v. 5, n. 2, Maio-Agosto/2021

ANÁLISE SOBRE A SÍNDROME DE BURNOUT EM POLICIAIS MILITARES DO MUNICÍPIO DE MARABÁ-PA

 

David Nogueira Silva Marzzoni

davidmarzzoni@gmail.com

Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0004-8739

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9114643539866010

Universidade Federal de Santa Maria

Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil

 

Laize Almeida de Oliveira

laizealmeida@discente.ufg.br

Orcid: https://orcid.org/0000-0003-0790-8612

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9947215970449895

Universidade Federal de Goiás - UFG

Goiânia, Goiás, Brasil

 

Antônio Wairan da Silva Ferreira

wairanferreira@gmail.com

Orcid: https://orcid.org/0000-0001-7206-1564

Lattes: http://lattes.cnpq.br/1297371570267324

Universidade Estadual do Tocantins

Augustinópolis, Tocantins, Brasil

 

Resumo

O serviço policial militar (PM) é identificado pelo forte contato com situações adversas, fazendo com que os policiais se tornem muito vulneráveis aos efeitos psicológicos. A presente pesquisa teve por interesse investigar a Síndrome de Burnout em policiais militares do município de Marabá-PA. A população alvo do estudo compreendeu homens e mulheres do serviço ativo que estão lotados no 4ºBPM/CPRII, foram avaliados 140 profissionais. Para a coleta de dados foi utilizado o questionário Maslach Burnout Inventory (MBI) uma versão brasileira proposta por Tamayo (2003), que consiste em 22 questões com características psicofísicas em relação ao trabalho. Ao avaliar os resultados da pesquisa observou-se que 65,7% da amostra é do sexo masculino, 34,2% feminino. A faixa estaria preponderante foi entre 31 e 40 anos de idade, em relação ao estado civil a pesquisa mostra que 27,8% estão solteiros e 36,4% casados, a respeito da jornada de trabalho, a maioria (47,9%) cumpre uma rotina de tarefas superior a 40 horas semanais. A pesquisa revelou ainda muita exaustão emocional, que somados perfazem 67,6% dos entrevistados, a análise dos resultados permite concluir que a síndrome de Burnout está presente nos policiais militares. Para a dimensão Baixa Realização Profissional o sexo feminino apresenta indicadores de menor realização profissional do que o masculino. A vista disso, pode-se concluir que os homens apresentam percepção de menor desconforto relacionado ao trabalho do que as mulheres.

 

Palavras-chave: Síndrome de Burnout, Polícia, Exaustão Emocional.

 

 

ANALYSIS ABOUT BURNOUT SYNDROME IN MILITARY POLICE OFFICERS IN THE MUNICIPALITY OF MARABÁ-PA

Abstract

The military police service (PM) is identified by its strong contact with adverse situations, making police officers very vulnerable to psychological effects. This research aims to investigate the Burnout Syndrome in military police in the municipality of Marabá-PA. The target population of the study comprises men and women from the active service who are assigned to the 4th BPM / CPRII, 140 professionals were evaluated. For data collection, the Maslach Burnout Inventory (MBI) questionnaire was used, a Brazilian version proposed by Tamayo (2003), which consists of 22 questions with psychophysical characteristics in relation to work. When evaluating the research results, it was observed that 65.7% of the sample is male, 34.2% female. The predominant age was between 31 and 40 years, in relation to marital status, the research shows that 27.8% are single and 36.4% are married, regarding working hours, the majority (47.9%) fulfills a task routine of more than 40 hours per week. The survey also revealed a lot of emotional exhaustion, which together make up 67.6% of the interviewees, the analysis of the results allows to conclude that the Burnout syndrome is present in the military police. For the dimension Low Professional Achievement, the female gender presents indicators of less professional achievement than the male. In view of this, it can be concluded that men have less perception of discomfort related to work than women.

 

Keywords: Burnout Syndrome, Police, Emotional Exhaustion.

