v.
5, n. 2, Maio-Agosto/2021 This work is licensed under a Creative
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4.0 International License
OS ESTUDOS SOBRE GOVERNANÇA NA HISTÓRIA DOS EVENTOS DA ANPAD
Fernando
Rufino de Barros
fernando.barros@iff.edu.br
http://lattes.cnpq.br/9942185506743818
https://orcid.org/0000-0002-6204-8873
Centro
Universitário Unihorizontes
Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Bianca
Virginia Rodrigues de Freitas
bianca_freitas@hotmail.com
http://lattes.cnpq.br/0932890192801000
https://orcid.org/0000-0002-9247-9543
Centro
Universitário Unihorizontes
Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Priscila
Barreto Nepomuceno Scarabelli
priscilabnepomuceno@gmail.com.br
http://lattes.cnpq.br/3718599905840918
https://orcid.org/0000-0002-5116-8597
Centro
Universitário Unihorizontes
Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Joice
Batista Maciel Lopes
academico.joice@faseh.edu.br
http://lattes.cnpq.br/3770811608720848
https://orcid.org/0000-0002-6685-9788
Centro
Universitário Unihorizontes
Belo
Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Wendel
Alex Castro Silva
wendel.silva@unifemm.edu.br
http://lattes.cnpq.br/3121887217938707
https://orcid.org/0000-0002-4974-8381
Centro
Universitário de Sete Lagoas
Sete
Lagoas, Minas Gerais, Brasil
Resumo
Esta pesquisa tem por
objetivo apresentar uma análise da produção científica sobre o tema governança,
em todas as suas aplicações e sem recorte temporal, apresentados nos encontros
da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD).
Para tanto, foi realizada uma pesquisa descritiva, quantitativa, bibliométrica,
que aborda a Lei de Lotka utilizando-se o modelo Lagrangiano de Poisson em 462
artigos. Os resultados mostraram uma tendência crescente nas publicações, o primeiro
artigo encontrado data de 1997, sendo 2019 o ano com maior volume de artigos,
cerca de 11% do total. Os estudos apresentaram a abordagem qualitativa como
predominante, e, em sua maioria, utilizando de entrevistas semiestruturadas
como instrumento para coleta de dados. Em relação a abrangência do tema,
governança corporativa está presente em 54% dos artigos. Dos 952 autores,
destacaram-se: Oliveira (n=10), Santos (n=9), Maçada (n=8) e Filho (n=8).
Quanto à produtividade total dos autores, foi negada a aderência ao modelo de
distribuição Lagrangiano de Poisson. Conclui-se que os estudos sobre Governança
estão em constante avanço em suas diversas área de aplicação, demonstrando
grande presença na academia.
Palavras-chave: Governança, bibliometria, modelo
Langrangiano de Poisson, ANPAD
STUDIES ON GOVERNANCE IN THE HISTORY OF ANPAD
EVENTS
Abstract
This
research aimed to present an analysis of the scientific production on the theme
of governance in all its applications and without a temporal cut, presented in
the meetings of the National Association of Graduate Studies and Research in
Administration (ANPAD). Therefore, it was carried out a descriptive,
quantitative, bibliometric research, which addresses Lotka's Law using the
Lagrangian Poisson Model in 462 articles. The results showed an increasing
trend in publications, the first article found dates from 1997, with 2019 being
the year with the highest volume of articles, about 11% of the total. Regarding
the scope of the theme, corporate governance is present in 54% of the articles.
Among the 952 authors, 84,56% had only one participation as author and as for
the most productive, are highlighted: Oliveira (10), Santos (9), Maçada (8) and
Filho (8). As for the total productivity of the authors, adherence to the
Lagrangian Poisson distribution model was confirmed. It is concluded that the
studies on Governance are constantly advancing in their various areas of
application, showing a great presence in the academy.
Keywords: Governance. Bibliometric. Poisson’s
Lagrangian Model. ANPAD.
Submetido:
17/04/2021
Revisões
Requeridas: 23/07/2021
Aceito:
13/08/2021
Publicado:
31/08/2021
INTRODUÇÃO
Com o crescimento econômico surgiram as
grandes corporações e com elas a separação entre a propriedade da empresa e sua
gestão. No Brasil, além do Estado, as organizações familiares deram origem às
atividades econômicos, tornando o controle pessoal e familiar uma
característica das empresas (COSTA et al.,
2019). A expansão dos negócios, decorrentes da
globalização e dos avanços tecnológicos, culminaram no aumento da concorrência,
forçando as empresas consolidadas a abrirem seu capital como fonte de recursos
para novos investimentos, no intuito de garantir maiores retornos e sua própria
sobrevivência.
