 2010.
LUSARDI, A. MITCHELL,
O. S.Financial Literacy and Retirement Planing in the United States: NBER
Working Paper Series, N 17108,
June. 2011.
LYONS, A. C. A profile of
financially at-risk college students. The
Journal of Consumer Affairs, v. 38, n. 1, p. 56-80, 2004.
LYONS, A. C. Credit practices and financial education
needs of Midwest college students. In: Social Science Research Network,
2007. Disponível em: <http://www.acrwebsite.org/
search/view-conference-proceedings.aspx?Id=6915>. Acesso em: 26 agost. 2017.
MANDELL, L.; Klein,
L.S. Motivation and financial literacy. Financial Services Review 16 105-116. 2007.
MAROCO, João. Análise estatística utilizando SPSS. 3. ed. Lisboa: Silabo, 2007.
MENDES-DA-SILVA,
W.; NAKAMURA, W. T.; DE MORAES, D. C. Credit card risk behavior on college
campuses: evidence from Brazil. Brazilian
Administration Review, v. 9, n. 3, p. 351-373, 2012.
MILLAN, M.V.G. O Nível de Alfabetização financeira de Estudantes Universitários: um
estudo sobre a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) –
Dissertação (Mestrado) – Mestrado Profissional em Administração. 2015.
MUNDY, S. Financial
Education Programmes in school: Analysis of selected current programmes and
literature draft Recommendations for best practices. OCDE journal: General papers.2009.
NORMAN.A. S. Importance of financial education in making
informed decision on spending.
Journal of Economics and International Finance Vol. 2(10), pp.
199-207, October 2010.
OLIVEIRA e SILVA, Guilherme
et al. ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA VERSUS EDUCAÇÃO FINANCEIRA: UM ESTUDO DO
COMPORTAMENTO DE VARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS. Revista de
Gestão, Finanças e Contabilidade, v. 7, n. 3, 2017.
OLSEN, R.
(1998). ‘Behavioral finance and its
implications for stock price volatility’, Financial Analysts Journal.
OPLETALOVÁ, A.
Financial education and financial literacy in the Czech education system. Social and Behavioral Sciences
171. 1176 – 1184. 2015
Organisation
for Economic Co-operation and Development (OECD). Improving Financial
Literacy: Analysis of Issues and Policies.OECD, 2005a. Disponível em:
http://www.browse.oecdbookshop.org/oecd/pdfs/product/2105101e.pdf . Acesso em:
maio de 2017.
____. Recommendation
on Principles and Good Practices for Financial Education and Awareness. Directorade for Financial and Enterprice
Affairs. Jul. 2005b. Disponível em < http://www.oecd.org > Acesso em:
maio de 2017.
____. Financial
literacy and inclusion: Results of OECD/INFE survey across countries and by
gender. Paris, France: OECD Centre. 2013.
____. PISA 2012. Financial Literacy Assessment
Framework. April, 2012. Disponível em:
www.oecd.org/pisa/pisaproducts/46962580.pdf . Acesso em maio de 2017
Organisation for Economic Co-operation and Development
(OECD)/INFE (2012). INFE High-Level Principles For The Evaluation of
Financial Education Programmes. Janeiro,
2012.Disponível em: http://www.oecd.org/dataoecd/38/63/49373959.pdf. Acesso em
maio de 2017.
ORTON, L. Financial literacy: Lessons from
international experience. Canadá:
Canadian Policy Research Networks Inc.2007.
POTRICH, A. C. G., Vieira, K. M., & Kirch, G. Determinantes da
Alfabetização Financeira: Análise da Influência de Variáveis Socioeconômicas e
Demográficas. Revista Contabilidade & Finanças, v.26, n.69, p. 362-377. 2015
POTRICH, A. C. G.; VIEIRA, K. M.; CERETTA, P. S. Nível de
Alfabetização Financeira dos estudantes universitários: afinal, o que é
relevante? RECADM – Revista
Eletrônica de Ciência Administrativa. Campo Largo, nov. 2013.
REDMUND D.L. Financial Literacy explicated: the case
for a clearer definition in na increasingly complex economic. The Journal of Consumer Affairs.I thaca
v. 44, n.2, p. 276-295. Summer 2010.
ROBB, Cliff A.;
WOODYARD, Ann S. Financial knowledge and best practice behavior. Journal
of financial counseling and planning, v. 22, n. 1, p. 60-70, 2011.
SHIM, S., BARBER, B.
L., CARD, N. A., Xiao, J. J., & Serido, J.
Financial socialization of first-year college students: The roles of
parents, work, and education. Journal of youth and adolescence, 39(12), 1457-1470.
2010.
SIEBEL, Daiana Clébia; ZDANOWICZ, José
Eduardo. ENDIVIDAMENTO PESSOAL MEDIANTE O USO DO CARTÃO DE CRÉDITO PELOS
TRABALHADORES DE UMA INDÚSTRIA CALÇADISTA NO MUNICÍPIO DE SAPIRANGA–RS. Revista
de Administração de Empresas Eletrônica-RAEE, n. 10, p. 67-90, 2019.
SILVA, P. R. Psicologia do risco de crédito: análise da contribuição de
variáveis psicológicas em modelos de credit scoring. 244 f. Tese
(Doutorado em Administração) – Universidade de São Paulo, 2011.
WILLIS, L. E. Against Financial Literacy Education. Iowa
Law Review, 94: 197–285. 2008
WORTHY, S. L.; JONKMAN.,
J.; BLINN-PIKE, L. Sensation-seeking, risk-taking, and problematic financial behaviors of college
students. Journal of Family and
Economicissues, v. 31, n. 2, p. 161-170, 2010.