                                

Submetido: 06/04/2021

Revisões Requeridas: 23/07/2021

Aceito: 24/07/2021

Publicado: 31/08/2021

 

INTRODUÇÃO

 

Ao longo dos anos o ambiente de trabalho veio sofrendo diversas modificações, tanto no contexto do espaço organizacional bem como nas funções e/ou cobranças aos profissionais. Essas cobranças e pressões, muitas vezes, exacerbadas na vida de grande parte desses trabalhadores, podem ter consequências alarmantes, pois o ambiente de trabalho se torna um espaço acelerado e como consequência desse processo, pode ocorrer o surgimento de diversos problemas de saúde, principalmente devido ao esgotamento desses profissionais (LIMA et al., 2018).

Assim sendo, esses problemas começaram a fazer parte da rotina de milhares de trabalhadores, que envolvem aspectos como: problemas físicos, problemas digestivos, falta de ar, excesso de cansaço, ansiedade, entre outros sintomas de tipos diversos (CORRÊA et al., 2019).

Em detrimento disso, esse contexto envolvendo os trabalhadores, começou a preocupar pesquisadores ao longo de décadas, de tal forma que no final dos anos 60, a terminologia, “Burnout” foi utilizada para definir o esgotamento e desgaste apresentado por profissionais que cuidavam de outras pessoas (LIMA et al., 2018).

Dessa maneira, a Síndrome de Burnout pode ocorrer a qualquer tipo de profissional, já que alguns casos são mais comuns em pessoas motivadas, onde a “fuga” para o seu estresse encontram-se no trabalho excessivo, até entrarem em colapso, porém, existem algumas definições sobre a doença onde sua relação decorre especialmente, à discrepância entre a “doação” do indivíduo muitas das vezes em suas atividades e ao mesmo tempo, a ausência do reconhecimento de seu trabalho por seus superiores e de colegas (CORRÊA et al., 2019).

Quando a Síndrome de Burnout tem relação com os profissionais de segurança pública, como o policial militar, por exemplo, nota-se o quanto é preocupante o ambiente de trabalho desses profissionais em seu cotidiano, uma vez que, a sua rotina de trabalho é marcada principalmente por risco iminente e estresse oriundo do mesmo (MACHADO; TRAESEL; MERLO, 2015).

Vale ressaltar, que o policial militar, por estar cotidianamente exposto a situações de perigo em virtude de sua profissão, acabam ficando doente, pois a preocupação dos mesmos se redobra, inclusive ao ponto de não conseguirem abstrair fatos e/ou momentos de tensão, vivenciados no trabalho, em seus momentos de folga (MACHADO; TRAESEL; MERLO, 2015).

Diante disso, o trabalho em questão tem como objetivo descrever e identificar a Síndrome de Burnout em Profissionais de Segurança Pública, mais especificamente no 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Estado do Pará, buscando compreender suas principais causas e implicações na vida desses profissionais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

ORIGEM DA SÍNDROME DE BURNOUT

Segundo descreveram Corrêa et al. (2019), os autores Maslash e Jackson na década de 1980, conceituaram o termo “Burnout” como sendo uma síndrome de cansaço emocional, apresentando relação direta com a baixa realização pessoal, onde para esses profissionais o início do sintoma refere-se para este tipo de cansaço, posterior a esse processo, surgi o esgotamento mental e físico, onde não existe a motivação e “energia” para a realização de suas tarefas diárias.

Após os primeiros sintomas referentes ao cansaço, os profissionais começam a apresentar um distanciamento tanto perante os seus colegas de serviços, como no atendimento ao público, onde o contato é marcado por sentimentos de antipatia, frieza e ausência de comunicação efetiva. Além disso, outro aspecto marcante da síndrome é a baixa realização pessoal relacionada com a baixa eficiência e ausência de motivação com a sua rotina de trabalho (CARNEIRO et al., 2013).

Para alguns autores essa síndrome pode ser considerada como a doença do século XXI, já que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, visto que está patologia está voltado às mudanças do comportamento dos indivíduos, no qual a cada dia que passa, encontram-se mais pressionados na execução de suas atividades laborais diariamente, fazendo com que não tenha cuidado com a sua própria saúde (TSCHIEDEL; MONTEIRO, 2013).