Com essa nova configuração, o controle das
atividades não poderia permanecer nas mãos dos proprietários, sendo necessário
terceirizar a administração das empresas. A profissionalização da gestão deu
origem ao conflito de agência, que surge a partir da observação de que os
executivos, apesar de atuarem em nome dos proprietários, podem agir de acordo
com os seus interesses em detrimento dos interesses dos acionistas. Nesse
sentido, o tema governança tem sido alvo de estudos e constantes debates no
setor corporativo, público e acadêmico (STREIT; KLERING, 2004).
A partir de 1990
houve um aumento considerável dos
estudos sobre os temas relacionados à governança (DURISIN; PUZONE, 2009; KUSHKOWSKI et al.,
2020; PETERSON, 1972; TURNBULL, 1997) e, devido ao cenário atualmente vivenciado
pelo país, este tema se tornou recorrente nas pesquisas científicas (SANTOS et al.,
2019), pois sua característica interdisciplinar,
deriva contribuições em variadas aplicações e métodos utilizados pela ciência (NEDELCHEV, 2018). A governança enquanto ferramenta, utilizada
no controle dos interesses diversos, tomou proporções e adaptações que
permitiram aos variados setores e segmentos lograr de seus meios para alcance
dos próprios fins. Assim, sua correta implantação se torna um grande
diferencial no desempenho das atividades e na conquista por melhores resultados
nas organizações (ARARAT; BLACK;
YURTOGLU, 2017; AUSTRALIAN NATIONAL AUDIT OFFICE, 2014; MSWAKA; ALUKO, 2015).
A literatura já se ocupou em justificar a
importância da governança em suas diversas aplicações e muitos autores se
empenharam no levantamento dos estudos já realizados em suas dimensões por meio
da bibliometria, seja corporativa (CATAPAN; CHEROBIM,
2010; EULERICH et al., 2013; FERREIRA et al., 2019; MACHADO; BIANCHI; SILVEIRA,
2009; MAZZIONI et al., 2015; MONKEN et al., 2015; RIBEIRO et al., 2012), pública (DE MELLO; OLIVEIRA; PINTO, 2017; KREUTZ;
PINTO, 2018; SEVERO PEIXE; ROSA FILHO; PASSOS, 2018) ou de Tecnologia da Informação (TI) (CHAGAS; SUN; REINHARD, 2015; MARQUES; MOTA,
2013).
Os estudos revelam a riqueza e a
interdisciplinaridade que a governança assumiu ao longo dos anos (KUSHKOWSKI et al., 2020), sua relevância social e acadêmica, além de
sua evolução dentro das respectivas áreas. Desse modo, torna-se relevante e
necessária uma análise das pesquisas sobre o tema de forma mais abrangente (CATAPAN; CHEROBIM,
2010), sem restringi-lo por sua aplicabilidade ou
recorte temporal. Neste sentido, formula-se a questão principal desta pesquisa:
Qual o cenário atual das publicações
sobre “Governança” nos eventos da ANPAD? O objetivo deste estudo é examinar
a produção bibliográfica referente ao tema “governança” em todos os eventos da
ANPAD, verificar sua distribuição por abordagem, bem como aferir a produtividade dos autores
pela aplicação da lei de Lotka (1926) por meio do modelo Lagrangiano de Poisson
que, segundo Alvarado (2004), ainda é pouco explorado.
Como principais resultados deste estudo,
podem ser citados a identificação de um constante avanço dos estudos sobre
Governança nos eventos após a primeira publicação no ano de 1997, maior foco
nos estudos na governança corporativa e a não aderência da literatura
encontrada ao modelo de distribuição Lagrangiano de Poisson. Assim, almeja-se
contribuir para estudos futuros de governança em suas variadas dimensões e
contextos por meio da apresentação desse cenário proposto por esse estudo.
REFERENCIAL TEÓRICO
Teoria da Agência e Governança
O crescimento e expansão no mercado, fez com
as empresas necessitassem de crédito e de uma estrutura de capital aberto que
possibilitasse maior produção para atender à nova realidade, essa abertura de
capital fez com que a administração passasse a ser realizada por outras pessoas
além dos proprietários (CLEMENTE, 2004). Camargo (2010) complementa que essa separação do gestor,
que administra a empresa, do proprietário ocorreu em função da fragmentação da
propriedade, em que o acionista não detém mais a gestão do negócio, sendo esta
escolhida por um conselho de administração. Dessa forma, foi a partir da
necessidade de alcançar resultados de forma eficiente, utilizando as estruturas
e recursos (tangíveis ou intangíveis) disponíveis que se originou o interesse e
a preocupação das organizações em criar meios para governar, garantindo o
alcance dos seus objetivos (GANGA CONTRERAS et al., 2015).