Em relação aos profissionais de segurança pública a síndrome de Burnout está ligada principalmente à tensão, sobrecarga de jornada de trabalho, atividades que cada vez mais são exigidos por esses profissionais, haja vista, uma grande preocupação em relação a esse ambiente, já que ele é apresentado como um fator relevante devido a sua responsabilidade frente à proteção e a defesa da sociedade (WELTMAN et al., 2014).

Alguns sinais e sintomas são claramente perceptíveis, quando os indivíduos se encontram na síndrome de Burnout, dessa forma, quando mais cedo o profissional procurar ajudar e tratar a doença, logo poderá ter a sua recuperação e o retorno as suas atividades de maneira mais rápida. Assim cada um dos sintomas que são apresentados por profissionais, é relacionado diretamente à forte tensão que no caso esses indivíduos sofrem durante as suas atividades o que ainda é agravado pela jornada de trabalho que se apresenta como uma das principais queixas dos profissionais no caso da segurança pública (GUIMARÃES et al., 2014).

A síndrome de Burnout é uma doença que pode ser diagnosticada em diferentes profissionais, e vem sendo apresentado como um fator preocupante, principalmente no setor de segurança pública pelo grande número de profissionais já identificados com estresse (WELTMAN et al., 2014).

A qualidade de vida dos profissionais dos ambientes de trabalho é essencial para a redução e até mesmo para a eliminação das taxas de estreses dentre esses profissionais, pois é preciso que o indivíduo consiga realizar suas funções com eficiência e competência (GUIMARÃES et al., 2014).

No setor de segurança pública um dos mais agravantes fatores de estresse, configura-se a tensão exercida pela rapidez que é exigida nas atividades desenvolvidas pelos policiais, onde a qualquer momento o risco de momento é iminente, aumentando assim, o desgaste físico e emocional dos profissionais que lidam diariamente com determinado ambiente de trabalho (LIMA et al., 2014).

Entende-se que os profissionais da área da segurança pública necessitam de condições satisfatórias para que possam realizar os procedimentos necessários tendo como objetivo maior, o amparo às necessidades da sociedade como todo (ALMEIDA, 2015). Assim, o funcionamento, o processo e a estrutura organizacional podem ser considerados de fato como agentes estressores, visto que refletem num processo de trabalho estressante pautado pela burocracia e dependência de outros setores pelo suporte organizacional insuficiente (TSCHIEDEL; MONTEIRO, 2013).

A estrutura organizacional estressora está baseada em uma organização da atividade laboral de enfermagem estressora no qual podem ser considerado que a diretoria estabelece objetivos difíceis de levar a cabo, gerando conflito entre o que é exigido e o que é possível fazer o profissional precisa executar as tarefas com o menor tempo possível, ou seja, em um tempo considerado insuficiente, o profissional convive em um ambiente de pressão e cobranças e de exigências impostas pelo trabalho prescrito (LIMA et al., 2014).

Portanto, observa-se que a síndrome de Burnout é uma doença ocupacional que precisa e necessita de determinados cuidados, de manutenção das condições satisfatórias de desenvolvimento das atividades dos profissionais, e, o reconhecimento das limitações dos profissionais enquanto seres humanos, para que assim, se possa reduzir o quadro de índices de profissionais do setor de segurança pública que se encontram afastados de suas atribuições devido ao elevado grau de estresse que apresentam.

ATIVIDADE POLICIAL

Ao se fazer uma análise especificamente da atividade do policial militar, nota-se que esse profissional enquanto trabalhador deve ser considerado como um indivíduo que desenvolve um processo de trabalho peculiar, por isso, que o exercício de sua atividade deve ser caracterizado como uma profissão (GUIMARÃES, 2014).

Segundo Fraga (2005, p. 13), que estuda a construção da identidade profissional do policial militar, o autor defende que ela é uma profissão, pois é exercida por um grupo social específico, em que é compartilhado sentimento, tendo como de pertencimento bem como de identificação com sua atividade, partilhando ideias, valores e crenças comuns baseados numa concepção do que é ser policial.

Segundo Guimarães (2014), a terminologia da palavra “polícia” é utilizada para designar a instituição, corporação ou órgão incumbido de manter o cumprimento da lei, da ordem e da segurança pública. Neste tocante a polícia se revela na sua ação cotidiana, por meio de sua cultura organizacional, seus valores, a sua formação ao longo da academia, por isso, é de suma importância a relevância do exercício do trabalho da polícia militar, bem como os seus parâmetros (BONEZ; DAL MORO; SEHNEM, 2013).

Almeida (2015) defende a ideia da profissão do policial, pois, segundo o autor, explica que o policial é um sujeito que desenvolve um processo de trabalho, isto é, o trabalho desenvolvendo perante a sociedade produz um valor de uso, como, por exemplo, o serviço de segurança pública oferecido à população. Autores como Fraga (2005) descrevem os elementos constitutivos do processo de trabalho do policial militar, que são de são relevância para compreender melhor as atividades que esses profissionais realizam em dia a dia.

Assim, uma das primeiras características está no fato do trabalho propriamente dito do policial, já que a atividade policial desenvolvida tem como uma de suas finalidades de executar a política de segurança pública para que possam estar voltadas para as ações da polícia, como desde o policiamento ostensivo até controle de tumulto em determinadas situações (FRAGA, 2005).

O segundo item a ser mencionado, refere-se para a matéria-prima do trabalho policial, ou seja, a segurança pública na sociedade é prioridade, seja por meio do polícia ostensiva, ou a defesa pública, logo, pode-se dizer que o seu objeto de trabalho é a segurança pública, onde a prestação de serviço se faz presente, tanto no aspecto formal, como variáveis do policiamento, como informal, que são inerentes as medidas cujo objetivo visam é segurança de um respectivo local (FRAGA, 2005).

A terceira característica a ser descrita baseia-se em tudo aquilo de que o policial militar se utiliza na realização de seu trabalho, onde o conhecimento técnico operativo se faz presente, além da parte instrumental imprescindível também para a realização de suas funções, já que são os equipamentos utilizados e os aprestos, ou seja, são as ferramentas que dão suporte ao trabalho do policial militar (FRAGA, 2005).

Diante dessas especificações do trabalho realizado pelo polícia militar, Bonez, Dal Moro, Sehnem (2013) entendem que o papel do policial militar é muito mais do que simplesmente garantir a ordem pública, mas sim, está baseada em tratar de problemas humanos, onde o emprego da força possa vir a ser utilizado somente em casos necessários ao seu uso. Portanto, acredita-se que para que esse profissional consiga realizar suas atividades com eficácia, é essencial que ele possa aprender a intervir nos mais distintos locais, ao mesmo tempo em que exerça sua autoridade como profissional dentro das prerrogativas no âmbito do poder de polícia, isto é, sem abusar nenhum momento desse poder, sendo arbitrário ou autoritário frente à população.

 

GESTÃO DE PESSOAS

 

Os estudos acerca das organizações, desde os seus primórdios, buscavam um maior entendimento técnico a respeito das práticas administrativas, como a economia, as finanças, e até o marketing, mas pouco se pesquisava ou se investia nas pessoas (MARZZONI; PEREIRA, 2020). Ainda de acordo os autores, surgi então a gestão de pessoas, cujo campo de pesquisa engloba os comportamentos e habilidades dos trabalhadores e envolvidos no ambiente do trabalho.

O ambiente de trabalho pode ser impactado por diversos fatores. Segundo Newstrom (2008, p. 323), “As mudanças no ambiente de trabalho pode ser descrita como qualquer alteração que afete as maneiras como os funcionários devem agir [...]. Independentemente de sua fonte, origem, velocidade ou intensidade, as mudanças podem ter efeitos profundos nos seus receptores”.

Para Gillen (2001), em uma organização, os tipos de comportamento do indivíduo são quatro: Passivo, o indivíduo que procura evitar o conflito, voz hesitante, atitude defensiva, pessoa quieta; Agressivo: é o indivíduo que aspira fervorosamente vencer, mesmo a custas de outras pessoas, possui tendência individualista, focado em seus interesses, apresenta voz alta e máximo contato; Passivo/Agressivo: comportamento misto deseja firmar, não possui estrutura, irritação, postura fechada; Assertivo: Aspira a defender seus direitos, aceita que outras pessoas também os tenham, tom voz moderado, possui postura de prudência e segurança.