Foram os estudos de Jensen e Meckling (1976), integrando elementos aos direitos de
propriedade, custos de agência e teoria de finanças, que deram base para todos
os estudos futuros. Para os autores, a delegação da autoridade do proprietário
(principal) a um terceiro (agente), sob cláusulas contratuais, define a relação
de agência. Hill, Jones e Jones (2010) destacam que os gestores devem possuir
habilidades para administrar uma empresa e suas diferentes unidades de negócios
de forma que lhes permitam um desempenho melhor do que se fossem empresas
independentes.
No entanto, o administrador responsável por
executar as atividades da empresa, tenderá a realizá-las de modo que o retorno
total seja menor do que se fosse administrada pelo proprietário (JENSEN; MECKLING,
1976). São os interesses próprios dos gestores e
proprietários destas empresas, com estrutura pulverizada distribuídas entre
vários acionistas, que levam ao problema de agência (MIRANDA; AMARAL, 2011). Gusso, Giacometti e Silva (2008) reafirmam que é nesse contexto que surge o
conflito de agência decorrente dos conflitos de interesse entre os diversos stakeholders (partes interessadas).
A orientação das atividades para o
cumprimento dos objetivos da empresa é uma questão essencial, por isso a busca
por orientar a conduta dos agentes para que atendam aos interesses dos
proprietários (ORTIZ et al., 2012). Para Jensen e Meckling (1976), a teoria da agência deve levar em
consideração não apenas a relação da empresa com proprietários e gerentes, mas
também os contratos entre gestores e outras partes interessadas (HILL; JONES; JONES, 2010).
Os contratos formalizados caracterizam os
controles necessários para uma correta execução das atividades. Tannenbaum (1962) definiu controle como qualquer processo pelo
qual uma pessoa, um grupo ou organização de pessoas determinam, afetando
intencionalmente o que outra pessoa, grupo ou organização fará. Nesse sentindo,
surge a governança corporativa como um conjunto de dispositivos legais,
culturais e institucionais que determinam o que as empresas de capital aberto
podem fazer, quem as controla, como esse controle é exercido e como os riscos e
retornos das atividades que eles empreendem são alocados (BLAIR, 1995). Governança corporativa, assim, pode ser
conceituada como práticas e relacionamentos de todas as partes interessadas,
tanto internas como externas, com a finalidade de valorização dos ativos da
empresa (RAMOS; MARTINEZ, 2006).
A governança corporativa descreve todos os
interesses que afetam os processos institucionais, incluindo aqueles de
nomeação de controladores e/ou reguladores, envolvidos na organização da
produção e comercialização de bens e serviços (TURNBULL, 1997). Nascimento, Bianchi e Terra (2007) a definem como a adoção de práticas de
monitoramento capazes de alinhar os objetivos da alta administração aos
interesses dos acionistas ou proprietários de maneira contínua. Shleifer e
Vishny (1997) entendem como um conjunto de mecanismos
capazes de garantir o retorno dos investimentos realizados pelos acionistas.
A governança assumiu um papel
multidisciplinar, sendo incorporada por diversas áreas. Matos e Dias (2013, p. 34) explicam que “a governança corporativa no
setor público se refere à administração do setor público por meio da aplicação
dos princípios da governança corporativa do setor privado”. De acordo com
Olivieri et al. (2018), a principal semelhança entre governança
pública e corporativa é que ambas tratam da direção e da distribuição de poder,
levando em conta a relação entre as partes interessadas.
Segundo o Referencial Básico de Governança do
TCU, “definimos governança no setor público como um conjunto de mecanismos de
liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e
monitorar a gestão com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de
contas de serviços de interesse da sociedade” (TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO, 2014, p. 5–6).A globalização fez com que as organizações
focassem na gestão das informações e tecnologias para obter maior
competitividade e garantir sua sobrevivência (MOREIRA; NETO, 2014). Esse grande volume de informações aumenta
os riscos a serem geridos devido ao valor agregado a ele (FARIA; MAÇADA; KUMAR, 2017). A Governança de TI surge com a necessidade
de se proteger e controlar essa tecnologia nas organizações (HARDY, 2006).
Bibliometria
No século XIX, o belga Paul Outlet se tornou
o pioneiro nos trabalhos relacionados à área de estudo e serviço atualmente
denominada Ciência da Informação (MULLER, 2007). Segundo Muller (2007), a grande preocupação
de Paul Outlet era encontrar formas de controlar a informação visando garantir
a possibilidade de acesso a quem dela precisasse, embora, conforme Alvarado (2007), o primeiro autor a utilizar o termo
bibliometria foi Pritchard (1969). Macias-Chapula (1998) considera a bibliometria como um estudo
quantitativo em relação aos dados da produção, disseminação, socialização e
evidenciação da informação registrada.
Araújo (2006) complementa como uma técnica quantitativa e
estatística utilizada para medição dos índices de produção e disseminação do
conhecimento científico. Guedes (2012) defende o uso dos estudos bibliométricos no
sentido de possibilitar a aquisição de indicadores matemáticos e quantitativos
importantes para o estabelecimento de critérios científicos na gestão e
organização da informação e do conhecimento.
Aria e Cuccurullo (2017) confirmam a possibilidade de visualizar o
crescimento, nível de maturidade, autores mais profícuos e tendências de
pesquisas ao utilizar essas avaliações. A
combinação destes com outros indicadores, possibilitam não somente uma
avaliação do estado atual da ciência, mas ajudam na tomada de decisões e no
gerenciamento da pesquisa (MACIAS-CHAPULA, 1998). Café e Bräscher (2008) reforçam a importância da utilização dos
métodos matemáticos, garantindo o mérito deste estudo mesmo ao longo dos anos,
e complementam sobre sua aplicação em conjunto com as leis bibliométricas: Lei
Bradford (lei da dispersão), Lei de Lotka (lei do quadrado inverso) e Lei de
Zipf (lei do mínimo esforço).
A Lei de Lotka (LOTKA, 1926), ou Lei do Quadrado Inverso, propõe que a
quantidade de autores que publicam n artigos em uma determinada área
científica, é aproximadamente 1/n² daqueles que publicam apenas 1 artigo, e a
proporção de autores que publicam apenas 1 artigo, deve ser 60% do total de
autores. Numa perspectiva mais ampla, propõe que grande parte do número de
produções pertence a um pequeno grupo de pesquisadores enquanto muitos autores
são responsáveis pela produção de poucos ou mesmo um documento sobre
determinado tema. Vanti (2002) reforça o modelo de distribuição
tamanho-frequência dos diversos pesquisadores em um conjunto de artigos para
esse cálculo.
Quanto à Lei de
Bradford, Rodrigues e Godoy Vieira (2016) trazem definição semelhante, mas abordando
os periódicos ao invés de autores, ou seja, um pequeno número deles como fonte
de grande parte dos artigos, enquanto vários meios de comunicação publicando
apenas um documento. A Lei de Zipf busca estimar as frequências de ocorrência
das palavras de um determinado texto científico e tecnológico (RODRIGUES; GODOY
VIEIRA, 2016). Todas essas variáveis são utilizadas por um
grande número de pesquisadores para medição da produtividade científica de
indivíduos, organizações e companhias, em situações, assuntos e períodos
diversos (ALVARADO, 2004).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A abordagem desta pesquisa bibliométrica se
classifica como quantitativa, utilizando-se de técnicas estatísticas, visando
identificar a contribuição do conhecimento científico derivado das publicações
coletadas (GIL, 2008). Quanto ao seu objetivo, é descritiva, pois
visa descrever as características dos estudos sobre governança, utilizando
técnica padronizada de coleta de dados em forma de levantamento (SILVA; MENEZES, 2005).
Para compor o banco de dados, utilizou-se os
artigos publicados em todos os eventos realizados pela ANPAD, sem recorte
temporal abarcando toda produção. A escolha se deu por estar entre os maiores
eventos científicos, reconhecido internacionalmente na área de Administração. O
objetivo da estratégia de pesquisa foi trazer artigos que continham em sua
temática o tema governança, sem restringir a área de atuação, por isso,
utilizou-se apenas este termo no mecanismo de busca.
Os procedimentos executados para a elaboração
da pesquisa foram:
1. Determinação dos objetivos da pesquisa,
variáveis bibliométricas a serem verificadas;
2. Elaboração de planilha para inserção dos
dados. Etapa com auxílio do software MS Excel® 2013;
3. Teste com os 10 (dez) primeiros artigos da
base de dados para validar a planilha e verificar a padronização na inserção
das informações;
4. Inserção de todos os dados necessários à
pesquisa na planilha;
5. Revisão de todo material pelos autores;
6. Análise dos resultados e elaboração das
considerações finais e conclusão.
A pesquisa no banco de dados ocorreu no dia
01 de março de 2021, retornando 509 observações que passaram a ser inseridas na
planilha eletrônica para posterior verificação. Após a análise dos títulos e
resumos dos artigos encontrados foram excluídos 47 documentos por não atenderem
aos requisitos deste estudo, ou seja, não tratavam da temática governança.
Sendo assim, a base de dados foi composta por 462 documentos. Iniciou-se então
a segunda etapa da pesquisa, a análise e classificação dos artigos conforme
descrito a seguir:
·
Ano das publicações;
·
Quantidade de artigos
por área de abrangência do tema;
·
Gênero e número de
autores por artigo;
·
Número de artigos por
autor;
·
Instituições com
maior participação nos eventos;
·
Metodologias
utilizadas pelos autores;
·
Autores com maior
quantidade de publicações e seus vínculos institucionais;
·
Produtividade de
autores.