De acordo com Demo et al. (2011), a gestão de pessoas está relacionada à criação de ações para desenvolver vínculos afetivos com os trabalhadores, contribuindo com o bem-estar dos indivíduos no sentido de garantir reconhecimento, relacionamento estável, participação nas atividades e fluxo livre de comunicação.

Em consonância com essa ideia, Santos (2004) explica que a gestão de pessoas nas instituições públicas, especialmente nas instituições militares ou segurança pública, remete a um conjunto de práticas de reconhecimento, relacionamento, participação e comunicação executadas pelo comando da unidade, a fim de proporcionar melhor qualidade dos relacionamentos entre a organização e os trabalhadores, bem como auxiliar no processo de integração dos indivíduos da organização para que eles sejam participativos.

Para alguns pesquisadores a síndrome de Burnout é vista como uma falha na gestão de pessoas. Soares (2019) entende a Síndrome de Burnout como um fenômeno ocupacional decorrente de um estresse crônico no local de trabalho que não foi gerenciado com sucesso, de maneira isolada. O autor questiona ainda, como o ambiente de trabalho, que deveria ser um local de constante evolução tanto para as pessoas quanto para as organizações, pode ser nocivo se não tiver políticas eficazes de gestão de pessoas.

 

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A investigação foi realizada no 4º Batalhão de Polícia Militar – 4ºBPM do Estado do Pará no município de Marabá. A população alvo da pesquisa compreende homens e mulheres que trabalham na 11ª CIPM. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEP) da Universidade Federal de Santa Maria, os procedimentos éticos foram realizados, conforme a legislação do Ministério da Saúde (1997), resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).

A coleta de dados ocorreu durante os meses de maio e junho de 2020, o questionário foi compartilhado por e-mail e redes sociais exclusivas de policiais militares, a amostra é composta por um total de 140 participantes (92 homens e 48 mulheres). Depois do prazo de recebimento das respostas, o conteúdo foi transferido para uma planilha Excel, na qual, os dados foram submetidos ao processamento do software estatístico SPSS versão IBM 22®.

O instrumento de pesquisa utilizado foi questionário Maslach Burnout Inventory (MBI) criado por Maslach e Jackson (1986). Uma de suas versões brasileiras foi realizada por Tamayo (2003), modelo usado para esta pesquisa. Trata-se de um questionário de 22 afirmativas e 5 opções de respostas (escala de Likert de 1 a 5) que avalia os sentimentos e atitudes dos policiais no seu trabalho, conforme Quadro 1.

 

Quadro 1. Variáveis por fator da Síndrome de Burnout

COD.

VARIÁVEIS

EE1

Sinto-me esgotado/a ao final de um dia de trabalho

EE2

Sinto-me como se estivesse no meu limite

EE3

Sinto-me emocionalmente exausto/a com o meu trabalho

EE4

Sinto-me frustrado/a com o meu trabalho

EE5

Sinto-me esgotado/a com o meu trabalho

EE6

Sinto que estou trabalhando demais para Polícia Militar

EE7

Trabalhar diariamente com pessoas me deixa muito estressado/a

EE8

Trabalhar com pessoas o dia todo me exige um grande esforço

EE9

Sinto-me cansado/a quando levanto de manhã e tenho que encarar outro dia de trabalho

RP1

Sinto-me cheio/a de energia

RP2

Sinto-me estimulado/a de trabalhar em contato com outras pessoas

RP3

Sinto-me que posso criar um ambiente tranquilo para os meus colegas

RP4

Sinto que influencio positivamente a vida dos outros através do meu trabalho

RP5

Lido de forma adequada com os problemas dos meus colegas de serviço

RP6

Posso entender com facilidade o que sentem os meus colegas de serviço

RP7

Sinto que sei tratar de forma tranquila os problemas emocionais do meu trabalho

RP8

Tenho que conseguir muitas realizações em minha profissão

DE1

Sinto que os colegas de serviço me culpam por alguns dos seus problemas

DE2

Sinto que trato alguns colegas como se fossem objetos

DE3

Tenho me tornado mais insensível com as pessoas desde que exerço esse trabalho

DE4

Não me preocupo realmente com o que ocorre com alguns dos meus colegas de serviço

DE5

Preocupo-me o fato de que este trabalho esteja me endurecendo emocionalmente

Fonte. Adaptado Tamayo (2003)

 

Em seguida foram realizados os seguintes procedimentos estatísticos: classificação das respostas médias da Síndrome Burnout, divisão da amostra em grupos segundo o sexo; faixas etárias; nível hierárquico posto/graduação (Coronel, Major, Capitão, Tenente, Subtenente, Sargento, Cabo e Soldado), Teste das médias desses grupos para verificar se há diferenças utilizando do teste t de Student para sexo, e Análise de Variância das demais variáveis. Posteriormente, foi testada a independência entre sexo e classificação das respostas utilizando do teste qui-quadrado. Por fim, uma análise de correlação entre as 3 dimensões de Burnout, para identificar se há alguma correlação entre elas.

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A amostra da pesquisa foi composta por 140 policiais militares, elaborou-se a Tabela 1 a fim de melhor conhecer o perfil dos participantes, sendo 65,7% do sexo masculino, 34,2% feminino. Esses resultados são compatíveis com a distribuição por sexo neste tipo de atividade profissional, na qual tradicionalmente o número de homens é predominante segundo dados da literatura (MORAES et al., 2013), na PMPA especificamente essa diferença se dá em razão do próprio concurso público da polícia militar do Estado reserva apenas 10% das vagas para mulheres. A faixa estaria preponderante foi entre 31 e 40 anos de idade, em relação ao estado civil a pesquisa mostra que 27,8% estão solteiros, 36,4% casados, 16,4% com união estável, e uma minoria (13,5%) divorciado (a), a maior parte da amostra (70%) possui filhos, compatível com o esperado para a faixa etária e nível socioeconômico da população geral (IBGE, 2010). O estudo mostra ainda que 50,7% dos policiais possuem nível superior completo, 34,2% superior incompleto e apenas 15% com ensino médio.

Tabela 1. Perfil da Amostra (dados pessoais) frequências e porcentagens.

Variáveis

Categoria

F

%

Sexo

Masculino

92

65,71

Feminino

48

34,28

Total

140

100,00

Faixa Etária

Até 25 anos

13

  9,28

26-30 anos

24

17,14

31-35 anos

39

27,85

36-40 anos

38

27,14

41-45 anos

16

11,42

46-50 anos

8

5,71

51-55 anos

2

1,42

Total

140

100,00

Número de Filhos

0

41

29,28

1

39

27,85

2

28

20,00

3

23

16,42

4 ou mais

9

6,42

Total

140

100,00

Escolaridade

Ensino médio Completo

21

15,00

Superior Incompleto

48

34,28

Ensino Superior Completo

52

37,14

Pós-Graduado

19

13,57

Total

140

100,00

Estado civil

Solteiro

39

27,85

Casado

51

36,42

União Estável

23

    16,42

Divorciado

19

13,57

Outros

8

5,71

Total

140

100,00

Fonte. Dados da pesquisa (2020)

A Tabela 2 mostra a classificação das dimensões da Síndrome de Burnout, por sexo. Apresentando a quantidade de respostas ordenadas como “alto”, “moderado” e “baixo” por sexo e o respectivo p-valor obtido pelo teste Qui-Quadrado. Nota-se que a dimensão “Baixa Realização Profissional” demostrou dependência entre o sexo do entrevistado e sua classificação com significância menor que 1%.

Tabela 2. Ordenação das dimensões da Síndrome de Burnout por sexo

Dimensões

Sexo

Classificação (%)

P-Valor

Alto

Moderado

Baixa

Exaustão Emocional (EE)

Feminino

14,2

10,7

11,1

0,32

Masculino

18,1

22,4

21,4

Despersonalização (DE)

Feminino

7,9

16,1

13,1

0,09

Masculino

7,6

33,6

21,9

Baixa Realização Profissional (RP)

Feminino

19,2

9,6

7,6

0,01

Masculino

15,6

22,9

32,3

Fonte. Dados da pesquisa (2020)

A partir do Gráfico 1 é possível visualizar os resultados obtidos para Síndrome de Burnout considerando a variável sexo (Tabela 2). As dimensões “Exaustão” e “Despersonalização” tiveram respostas próximas para ambos os sexos, não constou diferença significativas entre os resultados. Em relação à “Baixa realização profissional” os resultados revelaram significativamente diferentes, o sexo feminino apresenta indicadores de menor “RP” do que o masculino. Logo, as mulheres apresentam maior grau de Baixa realização profissional.