A lei de Lotka (1926) foi a primeira lei que
buscou descrever os fenômenos informacionais de forma quantitativa por meio de
funções matemáticas, no sentido de estabelecer as relações entre seu surgimento
e as circunstâncias que se davam, possibilitando sua previsão (ALVARADO,
2007). Nesse sentido, como meio de
aplicar a lei de Lotka sobre a produtividade dos autores, foi utilizado o
modelo Lagrangiano de Poisson, elaborado conforme as equações do Quadro 1. A
escolha deste modelo estatístico se deu em função de sua maior flexibilidade,
ajustando-se de forma eficaz aos casos em que os dados coletados apresentem
superdispersão, subdispersão ou até mesmo a ausência de dispersão (ALVARADO,
2003).
Quadro 1. Equações do modelo
Lagrangiano de Poisson
N. |
Variável |
Equação |
1 |
Média |
|
2 |
Variância |
|
3 |
Desvio padrão |
|
4 |
Índice de dispersão |
|
5 |
Efeito da dispersão |
|
6 |
Taxa de atração de
autores x à produção de artigos |
|
7 |
Taxa de competição |
|
8 |
Cálculo dos valores
esperados ou teóricos* |
|
9 |
Teste estatístico
x² (qui-quadrado) ** |
|
* k = frequência das classes 1, 2, 3... n;
e = base dos logaritmos naturais, 2718; **fo
= a frequência observada; ft = frequência teórica, esperada ou
calculada |
Fonte: Alvarado (2003)
Após a elaboração da tabela com a
distribuição das frequências observadas dos artigos produzidos por autor,
calcula-se a média, variância e desvio padrão dos dados encontrados para que
seja possível identificar o índice de dispersão. Em seguida, calcula-se o
efeito da dispersão, a taxa de atração e a taxa de competição, que refletem a
tendência (atrativa, competitiva ou repulsiva) dos autores em produzir os
artigos. Ao final, calcula-se os valores esperados para avaliar sua relação com
aqueles encontrados por meio do teste qui-quadrado. A numeração indicada no
Quadro 1 aponta a ordem em que cada equação será utilizada.
DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Análise dos documentos
Dos 462 artigos sobre o tema governança
publicados nos eventos da ANPAD, foram identificados 378 artigos no EnANPAD
(Encontro da ANPAD), 49 no EnAPG (Encontro de Administração Pública), 21 no 3Es
(Encontro de Estudos em Estratégia), 11 do EnADI (Encontro de Administração da
Informação), 02 do EnEPQ (Encontro de Ensino e Pesquisa em Administração e
Contabilidade) e 01 do Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica. A Figura 1
apresenta a evolução destas publicações, sendo o primeiro artigo de 1997.
Kushkowski et al. (2020) identificaram em sua pesquisa a primeira
publicação sobre governança corporativa em 1993 no periódico internacional
Corporate Governance: An International Review, o que mostra a importância dada
ao tema nos anais da ANPAD.
Embora todos os encontros tenham ocorrido no
formato online no ano de 2020 devido à pandemia da COVID-19, possibilitando maior
participação de pesquisadores de outras regiões, houve uma redução de 16
estudos sobre governança neste período em relação a 2019, que concentrou um
volume maior de artigos, cerca de 11% de toda produção encontrada. Apesar das
oscilações entre os anos de 2004 para 2005 (redução de 12 artigos) e 2012 para
2013 (redução de 17 artigos), as pesquisas sobre governança se comportam numa
escala crescente, conforme mostra a linha de tendência, corroborando com os
estudos de Streit e Klering (2004), Ribeiro et al. (2012), Mello et al. (2017) e Kushkowski et al. (2020). Após a análise e classificação de cada um
dos artigos encontrados conforme sua área, foi elaborada a Figura 2 para melhor
visualização de sua distribuição.
Figura 1. Produção anual dos
artigos
Fonte: Elaborado
pelos autores (2021)
Figura 2. Classificação quanto
à abordagem do termo governança
Fonte: Elaborado
pelos autores (2021)
As pesquisas realizadas por Jensen e Meckling
(1976) deram origem aos estudos sobre a governança
como foco no ambiente corporativo, o que reflete no grande volume encontrado
nesta área conforme aponta a Figura 2, tendo em vista que mais da metade
daqueles apresentados nos anais da ANPAD abordaram a Governança Corporativa
(54%), seguida pela abordagem Pública (21%) e TI (9%). Juntas, essas áreas
representam quase 84% de toda produção.
No entanto, é importante destacar a grande
variedade de áreas em que a governança é utilizada, mostrando sua
multidisciplinaridade (NEDELCHEV, 2018). Cerca de 11% do total, sendo elas:
Colaborativa, Hídrica, Terceiro Setor, Urbana, Cooperativa, Esportiva,
Informação, Internacional, Social, Cadeia de Suprimentos, Consumo Colaborativo,
Ensino, Gestão de Resíduos, Mundial, Operações e Logística, Parques
Tecnológicos, Projetos, Sustentabilidade, Ambientes de Inovação, Arranjos
Produtivos Locais, Ecodesenvolvimento, Global, Mudança Climática, Multinível,
Organizações Mutuais, Organizações sem Fins Lucrativos, Regional, Regulatória,
Relacional, Saúde, Segurança Alimentar, Setor Ferroviário, Territorial,
Transfronteiriça.
Análise dos autores
Foram identificados 952 autores para os 462
artigos, sendo aproximadamente 39% do sexo feminino. Destas pesquisas, 68 foram
escritas por um único autor, representando cerca de 15% do total. As dez
instituições com maior número de pesquisadores vinculados foram a UnB -
Universidade de Brasília, com 58 autores; UFC - Universidade Federal do Ceará,
com 50; FGV - Fundação Getúlio Vargas, com 45; USP - Universidade de São Paulo,
com 45; UNISINOS - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, com 26; UNIR -
Fundação Universidade Federal de Rondônia, com 23; UFSC - Universidade Federal
de Santa Catarina, com 21; UFPE - Universidade Federal de Pernambuco, UFU -
Universidade Federal de Uberlândia e FUCAPE Business School, com 18 cada uma
delas.
Em relação à abordagem, foram identificados
194 artigos que utilizaram métodos exclusivamente qualitativos na
operacionalização da pesquisa e 163 quantitativos, os demais aplicaram uma
abordagem mista (qualitativa e quantitativa). As pesquisas qualitativas
utilizaram, em sua maioria, entrevistas semiestruturadas como instrumento de
coleta de dados, já as pesquisas quantitativas recorreram a dados secundários
e/ou aplicação de questionários estruturados.
Quanto à distribuição das frequências, é
possível perceber que apenas 1 autor produziu 10 artigos, enquanto 84,56% (805
autores) do total encontrado na pesquisa, produziram apenas 1 estudo sobre
governança, conforme é apresentado na Tabela 1. Os eventos da ANPAD possuem
reconhecimento internacional, podendo ser este um fator de atratividade destes
autores em ter sua pesquisa publicada nos anais. Outra inferência que pode ser
feita está no fato de que os artigos apresentados nos eventos passam por
discussões e sugestões de melhorias, contribuindo para o aperfeiçoamento da
pesquisa.
O Quadro 2 apresenta os autores mais
produtivos nos encontros da ANPAD, suas filiações e Estado/Região de origem. A
autora Marcelle C. Oliveira produziu 10 artigos, cerca de 2,2% do total.
Nota-se que a região do Nordeste configura em grande parte dos resultados,
demonstrando grande representatividade, quanto às intuições de ensino de
afiliação dos autores, são predominantemente públicas.
Tabela 1. Distribuição das
frequências observadas dos artigos produzidos por autor
Distribuição frequência dos autores |
||
Número de artigos |
Número de autores |
% |
1 |
805 |
84,56% |
2 |
95 |
9,98% |
3 |
23 |
2,42% |
4 |
13 |
1,37% |
5 |
5 |
0,53% |
6 |
4 |
0,42% |
7 |
3 |
0,32% |
8 |
2 |
0,21% |
9 |
1 |
0,11% |
10 |
1 |
0,11% |
Total |
952 |
100,00% |
Fonte: Elaborado
pelos autores (2021).
Quadro 2. Autores mais
produtivos, filiações e Estado/Região de origem
Nome do autor |
Nº de artigos |
Filiação |
Estado / Região |
Marcelle Colares Oliveira |
10 |
Universidade Federal do Ceará - PPAC/UFC |
Ceará – Nordeste |
Joséte Florencio dos Santos |
9 |
Universidade Federal de Pernambuco -
PROPAD/DCA/CCSA/UFPE |
Pernambuco – Nordeste |
Antonio Carlos Gastaud Maçada |
8 |
Universidade Federal do Rio Grande do Sul -
PPGA/EA/UFRGS |
Rio Grande do Sul – Sul |
Joaquim Rubens Fontes Filho |
8 |
Fundação Getúlio Vargas/ EBAPE |
Rio de Janeiro – Sudeste |
Henrique Cordeiro Martins |
7 |
Universidade FUMEC |
Minas Gerais – Sudeste |
Oderlene Vieira de Oliveira |
7 |
Universidade de Fortaleza – UNIFOR |
Ceará – Nordeste |
Silvio Antonio Ferraz Cario |
7 |
Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC |
Santa Catarina – Sul |
Fonte: Elaborado
pelos autores (2021).