Despersonalização          Baixa R. Profissional

realização pessoal

Exaustão

25,0

 

20,0

 

15,0

 

10,0

 

5,0

 

0,0

Masculino

Feminino

30,0


Gráfico 1. Distribuição das três dimensões da Síndrome de Burnout por sexo

Fonte. Dados da pesquisa (2020)

 

A Tabela 3 revela a distribuição das médias para as dimensões “Exaustão Emocional”, “Despersonalização” e “Baixa da realização profissional”. As quantidades de respostas foram classificadas em “Baixo”, “Moderado” e “Alto”. Para a dimensão “Despersonalização” as respostas ficaram maior na classificação “moderado” (49%), a “Exaustão Emocional” revelou alto grau 34% e um grau moderado de 33%, perfazendo um total de 67%. A Baixa Realização profissional revelou em alto grau 34% e em grau moderado 35%, perfazendo um total de 69% dos entrevistados.

 

Tabela 3. Distribuição das médias das dimensões da Síndrome de Burnout

Dimensões

Média

Classificação (%)

Alto

Moderado

Baixa

Exaustão Emocional (EE)

16,8

34

33

34

Despersonalização (DE)

13,4

34

49

17

Baixa Realização Profissional (RP)

28,2

31

35

34

Fonte. Dados da pesquisa (2020)

 

A Tabela 4 demostra o teste das diferenças entre as médias das respostas, por faixa etária. Observa-se que não houve diferenças estatística significativa entre as respostas da amostra (p > 0,05).

 

Tabela 4. Distribuição das diferenças das médias por faixa etária.

Dimensão

Faixa Etária

p-valor

Até 25

26-30

31-35

36-40

41-45

46-50

51-55

Exaustão Emocional

14,0

13,2

14,8

15,7

15,2

16,9

13,1

0,21

Despersonalização

13,4

12,1

12,4

12,6

11,7

13,2

9,8

0,54

Baixa realização profissional

26,3

28,2

26,9

27,1

26,6

28,5

29,4

0,57

Fonte. Dados da pesquisa (2020)

 

A Tabela 5 permite visualizar a existência de médias distintas entre os diferentes níveis hierárquicos militares (posto/graduação) para as três dimensões: “Exaustão Emocional”, “Despersonalização” e “Baixa realização profissional”, entretanto não ocorreu diferenças estatísticas significativas (p > 0,05).

 

Tabela 5. Distribuição das diferenças das médias por posto/graduação.

Dimensão

Posto/Graduação

p-valor

Soldado

Graduados

Oficiais subalterno

Oficiais superiores

Exaustão

2,0

2,3

2,2

2,1

0,91

Despersonalização

2,1

2,2

2,4

2,0

0,48

Baixa realização

profissional

3,8

3,9

3,7

3,5

0,55

Fonte. Dados da pesquisa (2020)

 

A Tabela 6 demostra o teste de diferenças entre as médias das questões, por tempo de serviço. Entretanto em nenhuma das dimensões as médias revelaram diferenças estatísticas significativas entre os grupos. (p > 0,05). Logo, não foram obtidas, considerando a variável de tempo de serviço, diferenças na ocorrência e níveis de Síndrome de Burnout. 

A maioria dos policiais que participou da investigação (48,6%) trabalha há até 5 anos na profissão e 21,6%, de 6 a 10 anos. Esses resultados são semelhantes aos dados obtidos por Moraes et al. (2000) em que 75,1% da amostra atua na Polícia Militar de Minas Gerais, pelo menos há sete anos.

 

Tabela 6. Distribuição das médias das respostas para Síndrome de Burnout por tempo

Dimensões

Tempo de Serviço (anos)

p-valor

0-5

6-10

11-15

16-20

21-25

T 26

Exaustão Emocional (EE)

14,2

14,6

15,4

16,1

13,8

17,0

0,30

Despersonalização (DE)

12,2

12,9

12,6

12,7

10,5

13,0

0,54

Baixa realização profissional (RP)

     27,2

           27,0

      27,6

      26,4

      27,5

      27,6

          0,93

Fonte. Dados da pesquisa (2020)

 

Esses achados se evidenciam em razão da estabilidade existente em instituições públicas. Destaca-se que a rotina de trabalho desses policiais é mais comum em turnos alternados em escala de plantão (56,7%); período integral (23,0%) e período matutino (20,3%). Em relação à jornada de trabalho semanal, a maioria (47,9%) cumpre uma rotina de tarefas superior a 40 horas semanais.

SOBRE A SÍNDROME DE BURNOUT

Os resultados da pesquisa revelaram muita exaustão emocional, que somados perfazem 67,6% dos entrevistados, informação relevante que remete à necessidade de medidas organizacionais para promoção de ações preventivas e interventivas na corporação. A “EE” é compreendida com uma resposta ao estresse ocupacional crônico, caracterizada por sentimentos de desgaste físico e emocional. (MASLACH; JACKSON, 1986; MASLACH, 1993 apud GUIMARÃES; CARDOSO, 2004). Para Zohar (2001) a EE é, primordialmente, uma resposta às demandas dos estressores que os empregados devem enfrentar, tais como a sobrecarga de trabalho, os contatos interpessoais, o papel conflituoso e os altos níveis de expectativas do indivíduo com relação a si próprio e a sua organização.

Para dimensão “Despersonalização” 52,8% dos policiais estudados apresentam grau moderado de “DE", enquanto 34,6% revelam grau Moderado de Envolvimento Pessoal (EP) e 32,1% um alto grau. Pode-se deduzir que, os resultados alcançados na presente pesquisa confirmam parcialmente aqueles contidos no manual do MBI (MASLACH; JACKSON, 1996) que defini o profissional com Síndrome de Burnout com alto grau em EE e DE e baixo grau em EP (para última dimensão se pontua de forma inversa: um valor baixo é indicativo de maior desgaste).

Considerando os resultados da pesquisa, recomenda-se alguns mecanismos que podem amenizar os efeitos da síndrome de Burnout nos policiais militares, sendo classificados em dois grupos, a saber: 1) o apoio social – atividades esportivas, bate papo com familiares e amigos, passeios matinais, explorar outros ambientes fora do trabalho e 2) planejamento do trabalho – programar dentro do possível as atividades do serviço (MORENO et al., 2011). É indicado utilizar os dois mecanismos, uma vez que eles não são mutuamente excludentes. Bem como outras medidas de identificação dos eventos estressores, presentes no dia a dia dos policiais, através de check-up médico e psicológico anual.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos resultados permitiu concluir que a síndrome de Burnout está presente na amostragem dos policiais militares da cidade de Marabá, e que alguns aspectos sobre a qualidade de vida no trabalho podem ter contribuído para a ocorrência da síndrome. Quanto à escolaridade, 50,7% dos policiais possue nível superior completo, sendo que o ensino médio completo é nível mínimo exigido para ingresso na instituição. Vale ressaltar que a formação escolar pode influenciar a percepção dos indivíduos quanto às satisfações contextuais, tornando-os mais ou menos exigentes em relação ao tratamento despendido pela organização para com o profissional (ALMEIDA, 2015).

O estudo apontou que os homens apresentaram percepção de menor desconforto relacionado ao trabalho, do que as mulheres. Sugere-se a realização de outras pesquisas com a mesma amostra comparando as variáveis sexo, posto/graduação, tempo de serviço com outras variáveis. Visto que poderão trazer mais dados sobre a ocorrência da síndrome de Burnout nos policiais militares que trabalham em Marabá. Sugere-se ainda medidas concretas, tal qual, a criação de ambientes de escuta dos problemas vivenciados na rotina policial e em situações de grandes tensões, promovendo assim o melhor desempenho profissional e a maior qualidade de vida para eles e seus familiares.

REFERÊNCIAS

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