Análise da produtividade dos autores: Lei de Lotka - modelo Lagrangiano
de Poisson
A partir das equações apresentadas no Quadro
1 e da distribuição das frequências observadas dos artigos produzidos por autor
da Tabela 1, foram calculadas as variáveis utilizadas para aplicação do modelo
Lagrangiano de Poisson, conforme demonstrado na Tabela 2.
Tabela 2. Valores das
variáveis aplicadas ao modelo Lagrangiano de Poisson
N. |
Variável |
Resultado |
1 |
Média |
1,2826 |
2 |
Variância |
0,7981 |
3 |
Desvio padrão |
0,89336 |
4 |
Índice de dispersão |
0,6223 |
5 |
Efeito da dispersão |
-0,2677 |
6 |
Taxa de atração de
autores x à produção de artigos |
1,62589 |
7 |
Taxa de competição |
-6,0739 |
Fonte: Elaborado
pelos autores (2021)
A partir da Tabela 2 e das equações de número
8 e 9 do Quadro 1, foi criada a Tabela 3, com o cálculo do qui-quadrado para a
produção encontrada com agrupamento das frequências menores que 5.
Tabela 3. Cálculo do
qui-quadrado da produção encontrada – agrupamento das frequências < 5
k |
Nº de contribuições
por autor (x) |
Frequência
observada (fo) |
Frequência Teórica (ft) |
(fo - ft) |
(fo - ft)² |
(fo - ft)²
/ ft |
1 |
1 |
805 |
397,99 |
407,01 |
165660,02 |
416,25 |
2 |
2 |
95 |
283,61 |
-188,61 |
35574,43 |
125,43 |
3 |
3 |
23 |
76,71 |
-53,71 |
2884,65 |
37,61 |
4 |
4 |
13 |
6,33 |
6,67 |
44,44 |
7,02 |
5 |
5-10 |
16 |
0 |
16 |
253,93 |
3909,30 |
Total |
952 |
764,71 |
187,29 |
204417,47 |
4495,60 |
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
De posse dos valores de qui-quadrado das produções
encontradas (x² = 4495,60), foi verificado se a frequência apresentada aderiu à
distribuição Lagrangiana de Poisson. Com a região de rejeição da hipótese
especificada ao nível de significância a 0,05, foi determinado o grau de
liberdade da produção g1: g1 = k - 1 - n. O valor de k se
refere ao número de pares de dados observados e usados para calcular o
qui-quadrado, conforme Tabela 3; o numeral 1 representa o número de restrições
utilizadas nos cálculos dos valores esperados e o valor de n é a quantidade de
parâmetros da equação (g1 e g2). Para a produção
encontrada, o valor crítico ou tabelado do qui-quadrado (x²0,05) com
g1 = 2 (g1 = 5 - 1 - 2) foi 5,991, porém o calculado
4495,60. Conforme Alvarado (2003), a hipótese nula é rejeitada quando o valor
de x² crítico é superior ao calculado (x²>x²0,5), mas quando
x²<x²0,5, a hipótese nula é aceita ao nível de significância de
0,5.
Sendo assim, rejeitou-se a hipótese nula,
concluindo que os valores observados das frequências não procedem de uma
distribuição do tipo Lagrangiana de Poisson e eram igualmente prováveis para
todos os valores de k. Para encontrar a frequência teórica (ft) do
modelo, retomam-se os cálculos a partir da equação de número 8 do Quadro 1 com
o novo valor calculado da taxa de atração (g1 = 2). A dispersão das frequências observadas (fo)
e teóricas (ft) são demonstradas na Figura 3. Embora a cobertura
utilizada nesta pesquisa tenha ultrapassado o período de 10 anos, o fato de se
utilizar o tema Governança sem delimitar sua abordagem pode ter influenciado
neste resultado, uma vez que a escolha de um campo específico de produção
científica está entre as recomendações apontadas na literatura e citado por
Alvarado (2003).
Figura 3. Dispersão das
frequências observadas e teóricas
Fonte: Elaborado
pelos autores (2021)
A Tabela 4 demonstra todas as frequências
observadas no estudo e aquelas esperadas (teóricas) para melhor elucidação das
diferenças apresentadas.
Tabela 4. Frequências
observadas e teóricas
Nº de contribuições por autor (x) |
Freq. Observada (fo) |
Freq. Teórica (ft) |
% |
1 |
805 |
337 |
42% |
2 |
95 |
322 |
339% |
3 |
23 |
137 |
597% |
4 |
13 |
25 |
193% |
5 |
5 |
2 |
31% |
6 |
4 |
0 |
0% |
7 |
3 |
0 |
0% |
8 |
2 |
0 |
0% |
9 |
1 |
0 |
0% |
10 |
1 |
0 |
0% |
Total |
952 |
823 |
86% |
Fonte: Elaborado
pelos autores (2021)
Destaca-se a subestimação em pouco mais de
42% do modelo para a primeira frequência, apresentando 337 autores, enquanto o
observado foi 805. Ele também subestimou o total de documentos, cerca de 14% a
menos do encontrado. Já a segunda e terceira frequência foram superestimadas em
quase 339% e 597% respectivamente.
CONCLUSÕES
Considerando os artigos publicados nos
eventos da ANPAD, sobre os quais se dedicou o presente trabalho, percebe-se que
as produções científicas em torno do tema Governança, tem mantido um fluxo
crescente desde o início das publicações em 1997. Apesar das oscilações
observadas no volume dessas produções, com reduções mais expressivas nos anos
de 2008 (redução de 13 produções) e 2012 (redução de 17 produções) e aumentos
mais significativos em 2005 (aumento de 16 produções) e 2018 (aumento de 25
produções), de modo geral, a temática está em constante expansão.
Dentre as quarenta variantes de abordagens
sobre o tema encontradas, três chamam especial atenção por se apresentarem em
maior frequência do que as demais, são elas: Governança Corporativa (234),
Governança Pública (93) e Governança em TI (38), totalizando 84% das produções
encontradas. Com base no significativo aumento de produções nos últimos anos, a
temática ainda pode estar ganhando maturidade no cenário nacional,
descobrindo-se e aprofundando-se na aplicabilidade da Governança em novas
frentes de atuação e em outras possibilidades de análises.
Outro ponto significante do levantamento
bibliométrico aqui proposto, foi que a diferenciação de gênero dos autores
aponta para uma relativa distanciação, estando o número de produções publicadas
por autores do sexo feminino 61% menor daquelas publicadas por autores do sexo
masculino. Nesse sentido, propõe-se novos estudos para uma compreensão a
respeito da direção para a qual se caminha essa diferenciação: se para um
aumento ou uma diminuição da participação feminina no cenário de produções
científicas dos eventos da ANPAD, ao longo dos anos.
Dentre os pesquisadores mais produtivos
estão: Marcelle Colares Oliveira, Joséte Florencio dos Santos, Antonio Carlos
Gastaud Maçada, Joaquim Rubens Fontes Filho, Henrique Cordeiro Martins,
Oderlene Vieira de Oliveira e Silvio Antônio Ferraz Cario. Quando analisada a
distribuição de frequência dos autores, nota-se que apenas um autor produziu 10
das publicações divulgadas pelos eventos da ANPAD, enquanto 805 autores
produziram apenas 1 artigo cada, concentrando 84,56% das produções. Aqui também
podem ser propostos estudos futuros no sentido de identificar quais os fatores
influenciaram estes pesquisadores em participar uma única vez nos eventos da
ANPAD.
Quanto às instituições de vinculação dos
autores, a UnB, UFC, FGV, USP, UNISINOS, UNIR, UFSC, UFPE, UFU e FUCAPE se
destacaram com maior participação nas publicações. Notou-se também a
predominância da abordagem qualitativa com entrevistas semiestruturadas para
condução dos estudos, embora os estudos quantitativos também tenham sido
expressivos, utilizando-se de dados secundários e/ou aplicação de
questionários. Além disso, os resultados observados das frequências não
procedem de uma distribuição do tipo Lagrangiana de Poisson, com subestimação
pouco superior a 42% do modelo para a primeira frequência e de 14% no número de
documentos em relação ao encontrado. Já na segunda e terceira frequência houve
superestimação em quase 339% e 597%, respectivamente.
Frente ao exposto, o presente levantamento
bibliométrico, reforça a significância do tema governança no cenário nacional e
nas produções da ANPAD. Demonstrando que, por mais intensa que essa produção se
mostre para algumas abordagens especificamente, ela é agregada de considerável
riqueza, pela presença de todas as demais. Além disso, a diferenciação dos
elementos aqui apresentados relativos à regionalidade, gênero, distribuição no
espaço temporal abordagens e instrumentos de coleta de dados utilizados nos
estudos, também agrega valor à produção total analisada e precisa ser levada em
consideração.
Para esse trabalho, confirma-se o alcance do
objetivo proposto e a construção de um panorama geral das produções sobre
governança, nos diversos aspectos e áreas contemplados em todos os eventos da
ANPAD, demonstrando a evolução numérica destes estudos em suas perspectivas de
produção, caracterização, frequência produtiva de seus autores e na riqueza de
desdobramentos possíveis, com base nos dados levantados, para novas
investigações. Devido à utilização de uma única base de conhecimento na coleta
dos dados e maior abrangência do tema abordado, sugere-se, para estudos
futuros, análises em diferentes bases e/ou comportamento de abordagens
específicas da governança, principalmente daquelas consideradas como
emergentes.
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